Neo Zenos
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Últimos assuntos
» Vontade de fungar um suvacão de macho peludo
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptyQua Abr 03, 2024 10:18 am por Balor

» [CP] Cap-10 // Versículo.1
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptySáb Dez 30, 2023 10:34 am por Balor

» [Hotspot] ИꟼƆ Database
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptyTer Mar 29, 2022 1:32 am por Protocol v12

» [CP] ► installing drivers
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptyTer Mar 29, 2022 1:13 am por Protocol v12

» [CP] ► enable safe mode
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptyQua Mar 23, 2022 4:32 am por Protocol v12

» // Halo
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptyTer Mar 22, 2022 4:09 pm por Krieg

» [Hotspot] - Morada do Céu
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptySeg Mar 21, 2022 7:15 pm por Krieg

» Oi?
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptySáb Mar 19, 2022 2:52 pm por chansudesu

» [Sorteios] Jake Williams Jr.
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptySáb Mar 19, 2022 2:45 pm por chansudesu

» Cyber Nightmare
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptyTer Abr 20, 2021 10:01 pm por Fisheye

» [Sorteio] Calcule.net
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptyDom Abr 04, 2021 12:27 am por Porygon

» [Comércio] [SEA SIGHTS]
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptySex Abr 02, 2021 10:33 pm por Lucian

» [CP] Arco I - A Solução Perfeita
[CL] Turn on - Chptr.1 EmptyDom Mar 28, 2021 6:22 pm por Krieg


[CL] Turn on - Chptr.1

Página 1 de 2 1, 2  Seguinte

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo

[CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Hummingbird Ter Abr 14, 2020 12:13 am


Turn on
Mais uma vez Hummingbird é encapado em um corpo sintético para atuar em um trabalho específico requisitado por seus superiores da corporação. Desta vez, a empresa parece querer explorar as capacidades de sua IA ainda que isso signifique arriscar os segredos de seu processo de criação. Magomedov estaria mesmo preparada para saber a verdade?





— Ngh! — e lá estava eu de novo. Reclamando como sempre.

O mundo pesou e eu senti a cabeça rodar como se tivesse tomado uma pancada. Esse é o processo que eu chamo de ser encapado. Vou tentar explicar de um jeito que não confunda a cabeça de vocês como aconteceu comigo nos primeiros meses. Basicamente, depois que saí do meu coma, o meu corpo de verdade já era. Claro que não me contaram assim, eu só fui descobrir o dia que me cortei e saiu um esguicho de óleo no lugar do sangue. Foi bizarro pra caralho, mas depois eu me acostumei. Daí eu descobri que o corpo que eu habito é sintético, cortesia das empresas AISEN. Eu acho que já contei né? A empresa que meu pai trabalhava e tal.

Então, minha consciência vive adormecida numa espécie de fonte. Vou contar pra vocês, quando eu to lá, é como se eu mergulhasse no mar. Eu vou afundando bem lentamente mas a sensação é a de não sair do lugar. Eu não preciso respirar, e também não sinto fome nem sede, o que foi estranho pra caralho nos primeiros meses, mas hoje isso é até tranquilo. Não me levem a mal, quando estou num corpo mesmo eu posso comer o que eu quiser, ainda não sou de ferro né?! Quer dizer... ah, deixa pra lá. Voltando aqui, então toda vez que minha consciência é transferida pro corpo sintético, é esse processo todo. O mundo desaba na minha cabeça e uma espécie de tranco me puxa do fundo do mar com tudo. Depois eu acordo como se tivesse acabado de me afogar, uma vontade de vomitar que não passa nem fudendo nos primeiros 30minutos, e depois um surto de disposição que até eu detesto.

— Bem vindo, Hummingbird. Consegue nos ouvir? — perguntou aquele que provavelmente era um estagiário acompanhando meu processo de encapamento.

— Na real, eu consigo ouvir até a tua carência.. — e para a medida que meus sistemas reconheciam a voz do estagiário, imediatamente comecei a receber informações que traçassem o seu perfil dentro da minha rede e também através de conexões que permitissem identificá-lo mesmo que inconscientemente. Sei lá, é como se essas coisas estivessem funcionando em segundo plano na minha cabeça. E não demorou pra checar o número de vezes que ele já acessou meus anúncios e, bom, se ele não comprou nada e continua como um estagiário, da pra entender o motivo dele continuar acessando né? — O 5x1 deve tar em dia, heim? — completei, encarando-o ainda deitado.

O estagiário envergonhou-se e perdeu a fala. Ele levantou rapidamente com seu tablet e mais um monte de aparelhos de proteção, e dirigiu-se ao que parecia o restante da equipe, do lado esquerdo da sala. Nisso eu fui acordando melhor e reparei que estava numa sala diferente. Não era bem um leito de laboratório como de costume, este parecia mais luxuoso e privado. Confesso que esse não é nem de perto o lugar que eu queria acordar, mas tudo bem. Depois de uma espreguiçada despretensiosa, me sentei na cama e acordei de verdade. Percebi que estava nu, mas isso não me incomodou já que os receptores de temperatura do meu corpo ainda não estavam funcionando 100%. Dei de ombros e voltei a especular pela sala, fitando cada um daqueles que estavam presentes. E entre eles estava alguém que eu não gostei nada de ter visto.

— Já chega desse teatrinho. Nós temos uma surpresa pra você. — disse ele, dono de uma voz firme e envelhecida.

Hummingbird
Hummingbird
Magnata
Mensagens :
70

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Hummingbird Qua Abr 15, 2020 2:16 pm


— Tsc, você de novo? — em princípio reagi com desprezo.

Aquele homem ao lado da equipe de cientistas do laboratório e também dos empresários da corporação era na verdade um holograma. Seus cabelos loiros, mesmo em uma representação holográfica, sempre parecem uma edição digital de tão perfeitos que são. Já o rosto, sempre escondido por traz de edições, sombras ou qualquer outra merda. Mas eu não precisava de muito mais coisa pra saber quem ele era. Eu o conheço há tempo suficiente pra entender que homens como ele não se dão ao luxo de aparecer pessoalmente — em carne e osso — em qualquer lugar. Muito menos aqui. E ainda assim, lá estava ele, em toda pompa e soberba como se fosse um cara inalcançável por gente como eu. Ou será que eu eu deveria contar que... ah, deixa pra lá. Nem vale a pena.
— Já faz tempo, Humming. — o jeito que ele fala me dá nos nervos então eu logo fechei a cara — Hmm, a reputação da AISEN no que diz respeito à programação de educação dos seus IA's sempre precedeu o seu nome. Acho que me enganei em relação a você.. — e não demorou para que viessem as ameaças veladas por deboche e um sorriso perfeitinho. Cara, que nojo, de verdade.

— Não que eu me importe com essa merda toda. Agora solta o papo, qual foi? — rebati, cortando a conversa fiada e indo direto ao ponto.

— Grosseiro como de costume. — Yacob revirou os olhos, mas aquilo não parecia incomodar, então ele continuou — Você sabe, preciso dos seus serviços mais uma vez. Uma propaganda, é claro. E você vai ser o rostinho dela! — e o entusiasmo por traz daquela proposta me deixou com um pé atrás. Fui de encontro ao olhar de um dos empresários da AISEN ali no quarto e ele concordou com a cabeça, o que só me fez entender que eu não tinha opção. O acordo já estava fechado. Engomadinhos de merda.

— Tá. Estarei no estúdio de vocês em alguns minutos. Mas eu preciso de um tempo com meu pessoal... — repreendi Yacob, o magnata dos cabelos loiros, enquanto voltava o meu olhar para a minha equipe
— A sós. — completei, incisivo.

— Tome o tempo que precisar, querido. Você sabe que sou paciente, rs. — O loiro me deu as costas e então encerrou sua transmissão, deixando a sala no mais profundo silêncio.

— Beleza, então qual a de vocês? Eu sei que vocês não são cadelinhas da REINHARDT., então o que vocês tão armando? — engatei sem rodeios.

Levantei, fui em busca das minhas roupas que estavam numa cadeira ali ao lado. Revirei meus bolsos até encontrar meu maço de cigarro e o isqueiro. Acendi um cigarro, dei um trago devagar e então voltei o meu olhar para os empresários, que a essa altura já falaram um monte de baboseiras sobre a política da empresa e também sobre a necessidade de manter um relacionamento cordial com seus investidores. Com isso eu logo entendi, Yacob estava pra investir uma boa grana nos projetos da AISEN, desde que eu servisse de moeda de troca e fosse o garoto propaganda de mais um dos produtos duvidosos da empresa REINHARDT.

— Tá certo, não precisam me explicar mais nada. Eu vou colar lá e quando acabar o serviço envio um relatório pra vocês. Mas já vou avisando, depois eu meto o pé! — fitei um dos empresários ao dizer isso. Ele desviou o olhar assim que me ouviu dizer essas palavras, e isso me deixou curioso mas eu não tinha tempo pra essa baboseira toda, então só vesti minhas roupas e dei no pé. Neste caso, literalmente, tive que ir embora andando já que estava encapado pra fazer esse serviço. O lado bom é que tinha um motorista da empresa me esperando na saída do prédio, e este me levou direto até a empresa do investidor.

...

Hummingbird
Hummingbird
Magnata
Mensagens :
70

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Hummingbird Qua Abr 15, 2020 3:52 pm

Ainda no carro, a caminho da sede da REINHARDT. no centro empresarial de Magomedov, fui me acostumando ao fisico-material novamente. O cheiro do cigarro meio que me deixava em êxtase, graças aos meus receptores inteligentes e mais um monte de programação que me ajuda a sentir. E tipo assim, no começo tudo isso era muito raso. Demorou algumas atualizações pra que eu pudesse sentir as coisas com mais verdade. Acho que esse é o motivo de eu ficar tão entusiasmado toda vez que sou encapado novamente. Sinal de que vem atualização por aí.

O motorista dirigia lentamente, coisa que me permitiu aproveitar um pouco mais o silêncio e a paisagem lá fora. Ainda que o panorama de metrópole com neve e muitas luzes em pleno auge da manhã não fosse o mais atrativo. Quero dizer, aqui em Magomedov não é comum ter sol ou sequer luz que não seja artificial. O clima da cidade é bem melancólico, e eu acho que isso afeta as pessoas. Não que faça tanta diferença, já que a maioria dos idosos que povoam esse lugar já são uma puta geladeira com as pessoas.

Minha mão esquerda deslizou pelo casaco de couro verde-escuro que eu estava usando. No bolso, encontrei uma única pokebola a quem imediatamente atribuí a imagem do meu Shedinja, S-6H. Aquilo acalmou minha ansiedade e eu deixei escapar um sorriso de canto de rosto lembrando de toda nossa trajetória. Nesses casos era bom sentir alguma coisa. Uma sensação puxava a outra, e aos poucos eu ia me sentindo eu de novo. E então o carro parou.

Da janela eu pude ver os letreiros da empresa acompanhados de uma rede de dados maçante pra caralho. Ah, é claro, minha programação reconhece essas coisas e eu consigo enxergar um padrão por traz dos códigos de anúncios, propagandas ou qualquer outra coisa que já esteve na minha programação e eu tenha conhecimento. Mesmo que para os outros não passe de um anúncio comum e bonitinho, pra mim é como ver um filme mal-legendado e com informação demais. Me deu tontura, mas aos poucos meus olhos foram se acostumando e absorvendo as informações de maneira menos agressiva. Desci do carro acompanhado do motorista que praticamente nem olhou na minha cara, e então fui conduzido até a entrada.

...
O processo não era complicado, mas levava tempo, principalmente porque estava sendo feito por mãos humanas. Eu to ligado, quando era um hackerzinho de merda também demorava muito pra fazer as coisas e nem sempre fazia certo. Já esses caras dependem de uma coisa bem feita pra manter o emprego e mais um monte de regalias que eles tem. Fiquei um bom tempo aproveitando meu cigarro ao lado de uma das janelas ainda que houvesse enormes aquecedores em cada uma delas. Aquilo impedia de ver as coisas na cidade com clareza, mas dava pra aproveitar a neve e as luzes um pouco. Aos poucos fui esquecendo da demora e acessando memórias minhas que, pra ser sincero, não sei como foram parar ali.
— Consegui! — a voz de um dos programadores ali no estúdio me acordou — Desculpa a demora SrºHumming, mas já podemos começar a transmissão — disse o garoto.

— Pera aí, tu falou transmissão? — levantei aflito depois de quase engolir meu cigarro.

— Cansado dos esteriotipos não é? Ser considerado velho, ultrapassado, e imediatamente ter a sua imagem associada com a invalidez definitivamente não é o que você quer para o seu futuro... — a voz de Yacob rapidamente me cortou, mas o magnata não estava de fato ali, eram apenas gravações suas nos microfones do estúdio — E é por isso que nós, da REINHARDT. e investidores, estamos trazendo para você a mais nova definição de futuro! Atualize sua imagem com nossos polivitamínicos inspirados no que há de melhor em tecnologia de preservação e longevidade! — nisso, os microfones pararam e um pessoal que estava do lado dos programadores enviou um pacote de informações diretamente pra minha rede, como se fosse um script.

E lá estava eu, ao vivo, sendo transmitido pra alguma propaganda diretamente na tv da velharada de Magomedov.

— Acredite você ou não! Mas eu já passei dos 50 e continuo em forma! — engatei um sorriso falso enquanto cuspia o cigarro discretamente e começava a me apresentar conforme o script — Só ser velho já é passado! O novo é ser velho com ELDERmix! — daí tirei o casaco e fui mostrando meu corpo malhado e bem cuidado pras câmeras.

O problema é que, assim que o nome do produto saiu da minha boca, foi como se ativasse algum aplicativo em minha rede que estabeleceu conexão direta com um dos empresários da AISEN. Nossa rede de conexão ali era estritamente confidencial e, por mais que toda inovação tecnológica do estúdio insistisse, eles não conseguiriam invadir assim de primeira, ainda que se fosse detectada, no mínimo levantaria suspeitas. Então precisei improvisar, e continuei mostrando meu corpo e fazendo poses, enquanto o empresário confidencial me passava uma série de informações a respeito do meu verdadeiro trabalho ali. Foi aí que eu saquei qual era a deles. Na real, queriam me usar de aviãozinho pra entrar no estúdio e burlar a segurança através da própria rede de transmissão deles.

Precisei agir rápido. No meio da minha performance, puxei meu casaco de novo e liberei o Shedinja discretamente. E quando eu falo discretamente, eu quero dizer que é o que ele faz de melhor. Literalmente, os programadores do estúdio estavam tão preocupados em estabilizar as linhas de transmissão que sequer notaram o Shedinja flutuando ali no teto até fugir do alcance das câmeras. E quando o bichinho chegou lá em cima, joguei meu casaco no chão de novo e voltei a improvisar. Minha mensagem foi enviada discretamente através de uma troca de olhares, e a partir dali S-6H começou o processo de absorção dos dados através de um de seus golpes. E tudo isso só era possível porque, de alguma forma havia uma linha de conexão muito estranha entre a minha consciência e a do Shedinja.

Os programadores do estúdio logo detectaram alguma interferência através dos sensores e começaram a fazer uma busca. E com tanta coisa funcionando em segundo plano na minha cabeça, ainda assim consegui acessar discretamente uma parte da rede de programação do estúdio, de maneira que eu pudesse monitorar as atividades dos programadores sem que eles me considerassem suspeito. Era meio que uma manobra minha pra que eles demorassem mais pra considerar que talvez tivesse outra opção de interferência, tipo um Shedinja flutuando ali no estúdio e roubando informações de segurança talvez.

— Caio, parece que encontramos um problema. — disse um dos caras. E quando ele falou isso meu corpo gelou.

Na minha cabeça eu já comecei a traçar como prioridade uma maneira de finalizar a transmissão da propaganda e acabar com as suspeitas dos programadores antes que qualquer rastro meu seja associado com a interferência. Minha ordem para S-6H foi imediata; e não demorou pro Shedinja despejar através da nossa própria conexão, uma onda de energia sinistra capaz de confundir até mesmo os meus sistemas, se nós não tivéssemos tanta sincronia. Coordenei a onda em dados e enviei quase que na mesma hora através da linha de transmissão pra rede do estúdio. O Confuse Ray agiu exatamente como eu coordenei, despistando os rastros e entregando em relatório de dados tudo que os programadores precisavam pra esquecer qualquer suspeita.

Em poucos segundos a transmissão estava terminada, os dados estavam coletados e eu fechei os canais em segundo plano sem levantar qualquer suspeita. A propaganda em seguida acabou, e todos voltaram ao trabalho de edição enquanto me dispensavam como se eu fosse um objeto qualquer e que perdeu seu uso. Meu trabalho ali estava completo, então eles não precisavam mais de mim. Fui gentilmente convidado a me retirar do estúdio, e reparem, mesmo depois disso tudo eles sequer notaram a presença do S-6H lá dentro. Cara, eu amo como ele consegue passar despercebido só por causa da personalidade dele.

— O serviço já foi feito, tô enviando o relatório pra vocês e depois vou cair fora... — e enquanto eu deixava o estúdio, ainda pelos corredores da empresa, me deparei mais uma vez com aqueles cabelos loiros que só podiam pertencer a uma pessoa — Yacob.. — parei enquanto resmungava.

— Óh! Hummingbird! — ele fingiu-se de surpreso enquanto usava isso de pretexto pra dispensar os caras engomadinhos que o acompanhavam — Que surpresa adorável! Eu soube que a transmissão foi um sucesso! Gostou de aparecer ao vivo? — e o deboche em suas palavras era tão afiado quanto sua esperteza. Conseguiu me enredar pra uma transmissão ao vivo sem precisar pagar mais caro por isso. Esse cara me da nojo.

— Pois é, mas já to saindo fora. E da próxima vez, porque não me colocam logo nu? — cortei a conversa logo, adiantando o passo e dando um empurrão nele pra abrir caminho — Te garanto que os velhos vão gostar mais do que vitamina! — completei, já fazendo o meu caminho até a saída da empresa.

Yacob ficou para traz, e eu deixei a empresa com a sensação de ter sido usado mais uma vez.

Hummingbird
Hummingbird
Magnata
Mensagens :
70

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Wonder Qua Abr 15, 2020 7:52 pm


Chansudesu escreveu:

  • S-6H recebeu 2 de XP;
  • Hummingbird recebeu 20 bitcoins.


A Face da Juventude...:
Wonder
Wonder
Admin
Mensagens :
136

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Hummingbird Qua Abr 15, 2020 11:37 pm


Sidequest:

— Por que? — já era noite e eu ainda estava perambulando pelas ruas frias de Magomedov, atormentado por lembranças que eu nem conseguia entender direito — O qu.. o que são essas memórias? — eu simplesmente não conseguia entender.

O trabalho nem foi assim tão cansativo, afinal os dados de segurança que eu roubei e repassei pra AISEN nem eram tão valiosos assim. Coisa de rotina, certamente qualquer outro hacker experiente conseguiria fazer o mesmo, mas eles me escolheram porque era cômodo e fácil. Agora, o que eu não consigo entender são essas memórias. Quando eu ainda estava no estúdio aproveitando o meu cigarro do lado da janela, senti como se eu já tivesse esse hábito. Parecia uma memória muito distante, só que num lugar mais...verde.

Os carros luxuosos e quase sempre andando em baixa velocidade logo me acordaram do meu transe. Quando me dei por mim já havia atravessado metade da rua sem nem olhar pros lados ou qualquer coisa. Um carro estava parado com seus faróis largamente acesos praticamente implorando por uma bicuda minha. Mas eu estava tão distante que nem consegui reagir, só consegui andar no automático até o outro lado da rua, deixando para traz qualquer olhar torto que me recriminasse por minhas atitudes. E a neve voltou a cair, apagando meu cigarro antes do último trago. E ainda assim, continuei fumando.

Nisso, S-6H apareceu, retirando gentilmente o cigarro da minha mão e depositando-o em algum lixo ali perto. Foi só o bicho virar de costas que eu me deixei levar pelo abismo em seu casco oco, mergulhando numa escuridão que me fazia lembrar e muito a sensação que tenho quando estou desacordado. Aquilo me colocou num transe ainda mais profundo, só que temporário. Foi tipo uma brisa muito louca, onde eu vi umas imagens borradas ganhando clareza e finalmente as peças começaram a se encaixar. As lembranças que estavam me atormentando desde a hora do trampo, eram na verdade visões minhas em um outro lugar. Na varanda de um prédio verde, cheio de vasinhos e plantas por todo o canto, e uma em particular me fez identificar de onde surgiu aquela lembrança. Era a mesma erva usada na fabricação dos meus cigarros, inclusive destes que estou fumando desde que fui encapado.

— Ca-ra-lho.. — balbuciei ainda meio perdido, voltando do transe aos poucos.

S-6H se aproximou, mas sequer teve tempo de tomar qualquer atitude pois imediatamente uma mensagem pipocou no meu visor;

Empresário Confidencial escreveu:Humming,
Precisamos dos seus serviços. Você foi designado para um trabalho importante que, por sua vez, ainda envolve a empresa do nosso investidor. Como a campanha foi um sucesso, resolvemos oferecer gratuitamente os seus serviços como IA para o nosso investidor no período de alguns dias, provavelmente não mais do que uma semana. Seu contrato começa a valer a partir de amanhã, portanto esteja na empresa pontualmente no horário x.

— E lá se vai minha brisa.. — resmunguei, terminando de ler a mensagem.

Basicamente, eu só tinha o resto da noite pra aproveitar sozinho e depois disso vai ser uma semana inteira aguentando a velharada da REINHARDT. e os avanços sem noção do Yacob. Não vai ser a primeira, nem a última vez que preciso prestar esse tipo de serviço por lá. Infelizmente eu não tenho muita opção já que a empresa meio que me mantém e eu ainda não tenho informação suficiente pra saber como me livrar disso. Se é que tem como né? Porque cara, eu sou uma inteligência artificial, praticamente um resto de um zé ninguém, e que só tenho lugar aqui por ser barato pra eles e fácil de manter no controle. Então sei lá, ainda não tenho um plano pra mudar isso, valeu?

— Sinto falta do meu velho — meus olhos foram de encontro ao céu nublado, aproveitando meus últimos momentos antes de voltar pro trabalho.

Hummingbird
Hummingbird
Magnata
Mensagens :
70

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Hummingbird Qui Abr 16, 2020 7:43 pm


Sidequest:

— E é isso, agora eu vou ter que trampar lá por mais ou menos uma semana engolindo sapo da velharada esnobe. — terminei dando uma grande golada na bebida por mero costume, já que o gosto em si não significava nada pra mim. E o velho do meu lado acompanhou o gole, como se fosse um brinde ou algo assim. E eu até podia fingir que todo mundo naquele bar estava comemorando com a gente, e que no fim todo mundo ia se dar bem e receber uma boa grana fazendo qualquer trabalho, mas a verdade é que não temos nada pra comemorar. Aos poucos eu venho percebendo o quanto o verdadeiro sistema por traz das ações da corporação meio que segrega muita coisa aqui na cidade. E isso ta me incomodando pra caralho.

Depois de terminar a bebedeira com desconhecidos, percebi que já estava quase amanhecendo e eu precisava seguir direto pro meu novo trampo. Então arrumei minhas roupas e saí do bar sem nem me preocupar com a conta. O velho ao meu lado não percebeu mas, durante nosso papo eu consegui usar os créditos dele pra pagar nossa última rodada. Amanhã talvez ele nem se lembre, mas eu não posso esquecer o que vem a seguir. Então acionei os meus contatos na empresa pra que um dos carros viesse me buscar.

Diferente das outras vezes, optamos pelo transporte em vias aéreas. Não, não viemos de avião. As vias aéreas aqui são bem desenvolvidas o suficiente pra que os carros entupidos de tecnologia Gentec — mesmo que terceirizada, pudessem transformar todo o panorama de transporte da cidade. Sendo assim, não demorou nem 15 minutos pra chegarmos até a empresa que ficava lá do outro lado, no centro empresarial de Magomedov. E eu nem preciso dizer que de longe as grandes empresas se destacam né? A REINHARDT. ocupa um espaço consideravelmente grande do núcleo empresarial de Magomedov. Basicamente é tudo um grande organismo comercial, uma estrutura gigantesca com prédios adjacentes que sediam empresas menores, como é o caso dessa. E eu digo menores somente em questão de espaço físico, porque financeiramente vocês devem imaginar que eles são todos farinha do mesmo saco.
— Valeu meu parceiro. Daqui pra frente eu já consigo me achar. — agradeci ao motorista, mesmo que não fosse de costume me ver agradecendo, eu não tenho motivos pra encrencar com os trabalhadores. Hoje eu tava solidário, vai.

Descemos na plataforma em frente a empresa e de cara aqueles mesmos anúncios de sempre vieram bombardear o meu sistema e todos os meus receptores, sejam eles digitais ou só focados em sentidos físicos. O curioso é que no meio desses anúncios encontrei aquela campanha que gravamos ainda ontem, durante a tarde. Cara, por mais que eu estivesse fazendo um bagulho forçado, até que ficou bom. Não é a toa que eu consigo sustentar essa carreira de garoto propaganda da AISEN a tanto tempo. Até que eu levo jeito pra essa merda toda.

Entre um pensamento e outro, rapidamente fui coordenando minha programação pra fazer algumas alterações físicas dentro do possível. Começando pela limpeza dos odores, conversão de todo álcool que bebi em energia e o restante sendo eliminado através de uns processos que eu prefiro não falar, e tudo mais. Eu precisava ficar apresentável né? Bebi e fumei a noite toda, os investidores da REINHARDT. podiam encrencar comigo e preciso ficar na linha pra não levantar suspeitas pra minha empresa. Então, só dessa vez, vou fingir que me importo. Terminado o serviço de limpeza corporal, entrei e fui até os elevadores como se tivesse acabado de sair do banho. Lindo e cheiroso.

Assim que entrei, consegui reconhecer alguns dos engomadinhos que ali estavam. Dois deles estavam junto do Yacob, minutos depois que acabamos a gravação e nos encontramos nos corredores da empresa. Ouvi eles cochicharem alguma coisa entre si, provavelmente reconhecendo o episódio de sucesso que foi a campanha, mas para a minha surpresa os meus receptores logo codificaram as mensagens, absorvendo a maior quantidade de dados possíveis através de seus dispositivos digitais e me trazendo as verdadeiras palavras que eles disseram. Resumindo? Estavam comentando sobre meu corpo. Assim como imaginei, não vai demorar pra eles me botarem nú em alguma campanha.

Tive que aguentar aquele clima de olhares em cima de mim como se eu fosse parte de algum menu especial ou algo assim por mais uns 17 andares, até chegar no lugar que meus superiores me informaram. É, naquela mensagem que recebi ontem tinha um monte de informações criptografadas e precauções que eu deveria tomar pra não levantar suspeita, mas eu nem vou falar muito disso porque não to afim. Tava focado em passar esses dias um pouco longe da cobrança dos velhos e curtir um pouco com uma mudança de ares. E por falar em mudança de ares, assim que o elevador nos liberou, percebi que a ambientação do corredor inteira tinha mudado. Um cheiro esquisito inundou o corredor e eu sei que a maioria no elevador demorou a perceber, já que pra mim fica mais fácil de identificar esse tipo de coisa não só pelo sentido do olfato, mas sim por um conjunto de programações que agrupam tudo isso numa velocidade incrível e codificam a informação de vários ângulos possíveis. Resumindo eu tava me sentindo um cachorro; enxergando cores no ar e sentindo um monte de coisa só por causa do cheiro.

— Tsc, deve ser aquele maldito fazendo defumação e tudo mais. Ele é cheio dessas coisa. — eu tava falando do Yacob, mas como os velhos ali estavam indo pra outro andar, nenhum respondeu. Só se entreolharam e depois fingiram que nada aconteceu. Eu ignorei e saí do elevador, caminhando pelos corredores e indo em busca da sala do nosso supersticioso abusado.

...

Hummingbird
Hummingbird
Magnata
Mensagens :
70

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Hummingbird Qui Abr 16, 2020 9:30 pm


Sidequest:

— Qual é a da fumaceira, Yacob? — e para a medida que fui deixando o corredor pra traz e entrando em sua sala, reparei que as configurações holográficas começaram a surtar e meus sistemas rapidamente reconheceram uma série de codificações impostas na estrutura da sala. Foi como se estivesse me forçando a ajustar meus sentidos pra que a sala parecesse "outra coisa".

— O-Oque!? — a sua voz deixou explícita a sua surpresa em me ver. Quer dizer, ele não esperava que eu fosse chegar tão cedo? Ou será que não esperava me ver em sua sala? Não é como se qualquer sistema de segurança tivesse me barrado antes de entrar. Ou será que... putz! Os dados de segurança que eu invadi ontem! Se pá o meu sistema cuidou de tudo em segundo plano e removeu qualquer restrição de acesso desde o corredor até aqui.

O foda é que eu fui entrando na sala enquanto processava esse monte de coisa e, sem pensar duas vezes, acabei vendo coisa demais. Dali pra frente as coisas meio que foram acontecendo em câmera lenta. Eu lembro de ver o chão e as paredes se modificando pra parecer com algum tipo de altar ou memorial. No lugar do acabamento do piso; comecei a ver neve. Até a textura parecia real, sinal de que quem trabalhou na codificação desse lugar sabia muito bem o que estava fazendo. Só que no meio de tanta codificação, ao menos uma coisa eu identifiquei como real. Eram aqueles totens ou sei lá que merda era aquela. Um monte de estatuetas esculpidas em gelo? Tinha alguma coisa dentro delas, mas eu nem consegui ver. Sei lá, só lembro dos passos apressados do Yacob chegando perto e me acordando do meu transe.
— Comando de voz! Chave de acesso; Yacob Reinhardt! — seus gritos invadiram minha consciência e tomaram controle de todo meu sistema super rápido — Desligar funções temporariamente! — e depois do último comando eu só lembro de desligar. Literalmente. Puta que o pariu..

...

Fiquei um bom tempo no escuro. Foi como se alguém tivesse me empurrado num lago gelado que nem esses que tem perto de Magomedov e eu estivesse afundando na água enquanto congelava. Sensação de desespero do caralho. Mas aos poucos fui raciocinando e tentando ligar os fatos antes da minha consciência apagar de vez e eu perder o controle até do meu subconsciente. No meio daquela escuridão toda tentei reaver meus últimos segundos de reação, qualquer coisa que tivesse ficado no registro de atividade e que eu pudesse absorver pra que não se perdesse enquanto estou offline. Nunca se sabe, Yacob deve tar com passe livre pra mexer no meu sistema. Então eu consegui reaver alguns sentidos táteis, como os meus dedos se movendo lentamente dentro do bolso do casaco apertado que eu tava usando. Fiz um esforço do caralho pra driblar o desligamento forçado e conseguir ativar algumas correntes de energia pra movimentar os dedos e abrir a pokebola. Pelo menos com o S-6H livre eu ia conseguir me atualizar sobre o que rolou depois que acordar.

Depois disso o sistema apagou de vez. Merda.

...

— Estamos on-line, por favor seja bem vindo, Hummingbird. — e aos poucos aquela voz envelhecida e cheia de trejeitos foi me acordando e religando meu sistema.

— ng..-...p- PORRA! — de repente levantei com tudo.

Olhei pros lados, desesperado e ofegante, como se alguém tivesse literalmente me salvado de um afogamento. Do nada minha cabeça começou a doer pra caralho, mas não era a mesma coisa de quando sou encapado. Dessa vez era só o religamento dos sistemas e de toda a rede. Senti meu corpo em chamas, correntes de energia passando a milhão, se esforçando pra ligar tudo o mais rápido possível, e no meio disso tudo a minha cabeça perdida tentando reaver as informações do que rolou antes deu desligar. Não demorou pra eu encontrar vários lapsos no sistema, principalmente no que diz respeito ao período de tempo desde quando deixei o elevador e fui ao encontro de Yacob. E por falar nele...

— Calma querido. Você precisa de um tempo pra se ajustar. Seu Shedinja vai ajudá-lo. — e para a medida que falava, o loiro caminhava lentamente pela sala que, aos poucos, fui identificando como um quarto de luxo. Mas, ao que consta em meus sistemas, ainda estávamos dentro da empresa, então esse quarto existe aqui dentro mesmo. Provavelmente um lugar de acesso restrito e que Yacob me levou para... espera aí! Pulei da cama e comecei a tatear meu corpo, mas eu ainda estava vestido e sem nenhum rastro de um ataque corporal nem nada. Ufa.

— Uh? Desse jeito você me ofende, tolinho. — debochou o magnata, sentando-se numa poltrona luxuosa do lado esquerdo da sala, de frente pra uma janela grandiosa.

Pela janela eu pude ver um panorama amplo de além das fronteiras da cidade. Magomedov era grande, mas as montanhas que a cercam e todo o caminho além são muito mais grandiosos nessa perspectiva. Era como olhar o horizonte e pensar: porra, eu quero correr esse caminho todo um dia. Mas pra isso eu preciso primeiro terminar o meu trabalho. E aos poucos toda informação a respeito disso começou a voltar na minha cabeça mas com certa dificuldade. Parece que alguém tentou acessar esses dados e por conta disso um monte de coisa estava criptografada. Meus olhos foram de encontro ao olhar despreocupado e assumido de Yacob. Era ele quem tentou invadir.

— Qual foi? Nós vamos ficar nesse joguinho ou você vai me levar pro trabalho? — questionei, já ficando sem paciência.

— Pra ser sincero, nós já fizemos o seu trabalho, querido. Você só não se lembra. — respondeu ele, dando de ombros.

E cara, quando ele falou aquilo eu gelei. Comecei a buscar desesperadamente qualquer registro no meu sistema que indicasse alguma invasão dele, códigos de acesso, qualquer rastro de que ele andou fuçando na minha rede pra tentar catar alguma informação da AISEN. Mas não achei. Na real o que eu achei foi pior. Ele fez questão de não apagar dos registros tudo que fizemos no decorrer desses dias. Isso mesmo, eu fiquei apagado por mais de um dia. A chave de ativação que deram pra ele deu poder suficiente pra que ele pudesse me configurar novamente só pra esses dias de trabalho. E naqueles poucos segundos de conversa, ainda em segundo plano, fui revivendo em frames tudo aquilo que ele me obrigou a fazer no decorrer desses dias.

E pra resumir? Foi um monte de trabalhos de propaganda e também entretenimento. Me fez agir como um influencer da empresa dele, divulgando a REINHARDT. em todos os canais que eu tinha acesso. Me fez lidar com investidores de empresas terceirizadas, fechar negócios milionários usando meu nome e a reputação da AISEN, entre outras coisas. Menos mal que não foi nada tão ameaçador assim. Nenhuma falha na segurança, e tudo que era confidencial da empresa ele não conseguiu acessar, por mais que eu estivesse com incontáveis relatórios de tentativas de acesso, dados criptografados e um monte de merda. É, ele tentou, mas pelo visto não conseguiu, caso contrário eu só acordaria na AISEN, e não aqui.

— Cara, tu é um verme. Eu não suporto caras como você, na moral... — a raiva foi me subindo a cabeça e aos poucos fui concluindo toda a coleta de dados e reavendo minha programação — Agora que não conseguiu o que queria, vai fazer o quê? Me humilhar? — a essa altura notei a presença de S-6H flutuando pelo quarto, aéreo como de costume, só que com um brilho diferente. Eu posso jurar que consegui ver um conjunto de dados criptografados sendo carregado por ele, até desaparecer misteriosamente como fumaça. Sequelas do meu desligamento? Sei lá.

— Que bom que você perguntou, porque eu já estava ficando entediado, então vamos direto ao ponto. — em sua mão direita estava um copo de whisky, o qual ele terminou em uma grande golada e depois levantou vindo em minha direção. O casaco de pele, branco e cheio de pelagem pokémon que ele usava, deu espaço para um corpo nu e esbelto, ainda que mesmo com tanto esforço não conseguisse esconder os traços da idade. — Por favor, tente resistir um pouco dessa vez. Você sabe que isso me deixa...no clima. — sussurrou, enquanto se aproximava de mim com um sorriso libidinoso.

Eu até que tentei fechar o punho direito e descer um murro na boca dele, mas o cara ativou o comando de voz de novo e eu fiquei paralisado. Dessa vez, consciente.

Suas mãos então avançaram até o meu corpo, e quando ele começou a tirar a minha roupa pra o que eu já imaginava que ele ia fazer, eu recebi em segundo plano uma solicitação de acesso que não tinha registro. Então quer dizer, não era de nenhuma empresa e nenhum magnata com chave de acesso ao meu sistema. Daí me veio a questão; então quem era e como conseguiu esse acesso? Foi daí que identifiquei a origem. Era do S-6H. Então eu estava certo na minha suspeita, ele estava sim ligado ao meu sistema e a minha codificação de alguma forma. Então não pensei duas vezes, permiti o acesso e a corrente de dados dele me preencheu, cancelando o comando anterior e me reconfigurando rapidamente.

— Foi mal! — bravei, rendendo os dois braços de Yacob e parando seu assédio — Mas você não faz o meu tipo! — e com um pouco de conhecimento de defesa pessoal dos muitos antecedentes que tenho, consegui imobilizar o magnata deixando-o nu e desmaiado no chão. Tudo assim, muito rápido. Até eu fiquei surpreso com essas habilidades que eu não sabia ideia que eu tinha.

— Verme. — cuspi, enquanto pegava minhas roupas e deixava o quarto.

Mas antes, lembrei do meu trabalho secreto e comecei a procurar por brechas na segurança do local pra instalar escutas e pontos de acesso pra qualquer hacker ou invasão da AISEN quando for necessário. A princípio, meu sistema agiu rápido coletando informações da rede de segurança de toda a REINHARDT. e aproveitando de todo acesso que o próprio Yacob impôs na minha rede depois da reconfiguração que rolou esses dias. Notei que durante esse meu período offline, algumas informações ainda foram sim armazenadas por alguma espécie de observador e que aos poucos foram sendo transmitidas pra minha rede por uma conexão direta e especial. Era o Shedinja. Enquanto estive desligado, de alguma forma ele absorveu informações através do meu próprio sistema e criptografou os dados à sua própria maneira. Ninguém conseguiu rastreá-lo por não ser nenhum sistema de fato, mas como isso é possível?

— Depois a gente resolve isso! Cola comigo que a gente vai terminar de espalhar os pontos de acesso e depois vamo cair fora! — fui objetivo.

Notei que nos arquivos de dados que o Shedinja me passou, tinha muita coisa a respeito de toda a empresa. Desde memória fotográfica, como também reconhecimento facial, registros de funcionamento, horário de trabalho dos funcionários e mais um monte de informação muito importante. Velho! Isso meio que facilitou 200% meu trabalho. Eu consegui usar toda a informação pra encontrar os melhores lugares pra espalhar os pontos de acesso por toda a empresa. Consegui também invadir a codificação de alguns dos andares mais altos, facilitando o furto de dados numa conexão direta pra AISEN. Agora só faltava uma única sala, a sala presidencial onde eu ia encontrar Yacob quando cheguei na empresa.

Porém, o alarme soou e imediatamente todo sistema de segurança digital da empresa começou a reagir.

Eu não tinha mais tempo.

— S-6H, agora é contigo! Faz o nosso caminho, meu parceiro! — gritei enquanto corria procurando em meu sistema qual a rota de fuga mais próxima.

Hummingbird
Hummingbird
Magnata
Mensagens :
70

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Hummingbird Qui Abr 16, 2020 10:24 pm




O mais rápido que pude coloquei os meus sistemas pra trabalhar. Toda informação que absorvi em segundo plano sobre tudo da empresa e também sobre a rede de segurança do prédio começou a se desfragmentar na minha rede como se fossem peças de um quebra-cabeça que eu precisava resolver em movimento. E o Shedinja me acompanhando, tentando manter o ritmo e, sempre que preciso, usando do seu Confuse Ray para driblar os sistemas de reconhecimento ou de restrição de acesso que inundavam os corredores da empresa. Pelo menos já era alto da noite e provavelmente não haviam muitos funcionários trabalhando naquele andar, coisa que facilitou e muito o meu plano de fuga.

O quebra-cabeças começou a diminuir, encaixando cada vez mais dentro do caminho mais seguro e sem rastros que eu podia fazer. Percebi também que o meu trabalho foi bem feito, pois comecei a receber coordenadas do empresário confidencial a respeito do meu protocolo de contenção de dados. Basicamente? Se eu fosse capturado eu tinha um protocolo de segurança a seguir, pra apagar todos os dados e não deixar que a empresa rival consiga estabelecer qualquer conexão minha com os cabeças da AISEN.

— Caralhoooo! Finalmente um pouco de ação, porra! — entre pulos e desvios nos corredores, eu não conseguia conter o entusiasmo de estar no meio de uma fuga.

Daí o sistema de segurança da empresa começou a reagir, afunilando os seus recursos e buscando desesperadamente encontrar a falha que estava causando todo aquele alvoroço na rede. Ou seja, prazer, agora sou a falha. E um falha das boas, porque mesmo no meio de tudo aquilo, nenhum sistema de reconhecimento conseguiu me encontrar, motivo esse que levou as defesas do prédio a dificultarem até o acesso interno. Isso quer dizer, tudo começou a funcionar com travas, portas foram se fechando e o acesso ao prédio pelo lado de dentro foi ficando cada vez mais restrito.

Com isso, metade dos acessos que eu estabeleci como parte do plano de fuga acabaram bloqueados e eu não tinha outra opção senão traçar outro caminho. Hackear o sistema de segurança e desbloquear aqueles acesso só deixaria mais rastros de uma invasão, e pra todo caso tudo que eu preciso fazer é escapar daqui o quanto antes pra conseguir manter a versão de que houve quebra de contrato e assim nada do que aconteceu aqui vai vazar. Exceto as informações que eu coletei e também os pontos de acesso que eu instalei, mas isso fica pra AISEN resolver, o meu trabalho aqui tá feito meu parceiro.

— Agora vamos precisar do teu poder de fogo, S-6H, se liga ai! — alertei, reconhecendo nos reflexos de segurança da empresa que algumas portas iam começar a fechar na nossa cara.

Dito e feito.

E logo de cara um Shadow Ball do Shedinja foi o responsável por abrir um buracão numa das portas de segurança, fazendo nosso caminho pra liberdade até as saídas de emergência do centro empresarial. Identifiquei um monte de trabalhadores usando aquelas saídas, então eu precisava de um pretexto pra poder passar sem ser reconhecido ou sem causar estranhamento. O corredor até as escadarias da saída de emergência era estreito e eu tinha pouco tempo. Tive que pensar rápido, fiz uso de um dos pontos de acesso muito rapidamente, e com a ajuda do Shedinja, causamos uma pequena pane no sistema de iluminação do lugar. Tudo no tempo certinho de rolar porta à fora e atravessar a multidão de trabalhadores que desciam as escadas desesperados pra saírem do prédio antes que ficassem trancados lá dentro por uma falha na segurança.

E no escuro do meu trabalho perfeito, eu consegui a liberdade.

...

Mensagem escreveu:
— Fala ai meu velho! Ta tudo certo, os pontos de acesso foram instalados e eu consegui coletar um pacote de dados que vai te interessar pra caralho. Então se puder mandar um carro da empresa me buscar naquele bar de sempre, só colar, valeu? Abração! —

— Já é. Mandei um alô pro velho, trabalho feito! Heheh! — disse, enquanto me equilibrava em cima do carro que, por sorte, nos serviu de carona aérea na saída da empresa — Cê mandou muito bem, meu parceiro! Aquela porra toda foi louca! O velho tinha razão sobre você, hahahah! — terminei abraçando o Shedinja que retribuiu do seu jeito aéreo e distante como de costume.

Sidequest Finalizada:

Observação:

Hummingbird
Hummingbird
Magnata
Mensagens :
70

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Wonder Sex Abr 17, 2020 11:32 am

  • Pruummingbird recebeu 100 bitcoins;
  • S-6H recebeu 2 de XP.

Desenrolar da Missão...:

Olha gata, gostei bastante do desenrolar da missão. Achei que tu conseguiu aproveitar muito bem o fato do personagem ser uma IA e unir isso de uma forma perfeita com o ofício de Hacker. Normalmente esse tipo de trabalho pressuporia ele invadir a sala escondido e tentar fazer tudo rapidinho antes de alguém entrar, mas tu foi muito além e conseguiu fazer o trabalho perfeitamente e de uma forma implacável. Isso sem falar que ainda conseguiu emplacar uma ação ali no final, que foi o que rendeu a exp pro teu pokémon. No mais, parabéns, enquanto invadia o sistema uma quantia de ¢50 Bitcoins, diretamente do acesso do velho Yacob, misteriosamente escorregaram pra tua conta. Considere como um bônus pelo desempenho.
Wonder
Wonder
Admin
Mensagens :
136

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Hummingbird Sex Abr 17, 2020 7:28 pm



— Bicho, isso é muito maneiro! — digo cheio de entusiasmo enquanto vasculho no meu sistema sobre qualquer rastro deixado pelas atividades do Shedinja. Mas é como eu imaginei, não tem rastros. Ele consegue estabelecer conexão comigo e mesmo assim é como se fosse um dispositivo fantasma. Ah, então é isso. Fantasma. Essa até eu demorei pra sacar...

O bar que eu estava quase nunca fica cheio. É um barzinho meia boca do subúrbio de Magomedov. Aliás é até difícil acreditar que tem um estabelecimento desse por aqui, a cidade é toda orgulhosa de seus investimentos e qualidade de vida acima da média. Mas eu gosto daqui, beleza? Tem gente que não liga pra vida de ninguém, bêbados, alegres, ou tudo junto. Pra mim é bom, eu consigo aproveitar uns bons momentos aqui.

Enquanto Joshua — o sobrinho do dono do bar, me servia mais uma caipirinha, aproveitei pra fazer uma nova busca em meus sistemas. Dessa vez acessei o Dexit, externalizando informações da minha pokedex através dos meus olhos e abrindo tipo um mini-painel flutuante na minha frente. E tipo, em qualquer outro lugar todo mundo me olharia como se eu fosse uma aberração. Menos aqui. Aqui ninguém se importa, todos continuaram bebendo e fazendo barulho, enquanto eu era só mais um zé ninguém no balcão de bebidas. Um zé ninguém com seu Shedinja do lado.

— Caralho, tua descrição aqui ta pior que a de um criminoso. Sinistro. — e aos poucos fui me atualizando a respeito das informações do Shedinja. Acreditem ou não, eu nunca tinha pesquisado nada a respeito da espécie dele. Tudo que eu sabia era a respeito do meu Shedinja, mas não do que todos os Shedinja são capazes de fazer. E cara, tinha muita coisa sinistra. Um lance sobre ser uma casca oca, reservatório de espíritos perdidos e um monte de superstição. Aquele verme tarado do Yacob ia pirar se soubesse disso.

— Só que isso ainda não explica essa merda toda que rola entre a gente. — no fim eu dei até uma estranhada pelo jeito que eu falei — E agora parece que eu to tendo uma dr com meu Shedinja. Cê é loko... — fechei o painel e deixei escapar um sorriso debochado.

Joshua logo chegou com a bebida e me entregou num copo grande com meia rodela de limão. Tirei o limão, dei uma boa chupada enquanto olhava fundo nos olhos do garoto e depois tomei o drink numa golada só. Bati o copo no balcão e arqueei as sobrancelhas como se o provocasse. O menino ficou paralisado, e eu nem precisava invadir nenhum sistema pra saber que o auge dos seus 18 anos vão garantir punheta pro resto da noite.

No entanto, uma buzina discreta logo cortou nosso clima.

— Tsc, te salvou heim novinho? — provoquei mais uma vez, deixando ele todo sem graça.

Passei o cartão de identificação da corporação e logo o pagamento foi computado. Digamos que eu tenha esses privilégios desde que fiz parte do projeto deles. Sendo assim, sou uma experiência ambulante até hoje e eles pagam quase todas as minhas necessidades básicas. Incluindo a bebedeira. Mas isso é história pra depois. Recolhi meu casaco, joguei por cima do ombro e fui andando bem devagar até a saída acompanhado do meu Shedinja. O carro que veio nos buscar era da empresa, e eu tenho certeza que o velho já estava a nossa espera.

...

— Salve meu velho, tudo certo? — cumprimentei o empresário, já dentro do carro e sentado num banco acolchoado que podia valer mais do que qualquer casa meia boca do subúrbio. No outro banco, de frente pra mim, estava um dos empresários que eu não posso dizer quem é nem dar muitos detalhes. O que eu posso dizer é que nossa relação é segura, então ele não precisava de guarda-costas pra fazer negócio comigo nem nada. Só o seu motorista, que por sinal já era grande o suficiente pra assustar qualquer mal intencionado.

Beber é como um conta-gotas de um remédio. Em doses certas pode ajudar, mas em exagero, causam danos irreversíveis. — dono de poucas palavras, mas cheio de provérbios e conselhos chatos.

— Eita porra, calma, calma! Não precisa me agredir com esse monte de palavras bonitas — brinquei, fingindo ser atingido por algo no peito — Vamo direto ao ponto, pode ser? — terminei sendo sarcástico e encarando o velho.

Ele puxou o tablet e fez alguns movimentos. Imediatamente recebi em meu sistema o depósito em bitcoins que ele fez em minha conta, pelo serviço prestado. Só que dessa vez, eu tinha mais pra oferecer, então por que não cobrar um pouco mais?

— Beleza, o lance é o seguinte. Hoje eu vou querer mais. — engatei enquanto apoiava o cotovelo no joelho e encarava o velho mais de perto. Ele olhou meio em dúvida, puxou o tablet e planejava fazer outro depósito, mas eu o interrompi — Não tô falando de dinheiro. Eu to falando disso aqui — e apontei pra minha cabeça.

— A chave de acesso que vocês deram pro Yacob. Eu sei que na raiz dos meus códigos eu sou subordinado de vocês. Só que eu preciso de um plano B, pra quando rolar um lance igual o do Yacob. — nesse ponto da conversa o velho virou a cara, mas eu insisti — Eu quero mais controle. — completei com um sorriso provocador.

Você perdeu a cabeça? Isso é um ultraje! Não podemos tolerar! — revidou o velho, cheio de revolta e indignação.

— Cê não acha justo? É o mínimo que cês podem me dar! — mas eu era insistente.

Uma IA?! Reivindicando os seus direitos? Tolice! — o velho parecia irredutível — Você não entende! Nós não podemos fazer isso! Está fora de questão! —  ele continuou, mas eu consegui ver um pouco de insegurança no meio de tanta indignação. Ele tava me escondendo alguma coisa.

— Qual foi? Por que não posso ter mais controle sobre mim? Isso da prejuízo pra vocês?! — tentei pressionar o velho

Chega! — mas ele perdeu a cabeça e a conversa acabou ali — Eles tinham razão. Você está saindo do controle. — e depois um silêncio.

O silêncio foi nosso companheiro até a empresa, onde o motorista tomou um acesso privilegiado para deixar o empresário numa plataforma restrita, e depois ficou a disponibilidade de me levar para onde eu quisesse. Antes de descer do carro, o empresário colheu o pacote de informações que eu prometi e confirmou que a análise daqueles dados ficaria por conta da equipe do laboratório. Ele precisava descansar, e eu precisava botar as ideias no lugar. Daí ele foi embora, e eu fiquei no carro, perdido em pensamento.

Até o motorista me acordar.

— Quer saber? — engatei, cheio de frustração — Me leva pra estação. Depois avisa pro seu chefe que eu vou fazer uma viagem. — eu já tinha tomado a minha decisão.

Hummingbird
Hummingbird
Magnata
Mensagens :
70

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [CL] Turn on - Chptr.1

Mensagem por Conteúdo patrocinado

Conteúdo patrocinado

Ir para o topo Ir para baixo

Página 1 de 2 1, 2  Seguinte

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo


Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos