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[CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Seg Abr 13, 2020 7:08 pm



Prólogo
Índice de Acontecimentos



Sinopse: Heiwas toma algumas decisões difíceis que a podem levar por caminhos sem volta. As coisas parecem apenas aumentar e piorar no decorrer dos dias, principalmente depois que um pacote misterioso cai em seu colo e um assassino tenta ceifar-lhe a vida, mas o encontro com um novo aliado e relacionamentos recém descobertos pode lhe dar a força que ela precisa para seguir adiante.




Heiwas
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encaixe perfeito I

Mensagem por Heiwas Seg Abr 13, 2020 8:17 pm

Encaixe Perfeito



Algo estava muito errado. Ruim, mau, torcido em algo feio e vertiginoso que crescia como um verme dentro de meu coração. Eu parei na frente do prédio incrustado com placas metálicas e fios de cobre que escalavam a estrutura como uma erva daninha, me perguntando o que exatamente eu estava fazendo aqui. Parte de mim, talvez meu coração, insistia que aquilo era loucura, que não valia a pena, enquanto a outra parte —o que resta em uma pessoa depois que se tirar seu coração? Bem, seja lá o que é, deveria ser isso que me mantia presa no tempo —me algemava ao chão, congelando meus pés e amarrando os meus membros com tensão. O sentimento votou mil vezes pior quando eu percebi que não havia mais volta e eu, com toda a certeza, vomitaria se tivesse comido algo naquela manhã.

—Pelo menos a miséria serve para alguma coisa —Eu comentei para meu companheiro emplumado antes de me forçar a entrar na construção e seguir por um longo corredor. Ele parecia estar de mau humor, principalmente porque aquele estabelecimento não parecia ter o mínimo de higienização requerida pelo alto escalão. Não que isso fosse algo grande, afinal isso aqui era Stalehelm Alfa. Ninguém esperava nada de Alfa além de caos e confusão.

—Swabluuuu —A ave piou, se enrolando em suas penas até que estivesse bem confortável no topo da minha cabeça. Está vendo? Era exatamente por isso que eu usava capuz! De toda forma ele não conseguia achar conforto em bagunçar o ninho de rato que eu chamava de cabelo, incomodado demais com os dois homens de terno que nos seguiam.

Eu não podia culpá-lo. Há essa hora eu vomitaria em seus sapatos lustrosos mesmo que não tivesse nada na barriga.

Seguimos em um silêncio constrangedor, já que minhas perguntas eram respondidas com grunhidos e rosnados. Okay, tudo bem, acho que vim parar em um pokézoo e não sabia, pois esses dois guarda-costas eram, na verdade, darmanitans de ternos. O pensamento me divertiu o suficiente para que eu pudesse relaxar um pouco e soltar os nós de tensão em minhas juntas. O estresse não valeria a pena, tudo ia dar certo e o dinheiro que eu ganharia aqui salvaria minha casa e deixaria meu pai feliz e seguro.

Foi o que eu disse para mim, mesmo que a vergonha só aumentasse cada vez mais com o número de mentiras que estava contando. Claro que meu pai não ficaria feliz! Veja onde estou!

Paramos do lado de fora de um laboratório. Não havia porta, mas nenhum dos dois gorilas teve coragem de entrar, preferindo ficar parados até que a figura esguia que estava debruçada em uma mesa levantasse a cabeça e olhasse para nós —algo que demorou uns cinco minutos, mas hey, não estou reclamando. Eu estava aqui para ganhar dinheiro fácil, o que eram cinco minutos? O homem que nos cumprimento tinha um sorriso gentil e olhos verdes brilhantes. Ele parecia jovem com seu jaleco branco e suas calças jeans folgadas, os cabelos preto-azulado caindo sobre os olhos conforme ela virava a cabeça para olhar para o meu rosto.

—Oh, essa é a nossa garota? —Ele cantou e Krinvo grunhiu um som de desagrado, não gostando nenhum pouco daquele tom alegre. Eu preferia ficar calada, pois estava ali pelo meu sangue, não pelo meu nome —Por que não começamos logo com isso?

Foi ele quem falou, contudo não fez nada além de me olhar nos olhos. Com as mãos no bolso e o corpo jogado para trás, ele era o epítome do relaxamento, tão despreocupado com o mundo ao seu redor que a minha teoria do pokézoo estava começando a soar como a verdade. Talvez ele tenha vindo ver os gorilas também? Tive que morder o lábio inferior para evitar que o riso saísse de minha boca e, então, tive que cravar meus dentes na minha língua para não gritar quando a mão do jovem desleixado pegou o meu pulso com força e agilidade. Como o bote de uma cobra ele rapidamente cortou minha mão com um punhal que escondia em um dos enormes bolsos do jaleco —pelo menos era ali que eu achava que estava guardado. Não tinha muita certeza, pois no minuto seguinte minha mão estava sendo levantada acima de um tubo de teste, para que o sangue pingasse e enchesse o objeto. A visão do meu próprio sangue escorrendo daquele jeito me enojou e a vergonha se entrelaçou com meu medo.

Era isso. Estava vendendo meu sangue para um experimento clandestino. Não podia piorar, podia?

—Swaaa! —Agitou-se erguendo as asas e inflando as penas para parecer maior.

—Tudo bem, Krinvo —Eu disse, tentando passar o máximo de confiança na minha voz —Eu concordei.

E, como antes, o silêncio se espalhou novamente. O cientista dançava pelo laboratório, puxando uma coisa ou outra e depositando o sangue em uma série de equipamentos distintos. Em determinado momento ele parou e jogou um olhar por cima do ombro para mim, como se estivesse pensando se eu poderia lhe dar mais sangue. Cruzar os braços e contrair os lábios em desgosto foi minha única resposta.

Então, de repente, tão repentino quanto ele tinha cortado minha mãe, ele virou-se, girando em seus calcanhares e sorrindo um sorriso de lobo. Um arrepio percorreu minha coluna quando sua voz profunda falou entre risadas altas. Então meu mundo estava se contrariando e se fechando e se fechando e se fechando e tudo que eu poderia ver era a expressão macabra do cientista se contorcendo nas sombras, os olhos brilhando com a mesma loucura que banhava suas risadas maníacas.

—...Se encaixa perfeitamente…



—É claro que se encaixa! Essa belezinha aqui é da última geração e pode abastecer uma casa durante cinco meses —A voz saiu abafada, torcida e bagunçada pela máscara de gás que cobria o rosto inteiro da criatura parada na frente da mulher. Uma mesa de metal, pequena e comprida, se estendia entre eles, sustentando uma variedade excepcional de peças e aparelhos —Além disso, basta olhar para essa marca —A figura continuou, ajeitando com uma mão o capuz preto sobre seus cabelos brancos, enquanto segurava uma esfera esverdeada na outra —Todo mundo sabe que os equipamentos fornecidos pela N-800 são os melhores do mercado.

—Ohhhhh isso é exatamente o que eu estava procurando! —A mulher exclamou, parecendo animada diante da explicação da figura sombria. Ela era alta, mais alta que ele por uns bons cinco centímetros, e seu cabelo curto fora jogado para o lado esquerdo, onde caía em uma cascata de branco e roxo —Quanto custa?

—1500 bitcoins, embora eu possa quebrar um galho pra você, já que você parece ser alguém inteligente —A cliente não sabia se o outro estava mentindo ou não, já que não conseguia discernir o tom de voz do vendedor, mas mesmo assim ficou satisfeita com o elogio, assentindo para si mesma com um sorriso —1200 bitcoins deve ser um preço justo para algo que veio de N-800, você não acha?

—Seria se realmente tivesse vindo de N-800.

Ambos, vendedor e cliente, se viraram na direção da voz só para serem cumprimentados com uma silhueta sombria de pé sobre a extensão do peitoril de uma janela que estava a vários metros acima deles. Atrás dela o sol brilhava, acentuando as sombras e ofuscando os olhos de quem ousasse encarar a criatura que, agora, se movia para frente com passos firmes.

A de cabelos roxo olhou, atordoada, de um lado para o outro, como se quisesse comprovar que não era única tendo alucinações, entretanto nenhuma outra pessoa que transitava por aquela beco desperdiçou mais que um breve olhar para aparição, exceto, talvez, por três homens que pareciam trocar palavras rápidas e ríspidas, colocando dinheiro nas mãos do homem do meio, como se estivesse apostando algo. Stalehelm Alfa era Alfa por um motivo.

—Veritys Vanguard —O encapuzado sussurrou, apesar de o som parecer mais um rosnado do que qualquer outra coisa.

—Liar —A sombra para de se mover no limite do peitoril e, dessa vez, a luz solar parecia estar a favor da figura, pois segundos depois os raios quentes e dourados revelaram a imagem de uma garota curta, de cabelos pretos e vermelhos e deslumbrantes olhos azuis acinzentados. Ela curvou-se para frente, quase caindo, e sorriu para o vendedor —Vendendo mentiras novamente, Liar?

—Hum, o que você quer dizer com “mentiras”? —A mulher perguntou, um pouco trêmula pela aparição repentina. Suspeito…

—Nada que alguém diz que vem de N-800 vem de N-800. Aquela cidade é super esquisita quando o negócio é confidencialidade, então eles não deixariam que as pessoas anunciasse sua mercadoria a menos que tivessem uma boa razão —Ela respondeu jogando uma careta para o personagem parado ao lado da mulher. Com um salto bem apontado e usando a capa vermelha para amortecer a queda, a menina pousou no chão, se levantando alguns segundos para tomar a esfera da mão do mascarado —E eu acho que um armazenador de energia não é uma boa razão.

Depois disso a garota se virou para o mentiroso, ignorando totalmente a mulher que fugia com uma cara feia e um ar de traição. Dois dos três homens deram sorrisos felinos para a situação e repartiram o dinheiro entre si enquanto o terceiro ia embora, claramente tendo perdido a aposta. O vendedor, vendo que havia perdido o cliente, gritou de raiva e arrancou a esfera da mão dela.

—Vá embora, Cliwyn. Você não tem nada para fazer além de meter o nariz no negócio dos outros.

—É por isso que estou aqui, Liar. Pelos meus negócios.

—Se seu negócio é prejudicar o meu então está funcionando —O outro respondeu, chutando a mesa de metal e arrancando a máscara de gás —Onde está a galinha azul? Finalmente resolveu comprar algo melhor?

—Você sabe que ele não gosta de você, L.I.A.R —Cliwyn cruzou os braços e provocou, soletrando o apelido que significava “mentiroso”. Muito adequado.

—Ele não gosta de ninguém. Muito diferente da minha princesa, não é? —Um sorriso realmente suave surgiu no rosto do jovem e Heiwas se viu realmente tocada com a expressão na face do outro garoto quando este liberou uma chikorita de sua pokébola, a folha de cima da cabeça do pokémon balançando e produzindo um aroma gentil e delicioso. Os olhos dourados pairaram no pokémon contente antes de se arrastarem lentamente para a garota —Você deveria parar de me chamar disso. Você sabe como a Liga se sente sobre falar galariano ou qualquer outra língua que não seja a materna de Neo Zenos.

—O que os ouvidos não ouvem o coração não sente, não é esse o ditado?

—Acontece que todo mundo ouve tudo em um lugar que a força motriz é isso.

Heiwas olhou para a esfera do tamanho de uma bola de bilhar, um verde neon e azul claro brilhando e dançando dentro do vidro reforçado por cristais vindo de Njorlune. Seus olhos azuis cinzento reagiram ao raio da bola de energia e piscaram em um vermelho sangue, a visão de raios-X saltando brevemente para lhe mostrar um núcleo dourado e instável no meio da esfera. Heiwas sentiu algo dentro dela crescer e a impressão de que suas mãos iriam faiscar a qualquer momento a fez desviar o olhar apressadamente,

—Nem tudo é ouvido —Porque se assim fosse ela já os teria encontrado…


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encaixe perfeito I

Mensagem por Porygon Seg Abr 13, 2020 8:17 pm

O membro 'Heiwas' realizou a seguinte ação: Lançar dados


'Evento de Rota' :
[CL] Prólogo > Veritys Vanguard ITnDWpS
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Qua Abr 15, 2020 6:07 pm

Encaixe Perfeito {Part 1}




—Você está fazendo isso de novo.


—Fazendo oquê?


—Você sabe, aquele negócio em que você fica olhando para o nada com essa cara de bitch —Liar não se importou com o olhar mortal de Heiwas, dando de ombros, indiferente, enquanto inalava o doce aroma produzido pela chikorita. O pokémon continuava sentado no chão, os olhos vermelhos acesos de empolgação ao mesmo tempo em que murmurava para ela mesma —Você só fica desse jeito quando tá pensando em alguma loucura.


—Eu não tenho cara de bitch!


—…

—..

—.



—Oh, cale-se! —Heiwas gritou enquanto socava a cabeça do garoto.


—Ai, eu nem disse nada! —Ele gritou, ao colocar as mãos sobre a cabeça para protegê-lo de outro ataque, no entanto o que o derrubou não foi outro murro, mas um ataque violento de tosse que o deixou com lágrimas nos olhos e respiração ofegante.


—Tenha cuidado, você sabe que não pode ficar muito tempo sem a máscara, não importa o quanto Synth tente purificar o ar —Liar levantou a cabeça de onde estava agachado com as mãos apoiadas nas coxas. Os olhos preocupados de Heiwas e a máscara de gás estendida na sua direção esfregaram sal na sua ferida, fazendo-o roer os dentes para não gritar novamente.


—Porque você não vai se foder, Cliwyn?! Se não tem nada melhor para fazer além de me irritar você pode muito bem ir embora —Ele chiou por cima de uma respiração curta e instável, suas mãos trêmulas arrancando o objeto preto da mão da menina e colocando-o de volta no rosto.


—Eu já disse que tenho negócios a resolver —A garota bufou, nada impressionada com a reação do outro jovem e, muito menos, com o pequeno tipo planta que havia saído de perto de seu mestre para mordiscar suas botas como algum tipo de growlithe louco —Eu consegui uma informação fresca e queria que você confirmasse para mim. É sobre os eletrolocks.


—Para alguém que superestima o segredo dos outros, você parece bem focada em colocar o nariz em coisas que não SÃO DA SUA CONTA —O mentiroso ficou de pé, seus 1, 70 de altura o transformando em um gigante perto da menina que tinha apenas 1,60 cm. Golias desgraçado! —Você tem que aprender a ficar longe de algumas coisas. Não é todo mundo que te perdoa por espantar seus fucking clientes.


—Tudo bem senhor perdoador, mas isso é da minha conta. Você sabe tão bem quanto eu que a procura por eletrolocks aumenta —Heiwas lançou um olhar para a esfera verde que repousava, inocentemente, sobre a mesa de metal —...é um sinal de que algo está errado —e então ela curvou-se para bater as mãos na mesa ao mesmo tempo em que sussurrava palavras rápidas e frenéticas: —A última vez que isso aconteceu foi depois do Grande Apagão. As pessoas morriam de medo da escuridão e do caos que aconteceu naquela noite e muito delas começaram a cultivar desconfiança pela Liga e pela Gentec. O eletrolock armazenava energia o suficiente para sustentar uma casa por meses e, como eles surgiram depois da criação de N-800, se transformaram em um sinal de independência. Eu não preciso dizer que a sua fabricação foi…


—Proibida e que os armazenadores de energia ficaram restritos apenas as grandes instituições. Sim, eu sei. Mas só porque existe uma nova demanda por eles não significa que algo grande está se formando. nem tudo é um jogo de RPG fórum, você sabe —O olhar cético fez a veia na testa de Heiwas pulsar de raiva, um rubor escalando suas bochechas e mordendo suas orelhas. Ela levantou a perna esquerda, como se fosse chutá-lo, e balançou o nabo mutante que tinha os dentes presos em suas botas de combate.


—O que é um RPG fórum?


—Sério que foi só isso que você tirou da nossa conversa?! —O garoto exclamou, ou pelo menos era isso que Heiwas achava que era, já que com a máscara no lugar sua voz voltou a ter aquele tom profundo e estático de sempre. O macho balançou a cabeça antes de tirar, obedientemente, o vegetal da perna de sua colega.

—Olha, eu não acho que há algo grande, mas tenho certeza que há algo! Eu tenho pensado…


—Por favor, não se machuque.


—As únicas pessoas que poderiam querer algo como isso seria um laboratório clandestino. Três desses eletrolocks poderiam manter um laboratório desse abastecido por seis meses. Tudo que eu preciso saber é quem está fornecendo os eletrolocks e quem é o principal comprador.


—E se for um segredo? Existe um motivo para eles dizerem que a curiosidade matou o meowth. Essas coisas são perigosas.


—Não é um segredo se a informação está por todo o lugar e, principalmente, se o informante estiver disposto a ceder!


Liar, o mentiroso, a olhou fixamente, como se estivesse achando o melhor jeito de expulsá-la dali. Heiwas não sabia qual era sua expressão, mas as mãos fechadas em punho e os rosnados da chikorita não eram bons sinais. Droga, ele é o único que me pode dizer isso!, ela gritou em seu cérebro ao passo que tentava usar uma cara de poker. Detalhe, ela era horrível jogando poker —sério, ela nunca ganhou uma única partida. Nem quando sua vida dependia disso, o que era mais comum do que o ideal —, por isso o que era para ser uma cara neutra acabou parecendo uma daquelas caretas que você faz quando chupa um limão bem azedo. Merda.


—Tudo bem —Ele suspirou depois de um momento. Bem, pelo menos ela acha que foi um suspirar —Uma nova remessa deve está chegando daqui à uma hora na praça diagonal. O fornecedor irá fazer a troca pelo dinheiro pessoalmente. Isso é a única coisa que eu posso dizer.


Mal havia terminado de falar quando a garota bateu nas suas costas com força, agradecendo profusamente e prometendo compensá-lo no futuro.


—Apenas fique longe de mim sua louca! —Ele gritou para a sua figura em retirada, o Swablu mergulhando para pousar em seu ombro assim que ela saiu do beco —Essa idiota vai se meter em problemas de novo, não é?


—Chiko?


Liar coloca as mãos na cabeça e geme.


⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊✬[CL] Prólogo > Veritys Vanguard PinRSani333✬⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊


Quando a praça foi criada, tudo o que a empresa responsável por ela esperava era o mínimo de respeito e apreço pelo espaço longo e estreito que disputava lugar com as construções estupidamente altas e confusas e as lojas pequenas e sombrias daquele bairro. Deveria ser um lugar em que as pessoas sentariam naqueles bancos baratos e decrépitos para olhar para o céu cinzento de fumaça e a lua invejosa ou, caso fosse dia, enfrentaria a ira dos raios solares que tinham a capacidade de fritar um ovo, quanto mais seus olhos. Surpreendentemente, entretanto, aquele lugar só serviu como alvo de crítica da população, especialmente depois que a empresa insistiu que aquela praça era a representação do orgulho de Alfa —uma fala corajosa que gerou controvérsia entre os moradores daquele bairro. Assim, para uns, aquela praça foi chamada de “Metáfora”, enquanto que outros estavam determinados, e animados, em chamá-la de “Ironia”. Como ninguém chegara a um acordo —e a empresa estava decepcionada o suficiente para dar a aquela coisa miserável um nome decente —, a praça ficou conhecida como “Praça Diagonal”, uma descrição curta, porém fiel, de seu formato.


Pelo menos essa era a história que os mais velhos contavam. Heiwas não sabe o quanto disso é realmente verdade, ela também não acha que se importa. É uma história engraçada o suficiente para mantê-la entretida durante os últimos minutos.


—Espero que ele não esteja mentindo para mim. Já faz quarenta e cinco minutos e nada —Heiwas disse, sentada em um daqueles bancos miseráveis, o capuz vermelho cobrindo seu rosto tanto para proteger do sol quanto para ocultar sua figura.


—Swwwwaaaaa —O pássaro de algodão murmurou, fazendo uma cara de nojo para o banco atrás do dele, virado para o lado oposto, onde um homem velho acompanhava as notícias locais pelo aparelho preso ao pulso, o holograma saltando a vida todas as vezes que ele clicava em uma notícia nova. O homem fedia a velhice e tabaco e isso não era algo que Krinvo apreciava.


Bem, eu é que não vou mandar ele tomar um banho pensou com uma careta, a mão estendida para agarrar a perna da jujuba azul caso a ave quisesse fazer alguma loucura.


—Aiiiii ai ai!


—Swwwwwwwaaa!


O pokémon bicou os dedos ofensivos, indignado por terem chegado muito perto das penas que ele tinha passado horas limpando. Krinvo não ia deixá-la tocá-lo com essas mãos imundas. Não quando ela não tinha nem lavado as mãos! —Você tem sorte que minha encomenda não chegou!


O pássaro não teve tempo para responder a ameaça mal velada quando o velho fedido se virou, as pupilas dilatadas e sombrias fitando algum lugar acima do ombro da jovem.


—Oh então você também está esperando alguém —O homem falou calmamente. Muito calmamente. Tão calmo que Heiwas já havia aberto a boca para responder quando ele continuou —… ou algo?


—O que é isso pra você? —A menina respondeu sem hesitação, movendo a cabeça apenas um pouco para ter uma visão melhor do outro.


—Nada. É que parece que todos nós estamos esperando algo hoje em dia —Respondeu com um tom leve, como se estivesse comentando sobre o tempo. Contudo, a frase cutucou o cérebro de Heiwas e fez seu sangue esfriar. Ela já havia ouvido aquilo uma ou duas vezes em contextos tão aleatórios que seria impossível fazer alguma comparação com sua situação. Exceto que… talvez… hum?


—É possível que a espera não dure tanto quanto esperávamos —A garota respondeu, as palavras pesando em sua língua como se estivessem erradas. Como se não se encaixassem nela. O velho não pareceu perceber sua hesitação, pois assim que a última sílaba saiu de sua boca ele estava se virando no banco, uma bolsa de couro velha colocada em cima do encosto.


—Você está atrasada. A entrega deve chegar na N-800 o mais rápido possível e depois ser passada para a próxima Célula. Entendeu?


—Hã? Eu, você pode repet…


—Olha aqui, eu não tenho tempo para isso. A carga tá aqui, então você pode pegar e me pa…


A garota viu antes de acontecer. Um brilho nas sombras, fora do lugar, reluzindo em um vermelho vivo e, então, uma mira laser pairou sobre a testa do velho um momento antes do disparo ser ouvido.


Pareceu que ela não era a única a ter visto, pois o homem se jogou para frente, caindo em suas mãos e joelhos, bem a tempo do laser se aterrar no encosto do banco e queimar. Claro, Heiwas também havia se jogado para o lado, suas botas deslizando no asfalto enquanto a mão esquerda puxava instintivamente a bolsa de couro.


Outra onda de ataques atingiu o assento, deixando uma série de buracos no encosto e o cheiro de fumaça no ar. O pescoço de Cliwyn disparou na direção do atacante e seus pés se moveram sem o seu consentimento, dando início a uma perseguição que, se Heiwas estivesse em suas plenas faculdade mentais, a garota não queria ter nenhuma participação.


—Ei e meu pagamento?!


—Resolve com meu chefe! —A garota gritou, jogando a bolsa por cima do ombro e correndo.


Ela não foi muito longe, pois o fugitivo havia girado em seus calcanhares e jogado alguma coisa no ar antes de virar e desaparecer em um beco. A garota gritou quando percebeu que a areia estava afofando e ficando úmida, prendendo seus pés ao passo que uma tempestade de areia começava, o vento e os grãos deixando pequenos cortes nos lugares em que a roupa não cobria. Ela chamou por Krinvo que havia alçado voo atrás do atacante, mas quem respondeu não foi seu adorável Swablu.


Uma cabeça gorda e amarela, com olhos pequenos e redondos se projetando acima dela, saiu do amontoado de areia que havia se formado. As narinas redondas e salientes expeliam jatos de areia todo instante, aumentando ainda mais a sua cobertura. A adolescente olhou para a estranha criatura com olhos arregalados e dentes cerrados, percebendo muito tarde que esse era o pokémon do assassino. Tecnicamente ele não matou ninguém, mas a tentativa de matar o torna um assassino, né?


—Hum, Krinvo, eu sei que você não gosta de sujeira, mas uma mãozinha seria bem apreciada… —Ela gritou. Estava fazendo muito isso recentemente, mas que seja! O pokémon estava atacando e ela não tinha cobertura então ela poderia gritar o quanto quisesse, okay?!


Dexit:


—Hamm, Krinvo eu preciso de ajuda! —Ela recuou, um pouco trêmula (lê se chacoalhando como uma folha ao vento).


A tempestade aumentou e a areia arrochou o aperto envolta dos tornozelos. Ela soltou um gemido de dor e tentou levantar as pernas, contudo o movimento só a fez ficar ainda mais presa na areia movediça.


Hippopotas se aproximou com a boca aberta e as presas brilhando e Heiwas percebeu o quão ferrada ela estava. Foi exatamente nesse momento de autoconsciência que Krinvo resolveu aparecer, as asas puxadas para trás, um brilho prata cercando o corpo pequeno. Ele colidiu contra o hipopótamo com força, fechando a bocarra com o impacto do Take Down e enterrando a cabeça redonda na areia.


—Já estava na hora! Comece com Sing!


—Swaaa! —Grunhiu de volta, nem um pouco satisfeito por estar ali. Deve ser a poeira.


O tipo normal abriu o bico e fechou os olhos, sentindo sua música borbulhar e irromper de sua garganta em uma rajada de notas coloridas e suaves. Entretanto, era tarde demais, porque Hippopotas tinha sumido e substituído por um buraco fundo de tamanho razoável. Cliwyn correu os olhos pelo campo de batalha, absorvendo com a fúria de um predador os vários postes de luz aterrados sobre centímetros e centímetros de areia, as dunas enfeitando o pequeno deserto aqui e ali. Seu sangue fervia e uma força a impelia para frente, forçando-a a trabalhar e ficar alerta mesmo que seu corpo continuasse a sucumbir ao Sand Tomb.


—Cuidado! —O hipopótamo saltou do mar de areia, irrompendo como um torpedo do chão para abocanhar o Swablu com um Bite —Fury Attack!


Swablu evitou as presas com um movimento rápido, mergulhando segundos depois para arranhar a pele amarela e sensível com suas garras afiadas e compridas. Uma, duas, três vezes até que a tempestade de areia o forçasse a recuar. Krinvo tremia com o dano que Sand Storm estava causando.


O adversário, ainda mais desgastado que o parceiro de Cliwyn, voltou a se enterrar na areia em uma tentativa de diminuir a zona de ataque, o que não fazia muito sentido já que a cabeça continuava do lado de fora. Escancarando a boca e bocejando, o Yawn foi prontamente rebatido pelo Swablu que havia utilizado o:


—Safeguard! —As cores brilharam à sua volta e um verde água percorreu as lindas penas de algodão —Vamos acabar com isso! Round!


Hippopotas estava meio perdido sem seu treinador, olhando desesperado com a série de gritos que saiu da garganta de Krinvo, círculos vermelhos empurrando areia e castigando o inimigo. Heiwas quase teve pena dele, entretanto o Bite certeiro do bicho apagou qualquer sentimento de simpatia que ela tinha.


—Diabos!


O Round não parou, o timbre subindo a cada turno, muito diferente da tempestade que estava morrendo, se dissolvendo a cada instante em meras rajadas de vento e poeira.


O som agudo ecoou e a mordida se aprofundou quando nenhum dos dois se afastou. Estavam determinados demais a fazer o outro se submeter, mesmo que a dor estivesse aumentando e aumentando.


—Vaiiii!


De repente o tom de voz de Krinvo subiu de tal maneira que as telas de alguns painéis que estavam por ali por perto racharam e estouraram. O ápice do ataque de som atirou o tipo ground no solo e o esmagou sobre a pressão. Hippopotas não durou muito depois disso, desmaiando logo em seguida.


Mas agora já era tarde, porque seu treinador já havia partido, deixando para trás mais perguntas que respostas.


Heiwas
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Wonder Qua Abr 15, 2020 7:51 pm


  • Krinvo recebeu 6 de XP;
  • Heivas recebeu 35 bitcoins.


A Busca dos Electrocks...:

P.s.: Desculpa, n deu tempo de dar minha opinião pq assim que terminei a avaliação tive uma reunião online aaa. Então, os dois posts ficaram longos sim, mas a tua narrativa é muito gostosinha de ler, então isso não é um problema. Gostei bastante de tu ter tomado a liberdade de criar um plot assim criativo, e achei ele bastante interessante. <3
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Ter Abr 21, 2020 5:41 pm

Encaixe Perfeito Part 2



Heiwas subiu mancando a ladeira íngreme. Ela ainda conseguia sentir a areia por toda a parte e podia jurar que seus joelhos possuíam manchas escuras por causa do aperto sufocante do Sand Tomb. Tudo bem. Não é como se ela nunca tivesse se machucado antes. Na verdade, a essa altura o estranho seria se ela não se ferisse.


Krinvo, por outro lado, havia entrado em mais um de seus humores terríveis, lançando um olhar feio para a garota à medida que continuava a subir e subir. Suas penas, antes alvas como a neve, agora tinha um tom encardido e sujo, grãos de areias caíam conforme batia as asas. Para piorar o lugar para onde Heiwas estava indo não era lá muito limpo.


Com muitas pessoas e situado em um dos pontos mais altos de Alfa, o Centro Nebuloso —nome que Heiwas colocou ao aglomerado de prédios que, de tão próximos que estavam, estendiam suas plataformas umas sobre as outras, formando uma espécie de labirinto de metal, extenso e com vários andares. Lá em cima o ar era mais pesado e sujo que o normal e os painéis e hologramas eram as únicas coisas, além do sol, que iluminava o lugar. Apesar disso era muito famoso entre a população e, por isso, reunia malandros e bandidos de toda sorte. A última parte era exatamente o motivo pelo qual Heiwas estava se esforçando para subir AQUELA MALDITA LADEIRA.


—Argh! Eu te odeio senhor assassino! —A garota gritou, recebendo olhares estranhos de alguns transeuntes —Fez minha vida dez vezes mais difícil! Porque ele tinha que matar aquele cara naquela hora?! Custava esperar uns minutos?


A morte não era estranha nos tempos atuais. As pessoas sumiam e surgiam com a mesma frequência que um dado era adicionado na Dexit. Mesmo assim, pensar que alguém tentou, de bom grado e tão abertamente, assassinar outra pessoa fez seu sangue esfriar e seu estômago embrulhar. Não era para ser assim. Até onde podem chegar antes de sucumbir?


—Se serve de consolo, amigo, pelo menos você venceu —Heiwas comentou, pensando se a figura que ela tinha perseguido havia voltado para pegar seu hippopotas. Talvez ela devesse ter esperado? Talvez ele nem tenha voltado?


—Swwablu! —O passarinho respondeu, descartando o elogio pelo que ele era: um consolo. Krinvo não lutava para ganhar, apenas para proteger. Agora, se sobreviver e vencer eram sinônimos a culpa não era dele.


—Você não precisa ser presunçoso com isso, você sabe. Foi apenas uma vitória —A menina cutucou com humor, sorrindo para a careta e o bufo de desdém.


Quando eles chegaram à entrada do Centro Nebuloso, onde uma grande e larga escadaria, feita de metal e terrivelmente bamba, se erguia em ziguezague por dentro dos andares do labirinto; Krinvo pousou em sua cabeça e se aconchegou, preparando-se para a longa subida.


Heiwas poderia chorar de desespero se não estivesse tão apressada. Aquilo era tortura! Seu sofrimento nunca acabava!


—Isso é injustiça!


Para Krinvo aquilo era carma.

⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊✬[CL] Prólogo > Veritys Vanguard PinRSani333✬⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊


Depois disso as coisas se passaram em um borrão de eventos. A jovem ignorou totalmente seus arredores —pois estava ocupada demais pensando em que tipo de lugar , situado em uma região altamente avançada tecnologicamente, não tem um elevador sequer. A resposta era bastante óbvia, bastava olhar para o Centro Pokémon que mais parecia uma clínica clandestina e que cobrava 1 bitcoin por atendimento —; seguindo por dentro do turbilhão de pessoas que trafegavam por ali. Ninguém pareceu muito surpreso com a aparência desgastada dela, parte porque eles eram Alfas e Alfas nunca temem nada, e parte porque aquela era Stalehelm Alfa e era absolutamente normal ver mendigos andando por aí.


Pensar que essas pessoas estavam comparando-a a um mendigo derrubou sua autoestima (não que ela tivesse muito) e a fez erguer a cabeça e endireitar os ombros, mesmo que tudo que quisesse fosse se jogar em alguma sombra e dormir. Mas nãoooo, ela tinha um nome para proteger. Veritys Vanguard, a última Cliwyn, filha do homem mais justo que colocou os pés naquela cidade e, infelizmente, desapareceu sem deixar um vestígio.


Ela tinha uma moral e… falando nisso…


—O que vamos fazer com isso mesmo?


Cliwyn apertou a bolsa de couro contra o para que nem um engraçadinho resolvesse tentar algo. Ela não havia aberto a “carga” ainda, preferindo o fazer na frente de um especialista. Isso não significava que sua curiosidade e mente fértil não tivesse fornecido pelo menos catorze cenários diferentes, sendo treze deles desastrosos.


—Liar vai saber o que fazer —Ela decidiu se confortar, já que a criatura dentro dela parecia tão contente em confiar em outro ser que não fosse à ave de algodão. Heiwas, entretanto, apenas zombou desse sentimento —Isso é besteira.


O aumento considerável de vozes e o amontoado de gente de procedência duvidosa foi o sinal para Heiwas parar e se virar, mudando de direção para alcançar a baderna que estava se formando. Entre duas colinas de ferro, tombadas e escoradas uma sobre a outra, estava Liar em toda a sua glória mascarada, cabelos brancos e mesinha de ferro retrátil. A multidão que aflorava a sua volta se acotovelava para ter uma visão melhor do que seja lá o que o malandro estivesse vendendo. Heiwas se arrepiou só em pensar em descobrir, ela já tinha o suficiente para se preocupar! Não precisava de mais problemas!


Assim a adolescente contornou a multidão e foi se sentar entre as bolsas e bolsas de coisas contrabandeadas de Liar, tomando cuidado para não encostar em nada que seja muito hum… elétrico. O que não fazia muito sentido visto que a bolsa que ela carregava estava cheia até a boca com aquelas esferas de energia esverdeada.


—Hã? Se o cara queria que eu levasse isso para N-800 não faria sentido que os eletrolocks estivessem sendo produzidos lá —A garota disse para o Swablu que havia saído do topo de sua cabeça para se deitar no casaco preto favorito de Liar. Bem, isso não era mais problema meu —E para levar essa quantidade de eletrolocks? Ou é algo que precisa de muita energia, como um laboratório ou algo assim, ou eles estão vendem em larga escala lá também, o que é estranho já que N-800 raramente compra coisas de fora. Mas isso explicaria o contrabandeio, mas não o assassino... Huh?!!! Hah?! Porque isso tem que ser tão difícil?!


—Talvez seja você que é burra —A voz grave foi tão repentina que fez Heiwas gritar e derrubar a bolsa. Esta virou, deixando a bolinhas de energia correrem soltas —Parece que eu não sou o único desleal aqui. Onde você roubou?


—Eu não roubei! Estou só esperando que o dono venha pegar!


—Hum, certo. Então você vai atrás de informação e volta com isso e não diz que é roubo? Eu tenho ouvidos, sabia? —O garoto estava ajoelhado, colhendo a esferas fugitivas enquanto Heiwas continuava cavando dentro do saco. De repente suas mãos atingiram algo duro no fundo da bolsa e, ao invés dela colocar os armazenadores de energia dentro, ela começou a tirar o resto dos eletrolocks.


—Você estava certo, okay?! Tudo que encontrei lá foram problemas…


—Espera, a tempestade de areia foi sua culpa? —A estática oscilou, deixando um chiado alto no final da frase quando o jovem travou os dedos na correia da bolsa e puxou, tentando colocar os objetos que havia coletado lá dentro. Heiwas grunhiu para ele e puxou de volta.


—Como você sabe?! —A mulher puxou com força, quase o derrubando.


—Todo mundo tá falando disso na internet, idiota —Ele devolveu o puxão só para a menina arrancar o negócio de sua mão —Que diabos, estou tentando te ajudar!


—Há algo aqui!


E havia mesmo. Uma pequena tela retangular se destacava no couro preto. Era longo o suficiente para caber de cinco a seis dígitos e, ao seu lado, desenho circulares se estendiam, percorrendo o fundo de couro com pequenas linhas de cor, quase como os ramos de uma árvore. Quando Heiwas mostrou isso para Liar ele imediatamente reconheceu aquilo como um fecho codificado, cuja senha era precisa para abri-lo. A jovem concordou também, entretanto ela nunca havia visto uma tranca daquele jeito, mesmo que ela fosse uma Hacker.


—Acho melhor deixarmos isso para depois —Ela sussurrou, confusa, guardando o resto dos eletrolocks e jogando a bolsa de volta nos ombros —O que você quis dizer com “todo mundo tá falando disso”?


—Na verdade, todo mundo pensa que foi um Stunfisk, mas era muita coincidência para acontecer no exato lugar que você estava. Não se preocupe muito com isso, eles têm uma fofoca bem mais legal para enfiarem suas cabeças —Liar a deixou com suas coisas e foi se sentar em algum lugar a sua direita. Ela não viu, mas ouviu os piados de raiva de Krinvo e, depois, o familiar peso em sua cabeça —Um homem chegou aqui hoje, durante a Sand Storm e deve estar hospedado em algum lugar daqui. Dizem que havia vindo de Stalehelm Beta para supervisionar uma operação comercial da companhia na qual trabalhava, porém isso é o que ele conta e ninguém acredita muito nisso. Pelo que ouvi o homem era bizarro.


—Durante a Sand Storm?


—Sim, eles não param de falar disso.


Chat We Are Alphas:

—Bem, o que você acha?


—Eu acho que tenho uma pista!



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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Ter Abr 21, 2020 5:53 pm




Encontrar o robô com a mesma numeração foi o primeiro passo. Invadir o sistema da máquina e acessar as câmeras de segurança foi um passeio no parque, pois a empresa responsável pela limpeza das ruas não era muito responsável e se Stalehelm Alfa continuava bagunçada e suja como sempre, o que dirá a segurança de meros robôs faxineiros. Assim, Heiwas se viu encostada no X-28, o cabo USB de seu bracelete conectado ao painel eletrônico na cabeça da máquina ao mesmo tempo em que ela utilizava a tela do Dexit para assistir as imagens. Com a ansiedade borbulhando em seu peito ela correu o vídeo, adiantando até o momento em que algo remotamente estranho podia acontecer. Isso, no caso, deveria ser a parte em que outro robô avançava contra a câmera com os braços levantados e a cabeça faiscando. Lembrando-se do que lera no chat local, a menina regrediu dois minutos e aproximou a tela do rosto.


Na tela a rua agitava-se, ondas e ondas de pessoas passando de um lado para o outro. No fundo, Heiwas conseguia discernir a “Alfarinia”, um restaurante pequeno e aconchegante onde muitas das grandes apostas aconteciam. Era uma boa cobertura e o dono pagava bem para a Hacker manter os clientes mais inocentes, e regulares, longe de problemas. Enfim, era um bom lugar e o homem que acabara de aparecer na tela também parecia pensar assim, já que havia parado no meio da caminhada para se virar na direção do restaurante.


O robô tinha pegado um bom ângulo dele e a menina fez um download da imagem em preto e branco antes de continuar a gravação.


[CL] Prólogo > Veritys Vanguard 82e66b158ae9ad1fd7c816e3d9d7a076


O cara, simplesmente ficou quieto mais alguns segundos antes de seguir na direção do restaurante. Pouco depois disso um barulho de estática soou e os robôs se atracaram, iniciando uma luta feroz enquanto zuniam e apitavam frases como “seja respeitoso, por favor” e “com licença, obrigado”.


Com a nova pista em mãos, a garota deu início a uma caçada cheia de becos sem saída e avenidas movimentadas.


O dono do restaurante estava mais que contente em ter alguém para descobrir quem o homem era -havia uma nova aposta sobre ele em andamento e quanto mais rápida a verdade aparecesse melhor para os negócios —, entretanto o traficante com quem ele se encontrara no almoço relutou a falar. Isto é, até que ele mencionou que o homem havia consultado um engenheiro recém-chegado de Atomia, este, tinha admitido que iria enviar uma remessa de peças para uma pousada no lado oeste.


Claro, tudo isso levou horas de negociação, ameaças e promessas de favores que ela espera não ter que cumprir tão cedo. Apesar disso ela havia achado o lugar e a diversão finalmente estava prestes a começar.


—Você pode correr, mas não pode se esconder —Heiwas murmurou, a lua brilhando atrás dela, banhando seus cabelos com uma luz opaca. Em algum lugar dentro de sua mente a fera acordou, os olhos piscando em ouro puro e os instintos aflorando.


Luxrays nunca foram bons perdoadores.


⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊✬[CL] Prólogo > Veritys Vanguard PinRSani333✬⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊


O quarto ficava no terceiro andar, o décimo oitavo contado da esquerda para a direita. Estreito e frio por dentro, era iluminado por uma luz avermelhada que dava aos móveis e aparelhos eletrônicos um ar...agressivo? Talvez fosse só a impressão da adolescente, afinal era ela que deixou ser movida pela curiosidade e os instintos de orgulho que a besta em seu DNA parecia cultivar. Ele quase a matou uma vez. Luxray não ia admitir outra derrota dessas.


—Precisamos de provas —A adolescente sussurrou, deslizando a janela aberta e entrando.


Swablu seguiu em silêncio, jogando olhares preocupados para os olhos dourados da garota. Isso vai da merda, pensou ao mesmo tempo em que a menina começou a abrir as gavetas de uma cômoda no quarto.


Sem muito que fazer, Krinvo inspecionou o topo dos armários, contou as janelas (eram seis, aliás. Três de cada lado) e colocou as escovas de dente em seus devidos lugares. Quem usa três escovas ao mesmo tempo pelo amor de Arceus?!


Era burrice tentar arrumar a casa que você está invadindo, no entanto foi exatamente isso que o pokémon estava fazendo até que o grito de Heiwas cortou sua concentração e o jogou, imediatamente, em estado de alerta.


Esvoaçou de volta para o quarto só para ser recebido com a terrível visão de sua parceira presa por uma fucking cobra de três metros. Tá bom, 2, 8 cm, mas quem tá contando?!


A cobra possuía uma tonalidade azul escura, meio esverdeado dependendo de como você olhasse. Desenhos dourados, como joias, enfeitavam sua pele, protegendo uma boa parte da cabeça pontuda de onde presas, compridas e vermelhas, saíam. A língua bifurcada lambia o rosto de Heiwas ao passo que o corpo esguio se enrolava envolta da presa em um abraço mortal.


A cobra sibilou, a jovem gritou e Krinvo não, absolutamente não, entrou em pânico.


Não perdendo tempo a ave de algodão aproximou-se por trás do predador. Sua mente trabalhava a todo vapor, tentando decidir que tipo de ataque poderia resolver o problema sem muitos danos. Bem, no final não havia o que pensar. Ele só tinha um ataque para controle de danos.


Heiwas, porém, não parecia alegre com essa ideia, pois no momento em que pairou bem acima da serpente, inspirando ar o suficiente para cantar sua doce música, seus olhos se cruzaram com os dourados —que estavam rapidamente ficando vermelhos —e a adolescente balançou a cabeça. Um "não" mudo saiu de seus lábios, contudo podia muito bem ser um "vai com tudo". Krinvo não tinha a melhor leitura labial do mundo, então ele fez os dois.


Ainda bem que o primeiro turno do Round é sempre mais fraco, caso contrário à cabeça de Cliwyn teria estourado tamanha a intensidade do grito. Chacoalhou-a até os ossos e fez Heiwas ter que fechar a boca para evitar os dentes de bater. A dor se instalou junto com um zunido irritante que abafou todos os outros sons. Apenas ótimo!


O pokémon inimigo pareceu mais afetado pelo ataque repentino do que propriamente o som, largando-a garota e recuando alguns centímetros antes de gritar.


Ainda tonta, Heiwas apoiou seu peso contra cama e puxou o Dexit:


Dexit:


Serviper, recuperando-se da surpresa , voltou-se com ira renovada na direção à jujuba azul. Sua cauda estava banhada com uma toxina roxa que brilhava em diferentes tons, reluzindo conforme ela a balançava de um lado para o outro. Então, sem nenhum aviso, ela atacou com Poison Tail, errando o Swablu por pouco e destruindo a cômoda com apenas um estalo de sua cauda.


Reagindo por puro instinto, Krinvo estufou o peito e gritou. Os círculos vermelhos atingiram a serpente em cheio, a força do Round crescendo gradativamente.


A Seviper sibilou de dor, no entanto, ainda sim, não parecia tão afetada como deveria. Heiwas ficou impressionada e aborrecida com a resistência do tipo venenoso enquanto perseguia a cobra para fora do quarto, visto que essa havia se lançado mais uma vez atrás do pokémon menor.


Ela golpeou o Swablu mais uma vez, o Poison Tail apenas riscando a pele macia antes de afundar no portal da porta. Krinvo retribuiu com outro Round, já que o ataque não pararia até chegar a seu pico. Dessa vez ele parecia ter mais êxito, abalando a serpente por tempo suficiente para ganhar distância


—Sai! —A hacker gritou, saltando para agarrar o rabo da Seviper —Fora fora fora fora! Agora!


O predador esguio não desistiu de seu aperitivo, abrindo a boca com as presas arroxeadas, o veneno pingando em seu caminho. Krinvo embranqueceu de medo e voou por uma das janelas da parede esquerda. Sem surpresa nenhuma o tipo venenoso foi atrás, mesmo que Heiwas estivesse esbravejando e puxando sua cauda atrás. Para ela, a menina era menos que um incômodo. Havia outro pokémon em seu território e ele deveria morrer.


—Serrviper!


A cabeça em forma de flecha disparou para mordê-lo com Poison Fang, apenas um quarto de seu comprimento passando pela janela. Heiwas aterrou os pés na madeira e gemeu de dor, gritando ordens que sabia que não chegariam aos ouvidos de seu parceiro. Pelo menos ela estava atrasando a Seviper.


—MAS QUE PORRA É ESSA?!


Alguém gritou, entretanto a garota ainda estava meio surda por causa do Round e por isso não reagiu ao grito de raiva e, muito menos, ao suave barulho de ferro deslizando. Foi apenas um milagre, ou o seu DNA ligeiramente modificado, que a fez reagir rápido o suficiente, fazendo a jogar seu corpo para direita quando seus olhos captaram uma luz vermelha.


Ela assistiu atônita o laser se enterrar na parede atrás dela. Era bem onde minha cabeça deveria estar, pensou sombriamente.


Infelizmente, por causa disso ela acabou soltando o rabo de Seviper que voou para frente por causa da falta restrição. Quase dois metros de comprimento foram esticados e suas presas finalmente sentiriam o gosto da carne macia do passarinho, isto é, se Swablu não estivesse escolhido àquela hora para atacar com o Round.


Com a força dobrada, o ataque sonoro lançou a cabeça da serpente para trás e fez os vidros estouraram, atirando estilhaços para toda a parte.


—A merda que você está fazendo aqui? —O homem perguntou, braço biônico ainda estendido.


Cliwyn olhou para ele sem entender o que estava falando, mas impressionada com a sua arma, que no caso era o próprio braço direito. O dito braço era recoberto por pele, exceto pelas partes da onde se projetava o cano longo de uma arma e a mira. Era um sistema complexo de peças entrelaçadas e soldadas e, apesar do tamanho, parecia conferir equilíbrio e até graça ao homem.


A admiração da garota pareceu irritar o atirador que, meio segundos depois, mudou a mira para atirar nela. Heiwas pulou para trás do balcão da cozinha para evitar o ataque antes de utilizar os pratos do próprio assassino como projétil.


Do outro lado da confusão, Krinvo tinha entrado pela outra janela e agora se preparava para atacar até que foi surpreendido pela cauda da Seviper enrolando em volta dele. O pokémon serpentino arrancou a cabeça da janela e olhou para a ave arrepiada. Finalmente, abriu a boca e preparou-se para…


Dormir?


Seus olhos se fecharam contra sua vontade e sua mente lenta percebeu muito tarde que o pássaro não estava assustado. Ele estava cantarolando uma suave música de ninar.


Sentindo que ia perder sem nem mesmo ter provado uma mordida, apelou para um ataque desesperado, enterrando os dentes na barriga penuda com um Bite. Krinvo engoliu o choro de dor para terminar a canção que arrastou o corpo da Seviper para o chão em sono profundo.


Usando seus últimos resquícios de força, Krinvo alçou voo e mergulhou contra a cabeça adormecida. Seu Take Down foi o suficiente para encerrar aquela luta.


E quanto a Heiwas… Bem, digamos que o cara havia acabado de estourar o último prato com seu laser. Não havia problema, porém, porque Krinvo já estava aplicando uma nova dose de Sing na figura corpulenta.


—Hum, acho que precisamos de uma corda —Ela falou sobre o silêncio tenso que se instalara. Swablu deixou-se ser segurado, ainda tremendo de dor contra seu peito. Heiwas olhou mais uma vez para um homem de cabelos escuros, o braço biônico se destacando como um polegar dolorido naquele lugar rústico —...Ou um arame.




Missão escolhida escreveu:O rastro
(Médio)
Recompensa: 110 Bitcoins.
Premissa: Lançar Dado de Evento (NPC/Trainer)

Descrição: Com a bolsa de couro em mãos, Heiwas descobre que ela possui um fecho codificado com uma senha criptografada, do qual provavelmente apenas o velho que lhe entregara a bolsa, e também aquele que seria o receptor dela, tinham conhecimento. Enquanto isso, Liar ouvira boatos de que um homem misterioso chegara ao mesmo tempo do início das Sandstorms e estava hospedado em uma pousada por Stalehelm Alfa, e alegava que havia vindo de Stalehelm Beta para supervisionar uma operação comercial da companhia na qual trabalhava, mas ninguém se convencera muito de sua história. Se conseguir encontrar e render o homem, quem sabe que tipo de informações poderá extrair dele?

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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Balor Ter Abr 21, 2020 9:03 pm


  • Krinvo recebeu 25 de XP;
  • Heiwas recebeu 110 bitcoins.


[CL] Prólogo > Veritys Vanguard 333
(Saúde: 45%, está cansado e com a garganta seca)


Parabéns pelo desenrolar da minor quest, foi bem escrito e elaborado, você conseguiu entregar o que foi proposto. Quanto a informação do misterioso homem, fica a seu cargo, pode ser algo relevante para o plot atual, ou apenas um mal entendido, você decide. A propósito, deixo como advertência que o movimento Round não tem o seu poder acrescido progressivamente, você deve ter confundido com Echoed Voice. Round só tem o seu poder dobrado se outro pokémon além do seu usar o mesmo movimento durante o turno. Nada grave por isso, continue arrasando.
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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Sáb Abr 25, 2020 3:36 pm

Encaixe Perfeito Part 3


—Vamos começar de novo: por que seu braço faz isso?


—hã… porque é um braço biônico?


—Sim, mas disso eu já sabia…


—Então por que perguntou?


—Ahhhhhhh! Você é impossível, sabia?! —A garota gritou, bagunçando o cabelo em frustração. Tinha mais que meia hora que eles estavam nesse joguinho e não havia nenhum resultado além o desgaste de sua paciência não tão infinita —Olha cara, já é uma da manhã e eu quero dormir, então, se você puder, não sei, abrir o bico e me dizer porque atirou em mim, então podemos acabar logo com isso.


—Ei, eu também não estou feliz de estar aqui. Essa é uma cidade de merda. Tudo é bagunçado e sujo e sempre há alguém apostando na sua cabeça. Um pedaço de lixo —O assassino declarou. A garota não sabia seu nome, pois ele estava inflexível a manter em segredo (ou ela não tinha sido insistente o suficiente). De toda forma, tudo que ela sabia sobre ele era o que seus próprios olhos podiam ver: um cara alto, forte e de cabelos pretos lisos e bagunçados. Vestia um espécie de jaqueta preta, aberta e com as golas levantadas, por cima de uma blusa branca folgada e uma calça jeans preta. Ele parecia bem elegante para um assassino.


—Oi! Pelo menos não somos Atomia!


—Bons engenheiros vem de Atomia. Nada de bom vem de Alfa —Ele respondeu com seriedade e algo naquela frase incomodou a garota. Talvez tenha sido o cansaço que a estava deixando mais sensível ou, simplesmente, o dia de merda que ela teve, no entanto ela se via perdendo o controle de tudo, de si mesma, cada vez mais.


—Você é um assassino, pelo amor de Arceus! Que tipo de moral você tem para falar?!


—Eu estou vivo, boneca. Não sou a porra de um bichinho de pelúcia que vive preso a merda do sistema esperando alguma coisa cair do céu. Eu faço o que quero. Eu tomo minhas próprias decisões.


—Acho que não —Heiwas rosnou, os dedos coçando para bater em alguma coisa. Rasgar algo —Você só é um merda que faz de tudo por alguns centavos.


—E você não é? Afinal, ELES te mandaram atrás de mim —O rebateu, veneno pingando da sua língua. A garota não sabia se ficava com raiva ou confusa com o argumento. Eles quem?


—Eu não mato…


—Claro que não, você não é do tipo. Você é só uma putinha fraca que nem sabe como é a vida fora da gaiola. Aposto que você é toda certinha, sempre seguindo as regras e as ordens Deles —O cara levantou o queixo, olhando superior mesmo que estivesse com as mãos amarradas com um cinto —Além disso, eu não recebi dinheiro só para matar. Minha missão era impedir que o pacote chegasse a N-800 e, bem, foi isso que eu fiz.


—Fez, do que está falando? Eu tenho o pacote e…


—E daí que você o tem? O mensageiro morreu, ou vai dizer que você vai levá-lo? Ah, por favor, você não passa de uma putinha intrometida, não duraria um minuto lá fora —Então o cara levantou os pulsos amarrados e fitou o pássaro maltrapilho —O fato de você não ter me ameaçado ou quebrado nenhum osso meu prova isso. Você se acha importante e forte, mas no final não passa de uma garota assustada que não tem coragem de fazer nada.


Heiwas não respondeu, pois as palavras estavam afundando em sua mente, arrastando-a para um lugar sombrio que ela havia jurado ter fechado a porta. Ele estava certo, Claro que estava! Hoje em dia tudo parecia estar certo, correto, nos eixos; menos ela.


Ela que ficou parada vendo tudo que amava ir embora. Ela que ficou parada, apenas aceitando a dor, a tortura, acreditando que era para melhor. Que era só um sonho bobo e que quando voltasse à realidade tudo estaria como ela havia deixado. Ela que ficou parada enquanto o mundo girava e progredia e tudo que podia fazer era fuçar a internet atrás de alguma pista, qualquer coisa, que pudesse levá-la até os monstros que fizeram isso com ela, que a tirou de seu pai.


Heiwas pensa nisso quando olha para os orbes azuis do assassino. De repente, não se sente mais tão viva como antes. Na verdade, é quase como se nunca estivesse, porque não resta nada dos tempos antes do laboratório e, com certeza, não há nada depois. Nada que tenha valido a pena.


—Agora que ficou óbvio que não há mais nada a ser feito, você pode pelo amor de Giratina me soltar antes que eu resolva cortar todos os fios soltos?!


A respiração ruidosa e os olhos vermelhos vivos da menina foram o suficiente para calar o homem. A jovem estava pálida, os punhos cerrados com tanta força ao lado do corpo que os nós dos dedos estavam ficando brancos; a postura tão ereta que ela poderia estalar e quebrar como um galho. A face estava assustadoramente vazia, mesmo que os dentes afiados estivessem arreganhados.

O assassino não pôde evitar se sentir receoso. Era quase como se outra pessoa tivesse tomado o corpo da garota.

—Eu… —A adolescente tentou forçar as palavras para fora da boca, contudo antes que pudesse dizer o que queria a porta do apartamento estava se abrindo.

O homem amarrado desviou o olhar confuso por um segundo e, então, quando voltou para ver o que a garota faria… Ela não estava mais lá.

Não tinha nada lá. Talvez nunca tivesse tido.


⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊✬[CL] Prólogo > Veritys Vanguard PinRSani333✬⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊⚊


O Centro não era a coisa mais decente do mundo. Uma construção estreita e pequena espremida entre outras construções com a mesma aparência. O nome Centro Pokémon estava escrito em uma placa que pendia precariamente para a esquerda, um fio de nylon sendo o único elo entre a fachada do local e o chão. A lâmpada de algumas das letras havia se apagado, de maneira que nem o ‘t” e o “r” existiam mais. De alguma forma um lugar que era para ser convidativo e útil, acabou passando a mensagem oposta: “Cen o Pokémon”.


Heiwas não pensou muito nisso quando entrou pelas portas automáticas, o capuz sobre o rosto. Caminhando rapidamente até o balcão, ela fez o Swablu pousar sobre seu antebraço e estendeu a Dexit com a outra mão. Todas as vezes que um pokémon era curado era debitado uma pequena quantia da conta do treinador e o registro era feito no Dexit para informação futura. Cliwyn não ligava muito para sua vida virtual, mas aquelas eram as regras e quem era ela para dizer não?


Quem era ela?


A IA Joy atendeu a garota com movimentos duros e desagrado no rosto, principalmente depois que Krinvo não quis conversa com a pokébola e saltou para o topo da cabeça da máquina. Heiwas deu de ombros para a demonstração, distraída demais para sequer repreender a ave.


Quando o robô saiu para recuperar o pokémon a garota foi se sentar em um cadeira próxima, seus olhos vazios fixados no chão enquanto seu corpo pesado deslizava no assento duro.


—Estou cansada —Sussurrou, colocando a mão na frente dos olhos para evitar a passagem da luz azul provinda de uma lâmpada. Ela estreitou os olhos vermelhos quando a imagem de ossos piscava em sua visão, entrando e saindo, ficando cada vez mais nítido conforme ela se esforçava para fazer a visão de Raio-x desaparecer.


A adrenalina ainda corria em suas veias e a sensação de eletricidade nas pontas dos dedos estava a deixando nervosa, contudo isso não foi tão perturbador quanto o sentimento pesado que tinha se instalado em seu peito, sua mente turva voltando para a conversa anterior. Ele estava certo. Eu não tenho feito nada além de esperar.


—Ah você viu a nova edição da Lipedesco? Eu super amei ver a Violet modelando aquele look da Maskerain!


—Violet? Nunca nem vi…


—Como assim?! Ela é aquela digital influencer de Detroya. Aquela que tem cabelos roxos.


—Eu não sei, não costumo seguir esse tipo de gente —A primeira voz grunhiu para a segunda, parecendo aborrecida. Cliwyn, que tinha a cabeça jogada no encosto da cadeira e ainda olhava para sua mão suspensa, voltou-se para as duas figuras que tinham entrado no Centro —Eles são muitos falsos, sabe? Sempre fingindo ser algo que não são. Eu odeio isso —A maior, a carrancuda, tinha cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Era jovem, provavelmente na mesma idade que Heiwas, no entanto sua voz forte e assertiva a fazia parecer mais madura — e talvez ela fosse madura mesmo, já que rapidamente mudou de tópico quando percebeu que sua amiga, uma loira meio gordinha, estava ofendida com sua opinião: —Mas o vestido era realmente bonito.


—Não é?! Não é?!


A hacker bufou, as vozes estourando em sua cabeça como milho de pipoca no fogo. Tudo era tão alto, tão brilhante e tão colorido que a fazia querer fugir para as colinas e se esconder em alguma caverna. Ela ansiou o escuro e o calor de seu quarto. O conforto de sua própria casa.


Mas que casa?


—Você tem algum problema? —A loira perguntou irritada, franzindo a testa para a figura encapuzada.


—Nenhum —Heiwas murmurou, levantando-se para o balcão quando viu a IA Joy voltar com um Krinvo satisfeito e seu Dexit.



Pegando o objeto e agradecendo, a menina deu meia volta e saiu da instalação, não enxergando muita coisa além do chão ceramicado, as portas duplas e, depois que saiu, a calçada mal iluminada.


Com uma inspiração profunda, a mulher tentou colocar seus pensamentos em ordem antes de abrir sua Dexit e navegar até uma loja online. Ela tinha pouco dinheiro, entretanto solicitou o ™ mesmo assim, não ligando se seu saldo ficaria baixo no final do mês. Como havia dito, Heiwas não se sentia ela mesma. Talvez uma compra ajudasse a provar que ela ainda fazia parte de algo —mesmo que esse algo fosse a internet —e, como não era uma consumidora irresponsável, resolveu comprar o ™ Steel Wing, já que poderia ser últil no futuro.


—Swaaa? —Krinvo pousou em seu ombro, as penas macia fazendo cócegas em seu pescoço. Conforto.


—Hum, não é irresponsável, né? —Sussurrou, um sorriso amargo enfeitando seus lábios —Krinvo, acho que precisamos sair… —A garota disse e colocou a mão na bolsa de couro —Estou cansada disso.


O Dexit apitou e a adolescente virou o punho para assistir o holograma do ™ ficar físico, os pixels se transformando em átomos e explodindo para a vida em um barulho que mais lembrava um assobio.


De repente, sua visão estava sendo preenchida pela cor vermelha e um grito de triunfo seguiu a falta de peso repentina em seu pulso. Surpresa, a garota recuou alguns passos para trás antes de se virar para o vulto que seguia correndo rua abaixo.


—O-oi! Volte aqui! Ahhhhh! —Heiwas gritou e Krinvo alçou voo atrás do ladrão —Volte aqui!


Não havia muito o que fazer além de correr atrás, afinal eram 300 bitcoins! Pelo menos a urgência da perseguição era melhor que o buraco vazio em que ela foi se enfiar.


O sol ainda não tinha nascido e a rua seguia perigosamente quieta e deserta conforme a garota avançava, o frio beijando a pele pálida. A visão estava clara por causa da fatia de DNA despertado, mas Cliwyn sabia que não duraria muito. O efeito estava acabando, então ela tinha que alcançar o ladrão antes que se perdesse totalmente na escuridão.


Era mais fácil falar que do que fazer.

—Devolva meu TM seu… seu… —A treinadora tirou a Pokédex e apontou para a silhueta pequena a alguns metros de distância. A resposta foi imediata.

“Dexit”:

—... seu rato laranja!

Não se sabe exatamente o quanto correram; Heiwas havia perdido a noção do tempo depois de ter virado em tantas esquinas e pulado tantos muros. Ela mal podia acreditar que Stalehelm Alfa pudesse ter tantos becos sem saída ou que a iluminação fosse tão bagunçada a ponto de ter alguns lugares, os ricos, tão iluminados quanto uma bola de fogo enquanto que outros, o barraco dos pobres, ficarem totalmente no breu.


A visão do Luxray já havia terminado e só a determinação da jovem —e o desespero de não ficar no prejuízo —a manteve firme no encalço do pequeno malandro, mesmo que ela só enxergasse as penas alvas do Swablu.


—Krinvo, Round!


O pássaro abriu as asas, o vento o empurrando para trás ao mesmo tempo em que o ar enchia seus pulmões, a nota aguda se formando na ponta da língua.


—Swwwwww! —Círculos vermelhos saíram de sua boca e flutuaram na direção da raposa que evitou com destreza o ataque, virando-se e saltando por uma janela.


A adolescente entrou atrás sem pestanejar, a invasão sendo uma das muitas habilidades que Alfa forçou nela, embora, tecnicamente, não fosse uma invasão visto que o interior estava tão abandonado quanto à fachada fazia parecer.


O Nickit não parou de correr nem lá dentro, subindo uma escada e cruzando uma passarela. Quando viu que não havia lugar para ir além da enorme janela arredondada do lado direito, parou e colocou o TM no chão antes de virar e rosnar para a garota. Heiwas tomou seu tempo para respirar, as mãos sobre suas coxas.


Do lugar em que estava morrendo lentamente pôde enxergar caixotes e caixotes de madeira, vigas de ferros pendiam do teto, algumas telhas caindo de um buraco no teto junto com as folhas das plantas daninhas enraizadas na instalação. O chão tinha algumas tábuas soltas e, em alguns cantos, se podia ver parte do andar de baixo.


—Acabou, ladrãozinho. Pegamos você!


Os ataques eram tão sutis quanto o próprio malandro e…


—E tão rápido quanto ele também! —As patas da raposa estavam arroxeadas, uma luz suave se apegava a eles enquanto impulsionava o canino para frente —Krinvo, Round!


Vendo que não haveria tempo para uma fuga, Heiwas apelou para um contra ataque, mas nem isso pareceu ser rápido o suficiente para conter o Sucker Punch.


As patas dianteiras atingiu o peito do Swablu com força, derrubando-o do ar e prendendo-o no chão. Krinvo ofegou de dor, contudo não desistiu e aproveitou a proximidade para estourar os tímpanos do inimigo. Está bem, estourar é exagero. A única coisa que Round fez foi atirar o Nickit de cima dele com a rajada de som.


—Take Down, Vamos!


—Swa!


Nickit já estava em movimento quando a ave se levantou —carrancudo, pois aquele prédio velho estava um pouco mais que sujo — e alçou voo. Uma luz branca se aderiu a sua silhueta quando ele desceu contra o tipo dark, asas fechadas para aumentar a velocidade.


A raposa o encontrou no meio do caminho, atacando com uma cabeçada. Os dois se chocaram, a força do impacto do Assurance contra Take Down criou uma rajada de vento que chacoalhou a capa vermelha da garota e levantou uma cortina de poeira.


—Pressione ele com Fury Attack!


Com a fina poeira ainda pairando no ar e a luz alaranjada do raiar do sol entrando pela janela quebrada, tudo parecia um pouco mais avermelhado e distorcido. Nickit ficou ali, parado, cabeça baixa e dentes afiados, olhos grandes fitando o passarinho azul. Uma intensa aura assassina saía dele em ondas, a concentração e o ataque especial do predador aumentado com o Nasty Plot.


Krinvo descartou a demonstração com seu mau humor habitual e começou a atacar de todas as direções, voando ao redor do tipo escuro e mergulhando quando esse se distraía; suas garras abrindo cortes no pelo laranja da raposa. O Fury Attack acertou repetidas vezes, só parando quando a raposa se esquivou na quinta tentativa.


—Isso está demorando demais. Krinvo, ponha ele para dormir!


Swablu recuou, abrindo as asas e estufando o peito. Ele já havia aberto o bico para gritar, contudo o Nickit avançou com extrema velocidade e atingiu o Quick Attack bem no externo do pokémon voador. O pobre tossiu longamente, as notas saindo quebradas enquanto tomava espaço para se recuperar.


—Round!


Com fúria redobrada, ele gritou, os círculos vermelhos acertando e empurrando o inimigo para trás. Em certo momento o som foi tão alto e estridente que a raposa fraquejou e deixou-se ser arrastada para trás. Seu corpo girou e embolou até parar perto do TM.


Heiwas não pensou em nada além de que aquele era um lugar muito grande para um pokémon pequeno. Ela não entendia muito bem a solidão, visto que Krinvo sempre esteve com ela, mas ela sabia que deveria doer muito. Ferir o suficiente para fazer um pokémon oportunista como Nickit roubar algo que nem sequer é de comer, e principalmente em uma hora tão imprópria como a madrugada.


—Ninguém deveria ficar sozinho —E assim a pokébola saiu de sua mão e atingiu o corpo desmaiado.



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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

Mensagem por Heiwas Sáb Abr 25, 2020 3:46 pm



A pokébola não chegou nem a encostar. No último minuto a raposa acordou e saltou para escapar da esfera. Depois, o Nickit levantou a cabeça e sorriu um sorriso de merda.


O dia de Heiwas já estava ruim, agora ela tinha que lidar com o prejuízo de menos uma pokébola.


—Fique lá dentro, demônio! —Heiwas gritou para kistsune e arremessou outra esfera.


Vamos lá…


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Re: [CL] Prólogo > Veritys Vanguard

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