[CL] GIRL, GET OVER IT!

onseguir um contrato era algo tão mágico que a minha felicidade não cabia em mim. Assim que Lara deu o sinal verde, pulei da cadeira e corri para abraça-la, sem deixar espaço para que a mesma pudesse escapar de meus braços. Logo, estávamos abraçadas e eu a agradecia sem parar, dizendo que não a decepcionaria e que ela podia confiar em mim que eu seria tudo que ela precisava. Rapidamente eu estava em prantos e, finalmente, ela me abraçou, rendendo-se ao momento e disse que trabalharíamos em equipe.

Passado tanta emoção, voltamos aos nossos lugares enquanto enxugávamos as lágrimas. Cada uma tinha seu motivo para chorar e não estávamos ali para debater isso. Depois de alguns suspiros de alívio e risadinhas momentâneas, Lara quebrou o silêncio.

- Vou passar a música pra equipe de edição e eles vão limpar a batida e vamos regravar essa música aqui no estúdio, OK?
- Sim, sim. Tudo certo pra mim. É agora? - ela sorriu.
- Não, ainda não. Você só vai vir gravar aqui depois de amanhã, provavelmente. Temos que tentar uma boa divulgação dessa música, vale muito a pena.
- Quanto vou precisar desembolsar pra esse projeto sair?
- Por enquanto, nada. Tenho alguns contatos interessantes que podem nos dar uma chance. Preciso só que você continue trabalhando na sua Dexit, seu último post tem dias já, mocinha.
- Chocada com a vigilância! - abri minha Dexit rapidamente e ela estava totalmente correta. última postagem foi a foto da Beth com morangos.
- Eu ficarei sempre de olho em você, Lory. Sou sua agente e quero o melhor para nós. - ela sorriu - Bem, por hora você já pode ir pra casa, mas até amanhã falo com você novamente. E preciso de mais posts, viu?
- Pode deixar, vou postar todo dia a partir de agora.

Saindo da gravadora, liguei para Roxy e marquei um jantar. Já passava das 19 horas e o shopping era um ótimo lugar para comer algo bom e baratinho. Mnadei mensagem pra Zoe perguntando se estava tudo bem por lá e ela respondeu afirmativamente, ainda completou com informações de que Winter parecia estar apaixonado pela delcatty dela, o que estavam rendendo momentos hilários para eles ali. Eu avisei que passaria depois para buscá-lo e segui para o shopping.

- Amigaaaaaa! Ain, parabéns! Um contrato com uma gravadora! QUE TUDOO! - Roxy abraçou-me eufórica assim que nos encontramos no shopping.
- Obrigadaaaaa! Eu estou tão feliz.
- Eu consigo imaginar. Vamos comer o que pra comemorar?
- Primeiro vamos comer um hamburgão do Mc Wingalds e depois vamos beber um pouco em alguma baladinha.
- Claro que eu topo! VAMOS BEBEMORAR!

Comemos um hamburger tradicional de Limford, feito com carne de wingull e um molho delicioso de ervas, depois seguimos para uma das casas noturnas de Limford. O som era eletrônico e ainda não estava lotado, nem eram 22 horas, mas como estávamos lá para beber, tratamos de fazer as honras com uma boa dose de tequila. Quando o alcool começou a nos deixar bem animadas e a balada já estava bem cheia, saímos da mesa e fomos para a pista de dança. Era hora de liberar energia e dançar até o amanhecer. Em algum momento Bobby chegou e começou a dançar com Roxy, e um casal de amigos dele também vieram se juntar. Como estava sozinha, assim que a música trocou, decidi ir ao bar pegar uma bebida para refrescar.

- Nossa, não imaginava te encontrar aqui. - Peter disse ao me encontrar no bar, esperando meu drink.
- Gosto de dançar feito louca às vezes.
- Olha só, você não foi ácida agora. - ele pareceu surpresa.
- Estou de bom humor. Sorte a sua. - peguei meu drink e, antes que a bebida fosse computada na minha comanda, ele interrompeu o barman.
- Pode colocar na minha comanda mesmo. - ele esticou o braço, pareando a pulseira-comanda com a do barman e pagou pela bebida.
- Obrigada, mas não precisava.
- Entenda isso como um pedido de trégua.
- Ótimo. - passei a língua ao redor da extremidade do canudo - Tá uma delícia.

Puxei Peter até o banheiro mais próximo que por sorte estava pouco movimentado na hora e nos trancamos em uma cabine. Ele parecia bem surpreso, mas não protestou vez alguma enquanto eu o puxava pela mão até o banheiro masculino. De fato, as pessoas de Limford pouco se importavam com o que estavam acontecendo, muitas que ali estavam queriam só ficar bêbadas o suficiente para esquecer a melancolia da cidade, enquanto outras estavam ali por estar, apáticas, inexpressivas e apenas tentavam parecer vivas enquanto deixavam-se levar pela música. Era um lugar bem diferente do La Maison. Artificial demais, mas eu estava feliz pela minha conquista.

Com Peter de costas para a porta, sentei-me no vaso sanitário fechado e fui direto para o zíper da calça dele. Passei minha bebida para que ele segurasse e assim que o pau dele estava para fora, já estava meia-bomba. Amava aquela situação e o melhor era fazer ficar duro dentro da minha boca. O oral iniciou e olhei pra cima enquanto chupava Peter, ele revirava os olhos de prazer, com certeza ele estava com muito tesão e eu queria vê-lo gozar. O pau não era dos maiores, mas era agradavelmente grosso. Segui para as bolas e masturbei o pau enquanto isso. Ainda bem que ele estava totalmente depilado e não tanto suado quanto achei que estaria. O sabor da pele dele era delicioso.

- V-Vou g-goza-ar...

Deixei que ele gozasse na minha boca e foi magnífico ouvi-lo gemer alto enquanto enchia minha boca de gala. Não deixei escorrer uma gota, mas também não engoli o gozo. Subi rapidamente e o beijei, depositando assim toda a gala na boca do próprio dono. Ele arregalou os olhos quando sentiu o gosto e tentou me empurrar, algo que controlei metendo a mão no saco dele e apertando com muita força, logo ele amoleceu e tratou de engolir tudo. Me afastei, limpei a boca e joguei o cabelo pro lado, tinha que lavar as mãos urgente. Tomei a bebida da mão dele, enquanto outra já estava no saco enquanto ele respirava ofegante.

- Eu já te disse que eu domino? - disse agarrando as bochechas dele - Tem que acontecer do meu jeito. - finalizei com uma lambida na boca dele, enquanto ele continuou agachado na cabine do banheiro.

Após lavar bem as mãos e me organizar no banheiro masculino, saí como se nada tivesse acontecido. Passei no bar para pedir outro drink e segui de volta para a pista de dança. Roxy perguntou onde eu tava e eu disse que tinha aproveitado para ir ao banheiro. Continuamos dançando e bebendo até nossos pés não aguentarem mais. Aproveitei para tirar algumas fotos no local e postar na Dexit. De longe, notei que Peter me encarava, mas não se aproximou o resto da noite. Muito cagão. No fim, pedi um táxi e rumei para casa.

hegar em casa depois de uma noitada bem divertida é tão bom. Assim que passei a porta já larguei os saltos no meio da sala, joguei o casaco em cima de uma cadeira e me esparramei na minha cama. Abri minha bolsa e liberei as duas pokébolas. Beth piou e foi direto pra cima da geladeira, enquanto a azurill pulou pro banheiro, como sempre fazia. Fui atrás dela logo em seguida.

Eu estava um pouco alterada por causa da bebida, mas mesmo assim eu não conseguia me sentir irritada toda vez que a azurill jorrava água na minha cara, visto que eu tinha culpa por ela estar chateadíssima e revoltada. Com certeza a azulada estava sentindo falta de Winter, já que o mesmo ficou na casa de Zoe. Fui para a pia do banheiro, enquanto a azulada espiava minhas costas da banheira. Peguei um óleo demaquilante para retirar a maquiagem à prova d'água e, assim que limpei meu rosto completamente, tirei a roupa e entrei na banheira junto da aquática. Ela pulou pra fora, assustada e com muita raiva, jogando um jato d'água em mim, mas eu afundei na água. Ficamos nisso um bom tempinho até ela finalmente parar.

- Eu sei que você está chateada e tem total razão nisso, sabe? Eu te tirei das ruas sem nem saber se você queria, fora que machuquei sua família. Sinto muito. - eu estava realmente pedindo desculpas à uma bola de pelos azul? Continuei - Eu nem sabia direito o que tava fazendo, mas eu senti que precisava te capturar, intuição feminina, sabe? - a azurill parecia entender cada palavra - Só quero que você saiba que não sou má nem nada do tipo, eu só quero crescer e me tornar maior e melhor, uma puta de uma cantora. E pra isso eu preciso de você, Odeth. - os olhos da azurill pareciam brilhar por alguns segundos - Sim, eu acabei te dando um nome. Eu amo o som de Odeth, soa forte e rico. Por que não me dá uma chance, Odeth?

Continuei meu banho enquanto a azurill continuava no chão do banheiro e não se moveu por um bom tempo. Quando eu estava quase finalizando e sequei toda a água da banheira para enchê-la novamente, Odeth entrou na banheira junto comigo. Pela primeira vez eu podia fazer um carinho nela, mas não abusei muito da sorte. Enchi a banheira e aproveitei para observá-la brincando. Bati algumas fotos e decidi postar na Dexit, talvez as pessoas gostassem.






Na manhã seguinte, acordei com o bip de mensagem na tela do meu celular. Eram um pouco mais de 9 horas da manhã e o som da chuva estava bem forte, um indicativo de tempestade. O brilho do celular incomodou meus olhos então rapidamente comandei que o brilho diminuísse e assim aconteceu. Em seguida, projetei a tela na parede e o apartamento foi tomado pela luz, e demorou um tempinho para meus olhos se acostumarem à claridade, mesmo que reduzida. Abri a mensagem e era de vídeo, dei o play e fui fazer um café enquanto ouvia Lara me passar algumas instruções do que fazer hoje pela tarde.

- Bom dia, Lory a festeira. Curtiu bastante a noite, hein? Agora é bom levantar, fazer um café e se preparar pra sua lista de tarefas de hoje. Está tudo em um anexo. - ela falava de forma objetiva e sorridente, mas o semblante não era dos mais felizes - Porém, primeiro eu preciso que vá à estação de trem comprar seus tickets para Pardosa, você vai embarcar para lá logo depois de regravar a música. - arregalei os olhos na mesma hora - Por que dessa viagem? Consegui que sua música fosse lançada no podcast da Disco House! Acredita? Nem eu acredito direito, mas o produtor pediu que o single tivesse uma capa e uma foto extra pra ser publicada no diário online deles. Não é o máximo? Sorte que eles me deviam alguns favores, viu? Ah, claro, como não temos muito dinheiro pra pagar por fotos em um estúdio, uma amiga minha que é dona de uma hospedaria em Pardosa vai tirar suas fotos em troca de publicidade pro hotel. É isto. Qualquer dúvida, me retorna. Beijos.

Eu estava assustadíssima. Viajar? Pardosa? Fotos? DISCO HOUSE? Mano do céu, isso tudo estava realmente acontecendo? CARALHO! Eu realmente estava bem perto de ser lançada ao mundo da música e ainda tinha que viajar? Obviamente os custos com passagem e comida seriam meus, mas mesmo assim já era algo muito incrível. Preparei umas torradas pra comer com mel de surskit e granola, separei a ração de Beth e a de Odeth. Todas comemos tranquilamente. Aliás, era a primeira vez que Odeth comia ração, visto que a extremidade de seu rabo já continha os nutrientes que ela necessitava diariamente. Li isso na Pokédex depois das aulas de Zoe e Lucian. Me arrumei após o café da manhã nutritivo e segui para a estação de trem. Comprar os bilhetes e depois continuar na lista de afazeres enviada por Lara.

Lara Rogers escreveu:
Lista de afazeres de Lory Cooper
Por favor, não esqueça nada disso.

1. Comprar bilhete de viagem para Pardosa.
2. Comprar roupa de banho.
3. Passar na Disco House e falar com Frank Noriega.
4. Passar na CoconutMusic para ver a arte temporária pro single no podcast.
5. Entrar em contato com a hospedagem Pieceful em Pardosa, confirmando a estadia.

PS: Precisa ser nessa ordem, ok?
PS2: NÃO FAÇA NADA DIFERENTE DO QUE EU ORIENTEI AQUI PARA NÃO PERDER TEMPO.
PS3: Me encontre no La Maison às 12h40 para almoçarmos.

Boa sorte.

rimeiro eu precisava comprar o bilhete para Pardosa agendado para o amanhã, às 15h30, já que Lara tinha programado de ficar comigo no estúdio até as 15 horas para regravar meu single e em seguida eu já viria para Pardosa. Aproveitei que o táxi ainda iria demorar um pouco para chegar na estação, chequei a Dexit e notei que o número de seguidores tinha aumentado consideravelmente, os likes então, nem se fala! Antes eu recebia em média de 70 a 100 likes, agora os posts saíam entre 200 e 300 likes. As coisas estavam caminhando.

Porém, algo que eu achava estar preparada eram as críticas. Quando falaram da Odeth, meu sangue ferveu e eu fiquei com muito ódio. A maioria achou a foto bonitinha e tlas, mas um ou outro comentavam algo "Que nojo" ou "Como tu vive com uma praga dessas?" e isso me enfureceu tanto. Respirei fundo e fechei a Dexit por alguns segundos. Rolei a barra de comentários na minha última foto e nada era tão negativo. Voltei minha atenção ao caminho do motorista e, quando dei por mim, ele já estava estacionando o carro. Perguntei se ele podia esperar por mim e ele suspirou e disse que sim, mesmo parecendo não gostar muito e ainda reforçou que eu teria que pagar a corrida total. Corri pra comprar a passagem logo e voltei 10 minutos depois. Hoje era um dia de correria e a estação parecia estar lotada por conta de algum evento que estava sendo promovido pela Gentec, até ganhei algumas coisas por ter pego um bilhete premiado, ou algo assim. Só catei a caixa e saí correndo de volta pro táxi.

Ele me deixou na porta do shopping de Limford e lá encontrei com Roxy, ela iria me ajudar a procurar um bikini, visto que eu não era muito boa em escolher roupas sozinha e a loira era antenada em moda. Em uma das poucas loujas de roupas de banho, Roxy separou alguns modelos e eu experimentei todos.

- Amiga, esse não.
- Próximo então. E agora?
- Esse também não. Tenta aquele ali. - ela apontou pra um azul bem simples.
- Esse? É o mais simples de todos. - entrei na cabine pra experimentar e saí 40 segundos depois. - E agora?
- Nossa, ficou perfeito amiga! Pera, faz uma pose que vou bater uma foto nesse papel de parede lindo. - Roxy começou a se posicionar e eu fui fazendo poses - Isso, assim mesmo. Nossa amiga, tá ótimo. Pode postar que essa tá foda.
- Realmente, a senhora é profissional mesmo viu? - demos um hi-5 e seguimos para o caixa após eu me trocar.

Conversamos bastante sobre a viagem e o quão empolgada e nervosa eu estava, mas Roxy sempre vinha com ótimas palavras pra me confortar e encorajar. Ela sabia como me motivar real oficial. Chequei o relógio e vi que estava perto do meio-dia, então nos despedismos e fui direto pro La Maison me encontrar com a Lara. Não lembrava do pub oferecer almoço, mas ela disse pra eu seguir à risca as intruções dela ou eu sentia que estaria frita. Cheguei ao pub 2 minutos antes do horário marcado e ela já estava lá preparando nosso almoço. O pub estava fechado naquele horário, mas aposto que ela mexeu uns pauzinhos com o Martín.

- Olá. - cumprimentei assim que cheguei, deixando o guarda-chuva no lobby de entrada do pub.
- Tá dando tudo certo, Lory? Boa tarde. - ela colocava 3 pratos à mesa.
- Hunrum, tudo OK. Agora, 3 pratos? Quem virá? Não me diga que... - gelei.
- Não, não, nada de Collin. Ele está em Detroya pra tratar de assuntos dele, algo assim. Já não me importo mais. - ele terminou de organizar os talheres e copos. - Quem nos acompanhará é Martín.
- Martín? Sério?
- Sim, ele está terminando a moqueca de corphish. É uma delícia.
- Nossa, não sabia que ele cozinhava.
- Licença, prato quente! - alertou Martín ao chegar com uma travessa fervendo ainda e colocou a comida à mesa - Vamos?
- Uau, pra já! Estou faminta.

Lara me informou, durante o almoço, que Martín tinha sido fundamental na conquista da divulgação que seria feita pela Disco House, uma das maiores gravadoras de Limford e Seaquanis, mas eu teria que dar meu sangue em uma entrevista que seria feita com o tal do Frank Noriega. A entrevista seriam 3 perguntas simples, uma sobre mim, outra sobre meus planos e a última sobre o single. Eu tinha a missão de vender meu peixe na entrevista, pois a própria Coconut Music estava contando com isso. Aí eu senti a pressão do momento e a importância do meu sucesso. Lara reforçou que eu ainda era muito nova, uma influencer Rank D e não tinha muita credibilidade, portanto eu deveria ser objetiva e falar muito bem.

- Lara, como eu posso subir nesse rank? - perguntei enquanto retocava o batom pra ir encontrar o Frank.
- Continua postando na Dexit e você deveria pensar na Liga, viu?
- Liga Pokémon? - lembrei de algumas coisas que meus amigos me informaram nos recentes dias - Batalhas em ginásio e tals?
- Exatamente. Mas aposto que você ainda não tá familiarizada tanto com batalhas né? - ela também retocava o batom.
- Bem, eu sei uns truques com a Beth, mas o Winter e a Odeth... É, talvez eu precise de treinos e desafios, mas depois penso nisso. Preciso ir deixar essa caixa em casa e vou lá pra DIsco House.

Me despedi e segui para casa, onde deixei a caixa com o Edgar, o porteiro e voltei correndo pro táxi pra poder chegar a tempo da entrevista com o Frank Noriega. No caminho, postei a foto de bikini que Roxy tirou hoje mais cedo.

lguns minuos depois e lá estava eu na recepção da Disco House, uma das maiores gravadoras de Limford e Seaquanis, além de um estúdio com um dos podcastas mais ouvidos de Limford. Era uma maravilha para os músicos que conseguiam trabalhar ali, mas não era esse meu caso. Eu estava à espera de Frank Noriega, um jornalista/produtor/apresentador de um canal de podcast da Disco House que falava exclusivamente sobre música, mas ele apresentava diversos outros, incluindo o noticiário da manhã que quase todo limfordiano tem que ouvir. Só me toquei quem era quando Lara uniu a pessoa à voz. Minhas mãos estavam geladas e eu comecei a tremer assim que me levaram até a sala de gravação dele. Em um instante, todas as minhas respostas decoradas evaporaram dos meus pensamentos.

Ele estava acompanhando alguns papéis e assim que eu entrei levou a mão à boca pedindo silêncio e nem sequer olhou para mim. Um verdadeiro arrogante. Ele parecia analisar um roteiro ou algo do tipo, e fazia rabiscos a todo momento no painel com as insformações que ele precisava relatar. Notei no cheiro de café que tinha o local, bem no exato momento que ele deu uma golada na bebida escura de uma caneca e fez uma careta.

- Essa merda tá quente. - finalmente ele olhou pra mim - Você é quem mesmo?
- Err...
- Sem tempo pra "err"garota, anda logo que o programa vai já pro ar.
- Desculpa. Sou Mallory Cooper.
- Hum, a menina da Cocobosta. Certo, certo. Vi um potencialzinho em você, mas nada demais. Muitos têm o que você mostrou ali no palco, inclusive esses peitões. Daria um ótima puta. - ele voltou aos papéis.
- Bem, se isso foi um elogio, obrigada. - ele era nojento e eu queria muito bater nele, mas eu precisava jogar o jogo dele.
- Você ainda não saiu com ódio?
- Por que eu sairia?
- Te chamei de puta, oras. Todas elas saem quando chega nesse ponto.
- Digamos que sou a melhor puta que você já viu.
- Ora, ora. - ele abriu um sorriso no canto da boca - Você não se abala fácil, né garota?
- Eu sei o que eu quero, senhor. - me atrevi demais.
- HAHAHAHAHAHAHA! Gostei de você, sua atrevidinha. A entrevista vai ser rápida. Três perguntas e você vaza daqui. Se eu gostar, amanhã de manhã você vai ouvir a chamada para sua entrevista e uns 20 segundos da sua música. Pronta?

Respirei fundo antes de dar o sinal positivo. Era esse o momento e eu não podia estragar nenhum segundo. Três perguntas e uma única resposta para cada. A tarefa não seria nada fácil, mas eu precisava dar o meu melhor, estavam todos esperando por isso. Lara e Martín acreditavam em mim e eu sabia que era capaz, mas é tanta pressão que eu achei que ia desmoronar enquanto o velho nojento fazia as perguntas. Bem, ele não era exatamente um velho, mas agia como tal. Certeza que ele tinha por volta dos 45 ou 48 anos, aquela famosa barriga de papai estava presente e a barba era por fazer, além das olheiras que indicavam cansaço com a rotina de trabalho. A aliança de casamento também estava lá e uma carteira de cigarros repousava no bolso externo de sua camisa de botão. Foi difícil de manter a postura durante as perguntas, mas acho que o convenci direitinho do que eu queria.

- Ótimo, terminamos. Agora rala daqui, novinha. - ele apontou pra saída e uma IA me acompanhou até a rua.

Eu sabia que tinha feito o que eu conseguia e podia entregar naquele momento. Minhas mãos continuavam a tremer, sinal do meu extremo nervosismo, era a primeira entrevista e espero ter atingido a curiosidade de algum ouvinte do podcast. Não estava muito confiante, mas eu precisava acreditar no melhor. Segui no táxi para a Coconut Music onde avaliamos a capa provisória do single, que não era lá grandes coisas, mas era o que dava pra fazer naquele momento, mas eu gostei. Se o single consegue pegar um Top 20 nos chartas de música já seria de bom tamanho.

No final da noite fui direto para casa realizar a última tarefa do dia. Eu já estava completamente exausta, mas precisava ligar para a hospedaria que iria me receber em Pardosa, a recepcionista chamada Kimberly confirmou minha reserva e disse que informaria a dona do estabelecimento assim que fosse possível para que alguém me recebesse na estação de trem no dia seguinte. Assim que tudo terminou, mandei mensagem para Lara e ela respondeu de maneira bem positiva ao dia e eu estava completamente realizada. Coloquei a ração para as pokémon e fui dormir sem jantar mesmo, completamente exausta.

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Cheguei um pouco atrasada para começar a regravação do single, tudo tinha que sair perfeito para enviarmos pro Frank, caso ele divulgue a entrevista esta manhã, então estávamos todos apreensivos quando iniciamos os ensaios e foi tudo muito desgastante. Lara participou de cada minuto gravado e a cada erro de nota ou se algo não ficava do agrado dela, logo já estávamos refazendo tudo. Susan, a recepcionista foi quem trouxe a notícia que a chamada para a entrevista estava acontecendo e, naquela tarde, minha música estaria tocando em um dos podcasts mais ouvidos de Limford. Era uma única vez? Sim, mas talvez fosse o suficiente para chamar alguma atenção.

Assim que a chamada para o podcast se encerrou, ela passou 1 vez a cada hora até o momento da entrevista e eu continuava em estúdio. Ouvir aquela chamada era um sinal positivo para mim e me encheu de inspiração. Depois concluirmos a regravação do single, por volta do meio dia, fizemos a pausa para o almoço e retomamos a gravação da segunda música do EP e provavelmente o próximo single de divulgação. Às 14 horas, a entrevista começou a passar no podcast "Not today, storm. Not today!" e todos paramos para ouvir. A música tocaria logo em seguida e mais uma vez amanhã. Parecia que o velho tinha gostado mesmo do single.

Todos aplaudimos e nos abraçamos quando o single estreou na rádio e, após a entrevista, já comecei a ganhar alguns seguidores. A Coconut Music não tinha uma equipe muito grande, mas todos ali estavam bem animados com o progresso acontecendo, mesmo que devagar. Estava realmente andando. Mesmo sem ter finalizado a gravação do segundo single, segui direto para a estação de trem. Era hora de embarcar para Pardosa. Mas antes, postei a capa promocional do single na minha página do Dexit.