[CL] I. Tús gach rud

Deixamos o parque o logo chegamos ao Centro Pokémon. O lugar era dividido na ala de cuidados pokémon e cuidados humanos. Com o retorno da Liga, as pessoas estavam batalhando mais, tanto entre em si como contra selvagens. Os humanos conseguiam feridas muito facilmente. “Muito frágeis”. Na recepção, entreguei a pokéball do Lotad e fui informado que deveria aguardar alguns minutos. Aproveitaria a oportunidade para alimentar o Dexit.

Uploading...:

Assim que terminei o upload do post, a enfermeira me chamou e entregou a pokéball. Efetuei o pagamento (-2 bitcoins) e retirei-me para voltar ao parque. No caminho, recebi um e-mail informando que, em comemoração ao mês do Sandshrew, alguns eventos estavam ocorrendo. Tomei nota. Participar de algo desse tipo me ajudaria a alcançar a Liga.

Finalmente no parque, soltei Somali e Lotad novamente. Ainda precisávamos treinar para ficarmos mais fortes. A leafeon correu para os mesmos arbustos de antes e começou a farejar algo ali. A canídea mais uma vez adentrou entre as plantas e sumiu por alguns segundos retornando logo em seguida com uma flabébé em sua boca.

— Parabéns, Somali. Mas esta não é a mesma flabébé de antes. — Mal terminei de falar e a pequenina usou suas vinhas para se soltar. Pela expressão dela, ela não gostou de estar coberta pela baba da leafeon. — Somali, vamos batalhar mais uma vez. Comece com seu duplo Leaf Blade. Lotad, você precisa ajudar. Essa flabébé é mais forte. Você também irá na ofensiva. Duplo Bubblebeam.

A fada era muito mais veloz que os pokémons que me acompanhavam e iniciou o combate realizando o encantamento aos céus que fez uma luz brilhar sobre ela. Somali avançou contra a fada com suas lâminas naturais e a atingiu. Antes que se recuperasse do golpe, a rajada de bolhas do Lotad a atingiu.

Apesar de levemente molhada devido as bolhas, a fada parecia feliz por não estar mais coberta de baba de leafeon. Ela juntou as duas mãos fazendo uma pequena esfera luminosa subir aos céus. Somali aproveitou a abertura e mais uma vez atacou conjuntamente com o Lotad. E mais uma sequência de Leaf Blade e Bubblebeam.

— Somali e Lotad, continuem na ofensiva. — Por enquanto não havia muito a ser feito. Eu precisava enfraquecê-la para tentar a captura.

A flabébé rodopiou com sua flor e liberou um odor com propriedades curativas ao redor de si. Não parecia muito efetivo na situação em que ela se encontrava. Somali correu para trás da fada e desferiu outro golpe com suas lâminas naturais jogando-a na direção do Lotad. O pequeno water já a estava esperando com sua rajada de bolhas. Percebi que aos poucos o trabalho em equipe dos dois estava melhorando. Era importante eu tomar nota disso e estudar até onde eles conseguem melhorar a afinidade. A flabébé caiu no chão aparentando exaustão. Essa era a oportunidade perfeita para a tentativa de captura. Com a pokéball em mãos, percebi que a mesma esfera luminosa que antes subira aos céus agora descia em direção à fada. Quando a fada a absorbeu, recuperou boa parte de sua vitalidade. Esta batalha ainda iria se estender.

Recuperada de sua fadiga, a flabébé ergueu folhas do chão que emitiam brilhos de diversas cores que avançaram rapidamente em direção ao Lotad. O water ainda tentou “esquivar” dando passinhos para o lado, mas era lento demais e acabou recebendo todo o ataque. Somali mais uma vez avançou com sua Leaf Blade conseguindo jogar a fada no chão. Lotad, que acabava de se recuperar do dano das folhas mágicas, lançou mais uma rajada de bolhas em sua oponente.

Flabébé mais uma vez apresentou fadiga, apesar que desta vez numa escala menor. Eu precisava tentar a captura antes que ela tentasse se curar novamente. Joguei a pokéball que logo envolveu a fada. Quando estava quase efetivando a captura, a esfera se rompeu. A flabébé deu as costas para mim e tentou fugir, as Somali avançou e ficou em sua frente. Aproveitei a oportunidade e joguei minha última pokéball. Mais uma vez a esfera emitia os sinais de tentativa e, após 3 sinais sonoros, a pokéball efetivou a captura. Somali a pegou com a boca e a entregou em minhas mãos.

Battle log:

Liberei a pequena fada de sua pokéball e a cumprimentei. Ela ainda estava zonza devido aos danos da batalha, mas logo resolveríamos isso. Com a flabébé, eu precisava fortalecer o time para conseguirmos êxito contra o sewaddle. Dar uma volta no lago poderia ajudar a encontrar outros treinadores que disputam lugar na liga. Eu precisava me aproveitar disso. Mas antes...

— Flabébé, utilize seu Grassy Terrain.

A pequena fada ganhou um pouco de altitude e começou a rodopiar ao redor do estigma de sua flor. Repentinamente uma grama mais verdejante e com um certo brilho cresceu ao nosso redor. Somali começou a correr eufórica enquanto que o Lotad deitou-se de barriga para cima. Tomei a fada em minhas mãos e a depositei sobre a grama para que se recuperasse. As propriedades curativas dessa grama funcionam através do contato direto.

Olhei para o céu. O azul tingia com os borrões brancos das nuvens. Em breve o Sol chegaria em seu auge. O terreno criado pela fada de certo modo também me fazia bem. Eu não havia dados a respeito em meu SO, mas eu sabia que eu possuía biotecnologia em meu corpo. Eu só não sabia que efeitos a grama produziria em mim, já que minha fonte de energia é a energia solar. Vou precisar estudar com mais cautela isso.

Com os três pokémons se divertindo, abri o Dexit para já preparar meu próximo post. Assim que abri a rede social, notei que haviam muitos posts relacionados a sandshrews e sandslashes. Além disso, muitas pessoas estavam postando selfies nas dunas do selamento. O engajamento criado por tais posts era notável. Talvez não fosse uma má ideia eu fazer uma visita às dunas. Apesar de eu não ter visto tudo da fauna e flora de Ylium, eu poderia retornar para cá depois. De qualquer modo, o desejo de visitar as dunas não encontravam restrições em minha programação. Desbravar outros lugares também fazia parte do projeto ao qual estou inserido. Com isso, passei a escrever meu post sobre a flabébé.

mm

Enquanto Lotad já roncava deitado sobre a grama, a flabébé continuamente olhava se sua flor estava em perfeito estado. A fada parecia ter muito apreço pela limpeza de sua flor. Depois de alguns minutos, com os pokémons recuperados, levantei-me e os chamei para me acompanharem em nossa busca por combate.

Segui contornando o lago sempre acompanhado pelos pokémons. Notei que a flabébé, apesar do primeiro trauma com a baba de Somali, usava a leafon como transporte permanecendo em cima do cabeça da grass. Somali parecia não se importar, até porque uma flabébé é muito leve.

Enquanto caminhava, percebi que o parque possuía uma certa divisão organizada por setores. O local onde eu estava inicialmente era um grande campo aberto com árvores frutíferas utilizado para realizar os chamados piqueniques. Quanto mais eu me afastava de lá, um caminho de pedras surgia até se tornar em uma calçada de ladrilhos brancos. Não demorou muito e logo avistei uma horta e um grupo de aproximadamente cinco pessoas.

— UOOOU!  Eu não acredito no que estou vendoooo!!!! Kinster, me belisca. AAAAII!

Olhei para o lado e vi um garoto vivendo um monólogo com um mankey ao seu lado. Ignorei e continuei a seguir em direção à horta.

— EEEIII! Espera aí!! — O garoto correu e parou à minha frente. Olhando-o com mais cuidado, poderia deduzir que deveria estar nos seus 18 anos de idade. Possuía cabelos castanhos escuros curtos, mas duas tranças em cada lado do rosto. As roupas eram típicas de Ylium.

— Em que posso ajudá-lo?

O garoto abriu um sorriso largo e apontou o dedo para mim.

— Eu quero um desafio. Vamos batalhar! Se eu vencer, vou estudar você! HAHAHA

— Não. — E continuei a andar. Mais uma vez ele avançou e parou em minha frente.

— EI! Você não pode negar uma batalha entre treinadores!

— Então lhe proponho um desafio. Se você der uma volta no lago, eu batalho contra você. — De certo, eu queria uma batalha, mas eu precisava quebrar a vontade dele primeiro. Principalmente essa história de querer me estudar.

— Rá! Moleza! Venha, Kinster. — E assim saiu correndo. Eu não sabia se ele era tolo ou apenas muito motivado. O lago do parque era enorme e... Quando olhei novamente para o garoto ele havia acionado algo que fizera abrir duas turbinas de uma mochila em suas costas. Com um leve impulso, ele saiu como um foguete tendo o macaco pendurado nos seus pés.

— Por essa os meus cálculos não esperavam. — Agora me restava esperar. Eu não iria quebrar a promessa que fiz a ele.

Demorou aproximadamente uns 10 minutos apenas para eu avistar o garoto chegando pelo outro lado. E ele se aproximava em alta velocidade. E essa alta velocidade não diminuía e...

— Ôu ôu. Saaai da freeeentee!

E eu recebi todo o impacto. Apesar da velocidade, meu giroscópio e minha estabilidade impediram que eu fosse jogado para longe. O macaco havia sido jogado no lago enquanto o garoto se levantava tossindo. Com o mesmo sorriso largo de antes, apontou o polegar para o peito.

— Venci! Eu me chamo Eric e serei o engenheiro que vencerá a Liga Pokémon. E agora você irá batalhar contra mim!

Eric:

A mochila com as turbinas estava no chão soltando algumas faíscas. Aparentemente, não haviam resíduos tóxicos ali. Eric ainda mantinha a pose de garoto corajoso enquanto aguardava ansioso pelo o que eu fosse falar. Sua testa apresentava uma leve contusão.

— Como prometido, iremos batalhar. — O garoto fez uma pequena comemoração e já foi tirando uma pokéball que estava presa ao cinto. — Lotad, vá.

— Rá! Vai ser fácil! Venha, Ripley! — A esfera bicolor fora lançada ao ar e um brilho fez surgir uma ave de rapina. Rufflet. — Você já era! Ripley, aumente sua velocidade com Tailwind e depois ataque o lotad com seu Peck.

— Lotad, responda com seu Growl e ataque com Bubblebeam.

O Rufflet iniciou batendo suas asas fazendo surgir uma leve brisa que o envolveu. Nitidamente ele havia ficado muito mais veloz que antes. Lotad aproveitou a oportunidade e a soltou seu grunhido para desestabilizar a concentração de ataque da ave. Sem se incomodar muito com a resposta do water, Ripley mergulhou em direção a ele com seu bico brilhando e levemente maior. Lotad não conseguia a acompanhar a velocidade da ave e acabou recebendo o golpe. O water aproveitou que o Rufflet estava se estabilizando no ar e lançou rapidamente sua rajada de bolhas. Ripley ficou levemente molhado, mas nada que atrapalhasse seu voo.

— Boa tentativa, mas o seu Lotad já era. As vantagens estão do meu lado.

— Não posso negar.  Retorne, Lotad. — O pequeno water saiu andando para trás de mim com uma expressão de “obrigado por ter me salvado”. — Flabébé, sua vez. Fairy Wind.

— Fugindo, né?. Ripley, vamos nos preparar melhor para ela. Melhore seu ataque com Hone Claws e depois reduza a defesa dela com Leer.

A pequena águia começou a “arranhar o céu” enquanto um pequeno brilho envolvia suas garras. Logo em seguida, lançou um olhar de desdém para a pequena fada. Flabébé ficou pessoalmente ofendida com a audácia de Ripley e logo invocou uma brisa feérica contra a ave. O dano recebido pelo Rufflet foi alto e o fez perder o equilíbrio e cair no chão.

— Riiiipley, você tá bem? — Eric correu para perto e checou de perto a situação de seu pokémon. Ripley sofrera muitos danos do ataque da fada e apresentava alta fadiga. — É melhor você parar por aqui, meu amigo. Kinster, venha logo! — O garoto gritou para o macaco que ainda estava tentando se secar na beira do lago. Kinster estava com uma cara emburrada e não aparentava ter a mínima vontade de batalhar.

— Flabébé, use seu Grassy Terrain e depois retorne. Lotad, entre.

— Que tipo de estratégia é essa? Vai fugir de novo? Kinster, use sua ultra-mega-suprema arma secreta! OUTRAGE!!! — Eric gritou levantando a mão. O garoto parecia bem animado. Já o macaco mantinha-se com a cara aborrecida.

A fada invocou o terreno gramíneo e acenou se despedindo enquanto voltava e se escondia atrás de mim. Lotad voltou para o campo dando os seus pequenos passinhos, ele não estava muito feliz por ter que batalhar novamente. Infelizmente, por erros de cálculo, acabei conduzindo o Lotad para a sua derrota. Preciso tomar mais cuidado e considerar mais variáveis. Kinster fora tomado por um furor e partiu para cima do pequeno water desferindo vários golpes. Como esperado, Lotad não resistiu ao dano e desmaiou.

— Sinto muito, Lotad. — Retornei o water para a pokéball. — Flabébé, vá!

— Admita. Kinster é demais, não é? — O macaco continuava agitado e agora batia duas pedras que havia encontrado no chão uma na outra.

— Admito... que não esperava ele saber um golpe tão poderoso. Parabéns, Eric. Você deve ser um bom treinador. — Pronto, bastou um elogio e o peito do garoto inflou.

— E-eu sei! Ha ha ha! Kinster use… — Eric olhou para o ele e percebeu que o macaco ainda estava fora de si. Percebi que Eric ficara preocupado, mas disfarçou rapidamente. Afinal, ele não poderia passar a impressão que era um treinador ruim. — Isso, Kinster! Continue com seu ultra-mega-supremo ataque. He he... he.

— Flabébé, use suas vinhas para derrubar o mankey e depois ataque com seu Fairy Wind.

Assim que Kinster viu a Flabébé em campo, saiu correndo gritando e batendo a pedra no chão. Quando tentou atingir a fada, uma barreira feérica surgiu e empurrou para trás. A fada apenas sorriu enquanto o macaco ficou parado com uma cara de bobo. Aproveitando da abertura, Flabébé usou suas vinhas e chicoteou as pernas do macaco derrubando-o no chão. Sem saber o que fazer e sem conseguir se recuperar da queda a tempo, Kinster recebeu um vento de pó de fada na cara.

— Kinster, nãaao! — Mais uma vez ele correu para checar um de seus pokémon. De fato, ele aparentava ser um bom treinador. Kinster estava cansado, mas ainda tinha energia para batalhar.

— Flabébé, use seu...

— Não! Tá bom! Perdi... — Eric me interrompeu e retornou o mankey. — Eu não quero forçá-lo até o fim. Você venceu... — O jovem parecia cabisbaixo.

— A batalha foi muito boa e você acabou vencendo um dos meus pokémons. E parabéns pela mochila. Não detectei nenhum poluente vindo dela. — Mudei de assunto para tirar o foco do jovem da desistência da batalha.

— Ah! He he he. Na verdade, a mochila é do meu pai. Ele é especializado em engenharia limpa. Tanto os materiais quanto a fonte de energia são limpos. Eu ainda não consigo criar coisas então peguei emprestado. Ele falou que preciso viajar para conhecer outros costumes, tecnologias e blá blá blá...

— Acredito que seu pai esteja certo. Ficar parado somente em um lugar faz bem somente para as plantas.

— Uau! Algum cientista deve ter colocado uma programação de filosofia aí. Hahaha. — Parou de sorrir e ficou pensativo. — Eu sei que vou aprender muito. Obrigado. Vi que está tendo muita movimentação nas dunas do selamento. Vou aproveitar para passar lá e seguir para Pardosa. Tem uns negócios lá que quero aprender como funciona.

— Boa sorte em sua jornada, Eric. Um conselho: não fique contando seus planos para estranhos.

— Ah! He he he. Mas você é uma IA. Não deve haver nenhuma programação nociva aí dentro. — O jovem deu uns tapinhas em meu braço e saiu correndo. De longe ainda gritou que me estudaria.

— Parabéns pela batalha, Flabébé. Vamos visitar a horta e recuperar a saúde de vocês. — Enquanto caminhava em direção à horta, aproveite para fazer o upload do vídeo da batalha que eu estava registrando.

Battle Log:

A horta que havia no parque era visivelmente comunitária. As pessoas ali não estavam usando uniformes ou quaisquer símbolos que a identificassem pertencentes a algum órgão governamental ou não. Me aproximei um pouco mais e observei que haviam hortaliças de todas as variedades, entretanto, oito, dos nove canteiros ali presentes, apresentavam sinais de pragas. As cinco pessoas ali presentes estavam agitadas e um tanto frustradas.

A discussão girava em torno do extermínio de sewaddles e no uso de agrotóxicos. A agressividade estava aumentando e parecia que não iria parar. Apesar do furor, notaram minha presença.

— Veio ajudar na horta? Porque olha... está cada vez mais uma merda. — Um dos homens ali presente tomou a palavra e foi um tanto agressivo, mas logo sendo censurado pelo seu parceiro.

— Perdoe o Joseph. Ele está bastante chateado com o que aconteceu com a horta.

— Eu não tô chateado. Eu tô com ódio. Esses insetos de merda estão comendo pra virar um tyranitar?

— Não precisa se preocupar comigo. Estava de passagem e resolvi olhar a horta. — Me aproximei mais das plantas atacadas. — De fato, os danos são altos, mas devo informar que esse padrão e tamanho das mordidas não correspondem à espécie dos sewaddles. — Afirmei enquanto tocava as folhas de uma alface.

— Como é que é?

— Este padrão pertence a um inseto maior, que não é nativo de Ylium. Para ser mais preciso, há 89% de chance de ter sido um blipbug. Todos vocês cuidam do canteiro simultaneamente?

— N-nem sem-sempre. — Uma jovem que estava mais afastada, e aparentemente assustada com a briga, se manifestou. — A cada ciclo alteramos os responsáveis por cada canteiro.

— E quem cuida daquele ali? — Apontei para o único canteiro que estava intacto.

— Sou eu. Por quê? — O quarto humano que estava ali presente falou. — O quê? Vai desconfiar de mim?

— Sim. E me surpreende que os outros não o tivessem feito. Vocês humanos têm um histórico de apresentarem comportamentos egoístas e malignos quando para benefício de seu próprio interesse.

— Vocês vão deixar essa sucata ficar me difamando? E por que estão me olhando com essa cara?

— Faz sentido, Marco. Por que os sewaddles não atacaram justamente o seu canteiro?

— E você foi na Phloresta x43 semana passada. Meu deus.

— Talvez eles não gostem de beterrabas ué. — E deu de ombros de forma sarcástica.

— BETERRABA VOCÊ VAI TER QUANDO EU ENFIAR A MINHA MÃO NO SEU...

— Espero ter ajudado. — Recolhi os pokémons que estavam fora de suas esferas e me afastei do lugar. Aquela briga entre humanos não cabia a mim.

Enquanto continuava a caminhar, recebi uma mensagem do perfil da Gentec no Dexit. Ela informava que meus posts sobre a fauna de Ylium haviam gerado muito engajamento na rede social e, por isso, eu receberia algumas recompensas. Eu precisaria voltar ao Centro Pokémon.

Precisei refazer todo o caminho até o Centro Pokémon passando novamente pela área de camping. Quando cheguei, me dirigi a uma IA que ficava em um balcão localizado no lado esquerdo do Centro. Me aproximei e me identifiquei mostrando a ID do meu perfil do Dexit. A IA se ausentou para dentro de uma porta e voltou logo em seguida segurando uma pequena caixa. Fiz o recebimento e abri para olhar seu conteúdo. Em seu interior haviam um minério de revive, uma rawst berry, uma potion e duas pokéballs. Uma das esferas estava vazia pronta para uso, já a outra, de coloração rubra extremamente rara, possuía um pokémon dentro de si.

Deixei o Centro Pokémon e liberei a esfera rubra. A energia azulada revelou um pokémon que eu não esperava ver. Pelo meu banco de dados, o pokémon era um cyndaquil que atualmente não possui outros de sua espécie no continente. O cumprimentei e ele logo escondeu o rosto com suas patas dianteiras. Aparentemente apresente algum nível de timidez.

— Ô sucata! Gostou de me humilhar, né? — Olhei para traz e vi que se tratava do mesmo homem que sabotou a horta comunitária. Um dos olhos estava roxo e o nariz apresentava sinais de ter sangrado.

— Em que posso ajudá-lo?

— Me ajudar coisa nenhuma. Vim acertar as contas contigo.

— Sinto muito, mas não me recordo de haverem dívidas entre nós.

— IA do inferno. Venha, Blipbug. — o homem liberou uma esfera e surgiu o inseto que é originário da floresta que rodeia a cidade.

— Entendo. Vamos testar sua força, cyndaquil. — O pequeno rato de fogo correu para trás de mim e ficou ali escondido. Peguei o assustado e ergui até a altura de minha cabeça. Ficamos olhos nos olhos. Ele deu um leve espirro o que fez acender as chamas em suas costas momentaneamente. — Você não pode temer pessoas que não possuem caráter ou elas extrairão poder disso. Vá. — Coloquei o pequenino no chão virado para o inseto. Ele parecia um pouco mais seguro após minhas palavras. Talvez isso aponte carência. Observarei com mais cuidado.

— Vou aproveitar e pegar esse pokémon aí. É raro, né? Blipbug, ataque usando seu Struggle Bug.

— Cyndaquil, use seu Quick Attack para atacar e se aproximar, depois lance o seu Ember.

O rato de fogo saiu correndo em ziguezague e investiu contra o inseto. Saltou por cima do oponente e pousou atrás dele. Blipbug se virou e invocou uma energia esverdeada que atingiu o fire. Cyndaquil resistiu ao dano, que não era efetivo contra ele, e cuspiu brasas contra o inseto. O dano recebido fora alto. A vantagem estava ao meu lado e era somente uma questão de tempo para vencer o humano.

— Cyndaquil, finalize esta batalha com mais um Ember.

— Ah mas não vai não. Venha, Tatoo. — O homem retirou outra esfera e a liberou em campo. Agora um sandshrew surgia já afiando as garras. — Blipbug, continue com seu ataque. Sandshrew, comece com seu Sand Attack e depois ataque com o Swift.

— Somali! Sunny Day e ataque o sandshrew com sua Leaf Blade.

A pokéball da leafeon se abriu e ela surgiu em campo já invocando a esfera dourada para intensificar os raios solares. O pequeno roedor ígneo sentiu mais confiança ainda ao ver uma aliada em campo e disparou suas brasas contra o inseto. Sem conseguir resistir ao dano, o Blipbug apenas desmaiou no campo.

— Trapaceiro! Retorne, Blipbug.

Tatoo deslizou e invocou areia do chão lançando-a nos olhos do cyndaquil. O pequenino sentou-se no chão e começou a bater as patas nos olhos para tentar tirar o excesso de areia. Somali saltou sobre ele e, com suas lâminas preparadas, atingiu em cheio o sandshrew que acabou caindo desmaiado.

— Espero que a dívida esteja paga. Retornem. — Ambos Cyndaquil e Somali voltaram para suas esferas e dei as costas para o homem.

— Você vai me pagaaaar. — Ouvi o homem começar a correr e senti ele desferir um murro em minhas costas. — Aaaaaaai! Minha mão quebrou aaaaaai.

— O Centro Pokémon está bem ali. Passar bem.

Battle Log: