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[CP] Enxaqueca do Coração

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[CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Sex maio 01, 2020 11:03 pm

Palpitação

As nuvens rolam lentamente no céu borrado pelo domo que cobre toda a cidade de Ylium. Os pedaços de algodão celestiais se tornam ainda mais amorfos com a translucidez da cúpula que prende o paraíso verde em lugar, para que toda essa natureza não chegue até o resto de Neo Zenos, obviamente. Se as outras cidades contemporâneas não sofressem com a poluição e a estética negativa da urbanização, Ylium não teria muito de especial, e o dinheiro dos investidores escaparia da cidade.

Do topo de um alto prédio suburbano, Veridis podia ver uma porção da capital verde, toda a flora crescendo viva em meio a letreiros de neon e toda a fauna convivendo em empresas enormes, junto com a tecnologia humana, é uma paisagem no mínimo interessante. É tão difícil não se emocionar com a beleza da cidade, ainda mais pensando de volta no que Detroya oferecia, com seu céu eternamente vermelho, parecia que a megalópole nunca dormia. Ylium é tão pacífica, faz qualquer um suspirar com um sorriso. Isso que o garoto faz, deitado no topo deste prédio com a cabeça apoiada sobre suas mãos. O coro distante de pokémon selvagem que se mistura aos sons característicos de uma avenida movimentada dão graças a seus ouvidos, e o peso de um Murkrow deitado sobre sua barriga acaricia sua alma. Haroldo não dormia, mas isso não significa que ele não seja preguiçoso, Veridis é lembrado de como sente que não seria o mesmo sem esse pássaro, que por mais que eles não consigam se comunicar, ele sabe muito bem que são melhores amigos, e às vezes esse amor é uma das únicas coisas que o impulsiona a continuar tentando. Será que o corvo gosta de fingir que dorme? É bom mesmo... Dormir... Sobre um céu tão bonito... Confortável.....

O garoto é acordado ao susto com o barulho de uma nova mensagem. Abrindo a pokédex, o aparelho já é redirecionado ao anúncio da Gentec de trazer alguns pokémon exóticos para Neo Zenos, edição extremamente limitada! Ah, que fofuras! Dá pra ver como a empresa vai ganhar rios de dinheiro com isso! Tendo apenas passado os olhos superficialmente pelo texto da companhia, enviado para quase toda a população, Veridis volta para a tela de mensagens, recurso que nem ao menos dá atenção há dias, quando percebe algo que dobra seu batimento: uma mensagem de seu pai não lida. Passou completamente pelo garoto, seu pai não conversava com ele por qualquer motivo, então toda palavra que saía de sua boca por seu próprio interesse fazia seu filho tremer. Haroldo desperta quando começa a escutar a percussão do coração de seu treinador se tornando mais agitada, voando no mesmo momento em que o menino se levanta de susto, pousando em um fio de luz próximo, quase inteiramente verde com o líquen crescendo ao seu redor. Veridis toma tempo para respirar profundamente e ler o texto com uma atitude séria. Abrindo o e-mail, fica visível o fundo temático da AGES, como se fosse um papel de carta, e as estruturas textuais típicas do Sr. Saturno.

Veridis,:

Haha, olha só! A mensagem é de sete dias atrás!

Por um tempo, engolido por um sentimento puro de nervosismo e pânico, Veridis passou em torno de cinco minutos andando de um lado para o outro na cobertura do prédio. Por mais que seus passos fossem silenciosos, sua mente não parava de gritar, remoendo o que iria acontecer agora, sentia que fora duro demais com a cidadezinha colorida de verde durante seu último devaneio, não queria deixar Ylium de jeito nenhum! Trabalhar ao lado de seu pai parecia um cenário horripilante ao menino. Sentou-se no edifício de concreto, onde em seu topo eram poucas as gramíneas que o tocavam, e apoiou sua cabeça com suas mãos sobre a cara, tentando controlar sua respiração ofegante, talvez fosse um exagero, mas pensava viver o peso de um condenado. O que carregou o garoto para fora de sua mente foram as bicadas gentis em seus dedos, tirou as mãos da cara e se deparou com o sorriso torto de um velho amigo em seu colo. O Murkrow fazia grunhidos doces, mesmo com uma voz tão rouca, se esfregando em Veridis com o bico, enquanto o treinador acariciava a penugem em forma de chapéu de sua cabecinha.

É engraçado, momentos tão simples podem ser tão terapêuticos. O jovem olhou fundo nos olhos vermelhos do corvo, e colocou na cabeça que, não importa o que acontecer, ele não está tão sozinho assim. Um medo do menino é de levarem seu pássaro para longe, não sabe o que faria se isso acontecesse. Juntos são mais fortes, Veridis sabe que não é verdade, mas para ele parece que ninguém pode parar essa dupla. Eles podem se virar. Por mais que uma ideia perversa estivesse na cabeça do garoto já faz tempo, por um momento ela nem aparenta ser tão louca. O jovem deixou sair uma risada antes de dar um sorriso ao Murkrow.

- Haroldo, nós temos que sair daqui. -

----------------------------------

Tutor: Baal

1 - Captura de um Milcery

2 - Batalha contra Lucy Mach

3 - Batalha contra Passimian

4 - Batalha contra um forasteiro

5 - Batalha contra Onishima

6 -Batalha contra Eurídice




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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Seg maio 04, 2020 8:47 pm

Sacarose

As vinhas firmemente enraizadas entre as falhas do concreto desgastado do edifício dão ao garoto uma escada ideal para descer da cobertura. Cuidadosamente Veridis descendia o caminho natural das plantas, logo quando ia saltar para descer da escalada, seu pé direito acabou deslizando em um dos vinhedos, fazendo o menino cair de costas no chão. - Ai. - Exclamou em um voz dolorida, mas quase monotônica. Em um rasante o Murkrow logo pousou ao lado do jovem, que se levantava com uma leve dor nas costas, observando... Um líquido branco em sua bota? Bizarro. Veridis podia ver que uma boa parte da parede decorada pelas videiras estava manchada por alguma coisa branca, que pingava da mesma até formar algumas poças no chão.

O menino levantou o braço direito e com um estalar de dedos Haroldo voou até o garoto, aterrissando em seu antebraço. A dupla começou a percorrer silenciosamente o longo beco onde se encontravam, a interseção entre um edifício residencial, onde aproveitavam do silêncio do telhado, e uma panificadora modesta e clássica. O cheiro de pão quentinho pairava sobre o ar e invadia o nariz de Veridis, que apesar de botar em sua cabeça que precisa manter o foco na missão, não consegue deixar de apreciar o odor saboroso que os salgados assados e as sobremesas açucaradas lhe entregavam. Em um mundo afundado no progresso e na tecnologia, ver um lugar confortavelmente antiquado pode ser bem inspirador. No final do beco, o jovem se esgueirou entre as paredes e inclinou a cabeça para analisar como estavam os arredores, procurando um dos agentes contratados de seus pais.

Já o corvo mal conseguia se equilibrar no braço do garoto, imerso completamente nos odores maravilhosos da padaria, seus olhos começavam a fechar, sentindo que poderia agora mesmo flutuar até a panificadora e pegar um ou dois pãezinhos, se alguém não houvesse quebrado seu transe. O Murkrow começou a sentir algo frio e molhado mexendo em sua cauda penada, por susto e instinto levantou alto suas asas e com um pulo se virou para ver o que estava lhe atiçando, tudo com um grito para afugentar o miserável. Quem se assustou com a atitude espontânea do pokémon foi Veridis, que se virou para Haroldo com as sobrancelhas franzidas e um dedo cortando os lábios. - Shhh! Agora não é hora de bagunça! - O garoto falou silenciosamente para o corvo, enquanto ele continuava tentando chamar a sua atenção com grunhidos aflitos, puxando a gola de sua blusa sem parar. - O que que foi, hein?! Tem alguma-- - O jovem foi cortado pela surpresa, compartilhando olhares com um pequeno pingo de leite flutuando poucos centímetros do chão.

- Oi! - O menino cumprimentou com inocência a gotícula, que rapidamente se escondeu em um vão na parede, deixando seu entorno sujo de leite. Nunca tendo visto este pokémon em sua vida, o nível de curiosidade de Veridis havia se quebrado e o garoto correu até o buraco diminuto, Haroldo o seguindo com relutância, chacoalhando sua cauda para tirar as manchas cremosas em sua penugem lustrosa. A falha parecia ser estreita demais até para um Rattata pequeno, mas a criaturinha não teve problema em se esconder ali. O treinador rapidamente sacou a pokédex de seu bolso e se agachou para apontar o dispositivo no vão. Apesar do escuro completo o aparelho foi capaz de identificar o pokémon, redirecionando o menino a uma foto idêntica ao bichinho que acabara de ver em uma página com uma série de dados sobre a criatura, anunciando suas informações em uma voz artificial de texto-para-fala. - Milcery, o pokémon creme. Este pokémon nasceu de partículas de cheiro doce no ar, e é feito de creme. - Nossa! Como que pode uma abiogênese dessas? Por um segundo Veridis contempla o tamanho poder de uma simples padaria de esquina, incrível.

O menino devolve a pokédex ao bolso esquerdo de sua mochila e leva a sua cabeça ao chão, tentando enxergar alguma coisa no escuro do buraco. Para poder ver a coitada da gotinha, o treinador decide apelar para a conversa, cochichando para o pokémon. - Não precisa ter medo, Milcery! Tá tudo bem-- - Cortado mais uma vez, o jovem é acertado na cara quando o creme flutua em alta velocidade para fora do vão, fazendo Veridis cair para a outra parede. O pequeno tipo-fada começou a correr para o outro lado do beco, mas Haroldo rapidamente entrou em prontidão com seu treinador machucado e em um ágil voo bloqueou o caminho do pokémon, aterrissando em sua frente com as asas abertas, gritando para o oponente com seus piares roucos. O corvo tentou pular e realizar um golpe com suas garras para pegar o Milcery e jogá-lo longe, mas parecia não conseguir agarrar a gota de leite, sua forma líquida não permitia. No momento em que Veridis iria gritar para o Murkrow deixar o adversário em paz, Milcery revidou com um flash de luz cegante que cobriu todo o beco, jogando luz na cara do treinador e lançando o pássaro para longe. É, talvez o menino tenha mesmo julgado o pokémon como fraco.

- Calma Haroldo, não perca o foco! - O corvo se levantou do canto que foi jogado e começou a andar calmamente até o competidor, em um jeito amigável que cativou por pouco tempo o Milcery, quando o Murkrow lhe desferiu um ataque surpresa com as garras! Parecia ter machucado a pequena gota, mas não muito, pelo menos foi o suficiente para o tipo-fada liberar de dentro de seu corpo uma espécie de fumaça, com um cheiro tão bom! Deu a impressão de que os odores suaves da panificadora estavam ali com eles. O corvo inalou o gás, que aparentava estar seguindo um cainho diretamente até suas narinas, e não pode deixar de se perder nos cheiros gostosos do golpe do tipo-fada.

- Esses golpes baixos não são efetivos contra ele, usa o Confuse Ray! - Haroldo abre o bico, onde uma espécie de luz negra começa a ser formada, e velozmente uma descarga de coloração púrpura e negra sai de sua boca. Contudo, os cheiros de pão e doces parecem ter desconcentrado o pokémon, que lançou a descarga por cima de Milcery. Veridis rapidamente se abaixou para não ser atingido, e olhando trajetória do raio parecia acertar um poste de luz no final do beco. O garoto teme por um momento que alguém perceba a batalha, mas percebia-se que ninguém havia se dado conta, até agora pelo menos. Preocupado com outras coisas, o treinador quase não percebeu o tipo-fada exalando de novo o vapor de odores deliciosos, uma ação deveria ser feita. - Usa o Haze! Você consegue! - Antes da fumaça chegar ao pássaro, Haroldo também expele algo de suas narinas, liberando uma névoa translúcida que vai do corvo até seu treinador, a calmaria da neblina leva o Murkrow de volta a um estado mais lúcido, mas antes da névoa se dissipar, a dupla não pode ver o seu adversário se aproximando e... Beijando o pássaro? Veridis estranhou a ação do pequeno pokémon creme. Depois do tipo-fada se afastar com um sorriso, o corvo aproveita a guarda baixa do adversário para assentar-lhe um golpe. Haroldo começa a correr com as asas abertas quando repentinamente tropeça, em nada, ao levantar começa a girar lentamente com uns grunhidos de dor, com dificuldade em manter o equilíbrio. O treinador ficou muito preocupado com seu parceiro penado, mas sabia que o Milcery bloqueava seu caminho, ficou quase cego com a luz que o tipo-fada emitia, precisava acabar com a batalha.

Assustada com todo o confronto, a pequena gota de leite olha para um lado e para o outro, estando completamente cercada pelo Murkrow e pelo humano, cada um dos três pensava estar em uma batalha muito intensa, mas para um observador de fora, pareceria três bobos assustados um com o outro. - Continua comigo, fecha os olhos e siga minha voz! Inclina um pouco a cabeça e usa o Confuse Ray! - Ainda analisando as atitudes dos dois pokémon, Veridis se esconde atrás de uma lixeira para poder se defender do raio do corvo, que começa a levantar voo, ficando um metro acima do chão, e preparando o movimento em seu bico. Pelo barulho que o Confuse Ray fazia enquanto estava carregando, o Milcery começou a entrar em pânico, correndo em zigue-zague pelo espaço que tinha no beco, por pouco se esquivando da descarga lançada bem na lixeira, assustando o garoto, que apenas enxergava a luta de trás da cobertura. - Mais pra baixo! - Haroldo curva um pouco a direção e, pelo temor do oponente, consegue acertar o Milcery. O tipo-fada começa a produzir um som expressando sua enxaqueca, girando e girando ele tenta mais uma vez acertar o Murkrow com o flash de luz, mas o golpe não sai de dentro de seu corpo e parece explodir dentro do próprio pokémon. - Termina com o Wing Attack! - Veridis grita atrás da caçamba. Apesar de ser um golpe em que normalmente o usuário o faz voando, Haroldo, já no chão, apenas dirige-se à gotinha confusa e desequilibrada, também a tropeços e caminhadas quase bêbadas. A asa direita do pássaro começa a brilhar em uma luz branca, quando o mesmo a usa para mandar um simples tapa no adversário, que é lançado para longe.

Com o tipo-fada jogado contra a parede do beco, sujando-a de creme e leite, Veridis corre para o seu pokémon, sentado no chão com os olhos vesgos. - Ai ai, vai dar uma descansada.. - Rapidamente um feixe vermelho atinge Haroldo e sua imagem some do cenário, voltando à sua pokébola. O menino começa a se retirar dali para curar seu amigo em um lugar mais seguro, quando é interrompido pelos gemidos de dor do pequeno e inocente Milcery, jogado contra a parede se sentindo muito fraco. Os olhos do jovem transitam e caminham da saída do beco para o pokémon machucado. Apesar de no momento jogar em sua própria mente desculpas como "não posso cuidar de mais um bichinho", o coração do garoto falava alto, não só sua bondade mas também seu querer. Ah, que se dane. Veridis pegou uma pokébola vazia que guardava em caso de emergência e a atirou na gotinha de leite.





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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Seg maio 04, 2020 8:59 pm

Sacarose, já no seu sangue.

A pokébola é lançada com uma curva, acertando em cheio o pequeno Milcery. Veridis já vai se aproximando enquanto a pokébola chacoalha e sacode aceleradamente, com uma luz e um barulho que podem dar ansiedade a qualquer um, na expectativa de pegar um pokémon. Por sorte, habilidade, ou até remorso, a pokébola toca um som de sucesso, se fechando e prendendo o tipo-fada ali. O garoto pega a pokébola do chão e por um segundo a observa. Muitas coisas se passavam por sua cabeça no momento, mas aquela em que preferiu focar era "qual será que vai ser seu nome?". O treinador deixou a pokébola na sua mochila, junto com o corvo, e partiu silenciosamente até um centro pokémon.

(Sorteio do pokémon.)





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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por chansudesu Seg maio 04, 2020 9:52 pm

[CP] Enxaqueca do Coração 198
  • Haroldo ganhou 15 pontos de Experiência;
  • Saúde: 81%, nenhum ferimento aparente, pode recuperar parte da saúde mantendo-se em repouso.


  • Veridis ganhou 20 Bitcoins;
  • Gastou 1 Poké Ball, subtrair da ficha.

Você foi bem sucedido ao introduzir seu personagem de uma maneira coerente integrando-o com o ambiente de Ylium e já apresentando de antemão algumas nuances de construção narrativa a serem desenvolvidas. Para além disso, gerou uma batalha coerente e bastante bem feita.

Enfim, você é o primeiro player do fórum a realizar uma captura crítica e, portanto, experimentar o que estávamos pensando há um tempo: o Zenos Expertise. Utilize-o com sabedoria. Não é como uma habilidade a mais para o Pokémon, mas veja como um dom, sabe? Algo mais interpretativo mesmo, fazendo-o destacar-se dos demais devido à sorte da captura. Que essa sorte continue ao seu lado nos próximos feitos!

[CP] Enxaqueca do Coração 868
Milcery Star
EXP: 00/100


Aromatic Mist[CP] Enxaqueca do Coração Fairy [CP] Enxaqueca do Coração Other
Sweet Scent [CP] Enxaqueca do Coração Normal[CP] Enxaqueca do Coração Other
Sweet Kiss[CP] Enxaqueca do Coração Fairy [CP] Enxaqueca do Coração Other
Draining Kiss[CP] Enxaqueca do Coração Fairy[CP] Enxaqueca do Coração Special
Aromatherapy[CP] Enxaqueca do Coração Grass [CP] Enxaqueca do Coração Other

Captura Crítica: Zenos Expertise
[CP] Enxaqueca do Coração Revival-Inquisition
Zenos Expertise: Sacarose Nutritiva

  • Esse Pokémon possui capacidades nutritivas acima da média na composição de seu copro cremoso. Sabe-se que, ao ingerir algum item medicinal, essas substâncias unem-se e geram um excesso que fica acumulado ao longo de um dia. Após esse prazo, a espécie é capaz de encher uma garrafa de 200ml ao produzir seu próprio Moomoo Milk. Tal ato pode ser realizado num máximo de até três vezes numa campanha.

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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Sex maio 15, 2020 12:11 am

Sístole

Podia-se ouvir as duas pokébolas se chocando dentro da mochila. Era perigoso deixar elas ali, principalmente quando o botão em seu centro poderia facilmente ser apertado por acidente, liberando um dos bichinhos e causando um alarde ainda maior. A mala tinha em seu lado compartimentos para prender os dispositivos justamente por isso, mas Veridis achou melhor não ter dois pokémon visíveis consigo quando fosse pego. Pois é, quando, não se. Por mais que dissesse para si mesmo que dessa vez ia tomar um rumo seu, iria sumir por completo e ter iniciativa, mais no fundo de sua mente já sabia que isso era impossível. Ennard tem literalmente um controle de seu corpo, guardado em uma gaveta vaga de sua escrivaninha. A fuga era apenas o jeito do garoto de expressar a repressão acolhida na sua cabeça, não podia ser pego de mãos atadas e, apesar de sua maneira retraída, sentia que não podia ser vencido sem uma luta, qualquer luta.

Como de costume, Veridis caminhava de cabeça baixa entre as sombras que as árvores da calçada projetavam. A Ecius designava a Ylium a imagem de uma extensão de mata com toda a sua biodiversidade que se ampliava dentro de uma metrópole borbulhante e agitada. Ainda assim, apesar desta ser a realidade da maior parte da cidade, haviam os pequenos bairros suburbanos escondidos nas extremidades da capital verde. Discretos, mas não ocultos. Com a reputação graciosa da qualidade de vida em Ylium a gentrificação de seu subúrbio era inevitável. A arquitetura metropolitana morosamente se transformava em algo menor, mais clássico e confortável. Os prédios vão dando lugar a grandes moradas e as complexas avenidas e linhas de metrô a ruas mais simples e básicas. A maioria das pessoas que moram nessas casas estão ou fora da cidade ou na região central em trabalho, logo, em muitos horários o bairro se tornava quieto, quebrado apenas pelo pokémon usual, andando pelas ruas e correndo pela grama. A única coisa que não mudava era a flora viva que era imposta em toda Ylium, com flores enraizadas nos postes de luz, quintais exuberantes e árvores dos mais diversos tipos diferentes plantadas na calçada.

Depois de um tempo vivendo lá, o cenário ao redor de seu lar começou a passar despercebido pelo garoto, virando uma paisagem rotineira. Porém, caía sobre Veridis a possibilidade de não poder mais ver as flores coloridas nos fios de luz, escutar os Hoppip e Cutiefly voando no céu ou encher seu pulmão de um ar tão refrescante. O jovem parou um pouco para olhar a vista mais uma vez, suspirando profundamente o oxigênio reconfortante da metrópole, já circulando em seu sangue e sossegando sua cabeça. O som das pokébolas na mochila estava incomodando, então o menino abriu a bolsa e pegou os dois pokémon, prendendo as duas cápsulas em um compartimento da mochila que agarrava a pokébola através de um ímã potente, deixando-as como dois chaveiros. Era melhor aproveitar as coisas agora. Os problemas tornavam-se mais distantes, o que importava era a calmaria do vento fazendo cócegas no cabelo do garoto. Com um sorriso no rosto, Veridis continuou seu caminho, estava disposto a desfrutar este último dia, era o mínimo que poderia fazer.

- Pra onde é que você tá indo? -

Calafrios visivelmente percorreram o corpo do garoto por um instante enquanto o sorriso se dissolvia, como uma reação involuntária à voz, antes mesmo de sua consciência raciocinar o peso da situação. O corpo do garoto teve uma leve contração de susto antes de se virar lentamente. - Oi mãe. - As palavras saíam de sua boca como um murmúrio, com o menino virando seus olhos aos da mulher em sua frente de braços cruzados, trajando um terno caro com uma gravata e um batom vermelho, olhos verdes como as folhas que lhes cercavam mas com uma ardência que queimaria toda essa flora. Alguém questionaria o porquê de uma mulher tão importante andar por aí sem seguranças, mas estavam lá com ela, em seu cinto estavam presas seis ultrabolas com alguns pokémon que podem afugentar qualquer inconveniência. - Imagina a surpresa que eu tive quando eu cheguei em casa e você não estava lá. - Veridis teve logo que formular uma resposta na sua cabeça cheia de pensamentos. - É, eu tava... Queria... Desculpa, eu-- - Logo Lucy abandonou sua pose intimidadora e com uma risada deu um afago no cabelo bagunçado do garoto. - Ai, para com isso! Tá tudo bem! Meu Deus, você sempre acha que eu vou te morder ou alguma coisa assim! -

Com os risos da mãe o menino continuava sem muita reação, agarrando firmemente os dois lados da mochila, esperando que ela não percebesse. - Ha ha... Ei, o que você tá escondendo aí? - É, não durou muito, e era inútil continuar com o disfarce. Sem mais táticas em suas mangas, Veridis lentamente abriu os pulsos e revelou as duas pokébolas penduradas na mochila, mostrando um nervosismo sútil em sua face, divagando sobre como se arrependia de não ter aproveitado seus últimos minutos para dar uma despedida calorosa a Haroldo. Velozmente os dispositivos eram arrancados do chaveiro magnético e se encontravam nas mãos de Lucy, observando felizmente as duas criaturinhas. - Olha só, fazendo seu próprio time... Que orgulho! - A surpresa da resposta deixou o pânico do garoto de lado por um tempo, fixando seus olhos nos da mãe novamente. - Eu sei que o seu pai queria dar pra você uns pokémon já treinados por emergência, mas acho que assim é bem melhor, bem mais natural, não? - A empresária exprimiu outra gargalhada, devolvendo as pokébolas para Veridis, um pouco envergonhado. É claro, meio estúpido pensar que eles tirariam seus pokémon das suas mãos, mesmo que para ele esconder as coisas dos pais já fosse um instinto.

- Mas agora vamos, nós não temos tempo a perder. - A postura da mulher voltou a ser séria e inibitória. - Seu pai está no mínimo furioso com você por não responder às mensagens dele. O que é que deu na sua cabeça? - Lucy tentava entrar dentro da mente do menino com um olhar firme, mas o jovem apenas olhava para os lados, para a rua e para a grama. Enquanto a mulher esperava uma resposta o treinador também queria dizer alguma coisa, mas simplesmente não conseguia. - Iremos apenas dar uma passada em um lugar. - Lucy se virou e começou a caminhar para a direção oposta, não percebendo de imediato a paralisia em que o menino se encontrava, olhando para baixo, para as falhas no concreto da calçada, sem saber muito bem o que fazer.

Vai, agora é sua chance. Você queria causar um tumulto pra ela, e essa é a hora. Tudo que você precisa é a coragem para isso. Veridis nunca teve muito controle ou poder sobre sua vida, e ansiava por uma ação, uma resistência, e ser proativo poderia salvar ele de muitas coisas. Voltar para Detroya seria um puro pesadelo. Por mais que se preocupasse que algum ato de rebeldia muito extremo poderia resultar nele perdendo seus pokémon, se certificaria de soltar eles antes de que quisessem tomá-los de si, talvez fosse melhor para eles a liberdade de Ylium em comparação a uma vida escruciante em um prédio cinzento da megalópole iluminada. Assim como ele havia dito para Haroldo, escutava o Murkrow falar, como se estivesse ali... "Veridis, nós não podemos ir para lá."

O menino hesitou um pouco antes de falar, mas as suas palavras saíam com clareza, apesar da gaguez ocasional. - Eu... Eu não vou. - Lucy parou imediatamente, se virando para o pequeno com um olhar acabado, seus cabelos ruivos flutuando sobre o vento da tarde. - Ai... Por favor, nós já conversamos sobre isso. - A empresária voltou a olhar para baixo, para que tentasse fixar-se nos olhos do jovem, mas era difícil para o garoto visar aqueles olhos profundo e julgantes da mulher. - Eu sei que é difícil, e parece ser tão amedrontador, mas querido, você só vai se machucar lutando contra seu destino desse jeito. - Ela se agachou um pouco para ficar no mesmo nível de altura do treinador. - Eu não consigo. - Sua voz era difícil de se escutar, falava para dentro e as palavras saíam trêmulas, e por mais que Lucy quisesse dizer que já estava acostumada, nunca se acostumara muito com as manias da criança. - É claro que consegue! Você é perfeitamente capaz, tá bom? - A mulher tentou segurar a mão do menino, mas ele puxou a sua, sem permitir o contato. - Não, não dá, ah desculpa, eu... Não vou. -

Já há muito tempo a magnata adorava crianças, dotada de uma paciência tremenda para lidar com os impasses habituais que criar um filho pode gerar, mas também há muito tempo que esse amor e esse dom foram se esvaindo. - Olha, Vê, eu não tenho tempo pra isso. Vamos. - Por mais que quisesse esconder e enterrar tal ideia bem fundo, Lucy nunca deixou de se perguntar se Veridis batia bem da cabeça, afinal, as coisas não eram difíceis assim com Chara e Frisk. O menino permaneceu imóvel, com a visão fixa no chão, segurando o braço esquerdo com a mão direita. - Não. - Estava ganhando tempo, a tranquilidade da mulher seria quebrada a qualquer instante. Assim feito, Lucy pegou sua pokédex de um bolso no jaleco do terno, sem perder o tom de voz ou a expressão conspícua. - Não me obrigue a usar isto. -

O ato apenas encheu Veridis de raiva, suas sobrancelhas tensionando atrás de sua franja sem aparos e seu punho fechando. - Você não tem coragem. - Sua voz saía quase como um cochicho. - O quê? - De um suspiro, ele passou para um grito. - Você não tem coragem! - O próprio jovem se assustava com seu tom, pondo suas mãos sobre a boca e deixando a ira quicar para Lucy, apesar de manter uma postura firme, seus olhos ainda denunciavam sua irritação. - Você vai, agora. - A mulher começou a tocar no dispositivo, o treinador sabia que ela nunca havia controlado seu corpo, apesar de dar esse mesmo blefe várias vezes, e esperou que essa não fosse a primeira tentativa.

Enquanto a empresária estava ocupada com o aparelho, o garoto se certificou de que suas duas pokébolas estavam seguras, e saiu correndo. - Veridis!!! O que é isso?! Volta aqui! - Lucy começou a correr atrás do jovem, mas era difícil alcançá-lo com um salto-alto. Parando para conseguir um ar, ela observou o aplicativo de controle-remoto do chip por um tempo antes de apertar a opção descrita como "paralisia". A magnata realmente não sabia usar o controle, mas sem dúvida era porque nunca gostaria de fazer isto, e quanto mais o tempo passava, mais essa consideração pelo próprio corpo da prole diminuía.

Veridis travou na hora, ficou em uma posição neutra, inerte do pescoço para baixo, virado para a mulher que caminhava até ele, com os braços colados no corpo. Debaixo de sua blusa tornava-se visível uma grande luz vermelha, em formato de coração, acompanhada de um som grave e metálico. O sangue ferveu de ansiedade, um medo repentino tomou seu corpo, enquanto olhava para Lucy com uma expressão muito amedrontada, tornando-se ofegante. A empresária o fitou, não podia mais se desviar dos olhos ferozes dela, apenas apreciar a bronca que levaria, nervoso e assustado. Ela também respirava em um ritmo exausto, começando a ranger os dentes. A energia da treinadora parecia capaz de esganar o pirralho ali mesmo, mas, quando abriu a boca para falar algo, não conseguiu. Sua face foi mudando, e uma lágrima pequena se formou em seu olho, apenas perceptível pelo borrão diminuto em sua maquiagem.

Ela botou as mãos sobre a cara, incapaz de olhar para o paralisado, gemidos de raiva escapando de sua boca. O puro sentimento de medo na cara de Veridis havia tocado em lugares escuros de sua mente, cheios de culpa. O menino continuava lá, amedrontado, com uma lágrima solitária descendo em sua pele também. Sabia, porém, que talvez um momento como estes apresentasse uma chance única de convencer ela a deixá-lo partir. O garoto sentia dificuldade em deixar as palavras saírem, mas conseguiu tirar o que precisava. - V-você... Não queria isso... - A magnata parou e tentou se acalmar, sua maquiagem estava ainda mais estragada, ela pegou a pokédex e com um deslize do dedo indicador o jovem se sentiu libertado, podia se mover novamente, quase caindo da autonomia repentina de seu corpo, mas ainda agitado na respiração. A luz emitida de seu peito se apagava instantaneamente. Ele botava a mão sobre a cara e o pescoço, como se houvesse sufocado, enquanto Lucy apenas olhava para ele com uma tristeza em seus lábios, antes de ranger os dentes e gritar mais uma vez.

- Eu tô tentando te proteger!!! - Ela havia perdido sua postura. - Você não vai conseguir ficar sozinho, ele vai te caçar que nem um pokémon, é um homem cruel Vê, por favor não irrite ele. - Veridis se acalmava, tentando fazer uma expressão séria, por mais que continuasse ansioso. - Eu fiquei sozinho aqui por muito tempo. Eu sei me virar. Me deixa fujir, eu preciso disso, é o que eu mais quero. - A mulher continuava furiosa, segurando a própria cabeça e batendo os pés no chão. - Eu. Já. Tentei! Não dá certo! Ele tem ainda mais controle sobre você do que sobre mim, não faça isso. - O garoto escutava seu coração real batendo. - Eu... Eu tenho um plano... - Lucy mantinha uma face amargurada, com sua boca caída. - Ai, que saco... Que merda... - Ela não conseguia mais se manter, o menino estava aflito com toda a situação, mas agora já havia ido longe demais, não podia voltar atrás.

Apesar de liberto, continuava estático, o medo dominava o treinador, não sabia bem o que dizer ou fazer, e não se atrevia a sair correndo de novo. Lucy olhava para baixo, para o pequeno, com um olhar impetuoso, mas preocupado, com o vento carregando o cabelo dos dois desafiantes. - Então, mostre para mim. - Ela soltou uma das ultrabolas de seu cinto. - Me prova que você consegue sobreviver lá fora. - Agora o corpo de Veridis começava a esfriar, de pavor, e sua expressão deixava clara toda a sua aflição. Era tudo ou nada, seu próprio momento para se provar, mas ainda assim dúvidas sobre sua capacidade afloravam sua cabeça, nem que não existisse outra opção. Lentamente soltou a pokébola de Haroldo do ímã, os dois jogaram as cápsulas ao mesmo tempo, fazendo-as bater no chão e voltar às suas mãos, com um feixe vermelho de luz revelando um Murkrow, exibindo toda a sua coragem e ousadia. O garoto se aliviava muito ao ver que o pássaro havia se recuperado do tonteio. O outro feixe exibia uma névoa azulada, que se dissipava para revelar uma fabulosa Froslass, mais branca que a neve, com um corpo levemente translúcido.

A pose de Lucy revelava um ar mais sério novamente. - Pode começar. - Quase tremendo, o jovem achou empecilhos para pensar em uma estratégia, sobre tanto stress era difícil por seu raciocínio para funcionar, só esperava pelo melhor. - ...W-wing Attack... - O corvo rapidamente levantava voo e com toda a sua velocidade dispara-se até o adversário, enquanto suas duas asas começavam a brilhar uma luz branca. - Icy Wind. - Logo o clarão acabava, quando um vento fortíssimo parou a ave em seu caminho. Apesar das batidas de asa fervorosas para resistir à corrente gelada, o Murkrow é jogado para longe, com um grito de dor, caindo bem nos braços de Veridis, sem nem ao menos a Froslass precisar se mover um centímetro. Segurando Haroldo, ele podia sentir o frio dominando suas asas. - Ai meu Deus! - Abraçou o bicho, aproximando sua cara à dele, aproveitando para cochichar alguma coisa sem mexer muito a boca.

- Se for isso me diga agora e terminaremos isso mais rapidamente. - A voz tenebrosa da magnata ecoava sobre toda a rua onde a batalha se sucedia. - Não acabou! Ele tá bem! - O menino pegou o corvo com as duas mãos e o jogou ao ar, fazendo-o voar novamente muito acima deles. - Confuse Ray!!! - Com o grito do treinador lá embaixo, uma aura roxa começava a se formar dentro do bico do tipo-voador, lançando um feixe negro e trevoso ao chão. Enquanto movia a descarga para um lado e para outro, não era capaz de se igualar à velocidade da fantasma, que flutuava rapidamente, escapando do raio com elegância, algumas de suas cinesias ainda tornavam-se rápidas demais para o olho nu perceber. - Hail. - O golpe do Murkrow começava a desaparecer, enquanto a tipo-gelo levantava os braços, deixando que suas grandes mangas dançassem ao vento, invocando uma nuvem azulada e apavorante bem acima do corvo. Uma névoa começava a envolver a pequena rua, tornava-se difícil olhar para o que estava acontecendo fora, enquanto pequenos flocos de neve e pedaços de granizo começavam a cair do céu.

- Desce daí! - Haroldo bate as asas calmamente, planando até o chão, enquanto a fantasma girava os braços em uma dança harmoniosa e impecável, mesmo que mortal. O vento começava a se fortalecer, Lucy continuava firme no chão, apenas seu terno se levantava um pouco ao poder da nevasca, enquanto Veridis precisava cobrir a cara com os braços para não ser acertado pelo granizo, dobrando os joelhos para se prender melhor à rua, quase afastado pelo vento. Não era fácil observar os detalhes do confronto no meio da neblina forte que a neve levantava, mas o jovem podia ver bem a Froslass fazendo sua dança e o corvo descendo cuidadosamente até ela. Apesar de perceber como este era o intuito do pássaro, decidiu dar a ordem para ter segurança. - Agora! Feint Attack! - Haroldo aparecia repentinamente atrás da turvação de névoa, em uma posição de ataque, pegando o adversário de surpresa. A fantasma parou a dança e arregalou os olhos, sendo atingidas por diversos socos e arranhões, bem em seu belo rosto, com os pés afiados da ave.

Por mais que a pokémon se irritasse com o golpe baixo, a empresária não perdeu o parecer. - Contra-ataque com Shadow Ball. - O último chute certeiro do corvo mandou a pokémon voando, mas apenas impulsionou seu próximo movimento, começando a girar no meio do lançamento formando uma esfera roxa, com faíscas de uma eletricidade lúgubre a circulando. O globo é disparado em direção ao Murkrow, que parece não receber muito dano, mas a pura força cinética do ataque é capaz de lançá-lo para longe. Apesar de cair em pé, o corvo estava perdido, era fácil de achar sua penugem preta na tempestade branca que ficava ainda mais densa, mas a Froslass se camuflava completamente dentre os flocos de neve. No meio do campo de batalha, Haroldo olhava todos os lados, batendo suas garras em ansiedade, com barulhos de uma respiração rápida. - Tenha calma! Fique aí! -

- Não vai fazer nada? Muito bem, Frost Breath. - Podia-se escutar a tipo-gelo se movendo, mas era complicado acompanhar sua posição, a única coisa que a denunciava era o laço vermelho em suas costas. Veridis sabia que um ataque estava a caminho, só precisava ver de onde, era uma chance para seu próprio contra-ataque. O jovem usou o máximo da sua atenção, e levou suas pupilas ao seu apogeu, decorando e assistindo o ponto vermelho enevoado na tempestade, enquanto seu companheiro também tentava procurar a oponente, sem sucesso. - PULA!!! - Antes mesmo de saber do perigo, o pássaro desviou com precisão o hálito congelante que a fantasma mirou no chão. - FOUL PLAY! - Ainda no momento em que a Froslass expelia seu hálito aterrorizante, Haroldo usou a gravidade do pulo, já abrindo as asas, pegando os dois chifres de gelo da pokémon com as garras. Velozmente bateu as asas na nevasca, levantou a fantasma até alguns metros de altura e com um giro a jogou novamente no chão, enquanto o vento levava o pássaro para longe, mesmo esbanjando uma risada pelo golpe certeiro.

Lucy, entretanto não parecia desistir tão fácil. - Will-o-wisp. - Se levantando, a tipo-gelo cospe uma chama azul ínfima, que ainda assim podia ser notada no meio da neblina gelada, atingindo o Murkrow no peito, enquanto tentava lutar para voar no meio das lufadas da tempestade. Não sentiu dor alguma, até estranhou o golpe, mas logo era acarretado por uma ardência agoniante dentro de seu corpo. Parava de bater as asas tão freneticamente, caindo até o chão. Veridis conhecia bem o golpe e sabia dos seus efeitos, mas não podia deixar de manter o ritmo ofensivo, era sua melhor chance para acabar com a desafiante. - Tá tudo bem! Usa o Foul Play de novo! - O corvo chacoalhava a cabeça para recuperar a concentração, começando um voo apressado até a Froslass, já de pé, mas completamente parada. No entanto, chegando mais perto da pokémon, a ardência se mantinha, junto com o granizo acertando suas asinhas e puxando suas penas por puro frio, com um gelo terrível na pele e um calor escaldante dentro do corpo, seu voo ficava mais fraco, quando chegou até a fantasma, já estava lento e com uma expressão doída. A tipo-gelo cruel agarrou o pássaro pelo pescoço, arremessando ele para longe com uma risada maléfica.

- Haroldo!!! - A ave caía de barriga sobre o asfalto que começava a congelar, com os olhos fechados, parecia incapaz de se re-erguer. Um sorriso sádico surgia embaixo das linhas de tinta da maquiagem borrada de Lucy. - Acaba com ele. - A Froslass se atirava de sua posição, flutuando até o Murkrow em alta velocidade, chegando perto dele respirava fundo para preparar um ataque congelante e letal, aprontando o fim. Um sorriso curioso também aparece na cara de Veridis, estalando os dedos. Enquanto a fantasma pega ar para o Frost Breath, o corvo se propulsiona com os pés rapidamente e dá uma cabeçada carregada no queixo da pokémon, emitindo uma aura negra de seu chapéu. O plano do Sucker Punch havia funcionado. A Froslass é mandada para longe, sobe ao o céu em um grito, até não poder ser mais escutada, rapidamente porém retorna à rua, caindo, batendo sua cabeça no asfalto, incapaz de se mover.

Veridis solta uma risada animada, percebeu na hora o desmaio da tipo-gelo. Apesar do granizo machucando sua cara, correu até o pássaro de braços abertos, o segurando e o abraçando em um momento glorioso. - Muito bem!!! Muito bem!!! Você foi ótimo, incrível!!! - Ele e Haroldo giravam, ambos em uma risada contagiante. Com piados felizes e orgulhosos, o pássaro dava um sinal de joia com a asa, antes de voltar a sua expressão de dor e grunhidos entristecidos, pela ardência que ainda mexia com seu estômago. - Você foi lindo hoje, em tudo, dá uma descansada. - O treinador aperta o botão da pokébola e um feixe vermelho engole Haroldo, o devolvendo à sua cápsula.

A nuvem já havia sumido completamente, junto com a neblina, deixando apenas os flocos de neve dançando pelo céu, caindo entre as árvores e plantas da rua, usualmente verdes em uma tarde ensolarada, e agora cobertas de branco. A dissipação da névoa revelava Lucy, com os braços cruzados, fitando o jovem de cima para baixo. Parece que a Froslass já havia sido devolvida à ultrabola. O menino olhava de volta, com medo novamente, não fazia ideia do que aconteceria agora, enquanto a magnata caminhava até ele, mas sabia que queria tentar manter sua meta. - É, estaria errada se não dissesse que me impressionei. Bom. - Veridis abria a boca para dizer alguma coisa, mas tropeçava nas palavras, quase não conseguiu falar. - E-eu... Eu.. Eu vou! -

Os dois trocaram olhares por um tempo, o pavor do menino podia ser observado em sua cara... Até Lucy lhe entregar um sorriso. Ela caiu de joelhos no meio do asfalto, abraçando o pequeno com força. Pego de surpresa, o garoto lentamente retornou o abraço, flocos de neve os banhando. - Tá bom... - Ela começou a a chorar, ainda abraçada com ele, sentiu seu coração bater de novo, tentando falar em meio a soluços. - Sabe... Detroya me dá uma dor de cabeça tremenda, e aqui é tão tranquilo... Mas sempre que eu venho aqui, eu acabo com uma enxaqueca no coração.. - Veridis sorriu, duas lágrimas também corriam em seu rosto.

- É, talvez seja o melhor... Isso era tudo que eu mais queria quando era jovem... Poder fugir.. - Finalmente Lucy pode ver os olhos vermelhos cintilantes de seu filho. - Eu não aguento mais. É tudo tão terrível, eu não aguento mais ele... Eu não posso ir com você... Mas eu... Eu te devo essa chance, né? Ah Vê... Me desculpa, tudo isso podia ter sido diferente.. - Ela deu uma risada entristecida, por mais que um sorriso abençoasse seu rosto, ainda sentia uma amargura em si, memórias e remorsos dominavam, tocando no peito do menino. - O que você vai fazer com isto aqui? - Finalmente o jovem falava com um ar confiante, assegurando sua posição à magnata. - Eu tenho um plano. -

Lucy beijou a testa do treinador, o frio da neve apenas o ajudava mais a se sentir quentinho por dentro, fazia muito tempo que não recebia um amor como esse. - Agora... Nunca mais volte. Ele vai vasculhar Ylium inteira, você tem que sair daqui, eu confio em você. - O menino balançava a cabeça. - Aham, tudo bem! Eu consigo! Eu converso com você-- - - Não!! Ele tem quase todas as minhas mensagens grampeadas na pokédex dele, eu te aviso quando for seguro o contato. -

Continuaram apreciando os sorrisos um do outro, dois carentes de uma sensação real há anos. - Eu.. Vou lá em casa... E aí vou sair até a floresta. - Lucy se sentia orgulhosa. - Vai. Eu vou ganhar tempo para você. - Ajeitando sua mochila, quase virando completamente para o outro lado, Veridis voltou e deu mais um abraço em sua mãe, que retornou o gesto na hora, voltando a chorar um pouquinho.

- Me desculpa... - Eles cochicharam. - Tudo bem... Obrigado, obrigado, eu te amo! -

Acenando um ao outro, partiram em direções opostas. O duelo foi feio, mas ele não se arrependia, valeu a pena o afeto da mãe.

Sorteio.




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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por chansudesu Sex maio 15, 2020 3:54 pm



[CP] Enxaqueca do Coração Murkrow
  • Haroldo ganhou 30 pontos de Experiência;
  • Saúde: 13%, burned, afetado gravemente pela batalha, precisa do Centro Pokémon.


  • Veridis ganhou 25 Bitcoins.

Serei o seu Tutor daqui em diante. Pode anexar meu tópico em seu sumário e me marcar: Pedidos de Avaliação. Como você não tem um sumário ainda (visto que a obrigação de ter um foi feita após a abertura do tópico), pode apenas anexar no seu post inicial e estará tudo certo.

Foi um post muito, muito bonito mesmo.

Não só em sentido de escrita, mas no sentimento que você conseguiu muto bem sucedidamente passar na questão familiar do personagem e todos os paradigmas que cercam-no que já vêm enraizados na visão materna. A batalha foi desenvolvida com muita sagacidade e a narração dos fatos foi justa, levando em consideração tudo com muito bom senso, trazendo a dosagem entre a adrenalina do impulso de confronto tal como o sentimentalismo de mãe e filho a todo instante.

Não vou passar opções de Minor Quest no momento a não ser que você queira, uma vez que os pontos na sua Campanha estão sendo bem conduzidos até aqui e talvez dispor uma tarefa para ser realizada acabe desregulando toda a cronologia. De toda forma, muito boa sorte daqui pra frente, já que seu personagem tem um ótimo futuro em meio à trama construída para aventurar-se.
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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Dom maio 17, 2020 5:43 pm

Diástole

- Aqui, se recuperaram completamente. Obrigada por vir! - A enfermeira entregava as duas pokébolas em uma bandeja transparente de plástico, com as duas mãozinhas do garoto as agarrando velozmente, já presas de volta à sua mochila. - Beleza, eu que agradeço! - Com um sorriso no rosto, Veridis deslizou seus dedos pela pokédex para pagar a cura pelo serviço digital da Gentec, e zarpava para fora do centro pokémon da vizinhança. Enquanto a clínica da região central de Ylium permanecia movimentada, até acumulando filas dependendo do dia repleto de batalhas ou com a organização de alguma espécie de torneio, os centros espalhados pelos bairros mais quietos acabavam mais sossegados. A enfermeira debruçava mais uma vez os braços sobre o balcão enquanto seu freguês mais leal, um menininho tímido e quieto, saía quase saltitando, ela ficou extremamente curiosa pelo motivo da animação do pequeno.

Andando pela calçada pavimentada pela grama, o garoto pegou a pokébola de Haroldo e apertou o botão no centro, liberando o corvo, que realizava danças e truques no céu ensolarado antes de pousar na mochila do treinador. - Estou muito orgulhoso de você, viu? - O pássaro respondeu animado com sua cantoria rouca. Em poucos passos já estavam abrindo o velho e robusto portão de metal do sobrado, entrando no pequeno espaço do quintal da frente com alguns arbustos e flores coloridas. É uma certeza que nada chamativo estaria plantado ali se o governo municipal não estimulasse e até exigisse o plantio dos mais variados tipos de planta para pintar toda a cidade. O Murkrow rapidamente pulou da bolsa e voou até a janela do primeiro andar, abrindo-a com o bico e se atirando para dentro da casa, Veridis apenas caminhou até a grande porta de vidro, destrancando-a e guardando seu chaveiro.

Nas mãos de um adolescente cansado e apático a antiga morada casual da família Mach, um lugar marcado por regalias e móveis de alta qualidade, se tornava uma completa bagunça. O herdeiro fora instruído claramente para contratar uma faxina, mas quase nunca fazia isso. A sala-de-estar era marcada por papéis e plásticos de petiscos processados, cobertores, grãos de ração e é claro, penas pretas por todos os lugares. Porém, podia-se reconhecer ainda alguns resquícios do passado de chiqueza da casa, com alguns quadros grandes pendurados pelos corredores e cristaleiras preciosas pelas salas, infelizmente com espaços vazios, muitos copos não sobreviveram à Haroldo. A cozinha era visível do mesmo cômodo, com uma mesa suja de manchas dos mais tipos de refeições passadas, despensas mal-organizadas e uma pia transbordando pratos. Tendo uma fome surgindo e sem ter almoçado hoje, o garoto pegou uma lasanha de mercado e a botou no micro-ondas.

Subindo as escadas, observava-se o quarto vago de Lucy estranhamente intacto, e o quarto do menino, a parte mais bagunçada de todas. Algumas prateleiras eram preenchidas por livros, quadrinhos e CDs, sem qualquer ordenação. Uma grande gaiola estava pendurada no teto, com porções de comida e água, junto à diversos tipos de joias, talheres roubados das cristaleiras e algumas moedas exóticas de outras regiões que ainda optavam pelo dinheiro material. Um computador velho também sentava em uma escrivaninha ao lado do guarda-roupa aberto e desorganizado. Também havia uma cama comprida, com muitos travesseiros e cobertores, abrigando um corvo gorducho, que bicava e mordia um colar com uma pedra avermelhada no meio, herança caríssima da vó do jovem. Era tudo uma bagunça, mas era exatamente assim que Veridis gostava, achava tudo isso muito confortável, gostava de pensar que havia transformado um legado que o assombrava em um lugar que o refletia melhor.

Jogando a mochila na cama, o jovem acariciou o Murkrow nas costas, que estava deitado como uma pedra no meio das almofadas. Pegou então de seu bolso a pequena esfera que guardava a Milcery recém-capturada, já saudável de todo o confronto. Depois de um tempo contemplando o certo a se fazer, decidiu que precisava mesmo contruir uma amizade com a gotinha se gostaria de ser o treinador dela, ficou impressionado com o potencial da tipo-fada. O menino apertou o botão no meio da pokébola, que se expandiu e liberou em uma luz vermelha aquela doçura diminuta, provavelmente tinha apenas 20 centímetros. Milcery se materializou no meio do quarto, flutuando um pouco acima do chão, dando um grande bocejo com barulhinhos doces e meigos, havendo acabado de despertar de um sono profundo. A primeira coisa que o pequeno pokémon viu ao acordar foi Veridis, agachado e com um sorriso no rosto para cumprimentar o bichinho. - Oi Milcery. - Por mais quieta e calma que a voz de seu capturador fosse, a tipo-fada ainda soltou um grito agudo, levantando os bracinhos cotocos para o alto, "correndo" para debaixo da cama. Ao mesmo tempo que a pokédex exibia uma tela com características e ataques da criatura capturada, o treinador tentou avistar alguma coisa debaixo da cama, apesar do escuro completo conseguia ver gibis e penas jogados lá há muito tempo... Mas sem Milcery.

Por sorte, enquanto se levantava, Veridis foi capaz de enxergar o vulto branco fugindo do lugar e entrando no quarto de sua mãe. Não querendo deixar o tipo-fada escondido e com medo, o jovem correu para seguir o pokémon até o cômodo, onde havia flutuado para o topo dos grandes armários de Lucy, altos demais para que fossem alcançados. - Milcery, por favor, eu não vou te machucar! - Se indagou porque a gotinha havia subido ali, quando já sabia que preferia se esconder embaixo da mobília, mas passando os olhos pelo quarto o treinador lembrou de algo importante... A janela! Havia uma janela aberta bem em cima de um dos armários, onde o doce flutuava rapidamente para escapar! A tipo-fada poderia facilmente se machucar caindo de uma altura daquelas, ou, até mesmo, fugir de seu treinador completamente. O menino correu até a abertura, com um pulo se segurava na quina do topo do guarda-roupa... Mas não conseguiu se apoiar, caindo de costas no chão, teve é sorte pelo armário não cair junto com ele. A Milcery parava seu caminho, mesmo que já ao lado da janela, para espiar o garoto deitado no chão, gemendo de dor. O que nenhum deles esperava eram os braços que calmamente se aproximavam dos dois pela abertura, entrando na casa desavisadamente e agarrando a gotinha de leite, prendendo-a com as duas mãos em forma de concha. Tudo que Veridis viu foram os palmos puxando o doce para trás.

- Quê?! - Ouviram-se ainda diversos barulhos estrondosos vindos do telhado. Com seu vigor reconquistado, o garoto se levantou e dirigiu-se velozmente à sua janela, estalando o dedo da mão direita para que o corvo o acompanhasse. Assim Haroldo fazia, relutantemente, voava da cama deixando seu brinquedo lá enquanto seu treinador abria a janela, subindo nela para poder se apoiar em alguns detalhes de ferro triangulares no seu topo, ascendendo ao teto da casa. O que testemunhou ali o chocou, um Passimian morando em cima de seu lar, com um grande pote de madeira rústico e um graveto que usava para bater todos os ingredientes junto, algumas frutas silvestres, bolachas claramente roubadas da cozinha da residência... E Milcery! O pokémon preparava sua refeição com um olhar concentrado e alheio, coagindo a pobre gotinha a permanecer parada na tigela com empurrões de suas mãos enormes.

- Aí, babacão, pega alguém do seu tamanho! - Irritado, Veridis pegou uma pedra pequena que estava na abertura de algum cano do telhado e a atirou no macaco, acertando em cheio seu nariz. Sem perder a expressão tranquila, o primata pegou com apenas uma mão uma berry ao seu lado e a jogou no garoto com uma força estupenda, errando por pouco. Essa não, o Passimian era bem maior que todos mesmo. Quem não gostou disso foi Haroldo, que já estava lá em cima e conseguiu pegar a fruta com o bico no meio do ar, jogando-a de volta para o tipo-lutador, que é acertado na bochecha, fazendo sua cabeça finalmente sair da posição. O Murkrow soltou várias risadas roufenhas de zombaria ao macaco, antes que os graves rugidos de fúria do Passimian, junto com suas sobrancelhas se franzindo, calassem o pássaro. O grande macaco abandonou o graveto e escalou o telhado, subindo na curva mais alta e olhando para as duas inconveniências lá embaixo, com seus olhos intimidadores, começou a bater freneticamente os dois punhos no peito, com gritos insanos e confiantes.

A ave respondeu com o que pareciam ser xingamentos direcionados ao tipo-lutador, percebendo que seu parceiro parecia disposto à mais uma luta o jovem a começou com prontidão. - Aproveita essa deixa para usar o Foul Play. - Ordenou para o corvo em um tom mais calmo. Sem espera, Haroldo já voou depressa até o oponente, usando suas patas para se agarrar a uma das mãos do primata enquanto ele as batia no peito. Pegando o símio de surpresa, o pássaro golpeou sua cabeça com seu próprio punho incessantemente. Mesmo que os socos parecessem intensos o Passimian não parecia nada abalado, usou sua mão vaga para pegar a perninha magra do Murkrow e lhe jogar às telhas, talvez o chacoalhando um pouco antes. O tipo-noturno logo se levantou, sacolejando a cabeça para retomar a atenção e voando de volta até o adversário, com as garras na frente. Enquanto o corvo tentava cortar o macaco aceleradamente, este ficava em uma posição de boxe, bloqueando as facadas das pequenas unhas afiadas do corvo e aplicando-lhe mais socos.

Enquanto os dois ficavam nesse embate, Veridis tentava se esgueirar pelo outro lado do telhado, caminhando sorrateiramente até a tigela de madeira. A Milcery estava lá, tremendo de medo, cobrindo os olhos com os dois bracinhos. - Venha, tá tudo bem. - O menino cochichou para a tipo-fada, estendendo suas duas mãos para ela. A pokémon ficou indecisa por um tempo, na outra ponta do sopão, mas acabou flutuando vagarosamente até seu treinador, que a encobriu com as mãos e a levou de volta até a janela de seu quarto, entregando-a ali. O jovem a mandaria para um lugar seguro, mas nem foi preciso, o docinho já saiu ligeiro de suas mãos e se escondeu dentro da casa.

Passimian acertou enfim o Murkrow com um gancho devastador por baixo do bico do tipo-noturno. Haroldo é lançado para cima pelo ataque certeiro, gritando pelo impacto, era em momentos como esse, porém, que o treinador via uma oportunidade. - Usa o Wing Attack na descida! - Após atingir a altura final da ascensão o corvo se virou de volta para o chão, caindo em alta velocidade, suas asas começaram a brilhar, chegando mais e mais perto do macaco... Até acertar sua cabeça em cheio com a asa direita, fazendo-o cair de costas, com mais um estrondo no telhado. - Isso! - Haroldo estufou o peito, aterrissando no cume do teto, sua glória entretanto quase não o deixou ver o símio enorme que jogava o corpo inteiro até a ave, com o cotovelo na frente. - Sai daí!!! - Com um guincho de pavor, o Murkrow é capaz de sair voando rapidamente, se esquivando da cotovelada letal do tipo-lutador, pousou no ombro de Veridis, que apenas torcia para que alguma telha sobrevivesse.

Não conseguindo acertar o corvo, Passimian apenas se machucou. Haroldo continuou soltando piados furiosos ao macaco, que, em vez de continuar revidando, apenas voltou para o outro lado do telhado com receio, olhando para sua tigela de madeira, pensativo. O jovem aproveitou para sacar sua pokédex do bolso e apontar para o pokémon, identificando-o melhor com a mensagem pré-gravada do dispositivo. - Passimian, o pokémon trabalho em equipe. Eles vivem em tropas de 20 a 30 companheiros, todos seguindo um líder. O chefe coloca a tropa sobre um treinamento intenso para melhorar sua cooperação, aqueles que não conseguem acompanhar os outros, porém, não tem a sorte de permanecer no bando. - O tipo-lutador estava olhando para um espelho, certamente roubado do quarto de Lucy, apreciando sua própria reflexão por um tempo, roçando o vidro.

Ai Passimian, o que aconteceu com você?

Por mais assustador que o grande macaco parecesse, o jovem treinador se comovia com facilidade. Cuidadosamente o menino se aproximou do símio, para o espanto de Haroldo, que saltou de seu ombro e continuou muito desconfiado ao seu lado. - Oi Passimian. - O pokémon se virou para visar os dois, sem atacar, apesar de sua expressão não ser muito definida, o cansaço era bem aparente. Foi então que o treinador percebeu a sopeira vazia, os ingredientes recolhidos haviam caído do telhado durante a batalha. O coração de Veridis estava cortado ao meio, cheio de culpa pela ruína do almoço do solitário tipo-lutador. - Droga... - O garoto botou a mão esquerda sobre a cara, em vergonha, até passar pela sua cabeça como poderia retribuir. - Ah, é mesmo! Esperem aí! - Velozmente o treinador saltitou pelo telhado até descer de volta pela janela de seu quarto. Os dois pokémon trocaram caras raivosas, ambos com seus próprios rugidos. Haroldo começou a esbravejar piados de ira, mas logo calou-se ao ser vencido pelo grito de uma voz grossa do Passimian.

Veridis voltou, escondendo algo em seus braços, o símio tentava identificar da onde vinha o cheio interessante que sentia, até o treinador lhe entregar inocentemente a lasanha, já pronta. - Aqui, fica com isso! - O tipo-lutador agarrou o almoço, cheirando e lambendo a massa até devorar vorazmente a refeição, espalhando molho para todos os lados e jogando o papelão restante para o lado. Um sorriso logo amparou seu humor, emitindo barulhos de satisfação. O menino levantou a mão para tentar fazer um carinho no pokémon, mas foi pego em um aperto de mão amigável, e bota aperto nisso. - Haha, não tem de quê... - Enquanto Passimian o agradecia alegremente, Veridis tentava apenas se livrar das mãos do primata, temendo até que seus dedos pudessem quebrar. O símio o soltou e virou-se para uma grande árvore pertencente ao jardim da casa atrás de sua residência. Em um salto o pokémon chegou aos galhos mais altos, tudo que o treinador pode ver eram as folhas sacolejando e o tipo-lutador voltando com duas frutas em suas mãos, dando-as sorridente para o garoto. - Nossa, muito obrigado!! - Pelo simples gesto de gentileza, os olhos do jovem brilhavam, Haroldo porém não estava muito impressionado.

Trocando risadas com o tipo-lutador, Veridis botou sua mão sobre o ombro dele, enquanto o macaco estava agachado podiam ficar na mesma altura. - Passimian, eu vou ter que ir embora, eu quero que você vigie este lugar para mim enquanto eu estiver longe, tudo bem? - O símio levantou o polegar em um sinal de positivo, já era o suficiente para o menino. O corvo decidiu voar de volta para dentro da casa, farto com essa baboseira de dar comida para pokémon perigosos, e seu parceiro logo o seguiu, antes se despedindo do seu amigo primata. - Fique bem, viu! A casa é toda sua! - Passimian soltou uns urros festivos como resposta, batendo os punhos no peito fervorosamente.





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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por chansudesu Seg maio 18, 2020 5:16 pm

[CP] Enxaqueca do Coração Murkrow
  • Haroldo ganhou 70 pontos de Experiência;
  • Saúde: 43%, diferença de força fez com que Haroldo sofresse graves danos no corpo-a-corpo.


  • Veridis ganhou 20 Bitcoins.


florescendo pelas rachaduras:

Gostei da forma como acabou lidando com o Passimian no fim de tudo, cada vez mais jogando com o lado sentimental dos eventos que ocorrem ao longo da campanha. Passei duas Minor Quests de porte fácil, para que consiga talvez um número maior de bitcoins por enquanto caso esteja pensando em comprar algo em ON Game. A propósito, a loja dos itens evolutivos da Milcery estará aberta logo logo.

Qualquer dúvida é só me perguntar.
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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Seg maio 18, 2020 9:39 pm

Calorias

O menino começou a vasculhar a casa em busca da tipo-fada. Olhou embaixo de cada móvel do andar de cima, procurando em cada prateleira e abrindo todas as gavetas, mesmo que a Milcery definitivamente não conseguiria se esconder lá. Mantinha-se a esperança de que a pokémon ainda estivesse ali, seria uma pena perdê-la daquele jeito, mas o que Veridis realmente desejava era apenas a segurança da pobre gotinha de leite. Descendo as escadas com rapidez ele olhou de um lado a outro, por dentro o medo e a preocupação estavam começando a se manifestar, ainda que a negação de que Milcery possa estar em qualquer perigo continuasse forte.

A cozinha parecia um lugar perfeito para ela se esconder, talvez, não que restassem muitas opções. Nada nos armários e nos cantos escuros, o garoto já se dirigia à sala quando algo chamou sua atenção. No meio do chão estava um pacote de amido de milho, com certeza de alguma de suas tentativas de cozinhar algo, com as bordas completamente ensopadas. Não só isso, estava vazando leite. O jovem calmamente se agachou e abriu o envolto de papelão, revelando dois olhinhos em um tom de branco que se destacavam do leite amarelado. Um alívio imenso correu pelo cérebro do menino, suspirando.

- Oi. - Milcery não tentou escapar, quando Veridis inclinou a caixa para a pokémon sair, seu líquido foi lentamente empurrado para fora, reconstruindo no meio da cozinha seu formato esférico e sua coroa. Em vez de fugir, a láctea apenas contemplou o gigante a sua frente, com um olhar claramente nervoso. Sempre que o treinador tentava se aproximar a gotinha flutuava para trás, sem deixar que ele encostasse nela, vendo que ela ainda estava muito coagida ele decidiu dar um tempo para a coitada poder respirar depois de tanta ação. Foi aí, porém, que ele ouviu um barulho familiar, de uma barriga roncando, e não era a sua. Com a cara deprimida da doçura, o jovem tentou não questionar a lógica de como aquele ser com propriedades estranhas poderia fazer um barulho daqueles, pegou um pote de plástico simples que Haroldo não usava há um tempo e encheu de ração, empurrando-o com cuidado para sua parceira. Nascendo mais cedo naquele dia, na primeira fornada de gostosuras da padaria, a pokémon nunca havia comido antes na vida, sorte que os instintos de sobrevivência lotam seu subconsciente de informações importantes para a vida. A gotinha de leite se aproximou da comida, pegou um grão de ração com seu bracinho e enfiou goela abaixo. O grão não reapareceu caindo da esfera láctea flutuante e nem podia ser visto dentro da tipo-fada, apenas sumiu, certamente já em processo de digestão no corpinho minúsculo dela. Milcery começou a comer os grãozinhos um a um, mas ainda com um apetite surpreendente.

Veridis sorriu, suavizado por ter conseguido ao menos alimentar sua nova sobremesa de estimação. O menino pegou a caixa de maizena encharcada e a jogou no lixo... Maizena, é isso! Maizena é fofo o suficiente para algo tão precioso. Aproveitou a deixa para alimentar o corvo, caminhando até as escadas e chamando ele de lá mesmo. - Haroldo! Vem comer antes da gente sair! - O Murkrow foi andando à escada, saltando até o corrimão e o descendo como um escorregador. O garoto pegou o pote que o pássaro mais gostava e botou uma mistura de sementes e mais ração, colocando-o ao lado da Milcery que devorava seu lanche de uma maneira veloz para algo tão pequeno. Na realidade, por mais que o tipo-noturno não quisesse a princípio dividir seu melhor amigo e companheiro de vida, sabia que o humano queria muito que os dois se enturmassem, deu um piado amigável à tipo-fada, que apenas sorriu de volta, com murmúrios felizes. O treinador ficou mesmo contente em ver os dois se dando tão bem, deixando eles comer em paz e subindo até seu quarto para empacotar as coisas para a viagem.

Esvaziou sua mochila para ter um senso melhor de espaço, antes de dobrar algumas mudas de roupa, recolher sua escova e outros itens higiênicos, junto com as pokébolas que ainda tinha guardado e mais alguns itens essenciais, talvez um livro ou dois se ficar entediado. O menino não tinha tanta noção de importância de uma coisa para outra, mas esperava estar com o suficiente. Ao lado do computador e em cima da escrivaninha estavam alguns sprays, papéis de raio-x de consultas médicas do passado e um estilete, definitivamente não eram cruciais, mas ele acabou empacotando eles de qualquer jeito. No fim, a bolsa chegou mais perto de sua capacidade máxima, mas ainda estava confortável o suficiente para algumas longas caminhadas.

Havia mais uma coisa para fazer, uma coisa bem importante. A adrenalina do medo subia as artérias de Veridis, as veias, chegando na sua mente, e não podia desistir agora. Chegando no banheiro do andar de cima, já havia recolhido o que precisava há alguns dias atrás, faz um tempo que planejava fazer isso. No balcão, as bandagens e a faca. Sentou-se, tocando em seu peito, identificando com mais precisão o chip do tamanho de um tampa de garrafa. Talvez o dispositivo fosse ativado depois de alguns minutos, quando percebesse que fora retirado do corpo, mas o garoto sentia que possuía tempo suficiente para sair correndo dali, já estaria completamente camuflado no frenesi metropolitano de Ylium.

Pegou a faca, controlando a respiração, o pavor era um obstáculo estonteante mas não iria impedir ele. Só um corte, rápido. Só um pouquinho de sangue separava ele da liberdade.





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Re: [CP] Enxaqueca do Coração

Mensagem por Veridis Qua maio 20, 2020 6:43 pm

Perfume

Quando avistou ao seu lado um latão de lixo reciclável Veridis pegou o papel do sanduíche que acabara de terminar, amassou a lata do energético açucarado que havia tomado, e jogou os dois no despejo. Já estava com pressa para sair de casa e o que era para ser seu almoço acabou no estômago de um símio, mas tudo bem, era uma boa oportunidade para passar na lanchonete local que tanto gostava mais uma vez antes de começar a se esconder. Daqui a algumas quadras já chegaria nas avenidas que marcam a entrada da região central alvoraçada de Ylium, com todos os seus prédios enormes e tecnologias sofisticadas, mas por enquanto o ar purificado ao seu redor era preenchido por um silêncio esmagador. Agora que os medos e desconfianças da pequena docinho pareciam ter se dissipado com simples gestos afetuosos de seu novo companheiro ela vivia uma nova fase do início da vida, marcada pela curiosidade e pelo encanto das coisas mais mundanas. A Milcery olhou para o lixo com um brilho nos olhos, por que é que alguém iria jogar todo esse plástico fora?

- Maizena, não!! - O jovem enfiou as mãos no resíduo para puxar a pequenina para fora, se não fosse por ele talvez ela já estivesse bem fundo na imundice. - Ali não é um lugar legal! Não é pra tocar em sujeira, tá bom? - A gotinha de leite apenas sorriu para seu novo amigo, flutuando à altura do ombro de seu treinador. E assim eles continuaram seu caminho entre a grama da calçada, Haroldo pousado em cima da mochila como de costume, merecia um bom descanso após todas as batalhas árduas de hoje, o corvo já tinha noção de que esse era apenas o começo. Na sua lenta e constante andada, o trio era tocado pelo sol do meio-dia, mesmo que sua intensidade fosse reduzida pelo grande globo de vidro acima deles, ainda atingia sua pele, suas penas e seu leite. O menino sempre pôs na cabeça que o grande potencial de seu Murkrow para batalhas também vinha da sua amizade e da confiança que tinham um no outro, por isso sentia que precisava passar um tempo com a pobre sobremesa se quisesse descobrir seus talentos, além disso, teria de admitir que estava se apegando um pouco à tipo-fada e seu jeitinho animado. Poderia parecer meio ridículo para alguns pedestres locais vê-lo com duas criaturas fora de suas cápsulas, mas não era como se o garoto desse a mínima para isso.

Ao longo do tempo a quietude ficava mais pesada, o caminho mais rápido da rota que Veridis havia planejado envolvia passar por algumas "ruas-fantasma" com muitas casas sem habitação, ou com moradores que só chegariam em seus lares mais ao final da tarde. Maizena seguia os dois cantarolando alegre, fazendo ondas com sua flutuação, indo para cima e para baixo, se usufruísse de pernas sem dúvidas estaria saltitando. A tipo-fada seguia um pouco a frente, sua felicidade apertava seu passo, fazendo piruetas no ar. - Ei, espera aí! - Com um sorriso no rosto, o menino era cativado pela excitação, correndo atrás da gotinha com o corvo em suas costas, tudo a algumas risadas. A Milcery, entretanto, parou na hora de virar uma esquina, perdendo seu sorriso e indo para trás.

- Maiz-- - Correndo atrás da pokémon, o jovem se esbarrou feio em alguma coisa, deixando sua testa um pouco dolorosa, caindo no chão junto. - Ai, puxa, você tá bem? - Abrindo os olhos, tudo que gracejou seus olhos foi um menino... Estranho. Mas com alguns milissegundos de raciocínio ele pode identificar a origem do moço. Os óculos escuros, cabelo tingido, colete de couro e piercing no nariz o identificavam, parecia ser de Detroya. O jovem estendeu sua mão para levantar o garoto em que tinha esbarrado. - T-tudo sim! Desculpa, eu não vi e... - O adolescente deu uma risada. - Tranquilo, acontece, eu é que preciso me desculpar, foi mal... - Se levantando e olhando para o lado do rosto sorridente do forasteiro, Veridis pode ver um dos lindos canteiros de flores coloridos colocados na calçada pelo governo... Sendo completamente arruinado por uma Stunky mal-cheirosa, cuspindo um líquido roxo nas plantas e as destruindo, tão corrosivo que fazia até fumaça.

- Aí, esse pokémon é seu? - Foi então que o jovem estranho olhou para trás e percebeu a gambá fazendo toda a sujeira de um jeito feliz. - Kuno, agora não é hora!! - Ele logo afastou sua parceira do canteiro, gotejando um pouco do veneno no gramado entre o cimento. - Merda, não deixe testemunhas, não deixes testemunhas... - Sem saber muito qual seria reação apropriada, Veridis apenas ficou olhando o garoto enquanto o mesmo botava as mãos sobre a cara, se perguntava se isso era raiva ou vergonha, a gotinha de leite estava igualmente intrigada e o corvo parecia simplesmente não se importar. A expressão do detroyano, porém, logo mudou para uma de raiva, surpreendendo o treinador a sua frente, com um movimento veloz o estranho empurrou o menino sobre a parede com uma ameaça, por mais que suas palavras tropeçassem, igual às de Veridis.

- O-olha aqui, boiola! V-você não viu nada disso, tá bom? - Com a considerável diferença de altura do adolescente e sua força superior, Veridis já demonstrou o medo em seu rosto. - Ah, t-tá bom!! Nada! Eu tô quieto! S-só não me machuca por favor! - O golpe repentino assustou Haroldo, que despertou enfurecido, subiu na cabeça de seu treinador e picou a cabeça do delinquente. Maizena também aproveitou para dar um tapa na cara do jovem, que não o fez sentir nada, mas pelo menos deixou sua bochecha molhada de leite. Por mais que o menino de Ylium estivesse orgulhoso de seus companheiros o defenderem assim, agora definitivamente não era a hora certa, ficando com o resto vermelho de vergonha e pavor. - Ah!! P-por favor, me desculpe por eles, tá tudo bem, eu boto eles nas pokébolas, só não faça nada terrível! - O detroyano parecia não saber o que fazer, talvez as coisas não tenham ido de acordo com seu plano, soltou o menino com os rugidos do corvo e a cara aterrorizantemente fofa da tipo-fada. - Tá, eu não queria te machucar... - Ele olhou para baixo, enquanto sua vítima respirava ofegante. - Então... Então... É... É! - Com um sorriso de orgulho e uma face finória, o jovem começou a exalar confiança.

- Eu vou te quebrar, piazinho de Ylium! Isso é pra você não mexer mais comigo! - Haroldo e Maizena xingavam o delinquente, enquanto seu treinador só pensava em correr dali. - Senhor, por favor, n-não precisa ser assim.. - Intimidado, o menino colocou as mãos em um sinal de calma, mas o desconhecido parecia estar bem decidido agora. - Tá brincando? Isso era exatamente o que eu precisava! Vamos, uma batalha, teus bichinhos de estimação aí não tem nada com os meus pokémon! Vamos Kunoichi! - O adolescente e sua Stunky moviam-se para o meio da rua, em um lugar tão deserto o prospecto de um carro era baixo. Com um suspiro, Veridis apenas foi junto no asfalto, se afastando um pouco do garoto. O Murkrow piava com raiva ao delinquente, mas parou com o levantar da mão de seu amigo. - Calma, a luta contra Passimian foi difícil, você precisa descansar, sério. - Um pouco zangado, o pássaro pulou da cabeça do menino e se afastou do campo de batalha, assistindo o confronto sentado na calçada. A Milcery, contudo, queria mostrar um ar intimidador ao felino que enfrentava, mas ainda sentia um receio e uma ansiedade em participar de sua primeira luta com seu novo parceiro, fato que foi captado na hora pelo menino. - Maizena, tá tudo bem, você foi ótima contra Haroldo! - Um simples elogio parecia ser o suficiente para a gotinha de leite, que adotava uma postura resoluta de combate.

O delinquente estava na calçada de novo, apoiando sua pokédex em uma pedra, aparentemente gravando o confronto que estava prestes a acontecer, seu pequeno adversário queria pedir com gentileza para não publicar nada em lugar nenhum, mas estava meio intimidado para isso. - Ha ha, que porcaria viu, "Maizena"! Kunoichi, usa o Bite!! - As garras da Stunky brotam em suas patas com o som de uma espada saindo da bainha. A gambá disparou em alta velocidade até a gotinha de leite, que olhava a investida com medo. - Não deixa ela te pegar! - Enquanto sua adversária se aproximava, a tipo-fada flutuou para cima para tentar se esquivar da mordida que estava por vir, mas a tipo-veneno alcançou-a com facilidade, com um pulo alto até sua combatente. Em uma cinética veloz Kunoichi abriu a boca, revelando caninos envoltos por uma aura negra, e abocanhou a Milcery completamente! - MAIZENA! - Com toda a preocupação do menino, o detroyano não pode deixar de rir. - Nossa, mais rápido do que eu pensei, mande o Murkrow agora. - A Stunky aterrissou no chão graciosamente, mostrando os dentes em um grande sorriso... Ou será que era? Ela parecia estar com dor, com algo empurrando suas bochechas.

- Maizena pelo amor de Arceus sai daí! - Entre os buracos e fendas dos dentes da gambá avistava-se um líquido branco, saindo mas não caindo ao chão, com um par de olhinhos brancos aparecendo enfim. A Milcery começou a se reformar na frente da Stunky, que só assistia, a gotinha parecia estar apática, sem ter sentido muita dor. - Usa o Draining Kiss!! - Logo a tipo-fada flutuou para trás da gambá, tocando suas costas com sua carinha inocente, realizando um barulho fofo de beijo. O ato, contudo, parece ter sido doloroso à tipo-veneno, sentindo sua energia vital drenada pela sobremesa, o pelo dela levantava com o susto do golpe. - Vai, Fury Swipes! - Com mais um salto ágil e movimentos muito rápidos, a gambá leva a Milcery ao chão, rasgando-a em sequência com suas garras afiadas, antes de terminar com mais um corte vertical que leva a oponente ao asfalto. - Ah... Usa o Sweet Kiss! - A tipo-fada parece não ouvir seu treinador, segurando a cabeça com os dois bracinhos, atordoada não só pelo ataque mas pelo cheiro repugnante que a tipo-veneno exalava naturalmente por toda a rua, Veridis abanava o nariz para tentar não se distrair com tamanha repugnância.

- Poison Gas! - Enquanto Maizena tentava se recompor, a felina solta imediatamente uma espécia de fumaça roxa e densa pelo nariz triangular, envolvendo toda a gotinha sobre a mesma. O gás se dissipou rapidamente, revelando apenas a pequena Milcery, gemendo lentamente, seus olhos doídos e tristonhos, Veridis parecia ficar nervoso com a angústia da pequena, mas não perde a compostura do combate. - Sobe e usa o Aromatherapy! - A tipo-fada flutua para cima, apesar da dor ela consegue realizar uma pequena dança, com giros de seu corpo e de seus bracinhos, preenchendo o ar com um odor de chá verde, que ainda entrava em um embate com o fedor da Stunky, ambos os pokémon pareciam ficar bem calmos. - Quê? Você vai ficar se curando assim? Deveria ter imaginado.. Kunoichi, usa o Acid Spray! - Levantando a cabeça para cima, a tipo-veneno começa a preparar alguma coisa em sua boca, mexendo as bochechas e gargarejando. Foi então que a gambá começou a cuspir um líquido nojento como um projétil, mirando a tipo-fada, que se esquivava a base de piruetas no céu. - Cuidado Maizena! - Com um tiro certeiro, o líquido se escorre na Milcery, e com um grito de aflição ela cai no chão.

- Não! - O ataque foi poderoso, mas felizmente não foi fatal. A tipo-fada se levantou do asfalto, voltando a flutuar apenas poucos centímetros da superfície, botando seus cotocos sobre o rosto para amenizar a dor. - Vai lá, Scratch! - Kunocihi se impulsionou de novo até a adversária, extremamente ligeira, Veridis precisava mandar a ordem para Maizena rapidamente, já que sua pokémon apenas ficava ali parada enquanto a gambá corria atrás dela. - S-sweet Scent.. - Não sabia se era a escolha correta, mas era o que pode fazer no momento. Um vapor moroso e suave começou a sair do corpo da tipo-fada, com o cheiro da mais deliciosa fornada de pães quentinhos, misturado a um aroma doce de chocolate. A Stunky, que vinha em alta velocidade, usou as patas traseiras para frear logo quando estava bem próxima de seu alvo. Sentando-se no chão e levando as narinas para cima, ela fungava os odores saborosos que preenchiam o ar, Maizena também estando contente com a alegria da tipo-veneno, ambas distraídas do seu confronto.

- Kuno, sai dessa, usa o Scratch! - O detroyano parecia irritado com a tranquilidade de sua cúmplice de crime. A gambá sacolejou a cabeça, retomando a concentração e tentando não pensar no cheiro, com um salto ela tenta arranhar a Milcery, suas garras afiadas na frente de seu corpo. - Vai pra esquerda e aí usa o Sweet Kiss, rápido!!! - A doçura evade o corte flutuando para o lado, enquanto a felina cai de barriga na rua. Maizena voa até a tipo-veneno enquanto ela se levanta, chegando na cabeça da oponente, que parecia ser o dobro do tamanho da gotinha de leite, dando um beijo amoroso na orelha da felina. A Stunky é espantada com o toque leitoso da tipo-fada mais uma vez, andando para trás a fim de se afastar da pokémon e riscando fósforo para a láctea simplória. Foi então que as pupilas da gambá começaram a girar, seu equilíbrio foi se esvaindo, quase não conseguia se manter de pé, com alguns chiados confusos. - ...Kuno... - A Stunky, contudo, olhava diretamente para a Milcery, disparando-se ainda mais rápido em uma corrida de zigue-zague, sua visão estava turva mas identificava a docinho facilmente pelo seu cheiro, com mais um salto Kunoichi tentou esfolar a tipo-fada com suas garrinhas.

- Se esquiva e usa o Draining Kiss! Vai! - Veridis tinha um sorriso no rosto, finalmente parecia estar um pouco animado ao ver sua pokémon em ação. Maizena apenas beijou a tipo-veneno na testa, incrivelmente fazendo-a ser propulsionada ao chão, caindo no meio do asfalto, tendo sua energia vital drenada pela pavorosa sobremesa. As fragrâncias doces pairavam sobre o ar, vencendo o fedor. - Kunoichi, não! - O detroyano correu até sua amiga mal-cheirosa, ela nem conseguia mais se levantar, ele a segurou em seus braços olhando fundo para sua carinha dormente antes de apertar o botão de sua pokébola, deixando a gambá ser engolida por um feixe vermelho e voltar à sua cápsula. A tipo-fada, apesar de ter se cansado um tanto na luta, expressava um grande sorriso, junto com barulhinhos alegres de satisfação. - Viu, Maizena? Eu sabia que você era capaz. - A Milcery deu piruetas até seu treinador, que lhe entregava um sorriso sereno e algumas risadas. Se aconchegando com os dois, o corvo não parecia impressionado, mas escondia o fato de que, por dentro, estava muito feliz por sua nova companheira.

Quando Veridis se espertou novamente com o garoto, ele estava pegando sua pokédex do chão, com a cara enfiada no dispositivo, nem queria mostrar o rosto para ninguém naquela hora. - Uhm... Você... Pode... P-por favor, pode não postar nada no-- - - Já tá deletado. - O delinquente respondia o menino sem tirar os olhos da tela, em uma voz monotônica. O jovem de Ylium ficou um tempo parado, também de cabeça baixa, sem saber exatamente o que fazer, esperava não ter enfurecido o garoto, que caminhava até ele calmamente. - S-senhor, se eu fosse você não faria mais isso... As forças de Ecius costumam ser duras.. - - É, eu peguei o recado... Então você é um treinador forte, né? - Podia ser difícil escutar as respostas do menino com sua voz baixa e insegura. - Mais ou menos, foi mais a Maizena e-- - - Então guarda isso pra mim, tá mais seguro nas suas mãos. - O delinquente o entregou uma bola lunar discretamente, jogando-a velozmente nas mãos do menino, que, apesar da confusão, apenas a guardou na mochila. O detroyano se aproximou para ameaçar o pequeno mais uma vez. - Cuidado com essa merda, se você contar sobre isso pra alguém, ou contar que eu te dei, eu te mato. - Do ângulo em que estava, com a luz do sol refletindo nos óculos-escuros, Veridis pode perceber as pupilas avermelhadas do adolescente.

Os dois fixaram seus olhares um no do outro, criando uma quietude desconfortável, com o menino tímido sem saber o que dizer à coação, e o delinquente se lamentando por ter de ser tão amedrontador. Com a proximidade, ambos coraram um pouquinho antes do detroyano se afastar. - Tá, então eu vou... - Com as mãos sobre o bolso em um andar lento, o garoto virou a esquina, Veridis decidiu não seguir ele. O corvo e a gotinha de leite olhavam intrigados para seu treinador, sendo que Haroldo ainda estava um pouco furioso com o criminoso terrível. O menino se agachou para acariciar seus dois amigos, aliviado que havia se safado da situação, seu coração ainda estava batendo. - Ai gente... Desculpa, eu deveria confiar mais em vocês, são preparados para enfrentar qualquer um, né? - Os dois responderam com piados e barulhos felizes. - Haha... Então vamos de uma vez, não temos tempo a perder. -






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