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[CL] Prólogo > Veritys Vanguard

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[CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Seg Abr 13, 2020 7:08 pm

Relembrando a primeira mensagem :



Prólogo
Índice de Acontecimentos



Sinopse: Heiwas toma algumas decisões difíceis que a podem levar por caminhos sem volta. As coisas parecem apenas aumentar e piorar no decorrer dos dias, principalmente depois que um pacote misterioso cai em seu colo e um assassino tenta ceifar-lhe a vida, mas o encontro com um novo aliado e relacionamentos recém descobertos pode lhe dar a força que ela precisa para seguir adiante.




Heiwas
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Sáb Abr 25, 2020 4:00 pm



Dessa vez não tinha para onde correr. Com um pop a pokébola se abriu e um brilho prateado sugou a raposa para dentro. A pokébola balançou e balançou até se acalmar e se apagar.


Heiwas caminhou calmamente até a esfera e a pegou, sentindo um sorriso de alegria se formar em seu rosto. Ela voltou a face para a janela quebrada e assistiu o sol raiar, os raios banhando seu corpo cansado. A escuridão foi embora, levando com ela suas dúvidas.


—Não podemos mais ficar…


Krinvo gritou em concordância e foi se limpar no topo de sua cabeça. Heiwas sorriu. Ela também tinha coisas para resolver.




OBs: No primeiro post eu citei a Violet, eu espero que não tenha algum problema. Se tiver mudarei com prazer ;D
Heiwas
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Balor Sáb Abr 25, 2020 4:56 pm

[CL] Prólogo > Veritys Vanguard - Página 2 Swablu
Krinvo ganhou 17 XP
Saúde: Está bem, considere uns 90%

Heiwas ganhou 20 Bitcoins
Gastou 2 Pokéball, subtrair da ficha
Gastou 1 Bitcoin no Centro Pokémon, subtrair da ficha.

Na jornada temos desses dias em que tudo parece estar conspirando contra nós, e dessa vez você trouxe um post nesse contexto, bem escrito e bem narrado. Gostaria de destacar que não é problema citar outros personagens, desde que haja bom senso e esteja tudo dentro duma lógica de progressão, é super válido, inclusive amei que tenha feito isso de forma tão sutil e ainda trouxe a Violet com a relevância que lhe faz jus atualmente, sendo ela ainda Rank D. Parabéns.

[CL] Prólogo > Veritys Vanguard - Página 2 Nickit
Nickit Star Star
EXP: 00/200
(Está razoavelmente bem)
- Hone Claws
- Assurance
- Night Slash
- Quick Attack
- Tail Whip
Balor
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Qua Abr 29, 2020 8:28 pm

Transição


Depois de virar em uma esquina qualquer e percorrer no sentido sul de rua sem nome, você poderá ignorar o conjunto de prédios à esquerda para continuar subindo na direção do aglomerado de casas que, de tão próximas que estavam, mais pareciam uma colmeia. É nessa pequena favela, na parte de cima de um barraco tão decadente quanto os outros que está à casa de Heiwas. Ou, bem, ela acha que é uma casa.


Francamente, Nickit está começando a desejar voltar para aquele prédio abandonado. Pelo menos lá tinha mais janelas que… essa... coisa….


—Não fique tímido aí. Sinta-se em casa —Heiwas disse, um pequeno sorriso cutucando seu rosto. Não era muito grande, mas era foi o suficiente para fazer a raposa acreditar que não haveria perigo por perto —venha, eu vou te dar um tour!


E assim ela guiou a raposa para mais dentro do sótão, porque sim, era um sótão. Com teto baixo e triangular, possuía uma janela retangular na parte direita e outra, quadrada e profunda, na última parede, perto da “cozinha/ quarto/ sala”; era grande em comprimento, contudo não tinha altura e suas paredes subiam, fechando-se em um triângulo com a linha de madeira.


—Inovador, não? —Nickit levantou um nariz em discordância, no entanto foi prontamente ignorado quando a menina se voltou para o pássaro azul —Você não precisa fazer isso, Krinvo…


—Blu —O Swablu lhe lançou um olhar que dizia “se não for eu a recolher essa bagunça, então quem?” e continuou a coletar as roupas e lençóis do chão.


Falando em lençol, ali estava a cama. De solteiro, situada entre a cômoda e a parede, ao lado que era para ser a cozinha. O ladrão se perguntou qual seria o rosto de Heiwas se ele rasgasse aqueles lençóis verde musgo que pareciam ridiculamente fofos. Perguntou-se, ainda, se ela baterá nele ou o jogaria fora. Na verdade, dada à agilidade que ela demonstrou apenas algumas horas atrás, não acha que conseguiria chegar perto o suficiente antes dela pegá-lo.


—Vamos, o que você está olhando? Venha deitar comigo!


A jovem tirou a capa e as luvas e os jogou em cima da cômoda, recebendo um bufo irritado da ave. Krinvo guinchou mais alto e rasou sobre sua cabeça, suas garras alcançando o tecido vermelho para colocá-lo em algum gancho. Nickit não sabia dizer qual ou onde, pois ainda estava surpreso demais com o convite da garota que, agora, abria a primeira gaveta do móvel e se sentava na cama.


Krinvo veio pousar na gaveta um minuto depois, o corpo oval descansando na variedade de tecidos finos e suaves. Seda?


—Você não vai crescer mais, sabia? Estou cansada só de olhar você aí de pé! —A menina fez beicinho —claramente um ato; Nickit sabia a diferença. Não era ele que a estava deixando cansada. Aquela pele pálida e olhos vazios é algo que a raposa nunca conseguiu, nem mesmo com as suas piores brincadeiras.


Mas ele também não é bobo. Ele é um caçador oportunista então ele vai, bem, aproveitar a oportunidade.


Heiwas já havia tirado as botas e colocado à bolsa de couro, que carregara o dia todo, no colo quando seu mais novo parceiro subiu na cama, as patas batendo no lençol, afofando o tecido, antes de se enrolar e deitar-se.


—Swablu blu.


—Não, Krinvo, eu vou comer depois —Ela disse virando o conteúdo da bolsa na superfície irregular —E você também! Mas só depois de eu dormir minhas dez horas de sono.


A conversa parece ter ficado por isso mesmo, pois o pokémon voador começou a se limpar e a atenção da menina voltou novamente para o feixe com senha da bolsa. Nickit os observou longamente, atento para cada reação antes de se entediar e voltar seus olhos para as bolas verdes que a menina despejara ali.


Eram muitas, mais de vinte, e todas coloridas com um verde vivo e brilhante, um dourado e azul dançando dentro delas.


—Cuidado. Eletrolocks armazenam energia e estes estão cheios.


O tipo dark, claro, ignorou o aviso, batendo nas esferas com as patas. Foi divertido vê-las rolar, a energia dentro delas tremeluzindo; principalmente se elas se tocavam —porque, aí, o verde sumia e o amarelo e azul explodiam em milhões de feixes, como uma estrela. No entanto, até isso perdeu a graça e foi quando ele teve a brilhante ideia de colocar a bola na boca.


—Nick!!!!


—Eu te disse… —A garota riu e Krinvo grunhiu para a bola de pelos espetada. O eletrolock, assim que entrou em contato com a saliva, faiscou e um pequeno choque elétrico atingiu a boca da raposa, fazendo-a largar a esfera —É por isso que eles dizem para não meter o nariz onde não é chamado hahaha[/color] —Então ela tocou gentilmente o nariz do canino e a ação foi tão inusitada que arrepiou ainda mais a bola de pelos. Naquele momento, tudo que Nickit podia ver era Heiwas e seus olhos cinza e como suas ações eram estranhamente reconfortantes para alguém que parecia ter tido tudo menos conforto. Não que ele soubesse muito dela...era apenas uma impressão... —Não se preocupe, o susto vai passar. Sempre passa.


Tomando aquilo como um sinal e cansada de mexer em algo que ela não pode resolver, Cliwyn colocou tudo no lugar e guardou a bolsa embaixo da cama antes de se jogar no centro de seu ninho de cobertores e travesseiros e suspirar profundamente.


Ela assistiu com humor o tipo escuro se enrolar nos pés da cama, pensando que em breve deveria pensar em um nome para ele, e, depois, foi abrir as mensagens que Liar mandou no Dexit.


Chat: Liar:


Heiwas não se deu ao trabalho de responder. Cansada, lutou para se levantar e trocar de roupa, mas no fim ela ganhou a guerra, indo se deitar em seu adorável e confortável pijama.


—Finalmente —Ela disse. Com uma batida de palmas as luzes se apagaram, lhe lembrando, exatamente, porque ela paga o aluguel de oito bitcoins por mês.


O tempo passou e as engrenagens de Alfa continuaram a girar. Deu quatro, seis, oito horas e Heiwas persistia dormindo, enrolada em calor e confortada pelo barulho que as máquinas de Stalehelm faziam. Isto é, até que um barulho a fizesse despertar, seu corpo endireitando-se rapidamente.


—Aiiiii —Cliwyn gemeu, sentindo que suas articulações havia, de alguma forma, saído do lugar — ~ o ~ que ~ hum?


Grogue, olhou de um lado para o outro, não enxergando nada além da escuridão. Ela bocejou longamente e já ia se deitar novamente quando o barulho estridente de uma panela caindo a tirou de seu estupor.


—K-k-krinvo, psiu —Chamou baixo o pokémon. O swablu olhou para ela com olhos brilhantes e balançou a cabeça —Ah não, eu não vou. E se for uma barata? Você vai.


Krinvo arrepiou-se com a sugestão e depois guinchou quando um barulho de madeira sendo arranhada foi ouvido. E se for um rato?, pensou, fitando a raposa com desespero. Nickit olhou meio grogue para ele antes de dar a língua e voltar a dormir. Covarde!


—Swwww!


—Eu não vou sozinha! Esqueça!


Como nenhum dos dois queria ir e o barulho não os deixava dormir —somado com o fato de que alguém poderia ter entrado ou, pior, podia ser uma barata/ rato —, acabou que foram os dois.


Cliwyn (de pijama azul com nuvens brancas) não era um rosto ameaçador, principalmente porque a menina não tinha nada além de uma vassoura (o que é? Nem todo mundo tem uma IA para arrumar as coisas para você!) e o tipo voador também não era lá a melhor escolha de cão de guarda, sua espécie sendo extremamente vulnerável no escuro, mas a escuridão agora era o que os mantia na vantagem e Heiwas não ia jogar isso fora só porque não conseguiam ver direito.


Assim, a garota avançou nas pontas dos pés. o nervosismo estava fazendo seu estômago embrulhar e suas mãos suarem, o medo tocando em seus ouvidos com qualquer ruído ou vulto. Era quase como se ela soubesse que algo ia dar errado.


A jovem engoliu em seco e pisou na cozinha, o barulho de arranhar parando instantaneamente. Mau sinal.


Krinvo pairou do seu lado esquerdo, alerta, e os segundo se arrastaram no silêncio suspenso. Nem respirar a garota se atreveu a fazer, não quando havia alguém fuçando a sua cozinha. Quando a ansiedade parecia demais e o arranhar retornou suavemente, Heiwas bateu palmas e as luzes se acenderam imediatamente.


Então, ela gritou.


Para ser sincero, não foi ela que começou a gritaria. Aquilo não era uma barata, era um rato! Um rato! Swablu estava surtando!


—Patrat! —O bicho gritou, as patas ainda na porta do armário e… aquilo era um pedaço de pão?


—Ei! Esse é meu café!


O esquilo rosnou e saltou em cima dela, tão rápido que a jovem reagiu por puro extinto e tacou a vassoura nele, derrubando-o em um único golpe.


—Ohhhh oops… foi mal? —O pokémon rosnou novamente, entretanto permaneceu acuado —Agora, porque você não sai da minha cozinha e nós…


—Patrat!!! —Ele não parecia muito inclinado para paz, não que Heiwas fosse uma especialista de emoções, porém atacar alguém com um Crunch não era lá um sinal muito pacífico.


Cliwyn tropeçou para trás, já antecipando os dentes se fechando na sua pele quando Krinvo finalmente resolveu se mexer, atingindo o tipo normal com um Take Down e lançando-o longe da menina.


Heiwas aproveitou a brecha para puxar a Dexit, que ela tinha colocado em algum lugar por aí, e escanear o invasor, mesmo que a hacker já tivesse uma ideia de quem era.


Dexit::


—Pegue ele, Krinvo!


O esquilo foi se esconder debaixo do armário, entretanto o Swablu o pegou pelo rabo com as garras, acertando sua cabeça redonda com o bico enquanto o arrastava pelo piso de madeira. Fury Attack só acertou duas vezes antes do “escoteiro” perder a paciência e se virar com as os dentes enormes em brilhando em branco. Com um movimento rápido ele mordeu as asas macias com o Super Fang.


O grito que se seguiu não foi normal. Parecia um banshee cantando a música da Lady Gaga, mesmo assim não pareceu ter sido o suficiente para acordar (ou interessar) a raposa que dormia tranquilamente na cama.


—Round! —Heiwas ordenou por cima da gritaria.


O pássaro virou-se para o adversário que ainda estava pendurado nele, a baba escorrendo sendo mais que motivo suficiente para ele caprichar no ataque. Patrat, porém, fitou o pássaro com força, olhos brilhando assustadoramente, transmitindo o quão ruim era a ideia de ele reagir. Claro, Leer pode ter abalado à defesa de Swablu, mas não foi o suficiente para evitar que o Swablu atacasse com Round.


O som estridente empurrou o esquilo para longe dele, os círculos vermelhos atingindo-o em cheio. Mesmo depois disso Patrat não desistiu e ele voltou a olhar com ódio para a ave, abaixando mais uma vez a defesa do pokémon de Heiwas —Take Down, vamos!


Krinvo caiu sobre ele, asas fechadas e corpo cintilando em luz branca. O pokémon escoteiro saiu para encontrá-lo com Tackle, aproveitando a defesa desgastada do Swablu. Entretanto esse parecia ter mais experiência em combate e mudou de direção no último minuto quando o roedor saltou, como se previsse que isso aconteceria. Ele deixou-se cair mais pra baixo, fazendo o Patrat passar por cima e, então, atacou, acertando-o bem no estômago.


—Acabe com isso!


O pobre invasor estava mais que abatido, os membros tremendo embaixo dele enquanto lutava para se manter de pé. Apesar de todo o sofrimento, ele parecia ter orgulho o suficiente para continuar a luta. Seus olhos dourados e vermelhos começaram a mudar de cor sucessivamente e sua cauda balançou lentamente como um pêndulo. Hypnosis.


Mas claro, já era tarde, pois Swablu havia sido mais rápido e atacado com Round, o grito ecoando por toda a cozinha e atingindo os ouvidos sensíveis do roedor. Não deu outra. Assim que os círculos vermelhos acertaram o Patrat ele caiu desossado no chão, desmaiado.


Heiwas franziu a testa com pena ao pegá-lo e colocá-lo do lado de fora, onde poderia ir embora depois que acordasse. Ela já ia fechar a porta, porém parou e pensou melhor, indo para dentro de casa e pegando um pedaço de pão do armário em que o pequeno ladrão estava mexendo. Ela deixou a comida ali, do lado de sua cabeça, e entrou, preparando-se para voltar a hibernar.


—Mas antes por que não comemos algo? —Heiwas perguntou para Krinvo que olhava com nojo para a baba ainda aderida as suas penas. Na menção de comida a raposa finalmente acordou e se aproximou sonolenta de suas pernas, esfregando-se como um gato.


Sem pensar muito nisso, Heiwas rolou os olhos e pegou o canino no colo: —Certo, eu quis dizer todos nós…




[CL] Prólogo > Veritys Vanguard - Página 2 504MS

OBs: Em homenagem a barata que entrou voando pela minha janela. Não há nada mais ruim do que um visitante não convidado no meio da noite.
Ps: Desculpe a batalha meio curta, mas achei que por Swablu ter mais exp em combate contaria de alguma coisa XD
Heiwas
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por chansudesu Qui Abr 30, 2020 1:02 am

Após todo o acontecimento pela casa — ou sótão — de Cliwyn, o confronto deixou alguns dos deploráveis móveis fora de lugar. Mas não foi isso que verdadeiramente chamaria a atenção da Hacker no amanhecer seguinte: era uma tábua fora do lugar, de maneira tão ínfima que apenas o recém capturado Nickit seria perspicaz o bastante para percebê-la. Um cintilar prateado surgia daquele ponto em meio à escuridão como se clamasse pela curiosidade dos moradores do ambiente.

Arrastando o pedaço de madeira para o lado, caso Cliwyn não tivesse medo de acabar com uma ou duas farpas nos dedos, certamente teria um saco de Brightpowder para si. Produzido em meio à poeira da residência ou trazido por invasores domésticos? Quem sabe? O importante é que agora, caso desejasse, poderia tê-lo em meio às suas coleções.

[CL] Prólogo > Veritys Vanguard - Página 2 Brightpowder

  • Krinvo recebeu 7 de XP;
  • Cleptomaníaco recebeu 7 de XP;
  • Heiwas recebeu 20 Bitcoins;
  • Heiwas encontrou Brightpowder em meio à poeira da casa. [CL] Prólogo > Veritys Vanguard - Página 2 Brightpowder

O amanhecer carrega recompensa para aqueles que sabem aproveitar-se do caos:

Eu realmente me apaixonei muito pela forma que você lida com tudo na sua campanha transitando entre as sacadas de humor e as aventuras Pokémon emantadas no cenário catastrófico de Stalehelm Alfa. Acho que a sua personagem tem muito pela frente ainda e parte do passado junto com incertezas envolvendo o futuro me fazem refletir a respeito de qual caminho seguirá quando decisões importantes apareçam para que ela resolva — sendo assim, dei uma missão de calibre mais elaborado, que terá mais "rotas" a serem ramificadas mais para frente, caso você ache que esse seja o momento ideal para ela. Por outro lado, também optei por deixar uma Minor Quest mais fácil caso queira evitar enredos mais... perigosos por enquanto.

De toda forma, você só deverá fazer uma das duas caso sinta necessidade. Do contrário, prefira seguir com o seu ritmo atual, o que já é mais do que o necessário.
chansudesu
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Seg maio 04, 2020 6:04 pm

A Grande Engrenagem



Depois de comer e dormir mais quatro doces horas de sono, Heiwas permaneceu deitada em sua cama, olhando inquieta para o celular em cima da cómoda. Liar havia pedido um dia e, apesar de saber que era um tempo curto para espalhar a mensagem de que ela precisava de um piloto irregular barato, ela já estava ansiosa. Nunca foi muito de seu feitio ficar parada, mesmo que soubesse que sair agora sem uma resposta do contrabandista seria em vão.


—Nunca pensei que o tempo passava tão devagar —Murmurou para seu amigo emplumado, virando-se de lado para olhar para o seu mais novo parceiro.


A raposa, que havia desistido de brincar com os eletrolocks depois de todo aquele fiasco, estava gastando seu tempo descobrindo todos os esconderijos daquele sótão. Na verdade, não havia nenhum esconderijo antes, mas a quantidade de buracos na parede, madeira solta e a curiosidade de uma raposa entediada mudou esse cenário rapidamente. Heiwas jura que viu a cabeça do Nickit aparecer de cabeça pra baixo no teto segundos depois que ele se enfiou em um armário da cozinha.


—Hum, o que é isso?


A garota se levantou e se esticou longamente antes de se aproximar do canino que batia com as patas em uma tábua solta. Ele arranhou a superfície, farejando-a a cada poucos segundos.


—Qual o problema…? —A jovem perguntou, ajoelhando-se e com pouca dificuldade arrancando a madeira a do lugar, mesmo que algumas farpas atrevidas ferissem suas mãos —Oh, hei hei hei! Agora isso é um bom sinal!


Ela exclamou, um pouco surpresa por ver o pó verde brilhante amontoado no buraco na parede. A surpresa foi rapidamente substituída pelo riso —não uma risada histérica ou decepcionada, apenas aquele riso que vem quando você percebe que algo interessante estava bem debaixo do seu nariz. Era como uma lufada de ar refrescante para Krinvo, pois fazia um tempo desde que ele a havia visto rindo —Talvez você dê sorte mesmo...Sorte, hein?


—Nickit? —A menina olhou uma última vez para o pó verde brilhante antes de embalá-lo e pegar a raposa no colo, seu sorriso aumentando quando o levantou alto nos braços.


—Sorte. Você é um sinal de boa sorte, não é Luckity?


—Swwaa! —O swablu resmungou, revirando os olhos de onde estava deitado no ninho de lençóis.


—Vamos! Não é um nome tão ruim assim e se encaixa!


—Nic!


—Swablu!


A discussão que se originou foi rapidamente engolida pela música estrangeira que saia do Dexit. Ela era sensual com ritmo lento e Heiwas reconhecia-a vagamente de um vídeo qualquer que ela havia recebido —ele tinha alguns minutos, parecendo ser o corte da gravação de um show de karaokê feito em um tal de La Maison Pub (ou La Maison Pub era o nome do show?). Bem, de alguma forma, aquela música acabou em suas mãos e virando o toque de seu Dexit, mesmo que ela detestando músicas lentas. Sua vida estava mesmo um caos se ela estava dando ouvidos a vídeos aleatórios.


Preciso mudar o toque depois, ela pensou enquanto abria a mensagem que saltava em sua tela. O que ela viu ali a surpreendeu tanto que quase a fez largar o equipamento.


Número Desconhecido:


Não havia remetente nem nada que denunciasse o autor da mensagem, mas aquele símbolo —um caduceu alado com uma engrenagem no topo —era tudo que a garota precisava para saber quem tinha mandado a mensagem.


Ela engoliu em seco e se sentou na cama com as mãos travadas envolta da Dexit, de repente se sentindo muito nervosa com o seu derredor.


—Luckit, retorne —A menina chamou a raposa que franzia a testa para ela. Depois que o feixe vermelho engolfou a figura e a absorveu, ela se levantou para vestir sua capa vermelha, sempre murmurando para si mesma —Krinvo, precisamos ir.


Porque quando O Conde chama, não há outra coisa a fazer além de ir.


⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊✬[CL] Prólogo > Veritys Vanguard - Página 2 PinRSani333✬⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊


Saint Mercury, um lugarzinho nada caseiro. Situado em um dos lugares mais altos de Alfa, Saint era considerada como um dos restaurantes mais caros da cidade. A vista panorâmica que se abria atrás de uma série de painéis de vidro e as mesas de prata finamente trabalhadas nas quais as damas de penteados altos e os velhos fanfarrões, em suma: a elite, se sentavam para comer pratos nada apetitosos. Pelo menos era isso que parecia para Heiwas, que olhava ao redor com uma testa franzida e expressão vazia.


—Eu não entendo do por que de tantos lustres, desse jeito vão acabar incendiando o lugar com tanta luz —A jovem comentou, sentada na cadeira de metal nada confortável. Uma IA que estava servindo a mesa vizinha virou a cabeça para olhá-la, como se realmente duvidasse que ela pertencesse ali.


Quer saber? Ela está certa! Não acredito no que estou fazendo!


Seus olhos se voltaram para o ambiente estéril, totalmente desprovido do cinzento que a cidade parecia ostentar em toda a parte. O chão reluzia de tão limpo que estava e as mesas redondas, forradas com toalhas retangulares em vários tons de pastel, lhe conferiam um tom simpático, fantasioso e relaxante. Mas Heiwas não conseguia relaxar.


Não com aquela IA idiota ainda a olhando e, com certeza, não quando ela estava prestes a se encontrar com um dos homens mais influentes de Stalhelm Alfa. A grande engrenagem. O dono de uma gama absurda de cassinos e de todo tipo de jogo de azar. Veritys Vanguard se encontraria com O Conde e não teria seu parceiro ao seu lado.


—Bela ideia mandar Krinvo vigiar —Resmungou, encostando-se pesadamente em um dos painéis de vidro —O quão burra você pode ser? Que tal você pedir um prato nesse restaurante ridículo e depois vender seu rim para pagar...não…um rim não seria suficiente. Eu teria que vender mesmo era a minha…


—Alma? Se a senhorita estiver pronta nós estamos dispostos a comprar.


—Como eu dizia, quero que você invada o sistema de Gurin e acesse as informações de suas últimas vendas —A loira disse rispidamente, a única emoção além da indiferença que tinha mostrado para a garota —Jhe-Gurin é uma empresa de Beta, ela fabrica artigos de luxos em prata.


—Prata? Beta? Porque O Conde está interessado por Jhe-Gurin? —Heiwas sussurrou, colocando a mão no queixo. Depois de um segundo pensando ela se endireitou e fitou a mulher com um olhar sério —Eu agradeço a consideração e tudo, mas tenho que recusar sua oferta.


—Espere, recusar?! —Agora, além da irritação havia incredulidade nos tom da mulher. Heiwas, você está cavando sua cova muito rapidamente.


—Me desculpe, mas eu sou uma hacker branca. Não posso simplesmente invadir uma empresa qualquer sem uma razão que justifique isso! Então, tchau e, mais uma vez, obrigado.


—Sandile!


Heiwas já ia se levantar e se curvar em respeito quando um flash vermelho iluminou seus olhos por um minuto. Subitamente, o maior Krookodile que ela já havia visto apareceu em sua linha de visão, a cabeça curvada na sua direção e as os braços estendidos sobre a mesa metálica como se quisesse lhe mostrar que tinha garras também.


—I-isso não é um Sandile.


O crocodilo era enorme e seu sorriso quase que combinava com a expressão feroz da loira. Os dentes estalaram perto de seu rosto, a baba pingando na mesa. A menina não sabia se sentia medo ou nojo, contudo o rugido que o jacaré gigante deu, quase abocanhando a cabeça dela no processo, foi o suficiente para sanar sua dúvida.


A hacker não gritou, ela não tinha forças pra isso, e muito menos se mexeu. Qualquer coisa que ela pudesse fazer parecia ser a decisão errada diante daquele monstro.


—Muito bem, esse é o novo negócio: ou você aceita o trabalho —A loira disse, apoiando seu corpo no do crocodilo —Ou você não vai aceitar mais negócio nenhum. De ninguém. O que vai ser?


A jovem tremeu, os dedos apertados no metal da mesa. Ela tentou reunir coragem para falar, para se justificar, porém, de alguma forma, tudo que conseguiu sair de sua boca foi:


—Eu não faço trabalhos sujos.


E parecia ser a coisa certa a dizer porque algo no semblante da loira mudou. Entretanto, nem dois segundos depois, a aura fria havia voltado, esmagando qualquer chance de Heiwas de sair ilesa daquele lugar.


—Estraçalhe-a.


O jacaré rugiu novamente e, subitamente, o painel de vidro, que estivera olhando nos últimos segundos e pensando: “é uma ótima hora para eu me jogar daqui”; explodiu em uma chuva de cacos de vidros.


Tudo aconteceu tão rápido que a única coisa que a garota faz é jogar os braços para cima para proteger a face dos vidros enquanto que um vulto branco abre caminho pelo painel e ataca o Krookodile em uma rajada de ataques.


—Mas oque…


—Krinvo?! —O pássaro não responde, muito ocupado tentando escapar do Bite do réptil que, agora, havia colocado uma de suas pernas em cima da mesa e se erguia para tentar pegar o pássaro. Swablu continuou com o Fury Attack, causando um baita estrago ao acertar cinco vezes no tipo dark —E é por isso que você fica de vigia! Round!


Heiwas teve que se abaixar (lê-se se jogar da cadeira) quando a cauda reptiliana quase arrancou sua cabeça com a agitação. Krinvo também teve sorte em se esquivar, voando mais alto que o pokémon inimigo para ficar fora de alcance e dispara um grito poderoso que abalou o jacaré monstruoso e deixou a adolescente com dor de cabeça.


—Coloque-o para dormir!


—Sandile, impeça-o e depois use Torment!


Swablu teve que parar de se mexer para cantar, suas asas abrindo-se lindamente atrás dele enquanto estufava o peito e se preparava para usar o Sing. Sandile, ou melhor Krookodile, não se agitou como as maiorias dos pokémon fazem diante do Sing, no entanto foi rápido em usar sua cauda para golpeá-lo no chão. Não era um ataque, apesar de ter doído um pouco. Serviu unicamente para distrair o tipo normal e interromper a canção.


Krinvo não gostou nenhum pouco disso e ficou ainda mais perturbado depois que Krookodile o provocou, cruzando os braços e olhando com desdém para a jujuba alada. Torment.


—Ignore ele, Take Down!


—Não o deixe fugir, Mud-Slap!


Como o pedaço de nuvem era mais rápido que o projeto de dinossauro, aos olhos de Heiwas pelo menos, ele foi o primeiro a atacar, acertando em cheio a cabeça do crocodilo com seu corpo envolto de uma luz prateada.


Segundos depois o Swablu estava recuando, esvoaçando alto para tentar evitar mais golpes, parecendo ter esquecido que o Mud-Slap de Krookodiles era de longo alcance. Foi esse esquecimento que favoreceu o réptil quando ele disparou da sua boca um jato de lama, atingindo o corpo menor com força —e pior, sujando-o de lama.


—Até que enfim! Acabe com isso com Assurance!


—Contra Ataque! —Essas foram às únicas palavras que Heiwas conseguiu proferir, porque o godzilla já estava investindo com os punhos cobertos por uma chama roxa.


Swablu mal pensou, avançando com o ataque anterior para cima do Assurance. A colisão produziu uma névoa branca fina que fez a adolescente tossir e perceber que estava muito perto do campo de batalha. Isso está ficando ridículo.


—Sing, vamos!


—Sandile, intercepte-o com…


Dessa vez foi a serva do Conde que não terminou a frase, não porque não pode, mas porque não quis. Ela era uma mulher de negócios e não ia desperdiçar suas palavras, principalmente porque o Single de Swablu já havia feito efeito e o Krookodile, agora, dormia em pé, balançando de um lado para o outro como um bambu castigado pelo vento.


—Isso aí! Krinvo, termine com isso com Round e vamos dar o fora daqui!


Heiwas gritou, preparando-se para correr. Os músculos tencionaram e os olhos viajaram, buscando uma rota de fuga. Ela virou-se para as portas dos fundos e viu os guarda costas, homens entroncados e armados até os dentes, se moverem na sua direção. Por aqui com certeza não.


Round explodiu atrás dela, os círculos vermelhos atingindo o tipo dark repetidamente, o som aumentando cada vez mais. Ela precisava sair antes que ele acordasse ou antes que a batalha acabasse, pois mesmo se vencesse a batalha tinha certeza que não poderia lidar com aquela mulher.


Enquanto pensava no que deveria fazer, Swablu estava caprichando em suas canções, o som subindo de nota e ficando cada vez mais estridente. Então, subitamente, o corpo musculoso do Krookodile caiu sobre a mesa, rompendo imediatamente sob o impacto e peso do crocodilo.


Para Heiwas, o som de ferro estourando foi o estopim de sua corrida e ela se viu acelerando em uma direção qualquer. Os gritos ecoaram a sua volta e ela vagamente percebeu a presença de Krinvo sobre a sua cabeça até que, de repente, ela estava caindo com força. Na verdade ela nem sentiu a dor de atingir o chão ou o queimor de ralar os braços e joelhos. Tudo que registrou foi a dor pulsante na parte de trás da cabeça, uma dor tão forte que dominou todos seus pensamentos e a deixou vendo estrela.


—Você não pode sair. Não até que o Conde diga que pode.


Foi com grande dificuldade que Heiwas conseguiu virar o rosto na direção da nova voz. Com a visão embaçada ela só conseguiu absorver alguns traços do dono da voz, porém foi o suficiente para perceber que quem estava ali de pé sobre ela era a IA de antes, segurando em suas mãos uma bandeja de prata cuja parte debaixo pingava de sangue. Seu sangue.


—P-por que.., -—Foi a única coisa que saiu dos lábios de Heiwas antes que todo seu mundo se transformasse em cinzas e a escuridão a alcançasse.




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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Seg maio 04, 2020 6:05 pm




Heiwas abriu os olhos para um teto branco e livre de lâmpadas. Ela tomou seu tempo para se levantar, esperando que o mundo parasse de girar e a vontade de vomitar se acalmasse. Lentamente a sua mente nebulosa começou a clarear e as memórias voltaram tão repentinamente quanto um elástico esticado é solto. O choque de recobrar o que tinha acontecido foi tão forte e desesperador que ela disparou para cima, sua cabeça estourando com o movimento súbito.


—K-krinvo? —A menina olhou ao redor, as mãos coçando para segurar seu querido amigo, no entanto ele não estava lá. Não havia nada lá além das paredes doentiamente branca e uma parede de lazeres azuis como a grade sua cela.


Porque era isso que era, não é? Uma cela.


—Droga, também levaram Luckit! —Resmungou, tentando não chutar o lazer na sua raiva. Seu cinto, bolsa e capa haviam sido levados embora, deixando-a com frio e insegura —Merda de Conde! Merda de loira e merda de mensagem idiota!


Ainda resmunga quando um barulho como um bipe foi ouvido e a porta ao sul da sala —pois a cela estava encaixada em um quarto enorme cujos detalhes Heiwas só conseguia discernir pelos espaços entre as grades —escura e fria se abriu. Ela não percebeu quem era até que estivesse na sua frente, cabelo castanhos meio azulados caindo sobre olhos safiras e um sorriso irônico esticando-se no canto da boca conforme a confusão da menina aumentava.


—Hummm, você é menor do que pensei que seria —O homem comentou, jogando o corpo para trás e fitando os orbes cinza da garota. Tinha a pele escura e vestia roupas nada convencionais, uma mescla de tecidos branco e roxo de seda e ornamentos de ouro entrelaçados a couro e prata. Parecia que estava com seus vinte e poucos anos, apesar de seus olhos, profundos e escuros, contassem uma história totalmente diferente —E mais desonesta também…


A bolsa de couro, que estivera carregando esse tempo todo, foi jogada aos seus pés, perdendo por questões de centímetros os lasers. Felizmente nenhum dos eletrolocks rodou para fora, visto que estava fechada , no entanto isso não significou que ele não tinha visto o que continha lá dentro.


—Parece que você não é tão correta quanto diz, pequena ladra.


—Eu não roubei isso! —A garota se exasperou, indignada. Algo dentro dela se mexeu com a suposição de que havia roubado algo. Ela precisava se acalmar, precisava de Krinvo, antes que fizesse algo que se arrependesse —Se tem um ladrão aqui é você! Devolva minhas coisas!


O homem nem se mexeu com o insulto, levantando o queixo para olhá-la de cima a baixo com um sorriso sinistro —É mesmo? Meus homens viram você fugir daquela tempestade de areia com algo que não é seu.


—Eu estava atrás de informação, não disso —Heiwas acenou como se fosse óbvio o fato. Ela podia muito bem ter uma concussão pelo tom de voz alto que estava usando —Eu esperava que o dono viesse buscar, mas ele está morto e é por isso que preciso da nave…


—Uma nave que eu posso fornecer por um trabalho simples —Ele cortou, dando alguns passos para frente.


Dentro de Cliwyn Luxray lutou. Ou melhor, Cliwyn lutou para manter o monstro longe. A ameaça velada no tom do homem, a quantidade de eletricidade contida no laser e a ferida aberta em sua cabeça estavam estimulando o despertar dessa parte adormecida. Ela precisava pensar!


Respire, coloque as coisas no lugar. O que ele disse, mesmo? Por que estava aqui...E-eu… O que ele disse… O que ele disse?


“[...] uma nave que eu posso fornecer [...]”


—E-espere! Você é O Conde?!


O Conde:


—Demorou o suficiente, criança —Respondeu, não parecendo tão humorado quanto fazia parecer —Agora me diga que vai fazer o trabalho e podemos terminar por aqui.


—Não posso fazer isso. Já fiz minha decisão e você tem que aceitar, sendo o grande Conde ou não.


Heiwas sabe que essa é a decisão certa, mesmo que tudo nela estivesse negando isso. Ir contra a sua moral sólida só destruiu sua vida e ela prometeu a si mesma que não voltaria a ser tão fraco assim. Não importa o quê, homem poderoso ou não, ele tinha que engolir seu não de qualquer jeito, pois ela não ia mudar o que pensa só porque sua vida estava na linha.


“Porque no final a justiça é tudo que resta.”



Eles se entreolharam durante muito tempo, mesmo que tudo que Cliwyn queria fazer fosse abaixar a cabeça e se enterrar. Os olhos azuis escuros carregava uma intensidade assustadora, a aura à sua volta era como a de um predador esperando pelo vacilo da presa.


—Interessante —O homem finalmente respondeu, balançando em seus calcanhares —É uma pena que você seja carne nova, caso contrário poderíamos fazer outras coisas além de simples negócios. Sua força é deliciosa.


—Você não me ouviu? —Grunhiu, frustrada por estar sendo ignorada —Será que vou ter que repetir o que disse para o seu bando de peões?! Eu não faço negócios sujos e não vou fazer negócios com você!


—Querida, todos são meus peões. Mas tudo bem, você não faz o meu tipo mesmo —Disse como se fosse um segundo pensamento, uma simples reflexão. Então levantou o braço na direção da porta e acenou —Ele, por outro lado…


Heiwas embranqueceu na hora e seu sangue esfriou tanto que ela sentiu que ia congelar. Sentiu que podia morrer.


—Liar! —Ela gritou, querendo avançar, contudo parando quando os lasers crepitavam em aviso.


Dois homens vestindo smoking pararam na frente de sua cela, conduzindo entre eles um adolescente com os braços amarrados na costa. O cabelo branco bagunçado, os jeans rasgados e capuz preto comprido e a inconfundível máscara de gás preta só se encaixavam na descrição de uma pessoa: seu querido e sarcástico contrabandista.


Amigo. Não. Matilha, orgulho. Não!


—Solte ele! —A garota gritou com raiva —Ele não tem nada a ver com isso!


A única resposta que a jovem respondeu foi o corpo do garoto sendo jogado para frente enquanto que um dos homens pisava em suas costas e o forçava a se curvar na frente do negro.


—Ele é uma bela criança, não é —O Conde caminhou até ele e arrancou a máscara do rosto —Veja essas lindas esmeraldas.


Assim que o objeto foi removido o garoto começou a ofegar e tossir, os olhos ficando vidrados pelo esforço de respirar. A máscara não era um simples adereço. liar nasceu com pulmões fracos e um caso de asma cuja poluição era um grande fator na sua agravação e, por acaso, Stalehelm Alfa tinha um dos maiores índices de poluição de Neo Zenos. O ar era, literalmente, veneno para seus pulmões frágeis e sem a sua chikorita para purificá-lo ele estava fadado a sufocar.


—Liar! Ele não fez nada! Devolva a máscara para ele, idiota! —Heiwas continuou gritando em pânico, suas tateando seus quadris em busca do cinto que não estava lá. Dos pokémon que não estavam lá —Por favor, faça parar! LIAR!


—Você sabe o que tem que fazer. Eu realmente não estou pedindo muito ~


Liar continuou se debatendo para respirar. Seus lábios se mexeram lentamente para formar uma única palavra e, por mais desesperada que a garota estivesse, ela conseguia entender o que queria dizer. E então estava tossindo novamente e sucessivamente.


Estava morrendo. Morrendo. S-seu amigo. Morto. Por sua causa.

Aquela não era sua vida para sacrificar.

—Tudo bem! Tudo bem, ok! Eu faço o trabalho! Eu faço!


No final Heiwas estava tão ofegante quanto o pobre menino, seu peito pesado pela escolha que teve que fazer, mas não se arrependendo.


—Ótimo, então vamos começar —O homem de negócios falou, finalmente dando um sorriso decente —Levem o garoto, vamos mantê-lo até ela voltar.


—Ei, espere!


No entanto eles não esperaram e em poucas horas Heiwas estava em uma limusine voadora junto com um par de brutamontes sem nenhum senso de humor. Eles viajaram em silêncio por mais ou menos quarenta minutos antes de pararem no limiar de Alfa, onde apenas quatro quilômetros os separavam de Stalehelm Beta.


Um dos servos do Conde empurrou-a do carro e o outro colocou um notebook de última geração em seu colo. Segundos depois, colocaram quatro pokébolas em suas mãos e se endireitaram, ficando de pé sobre a areia batida e cruzando as mãos na frente. Como nenhum deles se moveu mais depois disso, Heiwas decidiu trabalhar. Ela precisava voltar o quanto antes

Eles tinham Krinvo, Liar e Luckit. Eu não posso falhar aqui.


—Certo, é só invadir uma empresa...Isso deve ser fácil.


O problema era à distância. Essa tecnologia conseguia transmitir sinais a até 70 km de distância, mas para isso ele sacrificava o tempo e o tempo sempre era crucial para uma invasão. Conectando seu USB no notebook ela abriu a sequência de scripts, escritos em Serperior, uma linguagem de script moderna criada no setor X de Detroit; e os ordenou, preparando-se para enviá-los para empresa, mas, como foi dito, ela precisava de uma rede de transmissão maior.


Foi nesse momento, enquanto colocava a cabeça no punho para pensar, que sua visão pegou o vislumbre das pokébolas e, por puro instinto, ela os pegou e abriu. Quatro feixes vermelhos saltaram de dentro antes de se materializarem em pequenos roedores alaranjados, vestidos com uma espécie de armadura de metal que se abria como um cone envolta do pescoço. Francamente, Heiwas nunca havia visto algo parecido e por isso teve que puxar a Dexit para solucionar o mistério.


Dexit:


—Um pokémon antena? Então ele estava preparado para isso... —Sussurrou para ninguém em particular ao passo que mexi nos cabos nas costas do Deddene, conectando uns aos outros (ah, se eles pelo menos ficassem parados!) e depois a uma das entradas do computador —Certo, agora a parte fácil…


O sinal ampliado pelos Deddene foi enviado para o notebook e logo Heiwas estava rondando o sistema à procura de brechas que pudesse ajudá-la a entrar. Não foi preciso muito, realmente. Ela estava ficando impressionada com a quantidade de erros que a empresa tinha cometido, principalmente depois que ela injetou os scripts modificados e os executou para obter acesso às informações pessoais —...última compra, materiais, prata, prata, prata, vendas, vendas bimestral, vendas semestral...aqui! Últimas vendas de Jhe-Gurin...Então, você quer que eu baixe ou…?


A pergunta caiu em ouvidos surdos, visto que os homens engomados estavam curvando-se para frente para olhar mais de perto a tela aberta. Um deles, quando percebeu que ela havia, de fato, conseguido; tirou o celular do bolso e ligou.


—Chefe? Sim. Ela conseguiu, nós temos as informações…



Obs: Eu sei que escrevi Sandile e depois Krookodile, mas subentende-se que a loira não mudou o nome do pokémon, e por isso Sandile evoluiu, mas nunca deixou de ser Sandile.
Peço perdão pela curta informação sobre hackear a empresa, não entendo muito de tecnologia e tive que pesquisar pra isso XD
Lory aparecendo no primeiro post, peço desculpa se tiver algo de errado com isso.

Sorteio:

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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por chansudesu Seg maio 04, 2020 8:33 pm

A invasão de uma Hacker iniciante mas talentosa como Heiwas teve sucesso à sua própria forma. Os pequenos deslizes de Jhe-Gurin foram elementos importantes na construção das oportunidades perfeitas que a jovem pôde aproveitar-se. Ainda que debaixo de uma pressão psicológica criada não apenas pelo ambiente em que estava, mas pela situação em que o Conde havia induzido seus mais próximos a ficarem, não fraquejou diante do que precisava realizar, ainda que isso significasse manchar a sua imagem como Hacker benevolente.

Não durou muito tempo.

No mercado de valores, as ações de Jhe-Gurin despencaram em gráficos vermelhos que denotavam o despontamento de seus rendimentos frente à invasão sofrida. Em pouco tempo, grandes noticiários voltados àqueles que viviam no mundo dos negócios já relatavam a imensurável queda da gigante que, acompanhando seu tamanho, não duraria mais do que um mês sem abrir falência de acordo com grandes economistas. O que quer que o Conde tenha conseguido realizar com aqueles dados baixados, sabe-se que foi de efeito quase imediato.

Como prometido, Heiwas teria seus Pokémon e, é claro, Liar entregues a salvo. Contudo, um homem repleto de influência como o Conde também explicitaria o motivo pelo qual havia ido atrás de uma simples Hacker Rank D para o caso: muitos dos mais experientes temiam as consequências do ato envolvendo um colosso de ações como Jhe-Gurin que, sem dúvidas, passaria a rastrear sua invasão de acordo com seus próprios métodos. Dado o aviso, o homem também pontuaria sobre suas tentativas de ocultar os atos criminosos da jovem Cliwyn, mas especificou como os Hackers e Engenheiros de Software da corporação em pé de falência agiam: com prontidão e sem misericórdia.

Assim sendo, embora Heiwas tivesse uma boa quantia em bitcoins debitada em sua conta após toda a turbulência, também havia ganho de brinde hackers a mando da Jhe-Gurin que seguiriam-na por algum tempo e teria de despistá-los. É claro que o próprio o Conde, de acordo com suas próprias palavras, agiria para que nada ocorra com sua integridade manipulando seus peões para tal.

No meio de campo de ciber-guerra, resta a Heiwas talvez afastar-se de Stalehelm por um tempo. Sua intuição a diz que, em Stalehelm Alfa, pode vir a tornar-se um alvo ainda mais fácil àqueles que buscam seu paradeiro. Mas no meio de tudo isso, algo lhe era garantido — talvez uma premiação ainda maior do que a em dinheiro — o contato do próprio Conde. Embora os débitos estivessem pagos, o homem ofereceu-lhe uma chance de poder contar com sua ajuda para qualquer ato que viesse a realizar futuramente... um passe livre para atos imprudentes, talvez?

[CL] Prólogo > Veritys Vanguard - Página 2 333
  • Krinvo ganhou 40 pontos de Experiência;
  • Saúde: 58%, paradeiro desconhecido, tal como Luckit e Liar.


  • Heiwas ganhou 100 Bitcoins;
  • Heiwas ganhou o bônus de 30 Bitcoins;
  • Heiwas recebeu o Chamado do Conde. De uso único, poderá utilizá-lo para conseguir esconder seu rastro de qualquer maneira. Possibilidades: entrada em Malgrax ou facilitação do acesso à N-800, entre outras opções a serem criadas pelo player.

Você desenvolveu muito bem essa Minor Quest e deu a personalidade que ela merecia de fato. Acho que agora as coisas podem começar a ficar um pouco mais complicadas à nossa Heiwas que, diante de alguns problemas herdados pelo seu ato de invasão, pode ver-se virando um alvo por motivos injustos. Eu dei bônus pelos detalhes induzidos à tarefa que complementaram exatamente o que eu esperava assim que havia a criado para você.

Sei que irá usar o Chamado do Conde da melhor forma para a sua personagem, então boa sorte, realmente é uma oportunidade bem grande.

Espero que sinta-se agraciada com mais algumas coisas que venho preparando pelo caminho da sua personagem na disponibilização de futuras Minor Quests.
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Sex maio 08, 2020 10:21 am

A Grande Engrenagem {Part 2}



O queimor em minha perna fez lágrimas surgirem em meus olhos. Eu tentei não chorar, juro que tentei, mas elas continuaram vindo e vindo e, de repente, eram muitas para que meus pequenos olhos pudessem conter.


Eu me sentia fraca, o que era estranho, pois não era assim que eu deveria me sentir. Não naquela idade. Também era estranho o fato de eu saber disso mesmo sendo uma criança.


—Você está crescendo —Uma voz masculina disse e o riso que a seguiu espantou a dor do meu joelho. Então senti algo me pegar e o mundo à minha volta contorcer-se, ficando mais brilhante e maior —Crescer dói, mas é bom também, não é?


—Papai! —Uma voz infantil chamou. Era minha voz, embora eu não sentisse como se fosse —Eu caiiií!


—Está tudo bem, meu passarinho. Eu peguei você —A voz de meu pai era a única coisa que eu reconhecia, visto que tudo mais parecia estranho. Não tinha importância; estava quente e confortável no abraço dele —Você é tão diferente dele. Seu irmão nunca chorava, sabia?


A confusão que senti foi a segunda coisa familiar. Meu irmão? Eu não tenho irmãos.


—Papai…? —Dessa vez a minha voz não saiu mais estridente ou infantil. Era eu e não ela, contudo não havia alívio nisso, pois esse corpo ainda era estranho.


Estendi meus bracinhos desajeitados para o rosto do meu pai, onde grossas lágrimas escorriam por trás de um véu de dor. A criança em mim perguntou se ele tinha machucado os joelhos também, mas eu sabia que havia algo ali. Algo estava errado.


—Papai sempre foi mais parecido com você…


E então os braços estavam se soltando e meu corpo pequeno caindo. Eu gritei enquanto despencava, mas meus gritos caíram em ouvidos surdos quando as cores ao meu redor brilharam mais forte e o jardim em que estava há poucos segundos sumiu, sendo substituído por um vazio escuro.


Eu gritei ainda mais e as cores se desbotaram em um vermelho sangue, depois o vermelho escorreu em dourado. Uma onda de desespero precedeu meu pouso, meu corpinho pequeno atingindo o fundo do vazio.


Como o vazio pode ter fundo?


Meus pensamentos ecoaram pela escuridão e eu descobri que o lugar não estava mais tão vazio assim. Esferas de energias empilhavam-se aos montes, tanto que meu corpo minúsculo mal conseguia ficar de pé sobre elas sem afundar.


A energia crepitava sobre meus pés, faiscando conforme eu tropeçava para frente. Uma parte de mim se encantava com as cores amarelas e azuis que dançavam com o meu movimento, a outra parte reconhecia aquilo como um problema que eu tinha que resolver.


—Eu preciso devolver… —Disse, franzindo a testa. Mais uma vez havia lágrimas em meus olhos e eu não sabia o que fazer ou o que estava errado. Fazia muito tempo que tinha chorado assim. Por um momento, senti a frustração me cercar, entretanto as esferas faiscaram e todo sentimento pareceu está sendo absorvido por elas —Eu não sou uma ladra!


Não, você não é


O som era grosso e ressonante, meio como se a pessoa estivesse rosnando enquanto tentava forçar as palavras por entre os dentes. Voltei meus olhos para o vazio não tão vazio, procurando quem havia falado, porém não precisei me esforçar muito para achar.


Na minha frente um par de olhos dourados cujo branco, que circundava as íris, fora dominado pelo vermelho sangue. Aqueles olhos me fitaram pelo que parecia ser uma eternidade, as esferas reluzindo e chacoalhando-se com mais intensidade.


Eu pisquei, o terror subindo pela minha garganta. A fera soltou um rugido alto e saltou na minha direção; a última coisa que vi foi as garras saindo de patas azuis e, então, o sangue.



—Ahhhhh!


—Ei ei ei, se acalme. Está tudo bem, respire —As mãos empurraram gentilmente os ombros da garota na vã tentativa de fazê-la se deitar.


A menina, entretanto, reagiu se desvencilhando do par de membros, sentando-se corretamente com os punhos erguidos e prontos para atacar. O jovem de cabelos brancos e máscara de gás levantou as mãos em sinal de paz e pairou sobre a figura trêmula deitada na cama.


—Vai ficar tudo bem, Heiwas. Apenas respire.


—L-Liar?


Quando a visão finalmente clareou e firmou-se, Heiwas percebeu que, realmente, aquele era Liar, o contrabandista, seu amigo. Nossa, amigo? Quando ela começou a dizer isso?


—Você está em casa. Eles me deixaram aqui logo depois que você desmaiou em mim quando nos encontramos —Liar disse, interpretando errado a sua confusão. A voz era monótona e estática como sempre por causa da máscara, porém não incomodou tanto a hacker como de costume. Na verdade, estava até… aliviada por ver o objeto no rosto do contrabandista.


—O Conde! O que aconteceu?! Você está bem?! —Perguntou, lembrando-se de tudo o que acontecera: de sua luta no Saint Mercury, de Liar sufocando, de sua invasão no sistema de Jhe-Gurin e de seu retorno até o ponto de encontro com o Conde, onde se encontrou com Liar novamente e…


Nada. Um espaço em branco dividia suas memórias, mantendo o quebra cabeça incompleto. Faltava uma peça. O que aconteceu depois... Porque ela não se lembrava?


—Você pergunta se eu estou bem?! Foi você que teve uma concussão e é você que estão caçando no momento. Sou eu quem deveria estar te perguntando isso.


—Uma concussão? Oh, então era por isso que minha cabeça doía tanto e eu sentia vontade de vomitar? —A adolescente cutucou as ataduras envoltas da cabeça como uma criança curiosa —Ei, onde está Krinvo e Luckit?!


—Luckit, que raios…? —Começou a perguntar antes que desistisse totalmente desse tópico para focar no assunto anterior. Apoiando-se na perna direita e colocando as mãos enluvadas na cintura, o jovem rapidamente assumiu a sua posição de "se eu não estivesse olhando para você não acreditaria que uma criatura tão burra assim existisse". Só essa pose foi o suficiente para fazer Heiwas se arrepiar de raiva e esquecer-se da dor latejante na cabeça —Você é idiota? O que mais seria?


—Eu não sei, talvez pânico?! Os sintomas são muito parecidos tábom!


—Ah, esqueça essa merda! Você não entenderia nem mesmo se eu escrevesse —"Provavelmente porque sua letra era horrível", era o que Heiwas ia dizer se o outro adolescente não a tivesse ignorado completamente para pegar as duas pokébolas que estavam em cima da cômoda —Aqui, eles as travaram com cápsulas com feixe digital. Só você consegue abrir —Ele as entregou e deixou que a garota se ajeitasse na cama bagunçada, vigiando com cuidado para que nenhuma expressão de dor fosse abafada ou escondida. Ela não vai esconder suas feridas, não no seu relógio —Também precisamos conversar sobre…


—Sobre aquilo que você disse logo no começo? De estar sendo caçada? Eu tô ligada —Comentou distraidamente ao passo que brincava com a tranca das esferas.


—Não, você não está “ligada”. Seja lá a informação que você conseguiu de Gurin, o Conde soube aproveitar. A empresa colocou outros hackers e engenheiros de software atrás de você. Estão furiosos porque estão à beira da falência.


—Espera, como diabos isso aconteceu tão rápido?! Não faz nem três horas que apaguei! —Gritou, assustada, quase deixando cair às esferas. "Pelo amor de Giratina, basta botar o dedo no botão da pokébola" Liar pensou, tentando não rosnar com impaciência.


—Faz dez horas. Aparentemente seu corpo sucumbiu ao ferimento e estresse. Acho que esses últimos três dias foi demais pra você.


—Uh?


Ou a hacker estava grogue de seu descanso induzido ou era assim que ela agia quando se machucava. De todo jeito, Liar odiava as duas possibilidades.


—Aqui, essa droga se abre assim —Ele se moveu para pressionar o polegar da adolescente no botão branco, fazendo a cápsula transparente que a envolvia se abrir e cair.


Assim que a cápsula saiu a pokébola estalou aberta e o Swablu furioso que se materializou avançou direto no adolescente, atacando repetidamente Liar até que esse tropeçou e caiu no chão, levantando seus braços para proteger seu rosto do bico afiado.


Cliwyn riu e seus olhos brilharam quando avistaram a ave. Sem perder tempo ela abriu os braços em um convite que Krinvo não pode negar, o pássaro deixando o ataque para se afundar no conforto e calor de sua treinadora, a raiva e o medo de ser forçado na pokébola sumindo apenas por estar perto dela. Segundos depois a raposa bagunceira também se juntou ao abraço, deitando a cabeça no ombro da menina.


—Senti a falta de vocês —Sussurrou, alisando as penas fofas e o pelo macio.


O contrabandista odiava atrapalhar momentos assim, contudo havia muito a fazer e a hacker precisava ter conhecimento do tipo de loucura que ela foi se meter. Não havia tempo para pena, cada segundo contava para mantê-la viva —Veirtys, isso é sério. Você se lembra do que o Conde disse para você quando voltou? Hackers vão te perseguir e Stalehelm, agora, é o pior lugar para se estar.


—Mas aqui é minha casa! Não posso simplesmente ir! Eu posso lutar!


—Você está me ouvindo?! O que você fez por minha causa não é algo que possa ser esquecido assim! Foi loucura!


—E você acha que não sei?! Não sou tão anta assim, sabia?!


—Então, porque diabos você fez?!


—Eu não tinha escolha, okay?! —Ela rosnou, apertando seus pokémon contra o peito. O estresse e a raiva foram tantos que por um momento o vermelho se apoderou de suas íris —Além disso, você faria o mesmo por mim!


O comportamento de Liar mudou na hora ao ouvir aquilo. Infelizmente, por causa da máscara, Cliwyn não sabia dizer se era para melhor ou pior. De toda forma, ele se levantou e tirou poeira imaginária de suas roupas, parecendo não ter mais interesse de continuar aquela conversa —Vou colher informação para saber onde está a Plataforma de Pouso agora. Amanhã virei te buscar para te colocar na nave que o Conde arrumou pra você, ao que parece ele te deixou um belo presente.


O homem virou-se para ir embora, contudo seus pés não se mexeram e suas mãos se fecharam em punhos ao lado do corpo, como se estivesse lutando para não bater em ninguém. Com um grunhido, ele falou por entre os dentes (quase como a voz em seu sonho): —Descanse.


E foi isso. A palavra foi cuspida tão rápida quanto à retirada do menino. Heiwas mal as registrou quando respondeu com um grito e um sorriso sarcástico.


—Sim, pai!


Logo que o barulho da porta ecoou pelo sótão, o sorriso se desmanchou e grossas lágrimas surgiram no canto dos olhos.


Os pokémon se agitaram, fazendo de tudo para consolá-la, lambendo e esfregando o rosto da menina, até mesmo a raposa irônica. Mas o coração da adolescente estava pesado com a possibilidade de sair e não ter lugar para voltar. Sair para entregar um pacote que não era seu era uma coisa. Sair porque você poderia morrer em sua própria casa e talvez nunca mais pudesse voltar era algo totalmente diferente.


Amanhã Heiwas deixaria sua casa, sua vida, novamente. Mas dessa vez seria por escolha.


—...pai.


⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊✬[CL] Prólogo > Veritys Vanguard - Página 2 PinRSani333✬⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊


Como Heiwas não conseguia dormir mais, talvez pelo fato de ter passado dez horas dopada, ela resolveu dar um pulo em um Centro Pokémon perto de sua casa. Krinvo precisava disso, mesmo que essa não fosse a coisa mais brilhante a ser feita. Claro, a hacker poderia pedir para Liar fazer isso, visto que ele cuidou dela esse tempo todo e não roubou seus pokémon, entretanto o garoto já tinha muito no seu prato e ela não poderia simplesmente pedir para que ele fizesse mais uma coisa que era de sua responsabilidade —Além disso ela sempre poderia culpar a concussão que teve se algo der muito errado. Qual a graça de se ferir se você não pode nem usá-lo como uma desculpa?


A viagem até o Centro foi estranho, já que durante todo o percurso os pedestres pareciam se repetir (quer dizer, ela tinha certeza que aquela era a terceira vez que a mulher de cachecol cinza tinha passado por ela) e os jornais holográficos eram transparentes demais, dando para ver o outro lado através da folha cinzenta. Falando nisso, eu preciso de um!


Arquivando o pensamento, a menina tratou de entrar no Centro Pokémon para rapidamente recuperar seus pokémon, ignorando totalmente os gritos do Swablu quando a IA Joy tentou colocá-lo na pokébola. Mais uma vez, não é problema meu, pensou Heiwas ansiando para que a enfermeira se apressasse. O mundo parecia bem mais perigoso depois de tudo que passou. Claro, ela já tinha enfrentado sua cota de gente maliciosa, mas nunca alguém com tanto poder e se o que Liar tinha dito estava certo, então aquela não seria a última vez. Pelo menos, agora, a jovem tinha um favor do Conde e isso pode ser o suficiente para encerrar seus problemas.


—Aqui está seus… —Heiwas depositou o bitcoin e pegou a pokébola de Luckit antes que o robô pudesse terminar, caminhando rapidamente para fora dali com um grito de “obrigada!”.


No caminho de volta ela lembrou-se de comprar o jornal que tanto queria por outro bitcoin e isso, somado com a alegria de Krinvo de estar voando e gritando livremente como um filhote, deixou que um sorriso sincero enfeitasse seu rosto pelo resto da jornada. O sorriso, de fato, apenas aumentou quando ela chegou em casa e se jogou em sua cama com o Dexit nas mãos.


—Já que estamos de molho podemos muito bem fazer algum trabalho —Disse enquanto vasculhava o jornal atrás de alguma informação útil. Eufemismo foi dizer que ela se surpreendeu com o que encontrou —Acho que finalmente temos algo para adicionar ao Dexit! Não que alguém vá reconhecer de qualquer jeito, mas pelo menos não seremos esquecidos caso algo aconteça.


—Bluuu bluuu! —O pássaro reclamou, abrindo e fechando as asas tão perto do aparelho que ele poderia acertar e derrubar.


—Tá tá, tudo bem, entendi. Sem energia negativa, ninguém vai morrer… —Krinvo pareceu satisfeito com a resposta e assentiu com o peito estufado. No entanto a menina, diante daquela demonstração de confiança, desviou o olhar e sussurrou o resto da frase baixo: —...eu acho…


—Swaaaa!


—Oi, isso dói! Ai ai ai ai ai!


Eles passaram o resto daquele dia e a noite fazendo isso: apenas respirando e juntando seus pedaços, apreciando a companhia um do outro como haviam feito todo esse tempo, muito antes que a sua vida se tornasse alguma história clichê de shounen.





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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Sex maio 08, 2020 10:26 am





No outro dia as coisas já não pareciam mais tão escuras, apesar do medo ainda ter suas raízes bem fincadas no coração da garota. Heiwas tentou não pensar muito nisso, achando que se ignorasse o suficiente talvez sumisse com o tempo —e se não sumisse pelo menos lhe daria tempo o suficiente para se concentrar e se preparar para a maldita tarefa que é lidar com seus sentimentos.

Assim, quando Liar finalmente veio buscá-la para que fossem conhecer a nave que o Conde havia preparado, Heiwas seguiu com seu habitual sorriso e alegria, tentando ser o mais barulhenta que conseguia sem chamar muita atenção dos pedestres e fazer sua cabeça enfaixada doer. Não foi fácil e foi exatamente por isso que ela continuou fazendo; era uma boa distração, principalmente porque ela não podia mais brincar com o zip de uma de suas bolsas de couro (não a que estava os eletrolocks, mas a outra em que carregava os itens essenciais para uma jornada). Liar era muito bom no que fazia: entender pessoas. Qualquer gesto nervoso pode e vai ser detectado pelo contrabandista.

Ela não quer preocupá-lo mais. Ela não quer que ninguém mais afunde com ela. Talvez eu deva soltar Luckit? Seria menos perigoso para ele assim? Onde eu estava com a cabeça para capturá-lo?!


—Certo, eu acho que uma fantasia está fora de cogitação… —Liar disse, mas, mais uma vez, com a voz estática Heiwas não conseguia dizer se ele estava alegre por não precisar entrar em algumas das lojas apinhadas de gentes por onde passaram ou se ele estava receoso por ela só ter sua chamativa e costumeira capa vermelha para se esconder. Veritys Vanguard era bem conhecida como a zeladora da verdade na região, protegendo aqueles inocentes de caírem em truques e cometer decisões que sabem que vão se arrepender, o que era bom para cidade. Stalehelm Alfa pode ser sustentada por apostas, contudo também existem outros negócios honestos que dependem de turistas para sobreviver.

—Eu não entendo porque eu tenho que sair agora. Aqui é onde tenho aliados, por que eu correria logo agora para um lugar que nem conheço. Quer dizer, a carga caiu em minhas mãos e ninguém veio atrás dela até agora. Seja lá quem for pode esperar mais alguns dias.

—E você acha que só têm aliados aqui? Veritys Vanguard arruinou o negócio de muita gente antes; na verdade eu aposto que essa hora eles devem estar apostando em quem vai conseguir sua cabeça primeiro. Com toda sinceridade, eu nem sei como ele conseguiu manter a sua integridade a salvo… Aquele homem assusta.

Liar a cutucou e mudou de caminho, entrando em um beco estreito e sem saída, onde um amontoado de caixotes descansava. Ele escalou os caixotes para chegar à varanda de ferro de um dos vários apartamentos dali. De lá se virou para a menina com a cabeça inclinada, como se estivesse se perguntando se ela precisava de ajuda. A garota bufou com desdém e habilmente subiu a montanha de objeto, passando pelo garoto com o queixo erguido e os olhos baixos. Em algum lugar acima deles Swablu vigiava.

Eles continuaram subindo, pegando carona pela sequência de varandas que seguia em uma linha reta por causa da extrema aproximação dos apartamentos. Quando atingiram o ponto mais alto, eles saltaram para a cobertura do prédio em que estavam e iniciaram um novo caminho na direção sul para chegarem até as plataformas de pouso.

As Plataformas de Pouso não era um lugar fixo, como quase tudo em Alfa. A cada mês uma das muitas superfícies de metal extenso, que eram frutos das coberturas de prédios que mantinham-se unidos por engrenagens gigantescas e pedaços de metais, serviam como lugar de pouso para naves que contrabandeavam itens ou carregavam passageiros procurados por algum tipo de crime. Não era um local que Heiwas vinha com frequência.

Para dizer a verdade, aquela era a sua primeira vez.

—Não toque em nada e não fale com ninguém —O contrabandista advertiu enquanto endireitava os ombros e pisava na frente da moça. Krinvo desceu em um rasante para pousar no ombro de sua treinadora, meio insatisfeito por não poder usa a cabeça como poleiro. Ei, ela não ia se desculpar por ser golpeada por uma bandeja! —E não respire!

—Disso você deve entender…

—O que você disse?!

—Nada nada nada!


O contrabandista pareceu irritado se o pisam que ele deu no pé direito da menina era alguma coisa. Entretanto, mesmo assim, continuou pairando sobre a garota enquanto costuravam pelo aglomerado de gente que ia e via pelas plataformas, empurrando caixa e gritando com um ar de urgência. Lembrava Heiwas daquele vídeo que ela viu sobre o porto de Limford, embora fosse menos impressionante e mais barulhento —Vamos, a nave que o Conde nos cedeu já deve estar por aqui —Liar levantou a mão, como se quisesse segurar seu pulso, no entanto mudou de ideia no último segundo e voltou a colocá-la no bolso de seu casacão preto. Depois disso, virou-se e liderou o caminho.

Foi a decisão errada, pois aquele era um lugar novo e Heiwas não estava em seu juízo perfeito, principalmente agora em que cada objeto estranho ou pessoa diferente chamava a atenção da menina e despertava sua curiosidade. Quando Cliwyn não se concentrava era pior que uma criança em um parquinho —parte de Alfa amava isso. Havia até uma aposta em andamento sobre qual seria a próxima propaganda que a jovem esbarraria por ter se distraído.

—Não se distraia, Cliwyn. Eu não… —Era tarde demais para falar, pois não havia mais garota a vista. Veritys Vanguard havia desaparecido —...Idiota!


⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊✬[CL] Prólogo > Veritys Vanguard - Página 2 PinRSani333✬⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊


Heiwas não pretendia perder Liar de vista… a princípio. Ela estava determinada em seguir corajosa para seu destino, se encontrar com o capitão da nave e então ordenar que ele a levasse até N-800. Um grito engasgado e trêmulo de horror, entretanto, foi o que a fez mudar de ideia tão repentinamente.

Em sua defesa, seus pés se moveram sozinhos na direção do som. Antes que perceba ela estava voando, avançando com passos rápidos em cima de um braço estendido que estava prestes a golpear uma jovem garota ruiva.

Ela é bem mais alta que eu, Veritys percebeu ao mesmo tempo em que segurava o braço da agressora, e ruiva… que vermelho bonito, e puxava para longe do corpo da jovem. Essa estava branca como um lençol, tremendo muito enquanto continuava a puxar uma criança de cabelos ruivos e olhos vazios atrás dela. Um Espeon tinha as orelhas coladas na cabeça e olhava entre a mulher menor e o Simisage ao lado da mulher morena que havia levantado à mão, como se esperasse uma ordem. Estranho

—O que no inferno você está fazendo?! —Heiwas seguiu a linha do braço até a mulher de cabelos marrons amarrados e olhos castanhos, meio gorda e com a carranca que era a cópia perfeita de um Primeape com fome.

—Eu pergunto a mesma coisa —A hacker respondeu sem perder uma partida, endireitando a postura e fazendo questão que o capuz sombreasse ainda mais sua expressão —Você não pode bater em alguém que não vai se defender.

—O que você sabe, pirralha?! Saia da minha frente, inseto, ou se não terei que te esmagar também —Simisage rosnou e deu um passo para frente, mas Swablu entrou no seu caminho, grunhindo também —Aquela imprestável quase me custou milhares de bitcoins.

—Você disse quase? —Heiwas soltou a mão dela e cruzou os braços, perdendo os olhares impressionados da ruiva atrás dela —Então isso não aconteceu.

—Sim, mas…

—Vá embora, velha —A menina se sentia muito ousada, não que isso fosse novidade. Ela sempre cometeu a burrice primeiro e colheu as consequências depois e foi exatamente por isso que ela tirou a pokébola de Luckit do cinto e agiu como se ali dentro contesse a criatura mais poderosa do mundo —Nada aconteceu, então é melhor você nos deixar em paz antes que algo realmente aconteça.

E só para provar que estava falando sério o corpo de Krinvo iluminou-se com o branco suave que precede o Take Down. Não foi preciso de muito depois disso e a velha gorda se retirou rapidamente, jogando uma variedade de insultos impressionantes em sua fuga. Heiwas, parecendo satisfeita, virou-se para fitar melhor as duas pessoas que se escondia atrás dela.


Garota:


Criança:


—O-o-o-obrigada! Você foi fantástica! —A ruiva de olhos verdes gritou. Vestia um vestido branco por cima de uma blusa de manga comprida azul, luvas igualmente brancas e meias calças preto e branco. Toda a roupa parecia bordada com símbolos dourados que também estavam presentes nas roupas do menininho —Eu não sei o que far-r-r-ia se você não tivesse se envolvido!

—Você poderia lutar, espeon parecia bem disposta a fazê-lo —A garota de cabelos negros virou a cabeça para direita, tendo uma boa olhada do tipo psíquico que ainda rosnava para o lugar onde o Simisage estivera.

—L-l-lutar? E-eu e-e-u…

Por alguma razão estranha o fato de lutar deixou-a mais agitada que a velha senhora. Heiwas franziu a testa para isso e depois compartilhou um olhar com a criança que continuava apegada a saia do vestido da garota, os olhos cinza vazios fitando o Swablu arrepiado —Krinvo não estava nem um pouco à vontade sobre aquele olhar.

Cliwyn já ia se desculpando para voltar a procurar por seu amigo quando uma mão segurou seu ombro e a impediu de fugir. Ela girou o rosto com brusquidão para se encontrar olho a olho com um homem um tanto baixo, cabelos vermelhos bagunçados e um pouco compridos e olhos dourados. Tudo no homem gritava cansaço e indiferença e até seus gestos, como segurar seu ombro, pareciam ser algo que lhe sugava muito energia.

—Não entre em brigas, eu não quero carregar mercadoria quebrada.

—Mas eu não quebrei nada.

—Estou falando de você, Red Vanguard —O homem preguiçosamente apontou, soltando-a e começando a andar. Red Vanguard —A nave está esperando.

Os dois a quem Heiwas salvaram começaram a se mexer, seguindo atrás do cara cansado. Heiwas ficou parada olhando para eles se retirarem quando Liar finalmente a encontrou, embora ele não a repreendeu ou fez piada do que aconteceu. Entretanto, ele também não ficou em silêncio.

—Aquele é o capitão de Red Sea, a nave que o Conde nos arrumou.

—Ele não tinha muita cara de capitão…

—Então a informação se encaixa. Dizem que é famoso pela sua indiferença e muitas vezes esqueceu cargas importantes no porto —Liar a fitou longamente —Você deveria ir se não quiser esquecida ficar para trás. Eu vou tentar te ganhar tempo por aqui.

Heiwas o olhou e pensou que talvez aquela fosse a última vez que o veria. Liar havia sido seu primeiro amigo desde que perdera tudo anos atrás. Foi ele quem muitas vezes a puxou nos seus primeiros de depressão, quando tudo que queria fazer era virar poeira estelar. De repente, se sentiu muito arrependida pelas escolhas que fez na vida. Se tivesse tomado mais cuidado, pensado mais, feito mais, talvez isso lhe comprasse mais algumas horas ou dias com ele.

—Me desculpe. Eu deveria ter ouvido você.

—Ah, merda, não comece com isso —O garoto tirou um embrulho e a adolescente viu de relance que havia uma Cheri Berry, uma Pokébola e uma Potion dentro —Fico feliz que você não me ouviu —A outra mão puxou a bolsa com os eletrolocks, onde ele guardou o primeiro saco, fechou o zíper e a empurrou no peito da menina —Agora você tem um objetivo e por causa disso também terá coragem para realizá-lo. Entregue a carga e depois volte. Eu irei te esperar.

Ele cutucou o peito do Swablu uma última vez e depois saiu, deixando Heiwas sozinha para perseguir a nave que a levaria embora. De alguma forma, enquanto o sol se curvava para dormir e as estrelas se arrastavam no céu cinzento de Alfa, ela sentiu como se ele ainda estivesse ali.

Entregue a carga e depois volte. Era isso que ela faria, não importa o que aconteça…

—Eu prometo.


Presente de Liar::

Recortes de Jornais:

Sorteio:

Obs: Esse capitulo serviu apenas para amarrar as pontas soltas e firmar a amizade de Liar e Heiwas. Eu sei, bem monótono :/
Mesmo assim espero que você possa tirar o melhor dele! Também peço o fechamento da rota Very Happy
Heiwas
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por chansudesu Sex maio 08, 2020 7:07 pm

Ainda que turbulenta, a ida de Heiwas foi marcada pelo fato de não poder olhar para trás.

Como uma engrenagem que segue seu infindável caminho, o destino da Hacker estava traçado em cima das ações que haviam mexido com grande parte do cenário de ambas as Stalehelms, privilegiando a Alfa em detrimento da Beta. Sem mais delongas, sua partida deu-se pela nave enviada pelo próprio Conde que, por intermédio de algo conhecido como O Chamado do Conde, realizaria o trajeto até N-800 como a garota discutia nuances sobre seu destino.

Deixando o caos maquinário para trás, o futuro projetava-se em uma cidade escondida de tudo e fazendo-se presente apenas do conhecimento daqueles que mais buscam e vivem pelas informações fornecidas por hackers no sub-mundo da internet.

  • Heiwas ganhou 25 Bitcoins.

Antes de tudo: parabéns pelos detalhes, você realmente enriquece sua campanha fazendo bom uso do cenário.

Gostei muito do jornalzinho que você fez pontuando as notícias de ambas as Stalehelms, com certeza vai construir mais pro cenário do RPG e auxiliar no background em ON, inclinando que novos feitos sejam realizados a respeito do ocorrido que busquem auxiliar ou talvez prejudicar ainda mais. Quem sabe não surge uma futura quest envolvendo esse mesmo caso?

De toda maneira, foi um fim esplêndido pra uma história muito bem construída, parabéns. Não dei XP para o Krinvo por achar o momento de "batalha" dele muito curto entre os acontecimentos dos diálogos, então considerei mais como uma "participação" de confronto do que cena em si. De resto, no próximo post irei dar cabo de concluir sua Campanha.
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

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