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[CL] — négociée.
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[CL] — négociée.
por L.L Ter Abr 28, 2020 7:13 pm
Objetivos
Fechar uma negociação com bons rendimentos para a AIR-ecos com a Elcius;Desenvolver mais a personalidade de Amedee e de Se'phe.
L.L
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Re: [CL] — négociée.
por L.L Sex maio 01, 2020 3:21 am
Uma agradável surpresa: quando estava prestes a soltar do vagão, em meio ao coletivo de pessoas, algumas notificações oficiais da própria Gentec pipocaram no visor de todas as Pokédexes ao meu redor, além da minha, é claro. Pela visão periférica, constei três treinadores à minha esquerda e mais dois à direita com a notificação em grandes janelas abertas nos monitores compactos antes de tornar meus olhos adaptados ao meu próprio dispositivo, absorvendo as informações a respeito do evento da grande corporação tendo em vista o enorme número de ingressantes na Liga Pokémon.
Reivindiquei algumas recompensas que havia ganho pelos meus últimos engajamentos: um par de Berries e uma Moon Ball. Com desinteresse, guardei o eletrônico num dos bolsos de meu quimono a tempo da voz robótica daquele vagão coberto por pichações neon e recheado de pessoas características de Detroya anunciar a parada na estação que tanto pretendia: Ylium. Há muito o acinzentado moldado pela bipolaridade entre o azul e violeta já haviam dado espaço a uma metrópole extremamente arbórea, contemplada por uma vasta reserva ambiental e lagos que cursavam-se por debaixo dos trilhos da ferrovia.
Amedee observava a tudo pela janela completamente exasperada. Digo, também nunca tinha vindo a Ylium para ver de perto tamanha magnificência, mas não demonstrei nem por um instante o mesmo espanto.
— Chegamos em Ylium. Contudo, suponho que não temos tempo para nada por aqui além das negociações — abaixei o chapéu sobre a cabeça e ajustei a bolsa de couro debaixo do braço antes de seguir em passos firmes puxando minha mala de rodas para fora do vagão junto com algumas poucas pessoas que decidiam soltar no lugar.
O trem vindo de Detroya destoava de absolutamente tudo ao redor: desde o vidro que estruturava o tubo corredor à arquitetura de toda a metrópole baseada em tons claros e coberta pelo verde da natureza. Assim que pisei na plataforma ao sair do vagão, observei os minuciosos furos no chão responsáveis por liberar uma espécie de corrente de ar, balançando as longas dobras de minhas vestes e preenchendo todo o lugar com… um oxigênio impecável. Inalei o ar profundamente, sentindo meus pulmões sorrirem diante da qualidade do conteúdo que os preenchia e soltei como se sentisse-me plenamente satisfeita — parecia mais uma das tragadas em meu cachimbo, mas de maneira mais saudável.
Amedee quebrou completamente aquela sua postura carrancuda. Agora, conforme desfilávamos pelo longo corredor de tubo envidraçado, ela apalpava as paredes completamente hipnotizada pela vista de Ylium. Respirava a plenos pulmões e exalava o ar com ânimo, explicitando o bem estar que sentia em meio à enxurrada de novidades que recebia. Junto do fluxo de pessoas que buscava entrar na estação, passamos por uma Inteligência Artifical responsável por nos vistoriar, analisar nossas malas e liberar passagem.
Foi quando aquele grande portão metálico abriu-se, liberando-nos do corredor em que estávamos, que então fui atingida pela verdadeira magnitude de Ylium. Longe das extravagâncias da Megalópole Detroya ou das inovações repletas de bugigangas de Stalehelm Alfa e Beta: o lugar faz jus à sua reputação unicamente pela arquitetura simples em junção com a grande reserva ambiental. Como se a tecnologia nunca tivesse deixado a natureza de lado, ambas caminhavam de mãos dadas ao longo daquelas ruas largas e edifícios retangulares, extremamente simples mas profundamente eficazes em passar a real mensagem da metrópole. A grande estação com detalhes acobreados e janelas de vidro mais assemelhava-se à uma estufa, tal como todo o restante da cidade envolto pelo famoso domo de vidro.
— Pois não? — Virei-me de supetão após todas as análises concluídas.
Fitei com rispidez aquele que seguia-me desde que havia saído.
— Por enquanto guarde o cavalheirismo para a batalha. Minha intuição diz que você precisará dele mais tarde — Lentamente, puxei a alça da mala de rodas e afundei-a na sequência, deixando com que a bagagem tornasse-se um assento assim que recostei meu quadril sobre ela, mantendo uma pose ao cruzar as pernas e descansar o cotovelo direito sobre as coxas guarnecidas debaixo do quimono.
— Fascinante — respondeu afastando-se em passos vagarosos.
Gradativamente o ambiente ao redor já demonstrava que uma batalha teria início. Os mais jovens preparavam suas Pokédexes, alguns murmuravam algo a respeito do nome de Dorward e outros, como sempre, teciam comentários ousados a respeito de Amedee utilizar uma cinta com cadeado ao redor de sua bocarra. E em meio à construção do cenário, apenas um gesto com a cabeça foi necessário para que a Mawile tomasse minha frente assim que o oponente ganhou distância tendo em vista o início do confronto. Mesmo numa estação de trem, não se há tempo ruim para que batalhas não ocorram: de repente, como num decreto de silêncio, o local graciosamente beijado pelos dourados lábios solares da manhã tornou-se palco de mais um embate.
”— Ele não é um treinador de Rank B?”
”— Que estranho… acho que lembro da derrota dele contra a Líder do Ginásio local…”
”— Agora ele é só um Rank C de merda.”
”— E qual é a dessa gigante aí?”
Do outro lado do campo de batalha, observei a esfera bicolor lançada pela mão enluvada do oponente girar em seu próprio eixo no ar antes de liberar um feixe de coloração azulada, oficializando o início do confronto.
Soteio de NPC
Reivindiquei algumas recompensas que havia ganho pelos meus últimos engajamentos: um par de Berries e uma Moon Ball. Com desinteresse, guardei o eletrônico num dos bolsos de meu quimono a tempo da voz robótica daquele vagão coberto por pichações neon e recheado de pessoas características de Detroya anunciar a parada na estação que tanto pretendia: Ylium. Há muito o acinzentado moldado pela bipolaridade entre o azul e violeta já haviam dado espaço a uma metrópole extremamente arbórea, contemplada por uma vasta reserva ambiental e lagos que cursavam-se por debaixo dos trilhos da ferrovia.
Amedee observava a tudo pela janela completamente exasperada. Digo, também nunca tinha vindo a Ylium para ver de perto tamanha magnificência, mas não demonstrei nem por um instante o mesmo espanto.
— Chegamos em Ylium. Contudo, suponho que não temos tempo para nada por aqui além das negociações — abaixei o chapéu sobre a cabeça e ajustei a bolsa de couro debaixo do braço antes de seguir em passos firmes puxando minha mala de rodas para fora do vagão junto com algumas poucas pessoas que decidiam soltar no lugar.
O trem vindo de Detroya destoava de absolutamente tudo ao redor: desde o vidro que estruturava o tubo corredor à arquitetura de toda a metrópole baseada em tons claros e coberta pelo verde da natureza. Assim que pisei na plataforma ao sair do vagão, observei os minuciosos furos no chão responsáveis por liberar uma espécie de corrente de ar, balançando as longas dobras de minhas vestes e preenchendo todo o lugar com… um oxigênio impecável. Inalei o ar profundamente, sentindo meus pulmões sorrirem diante da qualidade do conteúdo que os preenchia e soltei como se sentisse-me plenamente satisfeita — parecia mais uma das tragadas em meu cachimbo, mas de maneira mais saudável.
Amedee quebrou completamente aquela sua postura carrancuda. Agora, conforme desfilávamos pelo longo corredor de tubo envidraçado, ela apalpava as paredes completamente hipnotizada pela vista de Ylium. Respirava a plenos pulmões e exalava o ar com ânimo, explicitando o bem estar que sentia em meio à enxurrada de novidades que recebia. Junto do fluxo de pessoas que buscava entrar na estação, passamos por uma Inteligência Artifical responsável por nos vistoriar, analisar nossas malas e liberar passagem.
Foi quando aquele grande portão metálico abriu-se, liberando-nos do corredor em que estávamos, que então fui atingida pela verdadeira magnitude de Ylium. Longe das extravagâncias da Megalópole Detroya ou das inovações repletas de bugigangas de Stalehelm Alfa e Beta: o lugar faz jus à sua reputação unicamente pela arquitetura simples em junção com a grande reserva ambiental. Como se a tecnologia nunca tivesse deixado a natureza de lado, ambas caminhavam de mãos dadas ao longo daquelas ruas largas e edifícios retangulares, extremamente simples mas profundamente eficazes em passar a real mensagem da metrópole. A grande estação com detalhes acobreados e janelas de vidro mais assemelhava-se à uma estufa, tal como todo o restante da cidade envolto pelo famoso domo de vidro.
— Pois não? — Virei-me de supetão após todas as análises concluídas.
Fitei com rispidez aquele que seguia-me desde que havia saído.
| Pela primeira vez depois de muito tempo, não precisei abaixar meus olhos para contemplar alguém. De altura pouco inferior à minha, ajustou o óculos na face, fazendo com que as lentes retangulares resplandecessem ao refletir a forte iluminação solar provida do exterior alcançada dentro da própria estação. As mãos enluvadas por um fino tecido branco condecorado com um símbolo de corcel, após realizarem tal ato, foram responsáveis por tecerem toda uma reverência conforme o homem decidia abaixar-se à frente, dobrando sua estatura e provendo-me um ato de honra antes de retornar à sua pose anterior. — Atendo pelo nome de Dorward. Por obséquio, devo solicitar um embate a fim de vislumbrar tamanha elegância num campo de batalha? — fez menção de esticar sua mão destra enluvada em direção a mim, como se pedisse para que eu completasse o gesto cedendo-a para um beijo. | ![[CL] — négociée. 6efe85d31c207e092289aba5d629661dc67aa0e2-hq](https://i.ibb.co/z6g43xH/6efe85d31c207e092289aba5d629661dc67aa0e2-hq.jpg) |
— Fascinante — respondeu afastando-se em passos vagarosos.
Gradativamente o ambiente ao redor já demonstrava que uma batalha teria início. Os mais jovens preparavam suas Pokédexes, alguns murmuravam algo a respeito do nome de Dorward e outros, como sempre, teciam comentários ousados a respeito de Amedee utilizar uma cinta com cadeado ao redor de sua bocarra. E em meio à construção do cenário, apenas um gesto com a cabeça foi necessário para que a Mawile tomasse minha frente assim que o oponente ganhou distância tendo em vista o início do confronto. Mesmo numa estação de trem, não se há tempo ruim para que batalhas não ocorram: de repente, como num decreto de silêncio, o local graciosamente beijado pelos dourados lábios solares da manhã tornou-se palco de mais um embate.
”— Ele não é um treinador de Rank B?”
”— Que estranho… acho que lembro da derrota dele contra a Líder do Ginásio local…”
”— Agora ele é só um Rank C de merda.”
”— E qual é a dessa gigante aí?”
Do outro lado do campo de batalha, observei a esfera bicolor lançada pela mão enluvada do oponente girar em seu próprio eixo no ar antes de liberar um feixe de coloração azulada, oficializando o início do confronto.
Soteio de NPC
![[CL] — négociée. 303](https://www.serebii.net/pokedex-sm/icon/303.png){kind=icon}
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L.L
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Re: [CL] — négociée.
por L.L Sex maio 01, 2020 6:22 pm
A iluminação provinda da Poké Ball adversária explicitou um majestoso Pokémon cavalo-marinho assim que o ápice do brilho dispersou-se por completo. Apesar de aquático, o Seadra mantinha-se a alguns seguros metros de distância do piso da estação como se executasse um nado intangível uma vez fora d’água, vez ou outra tocando o solo para pegar impulso novamente. Dorward fixou o óculos sobre os olhos novamente, fazendo com que as lentes quadriculadas reluzissem ao ouvir os elogios vindo da platéia que nos cercava.
— Primeiro as damas — murmurou.
— Nós já iniciamos antes mesmo da sua permissão — a Mawile já estava próxima do cavalo-marinho munida da testa que reluzia naquela tonalidade metálica com o uso de Iron Head.
Surpresa, a platéia disparou flashes com as câmeras de suas Pokédexes capturando os movimentos da Pokémon que, antes de atingir Seadra, foi rechaçada com uma grande torrente de bolhas responsável por atrasá-la em meio ao seu trajeto. O Bubblebeam desferido foi a razão do water-type ter conseguido realizar uma evasiva efetiva antes que a cabeça da Mawile o atingisse, esgueirando-se pela esquerda.
— Suba as cortinas do espetáculo — coordenou.
E então, a criatura marinha inflou seus pulmões antes de jorrar pelo bico uma espessa fumaça enegrecida que tomou parte do campo de batalha muito rapidamente. Observei a Mawile olhar para ambos os lados, confusa, sem saber por onde desviar enquanto aquela cortina de fumo irritava seus olhos e diminuía consideravelmente a precisão dos ataques. Tendo a vantagem em mãos, Dorward conseguia manipular o campo de batalha a seu favor no início do combate. Contudo, ao observar seus lábios movendo-se para mais um ataque, eu já planejava meu costumeiro trunfo a fim de voltar pro jogo.
— Mais um gracioso Bubblebeam. Faça da forma que fazemos.
— Intercepte — antes que a ordem sequer completasse após deslizarem sutilmente pelos lábios do meu oponente, a Mawile ganhou um impulso absurdo deixando apenas miragens de sua própria figura movimentando-se pausadamente até atingir o queixo do cavalo-marinho utilizando ambos os punhos para tal. O Sucker Punch disparou a water-type para o alto em giros desenfreados.
Mesmo no ar, a rajada de bolhas foi desferida novamente contra a Mawile que tentou usar sua bocarra para defender-se, balançando-a conforme o tilintar das correntes e cadeados ecoavam pelo campo de batalha. O verdadeiro problema veio depois: quando percebemos que entre aquelas bolhas transparentes, haviam algumas preenchidas com uma substância negra disfarçadas. Quando a boca de Amedee chocou-se contra uma dessas, o oculto Smokescreen comprimido em seu interior liberou-se ao seu redor, novamente afetando seus olhos e reduzindo a precisão de seus ataques.
O público aclamou a combinação secreta de Dorward enquanto este recebia os aplausos realizando uma reverência.
Não vou mentir: o oponente demonstra bastante experiência em combate. Em todas as batalhas que vivenciei até então com Amedee em meu comando, nunca tive de enfrentar alguém que conseguisse conectar movimentos tão sutilmente e, ainda mais, de maneira oculta. Não deixei que minha postura vacilasse por sequer um instante quando notei o water-type pousar mais longe dessa vez, inclinando sua curvatura de maneira orgulhosa e recebendo os elogios das pessoas ao redor enquanto a Mawile ainda coçava os próprios olhos.
— Acho que enganei-me. Pensei que uma mulher de tamanha elegância optaria por estratégia ao invés de força bruta num combate… que decepção.
Engoli aquelas palavras sentindo-as queimarem em meu interior conforme Amedee ainda ajustava a postura, os olhos vermelhos denotando o quão mal enxergava no momento após os dois Smokescreen recebidos. Foi então que, mesmo sem nenhuma ordem, avançou campo de batalha a dentro com seus punhos convergindo uma espécie de aura rósea responsável pelo Play Rough. Aproximou-se do Seadra apenas para abanar o ar ao redor com os socos desferidos diante das evasivas pouco empenhadas do oponente que, visando a precisão reduzida da steel-type, sequer precisava realizar esforço para não ser atingido.
— Disciplina, Amedee — chamei-lhe a atenção ao perceber que havia agido sem minhas ordens, mas já era tarde.
— Que deselegante. Afaste-a com classe — ordenou.
O Seadra desviou de mais um dos Play Rough antes de convergir ao seu redor uma grande quantidade de água conforme liberava-a também pelo próprio bico. Em questão de instantes, sem que a Mawile sequer pudesse perceber, todo o terreno ao redor numa área circular esbanjava água na utilização do Waterfall, erguendo ambos os Pokémon em seu cume e servindo para envolver o próprio corpo do cavalo marinho naquela pressão aquática forte o suficiente para desferir um impacto certeiro na Pokémon que foi lançada ao ar com uma enorme disparidade de força. Grunhindo devido ao impacto recebido, rodopiou nos céus sendo alvo de diversos flashes e suspiros de apreensão.
” — Se eu fosse essa mulher eu nunca mais saía na rua de tanta vergonha”
”— Que humilhação…”
”— E o que você esperava de uma Rank D?”
— Amedee, Iron Head — dessa vez, vociferei a ordem diretamente para que ela conseguisse me ouvir e executar o ataque.
A cabeça da Pokémon reluziu naquele brilho metálico conforme a torrente de água ao redor da Seadra, já com sua cauda no chão, espalhava-se pelo campo de batalha num nível inofensivo. No meio do ar e ainda rodopiando, o brilho metálico da Pokémon proveniente de sua cabeça ganhou grande amplitude antes de descer em direção ao seu oponente. Contudo, não foi uma tarefa difícil para Seadra realizar dois saltos para a esquerda e desviar do ataque, deixando Amedee chocar-se com suas forças contra o piso, realizando algumas rachaduras que rapidamente consertaram-se automaticamente devido à tecnologia da estação.
Um sentimento amargo cresceu em meu interior. Há quanto tempo não perdia uma batalha? Nunca sequer havia tido tempo de treinar Amedee propriamente para os combates e agora consigo perceber a falta que isso realmente fez. Talvez eu tenha decidido errado ao focar em estudos financeiros e administrativos ao invés de seguir em plena carreira de treinadora Pokémon? Aliás, o que fez-me pensar que um dia conseguiria interseccionar ambos universos de maneira párea? Em meio a tantos pensamentos, sequer pude perceber quando o cavalo-marinho não mais encontrava-se em campo de batalha.
Ela já havia terminado, embora Amedee pudesse continuar lutando, mesmo que colecionasse diversos ferimentos ao longo de seu corpo.
— Tamanha humilhação… se eu soubesse que você era uma Rank D sequer teria insistido nessa batalha — afirmou após retornar o Seadra para sua Poké Ball, ajustando as luvas brancas lateralmente. — Dou essa batalha como encerrada por aqui.
Atônita e completamente sem palavras, embora meu semblante se mantivesse impassível, relutei a buscar pela Poké Ball de Mawile dentro de minhas vestes antes de retorná-la propriamente. Meus lábios pareciam ter sido colados de maneira que, embora eu conseguisse formular palavras e frases, elas não ousavam sair frente a tamanha vergonha sentida. Minha face ardia. O único som que podia emitir, se chegasse bem perto, seria o das minhas engrenagens em funcionamento, embora o restante do corpo não respondesse a nenhuma ação que eu pensava em tomar.
— Realmente, madame. Meu cavalheirismo é necessário após a batalha — reverenciou-me como o fez antes de iniciarmos o combate, — pois apenas um homem cavalheiro ainda assim teria a humildade de cumprimentar uma oponente de nível tão baixo. — Após aquelas últimas palavras, saiu do meu campo de visão, passando por mim em passos demorados.
Ao redor, o público manteve o silêncio. Eu? Retornei Amedee para sua Poké Ball.
Soteio de NPC
— Primeiro as damas — murmurou.
— Nós já iniciamos antes mesmo da sua permissão — a Mawile já estava próxima do cavalo-marinho munida da testa que reluzia naquela tonalidade metálica com o uso de Iron Head.
Surpresa, a platéia disparou flashes com as câmeras de suas Pokédexes capturando os movimentos da Pokémon que, antes de atingir Seadra, foi rechaçada com uma grande torrente de bolhas responsável por atrasá-la em meio ao seu trajeto. O Bubblebeam desferido foi a razão do water-type ter conseguido realizar uma evasiva efetiva antes que a cabeça da Mawile o atingisse, esgueirando-se pela esquerda.
— Suba as cortinas do espetáculo — coordenou.
E então, a criatura marinha inflou seus pulmões antes de jorrar pelo bico uma espessa fumaça enegrecida que tomou parte do campo de batalha muito rapidamente. Observei a Mawile olhar para ambos os lados, confusa, sem saber por onde desviar enquanto aquela cortina de fumo irritava seus olhos e diminuía consideravelmente a precisão dos ataques. Tendo a vantagem em mãos, Dorward conseguia manipular o campo de batalha a seu favor no início do combate. Contudo, ao observar seus lábios movendo-se para mais um ataque, eu já planejava meu costumeiro trunfo a fim de voltar pro jogo.
— Mais um gracioso Bubblebeam. Faça da forma que fazemos.
— Intercepte — antes que a ordem sequer completasse após deslizarem sutilmente pelos lábios do meu oponente, a Mawile ganhou um impulso absurdo deixando apenas miragens de sua própria figura movimentando-se pausadamente até atingir o queixo do cavalo-marinho utilizando ambos os punhos para tal. O Sucker Punch disparou a water-type para o alto em giros desenfreados.
Mesmo no ar, a rajada de bolhas foi desferida novamente contra a Mawile que tentou usar sua bocarra para defender-se, balançando-a conforme o tilintar das correntes e cadeados ecoavam pelo campo de batalha. O verdadeiro problema veio depois: quando percebemos que entre aquelas bolhas transparentes, haviam algumas preenchidas com uma substância negra disfarçadas. Quando a boca de Amedee chocou-se contra uma dessas, o oculto Smokescreen comprimido em seu interior liberou-se ao seu redor, novamente afetando seus olhos e reduzindo a precisão de seus ataques.
O público aclamou a combinação secreta de Dorward enquanto este recebia os aplausos realizando uma reverência.
Não vou mentir: o oponente demonstra bastante experiência em combate. Em todas as batalhas que vivenciei até então com Amedee em meu comando, nunca tive de enfrentar alguém que conseguisse conectar movimentos tão sutilmente e, ainda mais, de maneira oculta. Não deixei que minha postura vacilasse por sequer um instante quando notei o water-type pousar mais longe dessa vez, inclinando sua curvatura de maneira orgulhosa e recebendo os elogios das pessoas ao redor enquanto a Mawile ainda coçava os próprios olhos.
— Acho que enganei-me. Pensei que uma mulher de tamanha elegância optaria por estratégia ao invés de força bruta num combate… que decepção.
Engoli aquelas palavras sentindo-as queimarem em meu interior conforme Amedee ainda ajustava a postura, os olhos vermelhos denotando o quão mal enxergava no momento após os dois Smokescreen recebidos. Foi então que, mesmo sem nenhuma ordem, avançou campo de batalha a dentro com seus punhos convergindo uma espécie de aura rósea responsável pelo Play Rough. Aproximou-se do Seadra apenas para abanar o ar ao redor com os socos desferidos diante das evasivas pouco empenhadas do oponente que, visando a precisão reduzida da steel-type, sequer precisava realizar esforço para não ser atingido.
— Disciplina, Amedee — chamei-lhe a atenção ao perceber que havia agido sem minhas ordens, mas já era tarde.
— Que deselegante. Afaste-a com classe — ordenou.
O Seadra desviou de mais um dos Play Rough antes de convergir ao seu redor uma grande quantidade de água conforme liberava-a também pelo próprio bico. Em questão de instantes, sem que a Mawile sequer pudesse perceber, todo o terreno ao redor numa área circular esbanjava água na utilização do Waterfall, erguendo ambos os Pokémon em seu cume e servindo para envolver o próprio corpo do cavalo marinho naquela pressão aquática forte o suficiente para desferir um impacto certeiro na Pokémon que foi lançada ao ar com uma enorme disparidade de força. Grunhindo devido ao impacto recebido, rodopiou nos céus sendo alvo de diversos flashes e suspiros de apreensão.
” — Se eu fosse essa mulher eu nunca mais saía na rua de tanta vergonha”
”— Que humilhação…”
”— E o que você esperava de uma Rank D?”
— Amedee, Iron Head — dessa vez, vociferei a ordem diretamente para que ela conseguisse me ouvir e executar o ataque.
A cabeça da Pokémon reluziu naquele brilho metálico conforme a torrente de água ao redor da Seadra, já com sua cauda no chão, espalhava-se pelo campo de batalha num nível inofensivo. No meio do ar e ainda rodopiando, o brilho metálico da Pokémon proveniente de sua cabeça ganhou grande amplitude antes de descer em direção ao seu oponente. Contudo, não foi uma tarefa difícil para Seadra realizar dois saltos para a esquerda e desviar do ataque, deixando Amedee chocar-se com suas forças contra o piso, realizando algumas rachaduras que rapidamente consertaram-se automaticamente devido à tecnologia da estação.
Um sentimento amargo cresceu em meu interior. Há quanto tempo não perdia uma batalha? Nunca sequer havia tido tempo de treinar Amedee propriamente para os combates e agora consigo perceber a falta que isso realmente fez. Talvez eu tenha decidido errado ao focar em estudos financeiros e administrativos ao invés de seguir em plena carreira de treinadora Pokémon? Aliás, o que fez-me pensar que um dia conseguiria interseccionar ambos universos de maneira párea? Em meio a tantos pensamentos, sequer pude perceber quando o cavalo-marinho não mais encontrava-se em campo de batalha.
Ela já havia terminado, embora Amedee pudesse continuar lutando, mesmo que colecionasse diversos ferimentos ao longo de seu corpo.
— Tamanha humilhação… se eu soubesse que você era uma Rank D sequer teria insistido nessa batalha — afirmou após retornar o Seadra para sua Poké Ball, ajustando as luvas brancas lateralmente. — Dou essa batalha como encerrada por aqui.
Atônita e completamente sem palavras, embora meu semblante se mantivesse impassível, relutei a buscar pela Poké Ball de Mawile dentro de minhas vestes antes de retorná-la propriamente. Meus lábios pareciam ter sido colados de maneira que, embora eu conseguisse formular palavras e frases, elas não ousavam sair frente a tamanha vergonha sentida. Minha face ardia. O único som que podia emitir, se chegasse bem perto, seria o das minhas engrenagens em funcionamento, embora o restante do corpo não respondesse a nenhuma ação que eu pensava em tomar.
— Realmente, madame. Meu cavalheirismo é necessário após a batalha — reverenciou-me como o fez antes de iniciarmos o combate, — pois apenas um homem cavalheiro ainda assim teria a humildade de cumprimentar uma oponente de nível tão baixo. — Após aquelas últimas palavras, saiu do meu campo de visão, passando por mim em passos demorados.
Ao redor, o público manteve o silêncio. Eu? Retornei Amedee para sua Poké Ball.
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L.L
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Re: [CL] — négociée.
por Wonder Sex maio 01, 2020 7:42 pm
- Amedee recebeu 30 de XP;
- Labee recebeu 31 Bitcoins.
Batalha muito bem construída, posts muito bem elaborados e distribuídos. Gostei bastante do NPC e da forma como a Labee acaba tendo que enfrentar dilemas de ver-se frente à frente com alguém tão semelhante a ela em alguns aspectos, mas que a olha como uma inferior. Vai ser interessante como isso vai se desenrolar para ela.
Wonder
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Re: [CL] — négociée.
por L.L Sex maio 01, 2020 10:30 pm
Antes de pedir o serviço de transporte, havia passado no Centro Pokémon a fim de recuperar minha Mawile, o que fez-me alvo de diversos comentários acerca do vídeo que viralizava entre treinadores locais de Ylium. No meio disso, clamei algumas outras recompensas enviadas à minha conta pela própria Gentec mesmo após o vexame no campo de batalha: os itens seriam-me entregues traçando minha localização atual.
O caminho para o hotel em que ficaria hospedada pago por Elis foi extremamente turbulento. Diversas inseguranças ribombavam em meus ouvidos conforme aqueles risinhos e comentários inescrupulosos a respeito da visível derrota na batalha ganhavam força conforme meus olhos vislumbravam mais de Ylium através da janela do carro. Pelo retrovisor, o motorista lançou observou-me com cautela quando disse que havíamos chegado, provavelmente estranhando minha maneira de vestir e a ausência de diálogo no decorrer do trajeto — não que essa interação de serviço e cliente seja de alguma forma humanizada além de cumprimentos eticamente obrigatórios.
Pelo aplicativo em minha Pokédex, realizei o pagamento por intermédio do código de barras, o valor foi debitado de minha conta.
— Merci — retirei-me do carro com rapidez, sem esperar que o homem fizesse algum movimento. De dentro do veículo, apertou um botão para que a mala do carro se abrisse e ali peguei minhas bagagens de viagem, o suficiente para que já ajustasse os óculos escuros na face e seguisse adiante, ganhando espaço na calçada em passos firmes que nada denotavam a respeito de meu estado mental atual.
Observei a imponente entrada do hotel diante de meus olhos, um condomínio, sendo mais sincera. Logo na entrada, fui recebida por uma dupla de Inteligências Artificias que fizeram devidamente o trabalho de reconhecimento assim que, através de minha digital, meus dados foram sincronizados com os que Esli os havia passado ao alugar o quarto. Foi o momento em que também descobri que não havia um limite para minha estadia ali, embora a diária fosse extremamente cara.
— Esli realmente não poupou esforços… — murmurei conforme o andado demarcado pelos meus saltos tornaram aquele grande estacionamento aberto numa passarela ensolarada à medida em que os ares agradáveis e fustigantes de Ylium brincavam com minhas vestes. Em instantes fui habituando-me com o lugar, descobrindo onde era o elevador e cumprimentando os funcionários do condomínio, embora todos fossem visivelmente Inteligências Artificiais, o que tornava tudo levemente contraditório em um ambiente que preza pelo natural.
De toda forma, o Hotel do Amanhecer era o melhor lugar em Ylium para mim por enquanto. No vigésimo andar, encontrei o meu quarto de numeração 223.
O caminho para o hotel em que ficaria hospedada pago por Elis foi extremamente turbulento. Diversas inseguranças ribombavam em meus ouvidos conforme aqueles risinhos e comentários inescrupulosos a respeito da visível derrota na batalha ganhavam força conforme meus olhos vislumbravam mais de Ylium através da janela do carro. Pelo retrovisor, o motorista lançou observou-me com cautela quando disse que havíamos chegado, provavelmente estranhando minha maneira de vestir e a ausência de diálogo no decorrer do trajeto — não que essa interação de serviço e cliente seja de alguma forma humanizada além de cumprimentos eticamente obrigatórios.
Pelo aplicativo em minha Pokédex, realizei o pagamento por intermédio do código de barras, o valor foi debitado de minha conta.
— Merci — retirei-me do carro com rapidez, sem esperar que o homem fizesse algum movimento. De dentro do veículo, apertou um botão para que a mala do carro se abrisse e ali peguei minhas bagagens de viagem, o suficiente para que já ajustasse os óculos escuros na face e seguisse adiante, ganhando espaço na calçada em passos firmes que nada denotavam a respeito de meu estado mental atual.
Observei a imponente entrada do hotel diante de meus olhos, um condomínio, sendo mais sincera. Logo na entrada, fui recebida por uma dupla de Inteligências Artificias que fizeram devidamente o trabalho de reconhecimento assim que, através de minha digital, meus dados foram sincronizados com os que Esli os havia passado ao alugar o quarto. Foi o momento em que também descobri que não havia um limite para minha estadia ali, embora a diária fosse extremamente cara.
— Esli realmente não poupou esforços… — murmurei conforme o andado demarcado pelos meus saltos tornaram aquele grande estacionamento aberto numa passarela ensolarada à medida em que os ares agradáveis e fustigantes de Ylium brincavam com minhas vestes. Em instantes fui habituando-me com o lugar, descobrindo onde era o elevador e cumprimentando os funcionários do condomínio, embora todos fossem visivelmente Inteligências Artificiais, o que tornava tudo levemente contraditório em um ambiente que preza pelo natural.
De toda forma, o Hotel do Amanhecer era o melhor lugar em Ylium para mim por enquanto. No vigésimo andar, encontrei o meu quarto de numeração 223.
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Re: [CL] — négociée.
por L.L Sex maio 01, 2020 11:29 pm
Nem mesmo todo o ambiente arbóreo durante uma manhã ensolarada era capaz de consertar aquilo que eu sentia. Isso pelo fato de que não era algo maquinário como as engrenagens e demais modificações biônicas dispostas ao longo de meu corpo, mas sim por se tratar de algo essencialmente humano: o sentimento de fracassar, de falhar e, acima disso, o de sentir-se humilhado. Levantei-me da banheira repleta de pétalas de rosa e observei a grande janela disposta mais acima da parede, completamente envidraçada, dando uma bela vista do auge do sol durante a transição da manhã para o início da tarde conforme enrolava uma toalha branca ao redor de meu corpo.
O toque macio do tecido fez-me sentir confortável, como se abraçada por plumas enquanto deixava o cômodo anterior para trás e seguia em direção ao espaçoso quarto. Na cama, Amedee encontrava-se sentada, observando o horizonte com olhos perdidos enquanto a ave metálica jazia deitada no carpete esverdeado, sustentando um semblante hipnotizado frente ao resplandor que era a visão de cima da grande metrópole. O Noibat recém capturado acabou dando problemas assim que foi liberado de sua Poké Ball, tentando de toda maneira fugir do quarto e agredir-me, o que fez com que fosse retornado novamente.
Embora eu pudesse tentar abrir diálogo com a Mawile, sabia que não era o momento, portanto, decidi respeitá-la e deixei-a na cama.
Decidi aventurar-me por outro canto do ambiente alugado: uma porta de correr entre o quarto e o banheiro que levava a uma varanda-jardim, com vista para as ruas de trás do hotel tomadas por alguns riachos e ferrovias. Os arbustos cresciam em meio ao parapeito de suporte em canteiros ao passe em que diversas plantas desabrochavam e enroscavam-se na parede de concreto, disputando colorações múltiplas entre si mesmas e destacando-se em meio ao branco níveo da estrutura. Abaixei-me para tocar-lhes, mas percebi uma movimentação estranha entre aquelas folhas pequenas.
Havia uma larga folha verde trêmula entre as flores, movimentando-se num ritmo completamente distinto das demais. Ao abrir o arbusto com ambas as mãos, deparei-me com um pequeno Pokémon azulado contendo um trio daquelas protuberâncias folheadas responsáveis por destacá-lo em meio às demais. Seu par de olhos escarlates denunciavam o medo responsável por tremer todo o seu corpo. Perto do Pokémon não havia nada além de algumas parcelas de terra adubadas em meio ao canteiro no parapeito e frutos caídos que — pelo que julguei — estavam recentemente mordiscados.
— Devo perguntar o motivo de esconder tamanha beleza entre todas essas plantas iguais que destoam apenas de cor? — O Pokémon não deu a mínima para as minhas palavras.
Intrigada, tornei ao quarto apenas para pegar minha Pokédex e encontrar os dados catalogados online daquele Pokémon. Com alguns dizeres numa voz robótica, o dispositivo explicou-me sobre a espécie Oddish, um grass-type e algumas de suas principais características. Por ser um Pokémon gramíneo, fugia completamente da realidade em que estava inserida em Detroya. Arrisco-me a dizer que sequer vi um em toda a minha vida. Espécies vegetais são tão incomuns nas grandes metrópoles que posso contar nos dedos as vezes em que vislumbrei algum treinador carregá-los consigo batalhando nas ruelas da grande megalópole.
— Oddish, veja — abri parte dos arbustos mais atrás do Pokémon para que ele pudesse vislumbrar grande parte do dia ensolarado de Ylium. Assim que os raios solares entraram em contato direto com o Pokémon, ele tentou esconder a própria face dobrando as folhas no topo da cabeça, como se de alguma forma temesse ser exposto. — A luz solar não te faz bem?
Com o tempo, a pequena criatura foi cedendo até que não mais escondesse a face rechonchuda dos raios solares. Ainda um pouco tímido, arriscou dar um passo mais a frente, ganhando espaço entre os arbustos e suspirando profundamente. Um sorriso foi esboçado por pura espontaneidade assim que seus olhos refletiram um brilho inocente frente à tamanha visão, como se pela primeira vez durante muito tempo tornasse a sentir-se vivo debaixo de um banho de sol. Contudo, ao perceber que eu o observava, voltou a tornar-se soturno e sentou perto a uma grande ramo de flor que nascia ao seu lado esquerdo.
— Existem dias que são difíceis. Mesmo com o mais lindo raiar do sol, você não consegue se sentir bem — murmurei, chamando atenção da pequena espécie. — Como se suas próprias inseguranças tecessem nuvens diante da claridade, nublando todo o resquício de positividade que o sol pode oferecer. — Pontuei percebendo que, de alguma forma, era possível encontrar apoio para mim mesma naquelas palavras brandidas.
O Oddish manteve-se atento a mim naquele instante, trocando olhares ora dados a mim e ora dados ao auge solar.
— Contudo, nós temos que aceitar sermos mais do que isso. Somos o nosso próprio sol — observei o Oddish lentamente ter seus olhos preenchidos por um brilho e, dessa vez, não necessariamente refletia a luz solar. — Não se atreva a esconder-se daquilo que você é e do que te alimenta. Logo mais essas nuvens irão embora e você crescerá com as folhas mais chamativas e bonitas em meio ao canteiro de flores, sabe por qual motivo? — Ele fez sinal negativo com a cabeça. — Pelo fato de ser você, petit. Nunca deixe que um dia nublado transforme todos os outros ensolarados em motivos para esconder-se da forma que você fez. Consegue entender?
O grass-type manteve-se estático, como se tentasse digerir tantas frases de uma só vez, entretanto, o brilho em seu olhar ainda mantinha-se sustentado. Ajustei um par de engrenagens no meu ombro esquerdo por cima da toalha e passei a mão pelas fibras adjacentes em meu pescoço, sentindo como haviam sido afetadas por uma água que não era a repleta de óleos que eu costumeiramente usava. Lentamente, meus próprios dizeres iam crescendo dentro de minha cabeça, afastando as inseguranças e trabalhando as feridas abertas.
— Bom, isso é tudo, petit, perdão por invadir seu espaço. Acho que dividiremos o mesmo número de quarto por alguns dias. — Lentamente o peguei em mãos e posicionei-o sobre o parapeito numa região mais segura, sobre as flores, recebendo diretamente o jorro luminoso responsável por fazer suas folhas brilharem.
Enrolada ainda naquela mesma toalha, observei o meu pulso biônico girar em um ângulo de 360 assim que ajustei-o com alguns cliques à sua precisão comum, desajustada devido à temperatura oferecida na água da banheira. Deixando a varanda para trás, entrei no quarto e sequer percebi o real motivo pelo qual Amedee agora me observava com olhos curiosos e o Skarmory fazia menção de levantar devido ao espanto.
— O que-
Por entre minhas pernas, o Oddish passou num ritmo frenético, correndo enquanto trocava o peso do corpo entre as pequenas pernas até saltar sobre a cama. Seu corpo inteiro parecia irradiar após tanto ter absorvido daquela luminosidade num curto período de tempo. Sua feição encontrava-se completamente tomada por uma máscara otimista, contudo, foi quando Amedee agiu, puxando o lençol, que todo o desastre calhou de acontecer. O Pokémon grass-type rolou cama a baixo, caindo dentro de minha bagagem de viagem aberta.
— Amedee, não! — Disparei em direção ao pequeno, apenas a tempo de abrir a bagagem e receber um feixe de iluminação avermelhada em resposta: ele provavelmente havia tocado em alguma das minhas balls vazias. De canto de olho, percebi que a recém recebida Level Ball pela premiação da própria Gentec havia sido seu alvo.
Nos entreolhamos sem entender o que havia acontecido. Em seu canto, o Skarmory soltou um longo suspiro e voltou a dormir, pouco se importando.
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O toque macio do tecido fez-me sentir confortável, como se abraçada por plumas enquanto deixava o cômodo anterior para trás e seguia em direção ao espaçoso quarto. Na cama, Amedee encontrava-se sentada, observando o horizonte com olhos perdidos enquanto a ave metálica jazia deitada no carpete esverdeado, sustentando um semblante hipnotizado frente ao resplandor que era a visão de cima da grande metrópole. O Noibat recém capturado acabou dando problemas assim que foi liberado de sua Poké Ball, tentando de toda maneira fugir do quarto e agredir-me, o que fez com que fosse retornado novamente.
Embora eu pudesse tentar abrir diálogo com a Mawile, sabia que não era o momento, portanto, decidi respeitá-la e deixei-a na cama.
Decidi aventurar-me por outro canto do ambiente alugado: uma porta de correr entre o quarto e o banheiro que levava a uma varanda-jardim, com vista para as ruas de trás do hotel tomadas por alguns riachos e ferrovias. Os arbustos cresciam em meio ao parapeito de suporte em canteiros ao passe em que diversas plantas desabrochavam e enroscavam-se na parede de concreto, disputando colorações múltiplas entre si mesmas e destacando-se em meio ao branco níveo da estrutura. Abaixei-me para tocar-lhes, mas percebi uma movimentação estranha entre aquelas folhas pequenas.
Havia uma larga folha verde trêmula entre as flores, movimentando-se num ritmo completamente distinto das demais. Ao abrir o arbusto com ambas as mãos, deparei-me com um pequeno Pokémon azulado contendo um trio daquelas protuberâncias folheadas responsáveis por destacá-lo em meio às demais. Seu par de olhos escarlates denunciavam o medo responsável por tremer todo o seu corpo. Perto do Pokémon não havia nada além de algumas parcelas de terra adubadas em meio ao canteiro no parapeito e frutos caídos que — pelo que julguei — estavam recentemente mordiscados.
— Devo perguntar o motivo de esconder tamanha beleza entre todas essas plantas iguais que destoam apenas de cor? — O Pokémon não deu a mínima para as minhas palavras.
Intrigada, tornei ao quarto apenas para pegar minha Pokédex e encontrar os dados catalogados online daquele Pokémon. Com alguns dizeres numa voz robótica, o dispositivo explicou-me sobre a espécie Oddish, um grass-type e algumas de suas principais características. Por ser um Pokémon gramíneo, fugia completamente da realidade em que estava inserida em Detroya. Arrisco-me a dizer que sequer vi um em toda a minha vida. Espécies vegetais são tão incomuns nas grandes metrópoles que posso contar nos dedos as vezes em que vislumbrei algum treinador carregá-los consigo batalhando nas ruelas da grande megalópole.
— Oddish, veja — abri parte dos arbustos mais atrás do Pokémon para que ele pudesse vislumbrar grande parte do dia ensolarado de Ylium. Assim que os raios solares entraram em contato direto com o Pokémon, ele tentou esconder a própria face dobrando as folhas no topo da cabeça, como se de alguma forma temesse ser exposto. — A luz solar não te faz bem?
Com o tempo, a pequena criatura foi cedendo até que não mais escondesse a face rechonchuda dos raios solares. Ainda um pouco tímido, arriscou dar um passo mais a frente, ganhando espaço entre os arbustos e suspirando profundamente. Um sorriso foi esboçado por pura espontaneidade assim que seus olhos refletiram um brilho inocente frente à tamanha visão, como se pela primeira vez durante muito tempo tornasse a sentir-se vivo debaixo de um banho de sol. Contudo, ao perceber que eu o observava, voltou a tornar-se soturno e sentou perto a uma grande ramo de flor que nascia ao seu lado esquerdo.
— Existem dias que são difíceis. Mesmo com o mais lindo raiar do sol, você não consegue se sentir bem — murmurei, chamando atenção da pequena espécie. — Como se suas próprias inseguranças tecessem nuvens diante da claridade, nublando todo o resquício de positividade que o sol pode oferecer. — Pontuei percebendo que, de alguma forma, era possível encontrar apoio para mim mesma naquelas palavras brandidas.
O Oddish manteve-se atento a mim naquele instante, trocando olhares ora dados a mim e ora dados ao auge solar.
— Contudo, nós temos que aceitar sermos mais do que isso. Somos o nosso próprio sol — observei o Oddish lentamente ter seus olhos preenchidos por um brilho e, dessa vez, não necessariamente refletia a luz solar. — Não se atreva a esconder-se daquilo que você é e do que te alimenta. Logo mais essas nuvens irão embora e você crescerá com as folhas mais chamativas e bonitas em meio ao canteiro de flores, sabe por qual motivo? — Ele fez sinal negativo com a cabeça. — Pelo fato de ser você, petit. Nunca deixe que um dia nublado transforme todos os outros ensolarados em motivos para esconder-se da forma que você fez. Consegue entender?
O grass-type manteve-se estático, como se tentasse digerir tantas frases de uma só vez, entretanto, o brilho em seu olhar ainda mantinha-se sustentado. Ajustei um par de engrenagens no meu ombro esquerdo por cima da toalha e passei a mão pelas fibras adjacentes em meu pescoço, sentindo como haviam sido afetadas por uma água que não era a repleta de óleos que eu costumeiramente usava. Lentamente, meus próprios dizeres iam crescendo dentro de minha cabeça, afastando as inseguranças e trabalhando as feridas abertas.
— Bom, isso é tudo, petit, perdão por invadir seu espaço. Acho que dividiremos o mesmo número de quarto por alguns dias. — Lentamente o peguei em mãos e posicionei-o sobre o parapeito numa região mais segura, sobre as flores, recebendo diretamente o jorro luminoso responsável por fazer suas folhas brilharem.
Enrolada ainda naquela mesma toalha, observei o meu pulso biônico girar em um ângulo de 360 assim que ajustei-o com alguns cliques à sua precisão comum, desajustada devido à temperatura oferecida na água da banheira. Deixando a varanda para trás, entrei no quarto e sequer percebi o real motivo pelo qual Amedee agora me observava com olhos curiosos e o Skarmory fazia menção de levantar devido ao espanto.
— O que-
Por entre minhas pernas, o Oddish passou num ritmo frenético, correndo enquanto trocava o peso do corpo entre as pequenas pernas até saltar sobre a cama. Seu corpo inteiro parecia irradiar após tanto ter absorvido daquela luminosidade num curto período de tempo. Sua feição encontrava-se completamente tomada por uma máscara otimista, contudo, foi quando Amedee agiu, puxando o lençol, que todo o desastre calhou de acontecer. O Pokémon grass-type rolou cama a baixo, caindo dentro de minha bagagem de viagem aberta.
— Amedee, não! — Disparei em direção ao pequeno, apenas a tempo de abrir a bagagem e receber um feixe de iluminação avermelhada em resposta: ele provavelmente havia tocado em alguma das minhas balls vazias. De canto de olho, percebi que a recém recebida Level Ball pela premiação da própria Gentec havia sido seu alvo.
Nos entreolhamos sem entender o que havia acontecido. Em seu canto, o Skarmory soltou um longo suspiro e voltou a dormir, pouco se importando.
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Re: [CL] — négociée.
por Balor Sáb maio 02, 2020 12:18 am
Mais uma vez, uma impecável construção narrativa, dessa vez a elegância deu espaço ao dissabor de uma possível derrota e a filosofia influenciada por isso, tudo dentro de uma ambientação mais caseira que contrastou com a imprevisibilidade do Oddish. Parabéns pela captura!
- L.L ganhou 25 Bitcoins pela captura;
- Gastou 1 Level Ball
Oddish
XP: 00/200 | HP: 100%
- Toxic
- Moonlight
- Sweet Scent
- Grassy Terrain
- Mega Drain
![[CL] — négociée. Oddish](https://img.pokemondb.net/sprites/sword-shield/icon/oddish.png){kind=icon}
![[CL] — négociée. Levelball](https://www.serebii.net/itemdex/sprites/levelball.png)
Balor
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Re: [CL] — négociée.
por L.L Dom maio 03, 2020 4:03 pm
E a captura foi oficializada daquela maneira. Observei a Level Ball inerte em minha mão após remexer-se por alguns segundos até concretizar o ato. Observei Amedee que, de certa forma, encontrava-se entre dúvidas a respeito do que havia ocorrido. O Skarmory, por outro lado, continuou sem se importar com o que ocorria ao redor. Suspirei profundamente antes de dar procedência aos fatos.
— Foi um ato muito impulsivo, Amedee — a Pokémon se recolheu — mas o que importa é que o resultado foi mais gratificante do que a encomenda. — ela sorriu de canto um pouco sem jeito.
Peguei algumas peças de roupa da bagagem e, sem mais delongas, aprontei-me no banheiro quando foi o momento. Senti o macio tecido do quimono negro de detalhes recheados de pétalas de rosas encorpar todo o meu torso à medida em que ainda ajustava suas abertuas para equilibrar perfeitamente como clima de Ylium: fora de Detroya, era necessário realizar algumas modificações nas minhas vestimentas para que conseguisse suportar diferentes temperaturas. Por fim, vesti minhas luvas lentamente sobre ambas as mãos com muito zelo e puxei a longa meia 3/4 ao longo das minhas pernas após cruzarem meus tornozelos moldados por placas biônicas e engrenagens de menor porte.
Organizei alguns pequeno detalhes precisos, como por exemplo, movi o Noibat capturado para o serviço de nuvem de Pokémon disponibilizado pela própria Dexit. A Poké Ball da criatura desfez-se em dados criptografados assim que inserida pela lateral do dispositivo, contemplando-o em meu serviço digital com informações a respeito da espécie. Para além disso, também juntei algumas documentações necessárias sobre a AIR-ecos e troquei algumas mensagens com minha cliente — Esli — conforme informava-lhe assuntos meramente profissionais. Numa guia aberta em minha Pokédex, realizei a última busca a respeito da sede da própria Ecius e seu atendimento para negociações.
Quando estive pronta, observei Amedee com um olhar prolongado. A Pokémon preparou-se para sair da cama e vir atrás de mim ao perceber que estava de saída.
— Non, non… — o toque final à estética impecável: pousei o elegante chapéu negro com uma delicada longa pena albina saindo pela lateral e ajustei-o sobre meus olhos — hoje é o seu dia de descanso. Tome-o como sua folga. Ylium lhe dará informações demais para um só dia. — E ela não atreveu a dar sequer mais um passo.
A realidade? Eu também precisava de um tempo distante de Amedee a fim de construir o melhor raciocínio para um futuro diálogo entre nós duas. Busquei a minha bolsa preta encouraçada e joguei-a por debaixo do braço esquerdo com classe, abrindo-a apenas para colocar a Level Ball do Oddish recém capturado. Com um olhar ríspido, decidi então chamar a atenção do Skarmory.
— Se’phe, saiba que receber um nome diz muito a respeito de sua identidade. E esse será o seu daqui em diante — o Pokémon pareceu não entender muito o que acontecia assim que abriu seus olhos para acordar do sono. — Um nome que exprime classe e a verdadeira finesse apenas ao ser verbalizado. Faz parte de nossa negociação, espero que concorde com os termos.
O metálico deu seu pio metálico, brandindo levemente as asas como se estivesse de acordo. Sem mais, retornei-o à sua Poké Ball e deixei para trás uma Amedee ainda melancólica apegada aos grossos cobertores da cama observando a imensidão natural de Ylium à frente pela janela. Despedi-me apenas com o som de meus saltos recém calçados e retirei-me do quarto já em contato pela Pokédex com um motorista a fim de pedir um serviço de transporte.
Paguei o motorista pelo dispositivo e retirei-me do automóvel com sutileza.
Não tratava-se da sede da Ecius, mas sim de uma unidade voltada apenas a questões de negociações. Assim que subi na calçada, deparei-me com um longo riacho que passava mais ao lado, cortando a rua por exceção de uma ponte que levava ao outro lado. Naquelas mesmas águas, observei um Pokémon cavalo-marinho que em muito lembrou-me o que havia enfrentado de Dorward mais cedo. De alguma forma, a cena mexeu ainda naquelas feridas que ainda doíam a respeito da humilhação que tive de enfrentar e, pior do que isso, ter que encarar Amedee passar por toda uma situação constrangedora apenas por conta de meu desfalque em treiná-la prontamente.
Crispei os lábios, afastando tais pensamentos e observei a espécie aproximar-se da margem do riacho, curiosa com minha observação.
— Mantenha-se aí, querido. Nem sempre sair de sua zona de conforto é a melhor opção — comentei ao Horsea antes de vislumbrar novamente a grande entrada da unidade ornamentada por vinhas ao redor da grande “Ecius” formada num letreiro chamativo. Sem mais delongas, deixei-o para trás indo em direção à unidade.
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— Foi um ato muito impulsivo, Amedee — a Pokémon se recolheu — mas o que importa é que o resultado foi mais gratificante do que a encomenda. — ela sorriu de canto um pouco sem jeito.
Peguei algumas peças de roupa da bagagem e, sem mais delongas, aprontei-me no banheiro quando foi o momento. Senti o macio tecido do quimono negro de detalhes recheados de pétalas de rosas encorpar todo o meu torso à medida em que ainda ajustava suas abertuas para equilibrar perfeitamente como clima de Ylium: fora de Detroya, era necessário realizar algumas modificações nas minhas vestimentas para que conseguisse suportar diferentes temperaturas. Por fim, vesti minhas luvas lentamente sobre ambas as mãos com muito zelo e puxei a longa meia 3/4 ao longo das minhas pernas após cruzarem meus tornozelos moldados por placas biônicas e engrenagens de menor porte.
Organizei alguns pequeno detalhes precisos, como por exemplo, movi o Noibat capturado para o serviço de nuvem de Pokémon disponibilizado pela própria Dexit. A Poké Ball da criatura desfez-se em dados criptografados assim que inserida pela lateral do dispositivo, contemplando-o em meu serviço digital com informações a respeito da espécie. Para além disso, também juntei algumas documentações necessárias sobre a AIR-ecos e troquei algumas mensagens com minha cliente — Esli — conforme informava-lhe assuntos meramente profissionais. Numa guia aberta em minha Pokédex, realizei a última busca a respeito da sede da própria Ecius e seu atendimento para negociações.
Quando estive pronta, observei Amedee com um olhar prolongado. A Pokémon preparou-se para sair da cama e vir atrás de mim ao perceber que estava de saída.
— Non, non… — o toque final à estética impecável: pousei o elegante chapéu negro com uma delicada longa pena albina saindo pela lateral e ajustei-o sobre meus olhos — hoje é o seu dia de descanso. Tome-o como sua folga. Ylium lhe dará informações demais para um só dia. — E ela não atreveu a dar sequer mais um passo.
A realidade? Eu também precisava de um tempo distante de Amedee a fim de construir o melhor raciocínio para um futuro diálogo entre nós duas. Busquei a minha bolsa preta encouraçada e joguei-a por debaixo do braço esquerdo com classe, abrindo-a apenas para colocar a Level Ball do Oddish recém capturado. Com um olhar ríspido, decidi então chamar a atenção do Skarmory.
— Se’phe, saiba que receber um nome diz muito a respeito de sua identidade. E esse será o seu daqui em diante — o Pokémon pareceu não entender muito o que acontecia assim que abriu seus olhos para acordar do sono. — Um nome que exprime classe e a verdadeira finesse apenas ao ser verbalizado. Faz parte de nossa negociação, espero que concorde com os termos.
O metálico deu seu pio metálico, brandindo levemente as asas como se estivesse de acordo. Sem mais, retornei-o à sua Poké Ball e deixei para trás uma Amedee ainda melancólica apegada aos grossos cobertores da cama observando a imensidão natural de Ylium à frente pela janela. Despedi-me apenas com o som de meus saltos recém calçados e retirei-me do quarto já em contato pela Pokédex com um motorista a fim de pedir um serviço de transporte.
[…]
Paguei o motorista pelo dispositivo e retirei-me do automóvel com sutileza.
Não tratava-se da sede da Ecius, mas sim de uma unidade voltada apenas a questões de negociações. Assim que subi na calçada, deparei-me com um longo riacho que passava mais ao lado, cortando a rua por exceção de uma ponte que levava ao outro lado. Naquelas mesmas águas, observei um Pokémon cavalo-marinho que em muito lembrou-me o que havia enfrentado de Dorward mais cedo. De alguma forma, a cena mexeu ainda naquelas feridas que ainda doíam a respeito da humilhação que tive de enfrentar e, pior do que isso, ter que encarar Amedee passar por toda uma situação constrangedora apenas por conta de meu desfalque em treiná-la prontamente.
Crispei os lábios, afastando tais pensamentos e observei a espécie aproximar-se da margem do riacho, curiosa com minha observação.
— Mantenha-se aí, querido. Nem sempre sair de sua zona de conforto é a melhor opção — comentei ao Horsea antes de vislumbrar novamente a grande entrada da unidade ornamentada por vinhas ao redor da grande “Ecius” formada num letreiro chamativo. Sem mais delongas, deixei-o para trás indo em direção à unidade.
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Re: [CL] — négociée.
por L.L Ter maio 05, 2020 2:33 am
Adentrei o estabelecimento assim que ambas as portas automáticas abriram-se recuando lateralmente cedendo-me passagem. O edifício, embora formado aos moldes do restante de Ylium, irradiava a verdadeira essência que apenas aspirantes a magnatas possuem: o doce ar dos negócios, a atmosfera da ambição e o tapete costurado à cobiça. Segurei a alça de minha bolsa com ambas as mãos delicadamente antes de realizar uma breve análise do primeiro piso: um salão amplo, com grandes panéis espelhados que, ao invés de mostrarem o exterior, refletiam diferentes biomas idealizados holograficamente, cada um com suas próprias informações explicitadas minuciosamente.
Em passos largos e elegantes, desfilei até o balcão principal em que uma mulher de cabelos castanhos curtos ao lado de sua Pokémon rósea encontrava-se presente. Com uma breve análise a partir de meus olhos modificados, pude perceber certos traços robóticos em sua postura e maneira de abordagem que por muito pouco passariam despercebidos caso eu não estivesse em um dia ruim.
— Marquei uma entrevista de negociações para a manhã de hoje às onze e trinta. Com quem posso consultar-me? — Fui direta logo após as cumprimentações básicas de bom dia. A inteligência artificial passou-me alguns detalhes a respeito do diálogo que iria ter de enfrentar e, logo mais, explicitou que, por conta de um imprevisto na agenda da própria empresa, a negociação seria atrasada em exatos quarenta minutos. — Embora vocês gabem-se tanto da organização de natureza com metrópole, não são tão pontuais assim. Que conveniente. — Crispei os lábios.
Com a vinda da notícia, a mulher disponibilizou num painel exposto no próprio balcão oportunidades que eu poderia ter enquanto esperava minha consulta de negociações. A tela demonstrou algumas modalidades interessantes gratuitas, em outras palavras: um teste rápido de serviços oferecidos pela própria Ecius em parceria com outras empresas. Observei cada banner daqueles chamativos com extremo desgosto, noticiando o apego ao marketing infalível diante do uso da imagem de treinadores confiantes realizando aquilo que desejavam.
Naquele mesmo painel haviam algumas iniciações com parceria da própria Academia Lunar de Njorlune em pesquisa de campo e restaurações naturais, ao mesmo tempo em que também ofereciam centros culturais que buscavam ressaltar a antiga cultura de Limford e a importância do passado do que hoje é conhecido como o Cemitério dos Corais mais ao ocidente de Neo Zenos. Não muito distante, algumas notificações de maneira suspeita chamaram minha atenção: falavam sobre a construção identitária de um treinador Pokémon. O vídeo começava com o básico que todo aspirando a publicitário conhece: uma figura que passa confiança, de compostura perfeita, dialogando a respeito de batalhas enquanto cenas de Desafios de Ginásio passavam-se atrás de sua imagem de maneira a aprofundar o assunto.
Em conjunção com a Gentec, Ecius oferece um programa à parte que trata da importância e bem-estar de treinadores Pokémon em comunhão com a natureza afim de integrar jornadas mais interativas e fora das metrópoles. Para além disso, o assunto de identidade de treinador passava a tornar-se o núcleo da propaganda conforme o publicitário do comercial explicava como as cidades têm papel crucial na fundamentação de batalhas monótonas e que seguem ritmos concessivos demais, algo que atrapalha diversos treinadores quando enfrentam as flexibilidades presentes nos Desafios de Ginásio.
— O programa ainda está em fase de testes e não cobramos exatamente nada por uma simples experimentação — foi como se a inteligência artificial do balcão tivesse lido através de minha linguagem corporal pelo tempo que fiquei encarando a propaganda. Mas é claro que leu.
— Já estou farta de sincronizações com as últimas atualizações no meu nome dentro do Dexit. Você acha que eu não percebo a coincidência de aparição dessa propaganda logo após as últimas notificações em meu nome de usuário e localização? — Rebati antes de raciocinar a respeito de discutir com uma inteligência artificial que tem unicamente como função guiar pessoas que estejam atrás de atendimento na unidade da Ecius. Suspirei profundamente. Quando você é uma mulher de negócios, sabe todas as estratégias que as empresas usam para aproveitarem-se das menores brechas a fim de conseguir fisgar uma chance de serviço oferecido.
Como se diz no mercado de infinitos serviços oferecidos na atualidade digital: não há nenhum desfalque existente que não possa ter um serviço pago com o intuito de tratá-lo.
Joguei uma mecha por trás da orelha direita, rendida.
— E quanto tempo leva um test-drive desses?
A recepcionista, por outro lado, já tinha preparado toda uma papelada virtual para que eu assinasse como se tivesse previsto o meu aceitamento. Ainda com um semblante nada contente, assinei pelo tablet diversos daqueles contratos a respeito dos testes após lê-los prontamente e prestar atenção principalmente nos termos de letras miúdas. Com minha maestria no caso, não levou mais do que dez minutos enquanto outras inteligências artificiais buscavam atender aqueles que chegavam após de mim buscando serem guiados na unidade. No final, realizei minha rúbrica com minha característica marca no fim do nome.
— Por aqui — a mulher saiu de trás do balcão e guiou-me por um elevador. De olho no horário exibido digitalmente num grande painel, contava os minutos restantes para a entrevista, levando em consideração a antecedência da chegada ao lugar juntamente dos quarenta minutos restantes… é, seria um test-drive e tanto.
Em passos largos e elegantes, desfilei até o balcão principal em que uma mulher de cabelos castanhos curtos ao lado de sua Pokémon rósea encontrava-se presente. Com uma breve análise a partir de meus olhos modificados, pude perceber certos traços robóticos em sua postura e maneira de abordagem que por muito pouco passariam despercebidos caso eu não estivesse em um dia ruim.
— Marquei uma entrevista de negociações para a manhã de hoje às onze e trinta. Com quem posso consultar-me? — Fui direta logo após as cumprimentações básicas de bom dia. A inteligência artificial passou-me alguns detalhes a respeito do diálogo que iria ter de enfrentar e, logo mais, explicitou que, por conta de um imprevisto na agenda da própria empresa, a negociação seria atrasada em exatos quarenta minutos. — Embora vocês gabem-se tanto da organização de natureza com metrópole, não são tão pontuais assim. Que conveniente. — Crispei os lábios.
Com a vinda da notícia, a mulher disponibilizou num painel exposto no próprio balcão oportunidades que eu poderia ter enquanto esperava minha consulta de negociações. A tela demonstrou algumas modalidades interessantes gratuitas, em outras palavras: um teste rápido de serviços oferecidos pela própria Ecius em parceria com outras empresas. Observei cada banner daqueles chamativos com extremo desgosto, noticiando o apego ao marketing infalível diante do uso da imagem de treinadores confiantes realizando aquilo que desejavam.
Naquele mesmo painel haviam algumas iniciações com parceria da própria Academia Lunar de Njorlune em pesquisa de campo e restaurações naturais, ao mesmo tempo em que também ofereciam centros culturais que buscavam ressaltar a antiga cultura de Limford e a importância do passado do que hoje é conhecido como o Cemitério dos Corais mais ao ocidente de Neo Zenos. Não muito distante, algumas notificações de maneira suspeita chamaram minha atenção: falavam sobre a construção identitária de um treinador Pokémon. O vídeo começava com o básico que todo aspirando a publicitário conhece: uma figura que passa confiança, de compostura perfeita, dialogando a respeito de batalhas enquanto cenas de Desafios de Ginásio passavam-se atrás de sua imagem de maneira a aprofundar o assunto.
Em conjunção com a Gentec, Ecius oferece um programa à parte que trata da importância e bem-estar de treinadores Pokémon em comunhão com a natureza afim de integrar jornadas mais interativas e fora das metrópoles. Para além disso, o assunto de identidade de treinador passava a tornar-se o núcleo da propaganda conforme o publicitário do comercial explicava como as cidades têm papel crucial na fundamentação de batalhas monótonas e que seguem ritmos concessivos demais, algo que atrapalha diversos treinadores quando enfrentam as flexibilidades presentes nos Desafios de Ginásio.
— O programa ainda está em fase de testes e não cobramos exatamente nada por uma simples experimentação — foi como se a inteligência artificial do balcão tivesse lido através de minha linguagem corporal pelo tempo que fiquei encarando a propaganda. Mas é claro que leu.
— Já estou farta de sincronizações com as últimas atualizações no meu nome dentro do Dexit. Você acha que eu não percebo a coincidência de aparição dessa propaganda logo após as últimas notificações em meu nome de usuário e localização? — Rebati antes de raciocinar a respeito de discutir com uma inteligência artificial que tem unicamente como função guiar pessoas que estejam atrás de atendimento na unidade da Ecius. Suspirei profundamente. Quando você é uma mulher de negócios, sabe todas as estratégias que as empresas usam para aproveitarem-se das menores brechas a fim de conseguir fisgar uma chance de serviço oferecido.
Como se diz no mercado de infinitos serviços oferecidos na atualidade digital: não há nenhum desfalque existente que não possa ter um serviço pago com o intuito de tratá-lo.
Joguei uma mecha por trás da orelha direita, rendida.
— E quanto tempo leva um test-drive desses?
A recepcionista, por outro lado, já tinha preparado toda uma papelada virtual para que eu assinasse como se tivesse previsto o meu aceitamento. Ainda com um semblante nada contente, assinei pelo tablet diversos daqueles contratos a respeito dos testes após lê-los prontamente e prestar atenção principalmente nos termos de letras miúdas. Com minha maestria no caso, não levou mais do que dez minutos enquanto outras inteligências artificiais buscavam atender aqueles que chegavam após de mim buscando serem guiados na unidade. No final, realizei minha rúbrica com minha característica marca no fim do nome.
— Por aqui — a mulher saiu de trás do balcão e guiou-me por um elevador. De olho no horário exibido digitalmente num grande painel, contava os minutos restantes para a entrevista, levando em consideração a antecedência da chegada ao lugar juntamente dos quarenta minutos restantes… é, seria um test-drive e tanto.
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L.L
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Re: [CL] — négociée.
por L.L Qua maio 06, 2020 8:21 pm
Após cruzarmos um longo corredor assim que saímos do elevador no 20º andar, chegamos numa sala com portas especiais que desfizeram-se em cubículos gráficos com nossa passagem. Os logos e slogans do programa em união da Gentec com a Ecius pairavam por toda a estrutura do lugar. Ao meu redor, era possível ver pessoas apertando a mão de outras daquelas atendentes que haviam guiado-os até ali. Caminhei até uma porta mais isolada das demais, sendo encaminhada pela inteligência artificial a ultrapassá-la: todas as demais informações seriam-me providas depois. Suspirei profundamente e girei a maçaneta da porta que, para minha surpresa, desfez-se naqueles mesmos cubículos de hologramas pixelados conforme toda a realidade ao meu redor era moldada.
O piso composto por longos quadrados brancos transformou-se num de terra batida parcialmente coberto por folhagens. O aroma de orvalho pela manhã juntamente dos sons emitidos pela mata ao redor ganharam presença conforme eu piscava e deixava cada vez mais aquela matriz criada crescer conforme meu consciente aceitava-a e auxiliava-a a tornar-se real. Caminhei em passos vagarosos pelo lugar conforme observava a natureza ao meu redor: não tratava-se exatamente de uma floresta, era apenas um caminho terroso ladeado por arbustos e grama de alto porte. Contudo, ao mesmo tempo que tudo ali parecia ser tão real, era tão… novo?
Como posso explicar? Não é como se eu estou de fato sentindo cheiros e sons que existem, mas sim recriando os que imagino com base no meu conhecimento cinematográfico e em cima de estudos rasos. A limitação de minha vivência numa grande metrópole cercada apenas por tecnologia provê uma taxa de emulação realmente baixa em cima do mínimo que conheço a respeito de natureza. E essa tecnologia é responsável por isso: muito tivemos que aprender como utilizá-la a favor de corporações em nosso nome durante nossa graduação.
— Ser um treinador Pokémon… qual é o verdadeiro conceito? Aventuras? Batalhas? Colecionar diferentes espécies? — a voz daquele mesmo homem-propaganda ecoou, dessa vez, por todo o ambiente.
Parei minha caminhada assim que vi ruídos adiante formarem uma figura humana.
— Chamo-me Theodorio. Nesse test-drive, você, Labeele, irá aprofundar dentro da sua própria perspectiva como treinadora Pokémon. — A gesticulação impecável do homem de cabelo preto penteado num longo topete fazia jus à tecnologia ao meu redor. Sequer dava para duvidar da sua naturalidade de expressão. — Suas necessidades já foram pautadas com base na leitura corporal que realizamos desde sua chegada. Devo optar pelo recomendado ou você prefere estabelecer uma nova seleção?
Pausou. Como um software espera a resposta de seu utilitário, entretanto, ao invés de uma tela de carregamento, seus movimentos tornavam-se repetitivos: o olhar incisivo mantinha-se sobre mim, mas os braços recriavam ciclos viciosos enquanto a mudança de peso sobre os joelhos seguiam o mesmo ritmo. Perguntei-me o quanto a tecnologia seria capaz de ir além: talvez com meu próprio pensamento eu consiga definir o que busco?
Não. Não consegui. Bom, realmente, no contrato dizia que minha integridade mental seria mantida acima de tudo na experimentação.
— Desejo ambos. Mostre-me o que tem e eu explicitarei o que verdadeiramente quero — as palavras deslizaram pelos meus lábios tingidos pelo batom negro enquanto um sorriso malicioso de canto ganhava forma. Você só sabe o quanto é divertido desafiar uma matriz de inteligência artificial emuladora quando permite-se fazer algo do tipo. — Você começa, oui?
O homem levou certo tempo para responder considerando sua rapidez anterior. Mais especificamente: 1.2 segundos.
— Ótimo! De acordo com nossas análises e busca no seu perfil Dexit, você tem mostrado progressos com sua Mawile, embora já tenha dois Pokémon no time e um enviado ao box — com um gesto feito pelos dedos, apresentou-me um gráfico em holograma que girava conforme demonstrava altas e baixas em combates. — Por exemplo, nessa luta, contra o Pikachu, você realizou repetitivos golpes mas que não necessitaram de ordem, talvez por terem sido treinados anteriormente com sua Pokémon. Contudo, ao encarar um oponente que foge dos padrões normais encontrados no seu humilde Rank D… — a cena do Seadra atingindo Amedee com um grande jorro de água ganhou destaque em meio aos gráficos apresentados.
Engoli a saliva. Era de se esperar que já tivessem tantas informações a respeito de mim com base no Dexit.
![[CL] — négociée. Graph](https://i.ibb.co/xHDL6w5/graph.png)
O piso composto por longos quadrados brancos transformou-se num de terra batida parcialmente coberto por folhagens. O aroma de orvalho pela manhã juntamente dos sons emitidos pela mata ao redor ganharam presença conforme eu piscava e deixava cada vez mais aquela matriz criada crescer conforme meu consciente aceitava-a e auxiliava-a a tornar-se real. Caminhei em passos vagarosos pelo lugar conforme observava a natureza ao meu redor: não tratava-se exatamente de uma floresta, era apenas um caminho terroso ladeado por arbustos e grama de alto porte. Contudo, ao mesmo tempo que tudo ali parecia ser tão real, era tão… novo?
Como posso explicar? Não é como se eu estou de fato sentindo cheiros e sons que existem, mas sim recriando os que imagino com base no meu conhecimento cinematográfico e em cima de estudos rasos. A limitação de minha vivência numa grande metrópole cercada apenas por tecnologia provê uma taxa de emulação realmente baixa em cima do mínimo que conheço a respeito de natureza. E essa tecnologia é responsável por isso: muito tivemos que aprender como utilizá-la a favor de corporações em nosso nome durante nossa graduação.
— Ser um treinador Pokémon… qual é o verdadeiro conceito? Aventuras? Batalhas? Colecionar diferentes espécies? — a voz daquele mesmo homem-propaganda ecoou, dessa vez, por todo o ambiente.
Parei minha caminhada assim que vi ruídos adiante formarem uma figura humana.
— Chamo-me Theodorio. Nesse test-drive, você, Labeele, irá aprofundar dentro da sua própria perspectiva como treinadora Pokémon. — A gesticulação impecável do homem de cabelo preto penteado num longo topete fazia jus à tecnologia ao meu redor. Sequer dava para duvidar da sua naturalidade de expressão. — Suas necessidades já foram pautadas com base na leitura corporal que realizamos desde sua chegada. Devo optar pelo recomendado ou você prefere estabelecer uma nova seleção?
Pausou. Como um software espera a resposta de seu utilitário, entretanto, ao invés de uma tela de carregamento, seus movimentos tornavam-se repetitivos: o olhar incisivo mantinha-se sobre mim, mas os braços recriavam ciclos viciosos enquanto a mudança de peso sobre os joelhos seguiam o mesmo ritmo. Perguntei-me o quanto a tecnologia seria capaz de ir além: talvez com meu próprio pensamento eu consiga definir o que busco?
Não. Não consegui. Bom, realmente, no contrato dizia que minha integridade mental seria mantida acima de tudo na experimentação.
— Desejo ambos. Mostre-me o que tem e eu explicitarei o que verdadeiramente quero — as palavras deslizaram pelos meus lábios tingidos pelo batom negro enquanto um sorriso malicioso de canto ganhava forma. Você só sabe o quanto é divertido desafiar uma matriz de inteligência artificial emuladora quando permite-se fazer algo do tipo. — Você começa, oui?
O homem levou certo tempo para responder considerando sua rapidez anterior. Mais especificamente: 1.2 segundos.
— Ótimo! De acordo com nossas análises e busca no seu perfil Dexit, você tem mostrado progressos com sua Mawile, embora já tenha dois Pokémon no time e um enviado ao box — com um gesto feito pelos dedos, apresentou-me um gráfico em holograma que girava conforme demonstrava altas e baixas em combates. — Por exemplo, nessa luta, contra o Pikachu, você realizou repetitivos golpes mas que não necessitaram de ordem, talvez por terem sido treinados anteriormente com sua Pokémon. Contudo, ao encarar um oponente que foge dos padrões normais encontrados no seu humilde Rank D… — a cena do Seadra atingindo Amedee com um grande jorro de água ganhou destaque em meio aos gráficos apresentados.
Engoli a saliva. Era de se esperar que já tivessem tantas informações a respeito de mim com base no Dexit.
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