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[CP] Enxaqueca do Coração

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[CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Sex maio 01, 2020 11:03 pm

Relembrando a primeira mensagem :

Palpitação

As nuvens rolam lentamente no céu borrado pelo domo que cobre toda a cidade de Ylium. Os pedaços de algodão celestiais se tornam ainda mais amorfos com a translucidez da cúpula que prende o paraíso verde em lugar, para que toda essa natureza não chegue até o resto de Neo Zenos, obviamente. Se as outras cidades contemporâneas não sofressem com a poluição e a estética negativa da urbanização, Ylium não teria muito de especial, e o dinheiro dos investidores escaparia da cidade.

Do topo de um alto prédio suburbano, Veridis podia ver uma porção da capital verde, toda a flora crescendo viva em meio a letreiros de neon e toda a fauna convivendo em empresas enormes, junto com a tecnologia humana, é uma paisagem no mínimo interessante. É tão difícil não se emocionar com a beleza da cidade, ainda mais pensando de volta no que Detroya oferecia, com seu céu eternamente vermelho, parecia que a megalópole nunca dormia. Ylium é tão pacífica, faz qualquer um suspirar com um sorriso. Isso que o garoto faz, deitado no topo deste prédio com a cabeça apoiada sobre suas mãos. O coro distante de pokémon selvagem que se mistura aos sons característicos de uma avenida movimentada dão graças a seus ouvidos, e o peso de um Murkrow deitado sobre sua barriga acaricia sua alma. Haroldo não dormia, mas isso não significa que ele não seja preguiçoso, Veridis é lembrado de como sente que não seria o mesmo sem esse pássaro, que por mais que eles não consigam se comunicar, ele sabe muito bem que são melhores amigos, e às vezes esse amor é uma das únicas coisas que o impulsiona a continuar tentando. Será que o corvo gosta de fingir que dorme? É bom mesmo... Dormir... Sobre um céu tão bonito... Confortável.....

O garoto é acordado ao susto com o barulho de uma nova mensagem. Abrindo a pokédex, o aparelho já é redirecionado ao anúncio da Gentec de trazer alguns pokémon exóticos para Neo Zenos, edição extremamente limitada! Ah, que fofuras! Dá pra ver como a empresa vai ganhar rios de dinheiro com isso! Tendo apenas passado os olhos superficialmente pelo texto da companhia, enviado para quase toda a população, Veridis volta para a tela de mensagens, recurso que nem ao menos dá atenção há dias, quando percebe algo que dobra seu batimento: uma mensagem de seu pai não lida. Passou completamente pelo garoto, seu pai não conversava com ele por qualquer motivo, então toda palavra que saía de sua boca por seu próprio interesse fazia seu filho tremer. Haroldo desperta quando começa a escutar a percussão do coração de seu treinador se tornando mais agitada, voando no mesmo momento em que o menino se levanta de susto, pousando em um fio de luz próximo, quase inteiramente verde com o líquen crescendo ao seu redor. Veridis toma tempo para respirar profundamente e ler o texto com uma atitude séria. Abrindo o e-mail, fica visível o fundo temático da AGES, como se fosse um papel de carta, e as estruturas textuais típicas do Sr. Saturno.

Veridis,:

Haha, olha só! A mensagem é de sete dias atrás!

Por um tempo, engolido por um sentimento puro de nervosismo e pânico, Veridis passou em torno de cinco minutos andando de um lado para o outro na cobertura do prédio. Por mais que seus passos fossem silenciosos, sua mente não parava de gritar, remoendo o que iria acontecer agora, sentia que fora duro demais com a cidadezinha colorida de verde durante seu último devaneio, não queria deixar Ylium de jeito nenhum! Trabalhar ao lado de seu pai parecia um cenário horripilante ao menino. Sentou-se no edifício de concreto, onde em seu topo eram poucas as gramíneas que o tocavam, e apoiou sua cabeça com suas mãos sobre a cara, tentando controlar sua respiração ofegante, talvez fosse um exagero, mas pensava viver o peso de um condenado. O que carregou o garoto para fora de sua mente foram as bicadas gentis em seus dedos, tirou as mãos da cara e se deparou com o sorriso torto de um velho amigo em seu colo. O Murkrow fazia grunhidos doces, mesmo com uma voz tão rouca, se esfregando em Veridis com o bico, enquanto o treinador acariciava a penugem em forma de chapéu de sua cabecinha.

É engraçado, momentos tão simples podem ser tão terapêuticos. O jovem olhou fundo nos olhos vermelhos do corvo, e colocou na cabeça que, não importa o que acontecer, ele não está tão sozinho assim. Um medo do menino é de levarem seu pássaro para longe, não sabe o que faria se isso acontecesse. Juntos são mais fortes, Veridis sabe que não é verdade, mas para ele parece que ninguém pode parar essa dupla. Eles podem se virar. Por mais que uma ideia perversa estivesse na cabeça do garoto já faz tempo, por um momento ela nem aparenta ser tão louca. O jovem deixou sair uma risada antes de dar um sorriso ao Murkrow.

- Haroldo, nós temos que sair daqui. -

----------------------------------

Tutor: Baal

1 - Captura de um Milcery

2 - Batalha contra Lucy Mach

3 - Batalha contra Passimian

4 - Batalha contra um forasteiro

5 - Batalha contra Onishima

6 -Batalha contra Eurídice




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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Balor Qua maio 20, 2020 7:40 pm

Olá Veridis! Antes de mais nada, gostaria de pontuar umas coisas importantes:

Ocorreram algumas mudanças no corpo administrativo do forum e consequentemente tivemos que fazer um novo planejamento com relação as tutorias de campanhas. Nesse sentido, a partir de agora eu serei o seu novo tutor. Portanto, sempre que concluir um post, pode pedir por avaliação no seguinte link: Pedidos de Avaliação - Baal. Espero que essa súbita mudança possa ainda assim manter o nível de qualidade dos anteriores, mas de um jeito mais singular. Agradeço a compreensão e é claro, continue se divertindo!



[CP] Enxaqueca do Coração - Página 2 868

  • Maizena ganhou 25 XP;
  • Saúde: Está cansada. Para seu primeiro combate ao lado de Veridis, foi um adversário difícil. Considere 55% HP;

  • Veridis recebeu um total de 60 Bitcoins (35 da Quest, 25 do NPC).


Primeiramente, estou fascinado pela sua escrita leve e aplicada. Você conseguiu utilizar bem da proposta da Minor Quest e de quebra ainda inseriu um personagem tão enigmático quanto o próprio Veridis, espero que ele faça mais aparições no futuro, gostei muito do clímax que ficou, sobretudo no final rs.
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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Sex maio 22, 2020 3:01 pm

Neurônios

Maizena fechou os olhos sorrindo ao sentir o frescor do líquido cheiroso da poção sendo esborrifado em seu rostinho, com o frasco sendo borrifado bem próximo à pokémon para não desperdiçar nem um pouquinho do fluido medicinal. A proposta do item é aplicar na lesão do ferido, mas a tipo-fada era tão pequena que seu corpo inteiro ficava na área de alcance da poção. - Está se sentindo melhor? - A Milcery respondeu com alguns barulhinhos alegres, fazendo Veridis sorrir de alívio. - Que bom. - Haroldo piou um pouco em protesto ao garoto gastar um produto importante da jornada na nanica, se achava o elemento mais forte e mais importante do time. - Ah, você ainda parece cansado... Além disso, você vai entrar em muitas batalhas ainda, agora é a hora da Maizena ficar no holofote. - O Murkrow revirou os olhos em deboche, enquanto a gotinha de leite parecia estar ocupada cheirando as flores do canteiro-social que ainda restavam, aproveitando o frescor de cada uma, antes do jovem começar a seguir o caminho mais uma vez, fazendo-a rapidamente ir atrás de seu treinador.

A jornada continuava, o trio descia a rua morosamente, com a brisa artificial fazendo cócegas em seu cabelo, bico e creme. Por uma vez em sua vida, Veridis andava com um sorriso no rosto, seu dia estava bem melhor do que imaginou desde que viu aquela mensagem de seu pai, apenas hoje já ganhou algumas batalhas, uma nova amiga e o amor de sua mãe. Não costumava fazer muitas coisas em sua casa, era uma rotina de jogar alguns jogos, escutar música e passear com Haroldo pela cidade, estaria mentindo para si mesmo se pensasse que sua vida sozinho era incrível, já acordou muitas vezes sem vontade alguma de sair da cama, incontáveis eram as ideias pessimistas e auto-destrutivas de seu ego que passavam pela sua cabeça, mas agora ele não se sentia assim. Segurava as alças de sua mala, olhando para o céu azul e suas nuvens borradas pelo domo, com o sol batendo em seu rosto, sentia que podia fazer o que quisesse, ele era capaz mesmo. Apreciava os sons calmos da região, os zumbidos dos Cutiefly, correr dos rios próximos, o vento soprando docemente, seus passos em suas botas favoritas e o barulho de uma hélice em movimento se aproximando... Barulho de uma hélice?

Olhando mais ao horizonte, Veridis podia observar um ponto preto se movendo no céu, com o som característico de um helicóptero. A luz solar batendo em suas pupilas dificultava o reconhecimento do objeto, parecia até mesmo estar se dirigindo até lá... E não está? A estrutura voadora começava a se aproximar do asfalto, estava claro que iria aterrissar na mesma rua em que o menino estava, a proximidade o permitiu reconhecer melhor o drone, com suas duas hélices ameaçadoras, era uma tela como um quadrado com um suporte para pousar, parecia uma televisão moderna sem tela. O sangue do jovem gelou por um instante, é isso, Ennard mandou uma arma voadora bem ali para matá-lo ou sequestrá-lo. A estrutura aterrissou bem a sua frente, estava paralisado de pavor, pensou em correr mas talvez não seria a melhor escolha. Haroldo e Maizena olhavam para o drone surpresos, com um ar intrigado. Esperando o pior, para proteger os seus amigos, o treinador rapidamente pegou suas duas pokébolas e apertou os botões no centro, devolvendo ambas criaturinhas às suas cápsulas.

O grande quadrado se abriu com várias pequenas portinholas de metal, revelando canos internos, todos apontados ao menino, Veridis botou os braços sobre a cara rapidamente por reflexo, mas se surpreendeu quando bala nenhuma perfurou seu corpo, tudo que ouviu foi uma voz feminina e corporativa vindo de uma caixa-de-som. - Esta é uma amostra grátis do ar purificado e delicioso que você pode aproveitar, agora pela metade do preço! Você só precisa passar em uma de nossas sedes. A Ecius agradece, não se esqueça, estamos sempre pelo verde! - Os cilindros, em vez de tiros, começaram a ventilar um ar refrescante bem na frente do garoto, com uma fragrância de lavanda. O alívio e a calma que o jovem sentira fora enorme, dando um grande suspiro enquanto o vento mexia seu suéter. Sem dúvidas o drone parecia ser meio intimidador, completamente preto, mas em uma inspeção mais calma o menino pode perceber o grande logotipo da empresa pintado no chassi... Pintado, não é? Pintado...

A suavização trouxe de volta a auto-estima de Veridis e, com isso, veio também uma ideia diabólica. Enquanto o purificador gigante abanava suas lufadas de ar artificial, o garoto velozmente agarrou sua mochila, a abrindo com rapidez. Por sorte, seu... "Kit de artes" era o item mais a cima do bolso em que estava, permitindo que o garoto pudesse pegar o que precisava com ligeireza. Quando o oxigênio sintético chegou à sua cota, as comportas se fecharam. - A Ecius lhe deseja uma boa tarde! - Parece que o drone iria içar voo, mas antes que pudesse, o garoto rapidamente apoiou os pés sobre as partes da estrutura que se estendiam ao chão, atrasando o protocolo de ascensão. Com as mãos apressadas, apoiou o estêncil no metal preto com a mão esquerda e usou o spray vermelho com a direita, uma risada maliciosa escapando de sua boca. Já havia cortado aquele faz um tempo, usava geralmente em lugares bem mais afastados de seu bairro, talvez na parede de algum vizinho que já tenha o xingado aqui e ali. Era perfeito para a ocasião, letras garrafais com o dizer "arautos da floresta morta", uma frase usada por alguns adolescentes que criticavam na internet muitas empresas pelos resultados da phloresta x43. Sua mão esquerda acabou se sujando toda de vermelho, mas ele não se importava.

Foi então, rapidamente, que a realidade bateu em sua porta com tudo. Veridis escutou, vindo da outra rua, o barulho do motor de um carro em alta velocidade, era facilmente reconhecido com toda a quietude do local. O treinador saltou do drone, logo quando as hélices começaram a girar com força total, levando o purificador para cima, apesar da tinta vermelha estar escorrendo com todo o ar ao redor, o dizer ainda estava bem claro no chassi da máquina. Não é como se qualquer carro que aparecesse ali pudesse fazer algo contra isso, nem haviam provas contra o menino, certo? Foi o crime perfeito, o jovem estava se sentindo muito orgulhoso de si, com a adrenalina a flor da pele. Ele olhou para trás para visar o automóvel e... Ah não... Essa não, é uma viatura. Por mais que tenha ficado nervoso, o jovem começou a controlar a respiração, não havia motivo para eles pararem ali, ele era só mais um pirralho no meio da rua, nada de mais, a estrutura já estava mais alto, apenas passariam correndo pela estrada sem bater um olho, não? Ai ai, eles estão freando, o carro parou mesmo estando em alta velocidade, fazendo-o balançar um pouco. Felizmente, os itens flagrantes já estavam guardados na mochila. Muito assustado, o menino sacou sua pokédex do seu bolso, sem ligá-la, apenas olhando para a tela preta, fingindo que era apenas um inocente lá com seu dispositivo em mãos, assistindo alguma coisa.

A porta de trás se abriu com um estrondo, revelando uma figura peculiar que fechou-a com uma força igualmente aterrorizante. Dali saiu um homem com uma altura levemente abaixo da média para um adulto, mesmo assim era mais alto que Veridis, esbanjava um grande topete, uma barba mal-cortada e um sorriso travesso, vestindo um jaleco bege, uma camisa branca e uma gravata vermelha. Enquanto o policial caminhava até o jovem, ele apenas simulava mexer em sua pokédex, queria parecer oblívio, como se nem houvesse percebido as forças especiais a sua frente. - Aí, moleque, por acaso não viu quem pichou aquele drone ali? - Sua voz era muito ríspida. Mesmo com uma gota de suor de pura ansiedade passando pro sua testa, o menino levantou a cabeça calmamente para responder o sujeito. - Não, senhor, eu-- - - Fala pra fora, por favor. - A risada orgulhosa do oficial denunciava que já sabia bem o que iria fazer. O garoto pigarreou e tentou falar um pouco mais alto. - Não, senhor, quando o purificador chegou aqui... Já tava assim... - O homem deu uma boa gargalhada antes de dar uns tapas pressionantes na barriga do jovem, que permanecia sem expressão. - Mentiroso, eu tô vendo tua mão vermelha, guri! -

Veridis apenas ficou olhando para o asfalto, ansioso, esperando o pior do policial. O oficial apenas olhava o garoto com o queixo levantado, a alguns risos solenes. - Amanhã eu vou receber uma promoção importante, por mais que seja bom, vou sentir muita falta de pegar uns marginaizinhos que nem você nas ruas... É melhor eu aproveitar bem minha última chance, não é mesmo? - O menino tentava engolir a angústia, mas era difícil, apesar de não se mover muito, seus lábios começavam a cair. No colete do homem havia uma pistola bem embolsada, e em seu cinto um cassetete e algumas pokébolas. Por sorte, ou talvez não, ele pegou uma das cápsulas, apertando seu botão para liberar um Neo Pancham no chão, com um sorrisinho amedrontador, o pokémon também dava casquinadas entre os dentes, um barulho de eletricidade estática pode ser ouvida enquanto os pelos em sua cabeça soltavam pequenas faíscas.

O treinador precisava pensar em alguma coisa na hora... Tipo elétrico, forte contra tipo voador, tipo lutador, fraco contra tipo fada, é isso, vai ter que ser. - Então, nós podemos fazer isso do jeito-- - Veridis apertou alguma coisa em seu bolso, com uma luz vermelha saindo do mesmo. - V-vai! Draining Kiss! - O garoto apontou para o ursinho, que parecia surpreso. Do fulgor avermelhado surgiu uma Milcery sorridente, que logo após ser materializada já se investia contra o tipo-elétrico, com um beijo bem dado em sua testa. O ursinho deu um pequeno grito pelo ataque surpresa, mandado para trás, fora super-efetivo. - Que porra é essa?! O que você pensa que tá fazendo?! Dá um Thunder Punch neles! - Em um golpe veloz, o pokémon já se vira com um soco devastador envolto em uma energia amarela que soltava faíscas por todos os lados, o soco foi forte o suficiente para lançar Maizena para longe, ela esbarrou em Veridis, mandando ambos para a parede, derrubando o treinador e sua gotinha de leite.

O policial deu mais uma gargalhada. - Manda um Arm Thrust nesses idiotas. - O Pancham começou a girar os braços rapidamente, correndo até os dois, que tentavam se recuperar. Bem quando o urso levantava alto seu braço para golpear seus alvos, o garoto foi capaz de pular para fora do alcance do tipo-elétrico, empurrando a Milcery junto consigo. - Usa o Sweet Scent! - Ainda protegida pelas mãos de seu treinador, a tipo-fada fechou os olhos, exalando uma fumaça transparente que chegava até o sujeito e seu pokémon. - Sem distrações! Dá um Thunder Punch nesse pirralho! - Era inútil, o ursinho estava ocupado demais soltando a língua pelos cheiros deliciosos de chocolate e menta. Furioso, o homem começou a pisar no chão impacientemente. - Cê tá me escutando?! Thunder Punch!! - Com os impactos fortes que seu ordenador dava na rua, o tipo-elétrico tenta se concentrar melhor, flexionando o braço direito para envolver seu punho em uma eletricidade poderosa, foi por pouco que Veridis conseguiu puxar sua docinho para fora do golpe, que o adversário aplicou sem nem ao menos se mover.

Na viatura, dois policiais com um uniforme mais tradicional observavam o confronto, apenas esperando seu colega voltar para terminar o turno. - Ha... O Onishima tá fazendo bullying com uma criança de novo, patético... - Um deles zombava do oficial, talvez até com uma pitada de raiva, enquanto o outro mantinha a calma, acendendo um cigarro. - Ele é um pichador, Kyle. - Virou-se para seu parceiro com as sobrancelhas franzidas. - Tá, é mesmo, mas a gente precisava cuidar de umas coisas mais importantes, tá ligado? A Poison Jam tá por aí, e a gente tá indo atrás de uns delinquente júnior de bairro pequeno.. - O policial olhava desconfiado para o confronto do homem irado com o menino, enquanto o outro apenas dava mais um trago em seu cigarro. - Que saco, eu merecia essa promoção muito mais que esse babaca! - Seu amigo lhe respondia sem mesmo olhar para o lado. - Não faça nada que vá fazer você se arrepender depois. - O oficial sacou a pokédex, virando-a de lado e a apontando para a batalha, começando a gravar o confronto. - Onishima se faz de durão, mas esse piá pode dar uma chacoalhada no velho sim... Quero só ver o que o coronel vai dizer quando vir isso daqui, ou melhor, quero só ver o que o povo do Dexit vai falar! -

- Dá um Tackle nos olhos dele! - Veridis segurou Maizena com sua mão direita e a arremessou até o urso. A tipo-fada se propulsionou até o oponente com um grito feroz e agudo, batendo em sua cara antes de quicar para fora, flutuando próxima ao seu treinador novamente. - E isso era pra ser o quê?! Vai, Thunder Punch! - O que o brutamontes não percebeu, contudo, era a irritação que o espirro de leite causara na visão do Pancham, tentava preparar mais um golpe mas não conseguia visualizar bem a Milcery antes que ela pegasse a oportunidade de se esquivar, o panda coçava os olhos enquanto rangia os dentes. - Agora, Draining Kiss! - Em um balé veloz e gracioso, a gotinha flutuou até seu combatente para lhe aplicar um beijo na barriga, sugando a própria saúde do pokémon, antes de retornar a sua posição com uma expressão arrojada.

Onishima podia muito bem pegar o pirralho e sua cúmplice e dar-lhes uma boa cacetada, mas seu ego falava mais alto, queria ganhar o duelo para provar sua superioridade completa sobre o jovem. - Chega disso! Usa o Charge! - O Pancham botou os bracinhos  sobre o peito com um sorriso destemido. Um grande barulho como um trovão e como o carregamento de uma bateria elétrica pode ser ouvido enquanto o tipo-elétrico era coberto por uma capa amarela, faíscas caminhavam por seus pelos já desgastados pelos dois ataques super-efetivos, levantando-os completamente. O oficial apontou para a Milcery com outra gargalhada. - Spark!!! - O urso jogou todo seu corpo eletrizado sobre a tipo-fada, acertando-a com sua cabeça e a lançando para longe. - Maizena!! - Veridis correu até sua amiga enquanto ela soltava alguns chiados de dor. - Tá tudo bem, só mais um golpe! - A gotinha de leite voltou a flutuar, porém um pouco mais lenta, o menino pode notar os relâmpagos pequenos que passavam por suas estruturas lácteas.

- Tenha calma, use o Aromatherapy. - Sem sair do lugar, a Milcery fecha seus olhos em concentração, os coriscos pararam quando a docinho soltou uma fragrância de folhas silvestres sobre o ar, sendo curada da paralisia. - Vocês dois vão pro chão! Charge mais uma vez! - Firmando os pés, o Pancham voltou a se carregar de uma energia estática, o jovem não perdeu a oportunidade. - Maizena, confia em mim, vai lá e dá um Draining Kiss nele! - A pequena se impulsionou rapidamente até o ursinho, sem questionar as ordens de seu treinador. Tanto Onishima quanto seu pokémon estavam confiantes de que esse era o fim da nanica, mas Veridis sabia que, apesar de intimidador, o Charge não é um ataque que danifica qualquer um. Com um selinho bem em seu nariz, acertado apesar da barreira elétrica, o ursinho perde a segurança nos pés, o envolto amarelo some e ele cai de costas no chão.

- Não!!! - O homem corre até seu parceiro para pegá-lo antes que pudesse se abater no asfalto, rugindo de raiva e rangendo os dentes. - Pirralho! Eu vou quebrar você todinho!! - O sujeito sacou velozmente uma poção de seu colete, apontou-a ao Pancham, mas foi impedido por um de seus colegas, que gritava da viatura. - ONISHIMA! A Poison Jam tá fazendo um estrago lá no centro! Deixa esse guri aí e pula no camburão! - O oficial soltou um pequeno grito de pura ira, antes de guardar o tipo-elétrico em sua cápsula e lançar um olhar amedrontador ao garoto e sua Milcery. - Isso aqui não acabou! - O oficial correu até o carro enquanto seus colegas já ligavam o motor, abriu velozmente a porta e a fechou com tanta pressa que o frasco medicinal em sua mão acabou caindo no chão, quando se deu conta, a viatura já estava com a sirene ligada e em velocidade máxima. - Ah, merda! - Foi a última coisa que Veridis escutou antes do automóvel escapar de sua visão.

O jovem ficou lá, sem reação, com Maizena debochando e rindo dos policiais ainda quando saíam. Olhando de um lado para outro, o menino estava sozinho novamente. Ele pegou a poção do chão, parecia estar intacta, passou por sua cabeça que talvez não seria a melhor atitude procurar o tal policial e devolver isso a ele, então apenas guardou o item medicinal em sua mochila. - Uhm... Bom trabalho, Maizena... Vamos apenas continuar... -

Sorteio



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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Balor Sáb maio 23, 2020 7:40 pm

"Apesar de abrir mão daquela oportunidade para atender a um chamado aparentemente mais urgente, o oficial Onishima certamente não esqueceria do autor em flagrante daquele pequeno delito... se é que pichar um patrimônio da Ecios por Ylium possa ser considerado de pouca importância. Graças aos registros da Dexit do outro policial, Onishima teria, por acaso, provas concretas para incriminar Veridis, além das demais testemunhas oculares na viatura. O que ele poderia ganhar apreendendo um moleque de Rank D? Nada; ou melhor, nada além do prazer de estragar com a sua vida."

Sua ação será lembrada...



[CP] Enxaqueca do Coração - Página 2 868

  • Maizena ganhou 25 XP;
  • Saúde: Está razoavelmente bem. Considere uns 75% HP;

  • Veridis recebeu 25 Bitcoins;
  • Gastou 1 Potion. Favor, subtrair da ficha.


Que situação o Veridis foi se meter, hein? Confesso que gostei, deu um gancho ótimo para algo que, dependendo do que você julgar mais confortável, desenvolvermos juntos através de sugestões minhas (que viriam por meio de Minor Quest mesmo), ou então do modo como queira seguir. A adrenalina na jornada desse garoto é como uma montanha-russa, eu sinto que você logo logo vai trazer o ápice dessa trama ao longo de Ylium. Vou aguardar o seu próximo post com a resposta do que disse acima, de qualquer modo, em breve devo estar elaborando mais Quests pra você independente do gancho.
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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Ter maio 26, 2020 8:32 am

Chá

Veridis podia sentir Haroldo respirando em seu pescoço, o ventinho de seu pulmão era refrescante com o sol batendo em suas cabeças, talvez se o garoto ousasse tirar sua blusa poderia amenizar o calor, mas ele nem pensava em fazer isso. O corvo sentava em sua mochila com um rostinho sonolento enquanto o treinador seguia o caminho da calçada, olhando para baixo, como sempre, sua cabeça estava em outros lugares. O menino deixara Maizena em sua pokébola, pensou que seria melhor deixá-la descansar um pouco depois de duas batalhas tão árduas. As mansões iam diminuindo organicamente para dar lugar a alguns casebres mais simples, chegavam às ruas mais humildes da cidade, com os operários das grandes empresas, alguns investidores menores e outros trabalhadores. Diferente do bairro nobre, estas alamedas borbulhavam com felicidade, o vento forte do dia dava a alegria das pipas a quase todas as crianças de lá, os cidadãos, jovens e idosos, colocando a fofoca em dia, e o ocasional grupo de adolescentes festejando juntos pela rua, olhando feio para o treinador que nem os percebia com a cabeça enfiada nas falhas do concreto, rindo dele por suas costas.

Estava acostumado, não é como se aguentasse isso sozinho, os barulhinhos doces de corvo de seu pokémon estiveram lá com ele há algum tempo. Tal solidão sempre fora sua escolha, era o que preferia, não consegue conversar com ninguém, muito menos manter alguma amizade, a responsabilidade sobre seus pokémon e sobre ele mesmo já era mais que o suficiente. Não parava de se perguntar quem era aquele delinquente de Detroya, o que foi aquilo exatamente? Como que ele pode o atacar desse jeito? Fora assustador, sem sombra de dúvidas... Será que ele ficou muito enfurecido com a derrota? Veridis esperava que não, não sabia o porquê, mas esperava que não.

- Ah! Um Murkrow! - O garoto logo foi puxado para fora de seus sonhos despertos por uma voz calma e gentil, ele e Haroldo olharam ambos para o lado, se encontrando com um sobrado de madeira bem velho, com uma varanda modesta. Lá havia uma cadeira de balanço, com uma senhorinha a balançando de um lado para outro, visando o corvo com um olhar... Estranhamente grande. Veridis olhava para a mulher, sua franja escondia bem seus olhos, enquanto ela balançava a cadeira com um sorriso. - Que fofinho! - A madame falava entre risadas com sua voz serene. - Posso vê-lo? - O jovem se manteve com uma pulga atrás da orelha, a senhora não parecia nada confiável, mas ainda caminhou até a casa, subindo os degraus curtos da varanda, com um ranger definido. - ...O... O nome dele é Haroldo... - A mulher deu uma boa gargalhada, sua voz era cativante, sua excentricidade poderia até ser fascinante e envolvente, talvez tudo que estivesse mantendo o treinador de seguir seu caminho neste instante. - Ah!! Adorei esse nome! - Ela estendia sua mão direita para acariciar o pássaro, que sorria para a madame e se perdia completamente nos cafunés... Fantástico, o Murkrow sempre foi tão recluso, ninguém o acaricia fácil assim sem ser seu parceiro.

O apito de uma chaleira podia ser escutado de dentro da morada, fazendo a senhora levantar com pressa, mas sem antes fixar-se fundo nos olhos ocultos de Veridis mais uma vez. - Olha só! O chá está pronto... Seria falta de educação minha não oferecer um pouco de chá para você, não? - O menino apenas olhava para a mulher, sem saber muito bem o que fazer, não deveria confiar tão fácil em qualquer pessoa que encontrasse na rua, mas era apenas uma vovó doce, não é? Além disso, estava muito intrigado. - Vamos, eu não mordo. - Sim, seria falta de educação recusar. - Claro, obrigado... - Com o empurrar da porta, parecia que a casa inteira gemia e rangia por todos os lados, mas ao entrar na residência o que espantou o garoto foi outra coisa. Penas enchiam o chão e os sofás... Assim como pokémon. Diversos tipos-voador preenchiam o casebre por completo, dos grandes aos pequenos, com diversos galhos e poleiros colados nas paredes onde sentavam cansados. Pidgey, Pidove, Taillow, Starly, Pikipek, Rookidee, junto com algumas de suas evoluções, eram apenas alguns exemplos.

Apesar de todas as criaturas e toda a mobília, aquela sala ainda assim parecia ser muito menor olhando de fora. Felizmente, as aves pareciam todas muito amistosas, a maioria estava dormindo em algumas caminhas, gaiolas abertas e entre cobertores no sofá, umas cantarolavam e algumas até se esfregavam em Veridis. Apesar da loucura de toda a situação, o jovem não pode deixar de sorrir, a cena dava um certo calor ao seu coração. Quem não estava satisfeito era Haroldo, olhava para cada um dos pássaros com desconfiança, segurou o zíper da bolsa com o bico e a abriu rapidamente, se enfiando lá dentro e apenas esticando o pescoço para fora, entreolhando o que acontecia com uma expressão insociável, apesar dos piares amigáveis de todas as aves.

- Vamos, sente-se, não precisa ter medo. - Enquanto a senhora servia duas xícaras pequenas com a água fervente, colocando alguma mistura de grãos em um saquinho nas duas, o treinador puxou a grande cadeira estofada e se sentou, olhando tímido para o lado. - Madame Eurídice, muito prazer. - Ela sempre falava com uma voz doce, em meio a algumas risadas de avó. - ...Madame? - A mulher se sentava então para conversar com o menino com mais calma. - Ora, é só um jeito de falar mesmo, ohohoho! - Sua gargalhada era calorosa. - Desculpe a bagunça, não recebo muitas visitas, mas adoro fazer novos amigos.. - Veridis sorria para ela, visando baixo seus olhos. - Sem problema... É bem... Aconchegante. - Não havia muito para se preocupar, era uma velhinha bondosa em uma casa grande com uns pássaros, devia ser mal-compreendida, isso sim. - E você, criança, qual é o seu nome? - O menino pensou que deveria manter sua identidade em segredo a todos, era um procurado da polícia e de seu pai, mas que mal ela pode fazer? - Veridis. - Eurídice respondia com mais uma risada. - Ah, Veridis! Parece quo vadis... É uma frase em latim, mas eu esqueci o que significava! -

- Seu Murkrow é lindo! Infelizmente, ainda não tenho nenhum... - Os dois olharam torto para a dona. - Ele não está a venda. - A mulher logo deu mais uma gargalhada. - Não, não, de maneira nenhuma! O laço de um pokémon e seu treinador é importante! - Se sentiram aliviados, mas com certa suspeita, então ela tinha mesmo um motivo para convidá-los ali. - ...Você poderia então... Me dar uma pena dele? Eu sou uma colecionadora, e importaria muito para mim! Só uma pena. - Sua expressão agora mudava para transformar a mesa de madeira em algo mais comercial, contudo, Veridis não parecia cooperar, franzindo as sobrancelhas. - Só uma, por favor, é muito importante pra mim. - Haroldo entregava a ela alguns piares raivosos, extremamente duvidoso da senhora e suas atitudes. - Não há nada de mal em apenas uma pena... - Com a fala do treinador, o corvo ficava louco, picando sua cabeça em pura ira, enquanto o jovem tentava acalmá-lo, o assegurando que nada de ruim aconteceria. - Eu acho que ele não quer, me desculpe.. - A madame logo retornava ao seu jeito doce e animado. - Sem problema, não quero te pressionar a fazer nada! -

A mulher pegou sua xícara e começou a beber do chá, o treinador pensou que deveria fazer o mesmo, se apenas por cortesia. Não gostava de chá, especialmente de ervas, especialmente de estranhos, mas não deve ser tão ruim, no máximo precisaria tomar um pouco de água para tirar o gosto da boca. Sem se atentar à etiqueta e aos modos corretos de se usar uma xícara, o menino apenas a pega com as duas mãos e dá um gole modesto do líquido... É delicioso! Doce e com cheiro de canela, com um toque de abacaxi, nunca havia tomado algo tão refrescante e tão caloroso ao mesmo tempo. - Você gostou? - Veridis devolveu um sorriso um pouco mais aberto, tirando o cabelo de sua cara. - Sim, é muito bom! - Em pouco tempo o jovem voraz terminava a bebida, tudo já descendo sua garganta. - Esse chá é de que? - Eurídice deu uma risada um pouco diferente das outras, mais profunda e lenta, talvez até diabólica. - É um chá bem mágico, meu bem. É pra transformar você em um Murkrow. -

As mãos do treinador começaram a tremer, dando uma risada um pouco envergonhada, Haroldo ia da raiva para o medo rapidamente. - Não é piada, querido. Imagina que sopas incríveis eu faria com dois corvos! - De puro susto, o menino logo se levantou, confuso e apavorado, seu amigo olhava com receio e ansiedade a sala. Tá tudo bem, mágica não existe, nada vai acontecer, pra que divertir essa velha... Mas ele iria mesmo arriscar tudo? - Eu... Eu te dou uma pena, tudo bem, s-só não precisa disso. - A fala do jovem voltava a ser conturbada e em um volume baixo, enfiada por uma certa inquietação, mas a madame apenas ria. - O meu preço agora é mais alto, querido, vou conseguir dois pacotes de penas! - A senhora também se levantava, lançando olhares orgulhosos de vitória ao menino, uma aura maquiavélica carregando seu sorriso. - ...Não é real, você tá só tentando mexer comigo.. - Eurídice não pode deixar de rir da resposta de sua vítima. - Amor, se não fosse real, por que você estaria encolhendo? -

Veridis olhou ao seu redor, apavorado, todos os pássaros olhavam para ele, suas pupilas tão profundas, seriam eles pessoas também? A senhora, originalmente um pouco mais baixa que ele, parecia estar mais alta, o quarto ficava maior enquanto o menino sentia como se suas roupas ficassem mais soltas em seu corpo, incapaz de perceber os efeitos alucinógenos que o chá havia lhe dado. Seu sangue corria gelado. Talvez não fosse a opção mais inteligente, mas o treinador correu para a porta de madeira, mas antes que a pudesse abrir, foi acoado para trás por um Pidgeot e um Staraptor intimidadores, pareciam especialmente enormes e gigantes na sua visão, Haroldo já havia se escondido completamente dentro da mochila com a cantoria e o murmúrio cultista que os tipos-voador faziam. O garoto estava prestes a chorar, visando a madame novamente, que não mudava a expressão. - P-por favor, me desculpa, n-não precisa ser assim! - Já achava ter um pouco mais que um metro e cinquenta. - Tá bom, eu serei justa com você. Se ganhar de mim em uma batalha, eu reverto o feitiço. - Qualquer tipo de chance parecia boa demais para ser verdade, entretanto, aterrorizado e sem esperanças, o menino comeu a isca na hora. - C-claro, obrigado! - A senhora começou a caminhar até outra porta de madeira na cozinha. - Siga-me. -

As aves da dona olhavam feio para o treinador, enquanto ele pensava como iria conseguir acabar com todos eles com apenas dois pokémon, teria sorte se ela usasse apenas seus seis mais fortes, e ainda assim não tinha chance. Veridis a seguia quase tropeçando no caminho, tremendo de medo, passando pela porta de madeira timidamente. Ali estava o jardim da mulher, com uma cerca alta, diversos tipos de flores e plantas exóticas que o jovem não poderia identificar, e mais alguns pokémon do tipo-voador. Haroldo gemia de medo dentro da mochila. Eurídice andou serenamente até um campinho onde a grama era mais baixa, pedindo para o jovem parar ali enquanto ela se direcionava ao outro lado, várias de suas aves pousaram em poleiros próximos para ver o duelo. - Querido, você está pálido! Sem preocupação, eu vou ser honesta no combate.. Vá, mande seu pokémon. -

Sem outra alternativa, com sua cabeça girando o tempo todo, o treinador sacou de sua mala a pokébola de Maizena e apertou seu botão, libertando a gotinha que chegava no campo dançando feliz. A senhora perdeu seu sorriso na hora. - Pensei que o corvo era seu único pokémon. - Cada palavra dela mandava um susto no coraçãozinho do jovem. - N-não é... - Não demorou muito para o sorriso retornar, contudo. - Tudo bem, querido. - Depois de ficar um tempo com a visão turva e com o mundo ao seu redor tornando-se maior e maior, Veridis conseguiu alcançar sua consciência, se acalmando, parecia que os efeitos do feitiço haviam sumido... Temporariamente, depois do que havia sentido, o menino não queria duvidar dos poderes daquela bruxa.

A madame botou seu dedo indicador e seu polegar sobre a boca, para mandar um assobio alto, que quase não condizia com sua voz. - Clotilde! Venha! - De um dos cantos mais lúgubres, escondido pela sombra das cercas, um Drifloon flutuava lentamente até o campo antes de parar, movendo-se em ondas como Maizena. A tipo-fantasma mal olhava para sua adversária, com uma aura distante e desatento, até um pouco assustador. O garoto podia sentir sua espinha esfriando com a batalha, isso poderia por sua vida em risco, de pura curiosidade, Haroldo esticou a cabeça para fora da mala, assistindo o confronto atrás de seu amigo, estando igualmente apavorado.

- U-usa o Draining Kiss! - A Milcery se disparou feliz ao balão, preparando seus lábios para lhe acertar um golpe em cheio. - Minimze. - Velozmente Clotilde começou a expelir um gás por baixo dos cordões presos em si, com o barulho típico de uma bexiga, se tornando bem menor. Por pouco a gotinha de leite erra seu golpe, passando direto pela Drifloon antes de perceber que havia escapado do seu campo de visão. - Tudo bem, tenha calma, tente usar o Draining Kiss de novo, em uma linha reta até ela. - Com total, a tipo-fada freou no meio do ar para se virar e então jogar-se para o oponente mais uma vez - Vamos querida, Minimize. - A tipo-fantasma perdia seu ar mais uma vez, estando do mesmo tamanho que a minúscula sobremesa. Parece que Maizena iria errar mais uma vez, estando um pouco acima da pokémon, mas era ali em que a linha reta entrava. - Ela está por baixo! - Com a direção do treinador, que se atentava à trajetória da sua companheira e quanto o balão se diminuía, a Milcery é capaz de virar seu corpinho para baixo, conseguindo acertar um beijo bem no cabelo de algodão de Clotilde, que é arremessada para baixo pelo golpe.

Veridis solta um suspiro de alívio, talvez estivesse em boas mãos com a gotinha de leite ao seu lado, Eurídice estava simplesmente se divertindo com o duelo. - Ohohoho! Fascinante, gostei dela também, ficaria linda em um bolo! - O terror do menino, por um breve momento, se enchia de ira em um instinto protetivo com Maizena. - Vamos ver a resistência, use o Shadow Ball, minha linda. - Flutuando por baixo do alvo, a Drifloon gira e faz piruetas antes de formar a sua frente uma esfera envelopada em uma atmosfera roxa e fúnera, atirando-a como uma bola de beisebol, mesmo sem mãos. - Cuidado! Por baixo de você! - Quando a gotinha de leite se deu conta, era tarde, sendo atingida pelo globo bem na cara, que explodia em uma névoa púrpura, fazendo-a voar pelo céu com um gritinho agudo antes de ser puxada de volta pela gravidade e cair com tudo no chão. - Maizena, não! - A tipo-fada logo levantava e tentava se recompor do golpe, olhando para o balão com um rosto estressado. - Tudo bem, paciência, usa o Sweet Scent. - A Milcery ferveu as moléculas de seu corpo e começou a expelir um vapor doce, com cheiro de banana e canela, se dirigindo à bexiga, parada no mesmo lugar. - Acho que não, meu bem, use o Gust. - Uma lufada de ar repentina repelia por completo as fragrâncias hipnotizantes da gotinha de leite, assim como ela mesma, lançada pra o chão de novo pelo vento.

- Calma, chegue até ela, Tackle! - Em prontidão a sobremesa se atirava a Clotilde em alta velocidade, mas não o suficiente para alcançá-la antes de seu desfecho. - Minimize. - A tipo-fantasma deveria estar bem menor que sua oponente agora, quase sem mais ar para si, com a trajetória da gotinha ela certamente não iria poder acertar a pokémon minúscula. - PARA! - A Milcery freou velozmente, parando bem na frente da Drifloon, com um olhar travesso e vingativo. Clotilde tentou fugir por sua vida, mas estava muito pequena, agora a tipo-fada poderia alcançá-la com facilidade. - Draining Kiss! - Com um selinho serene no balão, ela é mandada para baixo, tendo sua energia vital drenada pela temível sobremesa, caindo na grama sem poder mais se levantar. Maizena corria para seu treinador, muito animada pela vitória estrondosa, Veridis apenas a dava sinais positivos enquanto balançava sua preocupação. - Você é um orgulho. - Devolveu-a à pokébola.

- Muito bem, meus parabéns, minha criança. - Eurídice falava, pegando a atenção do jovem mais uma vez, enquanto guardava a Drifloon desmaiada em uma pokébola também. - Tomara que seu amigo penoso possa te salvar, ohohoho! - O menino olhava assustado para a senhora, até sentir algumas picadas atrás de seu pescoço, Haroldo saía da mochila para dar um olhar confiante ao seu treinador, com a segurança de seu pokémon, Veridis não pode deixar de sorrir, era a melhor chance que tinha. - Tudo bem, vai lá e dá o seu melhor. - O Murkrow estava disposto a dar muito mais, seu melhor amigo estava em perigo. - Eustácio, vem aqui meu filho! - Com o berro da mulher, todos os pássaros ali olhavam para cima, levando a dupla para olhar também. Um pontinho no céu parecia estar aumentando e aumentando, até sua forma se tornar mais clara, pousando no meio do campo, fazendo um pouco de poeira voar, o Xatu logo se levantava para fitar o garoto e seu parceiro, com uma expressão tão vazia, mas tão apavorante. Haroldo estava ansioso e nervoso com o confronto, parecia que sua cabeça estava explodindo, mas não deixava isso se sair, queria intimidar o psíquico com alguns rugidos roucos.

- E-esse é o espírito! Usa o Wing Attack! - Com um salto o corvo começa a voar velozmente, preparando suas asas para um golpe certeiro. - Air Slash. - Com um pequeno movimento da capa, Eustácio manda uma corrente de ar perfurante que para o corvo no meio de seu voo, jogando-o à grama com um guincho de dor. Veridis tremeu na hora, com o coração batendo alto, mas não podia perder a postura em um duelo tão importante. - Tá tudo bem, tenta mais uma vez! - Sacudindo a cabeça para tirar a grama do bico, o tipo-noturno salta de novo até seu combatente, suas asas começam a brilhar, preparando um soco certeiro bem na cara do psíquico. - Teleport. - A súbita desaparição de seu alvo faz o Murkrow arregalar os olhos em susto, perdendo a luz branca na asa e pousando no chão, olhando de um lado para outro tentando ver o Xatu. - Air Slash. - O corvo é acertado com uma brisa afiada por trás, acaba caindo de cara na grama, apenas depois percebendo a águia atrás dele.

Stress percorre as veias do jovem ao ver seu pokémon sendo jogado por aí pelo Xatu vez e vez de novo. - Muito bem, lindo, Teleport de novo. - Eustácio desaparecia mais uma vez. - Paciência, se concentre! - Haroldo começa a respirar mais lento, atento aos sons ao seu redor, fechando os olhos, entra em um estado meditativo. - Air Sla-- - - ATRÁS E NA ESQUERDA! SUCKER PUNCH!! - O Murkrow pula agilmente para a direção apontada, sem nem ver o oponente, seu chapéu penoso é envolto por uma energia tenebrosa, dando uma cabeçada poderosa no Xatu, que é arremessado para longe até bater em uma árvore. - Rápido! Foul Play! - Aceleradamente o corvo plana até Eustácio, que permanecia aparentemente sem reação ao golpe, agarrando-o velozmente pelo pé até propulsioná-lo de volta a árvore, causando uma rachadura na mesma, os dois golpes super-efetivos foram fatais ao Xatu, deixando-o desmaiado no chão.

- Isso!! Muito bem, Haroldo, você conseguiu!! - Veridis corre até seu amigo e o abraça, antes de colocá-lo na grama de novo. O cansaço do corvo é tanto que, após dar um sorriso de vitória, ele acaba caindo no chão de queixo imediatamente, fazendo seu treinador agarrar a pokébola para deixá-lo lá de novo. Os pokémon tipo-voador sacolejavam seus poleiros e estranhamente comemoravam a vitória, parece que se impressionaram com o duelo. - Muito bom Veridis! - A madame caminhava até ele novamente, com seu ar doce e inocente retornando. - Seu laço com seus pokémon é mesmo fofo! Mereci essa derrota. - A senhora botava as mãos na cara para dar uma risada discreta. Ainda com muito pavor da dona, o menino a olhava meio cabisbaixo, esfregando uma mão na outra, sem responder nada. - Você ganhou, pode ir embora. - O garoto falava trêmulo, sua voz era tão baixa. - M-mas.. E o feitiço? E o chá? E-eu... Eu vou ficar bem? Você não-- - O treinador era cortado por algumas gargalhadas de Eurídice. - O quê? Claro que não, criança! Magia não existe, eu tava brincando com você, era um chá alucinógeno! -

Em meio às risadas altas e profundas da senhora, o temor do jovem se transformava em uma imensa confusão. - ...Mas... C-como assim?! Por quê? - A madame segurava sua barriga, enquanto as aves ao redor gargalhavam junto. - Ai ai, foi muito engraçado, pelo menos eu me diverti hoje, não é? - A incerteza logo se tornava uma ira profunda. - Eu quase morri do coração!!! - Veridis se encontrava furioso e constrangido no meio de todos os tipos-voador, rindo da cara dele. Crescia em si uma vontade enorme de xingar a velha até ela não aguentar, mas não é como se conseguisse os culhões pra isso na hora, velozmente ele pegou sua mochila, a botou nas costas e zarpou dali, abrindo a porta com rapidez e correndo para fora da casa de madeira, ainda ofegante.

Eurídice caminhava por seu jardim, acariciando seus pássaros, que voltavam a suas atividades usuais de sonecas e brincadeiras. Ela se agachava na grama, cheia de todos os tipos de penas, mas havia apenas um tipo que lhe interessava. Depois do confronto forjado com Eustácio, a lufadas de ar foram suficientes para arrancar algumas penas do corvo, que a senhora pegava para si, segurando-a com dois dedos a meio de risadas diabólicas. - Ah, finalmente! - Guardando as penas negras no bolso de seu avental, ela voltava para casa, com as aves a seguindo.

Sorteio.




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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Balor Qua maio 27, 2020 12:04 pm

Enquanto cuidava do pequeno Haroldo caído no chão, Veridis teve sua atenção clamada por três diferentes penas, que pareciam brilhas sob seu olhar. Seriam efeitos ainda decorrentes do chá? Fosse o que fosse, o garoto pegou as três penas, guardando-as em sua mochila.
  • [CP] Enxaqueca do Coração - Página 2 Bag_Health_Feather_Sprite Health Feather: quando usado em batalha, causa um aumento temporário no HP Máximo do Pokémon. O efeito perdura até o fim da batalha ou ao retornar o Pokémon à Poké Ball;
  • [CP] Enxaqueca do Coração - Página 2 Bag_Genius_Feather_Sprite Genius Feather: quando usado em batalha, causa um aumento temporário no Special Attack do Pokémon. O efeito perdura até o fim da batalha ou ao retornar o Pokémon à Poké Ball;
  • [CP] Enxaqueca do Coração - Página 2 Bag_Swift_Feather_Sprite Swift Feather: quando usado em batalha, causa um aumento temporário na Speed do Pokémon. O efeito perdura até o fim da batalha ou ao retornar o Pokémon à Poké Ball;


[CP] Enxaqueca do Coração - Página 2 868
  • Maizena ganhou 25 XP;
  • Saúde: 57% HP, cansada da batalha;

[CP] Enxaqueca do Coração - Página 2 198
  • Haroldo ganhou 30 XP;
  • Saúde: 43% HP, alguns arranhões onde atingido pelos Air Slash, perdendo poucas penas;

  • Veridis recebeu 50 Bitcoins;
  • Veridis recebeu 1x Health Feather, 1x Genius Feather e 1x Swift Feather;

Trama muito bem elaborada e bem construída para introdução da batalha. Gostei muito de como foi desenvolvido o encontro.
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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

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