[CL] | #1 | Sequelas...

— Inferno! Por que ele não atende?

Savos escreveu:Estou em reunião.

— Srª. Violet, está tudo bem aí dentro?

Violet escreveu:PQ VC ME MANDOU PRA ESSE LUGAR????

Mensagem visualizada

— Eu não acredito que ele fez isso comigo... Eu não acredito que ele fez isso comigo...

— Srª. Violet?

— Eu. Já. Estou. Saindo! — falei um pouco impaciente guardando o phone na bolsa. Quando abro a porta para sair do banheiro me deparo com um modelo de sunga, jaqueta branca e uma máscara de... isso era pra ser um cientista? Olhei pr’aquela figura e passei direto. Eu estava em um estúdio para gravar um pequeno comercial para uma empresa farmacêutica. Mas por algum motivo que não dou a mínima para querer entender, o estúdio é praticamente uma réplica de um laboratório. Eles querem o quê com esse comercial? Fazer um remédio em 30 segundos? Não me sinto bem em ambientes assim... e esses modelos com essas máscaras...

— Violet, você não pode passar quase uma hora no banheiro trancada sem dar satisfações. As pessoas aqui têm uma vida, têm o que fazer ao invés de esperar a boa vontade de uma garota mimada.

Lorlea. Uma vaca que se faz de agente de minha agente, acha que é superior a mim e sonha em ter qualquer chance com Savos. Coitada. Olhei por cima dos olhos, revirei os olhos e segui em direção ao ponto onde eu deveria estar. Eu não entregaria minha melhor performance, mas eu não poderia deixar de fazer esse trabalho e contrariar a vontade de Savos. Ele nem acreditava nessa empresa, mas ele queria que uma concorrente direta tivesse baixas. E cá estou eu...

— E corta! Perfeito, Violet, acredito que já temos.

— Violet, eu vou reportar ao sr. Savos o seu comportamento de hoje. — Lorlea mais uma vez tentava vir contra mim.

— Vá ver se eu estou na esquina, bitch! Venha, Aldebaran.

— Vou querer ficar na 5ª com a Stemford. — “Talvez eu devesse passar na Louis depois, e ainda preciso conferir se os sapatos novos chegaram...” — Você não deveria ter virado na rua anterior?

— Perdoe-me, srª. O dexit informou que aquele trecho está muito congestionado.

— Que seja...

Eu estava levando uma vida confortável, obviamente se comparada com alguns que vejo pelas ruas da cidade, mas eu estava me sentindo... entediada. Tô precisando de um grande

— Mas que merda foi essa?? — Repentinamente o carro freiou e lançou aldebaran e eu contra os bancos da frente.

Com a parada repentina, alguns carros começaram a buzinar enquanto desviavam pelos lados ou por cima.

— Você está maluco?

— Me desculpe, srª. Um bando de murkrows atravessou na frente de repente.

— Eu quero descer!!!

— Srª, não há nenhum ponto de pouso aqui.

— Ali... me deixe naquela plataforma, por favor...

Hoje, de fato, é um daqueles dias ruins. Eu odeio o transporte dessa cidade. Qual o conceito pra colocar tudo nas alturas? Não que eu tenha fobia de altura, mas por que diabos tudo neste setor tem que ser por transporte aéreo?? Suspirei. E ainda estou a dois quarteirões do loft do Andrew.



— E aqui em cima, a essa hora, faz muito frio... Aldebaran, fique atento. Sou uma mulher indefesa. — o cachorro simplesmente me ignorou e seguiu caminhando à frente.

As “ruas” do setor Y são confusas. Ao menos pra mim são e é o que importa neste momento. Geralmente, a maioria prefere descer o mais próximo possível de seus destinos. Cheguei em frente à loja Love’s. Nunca havia entrado aqui antes, mas pela entrada, não parecia haver nada que me atraia. A movimentação pelas plataformas estava fraca. Bem, eu estava em um ponto da cidade que não atraía muitas pessoas. Tudo aqui é muito basiquinho.

— Cadys é uma vaca mesmo. Tenho certeza que ela demora pra me buscar de propósito. Bem que você poderia fazer algum poderzinho de fogo pra nos aquecer. — Olhei pra Aldebaran que estava sentado imóvel como uma estátua. — Cachorro imprestável.

Krow

— O que foi, cachorro? — Olhei pra ele, mas continuava imóvel. — Mas bem que “krow” não é o que você costuma falar.

Krowkrow

— O M G!!! Que coisa mais fofaaaaa! — De cima veio uma ave fofinha e pousou no chão em minha frente.

— Aldebaran, pega ele… como é que funciona mesmo? MORDE ELE! — e o cachorro continuava parada. — Meu deus eu tenho que fazer tudo sozinha.

Andrew já havia me ensinado que havia um aplicativo na pokedex para essas situações. Procurei e apontei para a ave à minha frente. “huum um Murkrow. Mas essa imagem na pokedex está mais feia”. Apontei para o Aldebaran e cliquei em moves. “Ata”.

— Huum... essas coisas parecem que machucam muito... tadinho do Murkrow. Aldebaran, morde ele com esse thunder fang, mas bem fraquinho, tá? — e mais uma vez ignorada e, para piorar, o Murkrow simplesmente já estava virando a esquina — Se você me obedecer, hoje vai ter aquele filé que você gosta. — Mal terminei de falar e Aldebaran partiu em disparada em direção à ave. — Cachorro vendido.

Tive que correr atrás dos dois, tarefa não muito legal de se fazer de saltos e após um dia cansativo de trabalho. Com as informações dos dois na pokédex, consegui colocar o modo de batalha pra acompanhar a saúde do dois. “Andrew, por que tão perfeito e me ensinou os prazeres da tecnologia?”

Aldebaran saltou e, com as presas soltando correntes de energia elétrica, abocanhou uma das patas da ave e a jogou no chão. "Meu deus, matou".

— Aldebaran!! Era pra ter sido fraquinho! — Assim que terminei de falar, a ave bicou a cabeça de Aldebaran e alçou voo de novo. Com as asas brilhando, mergulhou em direção ao cachorro que desviou e logo revidou com um ember nas costas da ave. O murkrow parecia estar se cansando, mas estava mantendo uma pose de durão. Ele tomou um pouco de altitude e começou a expelir uma névoa que estava tomando conta do local aos poucos. "huuum... deve ter alguma coisa aqui pra ajudar..." — Aldebaran, odor sleuth e use seu thunder fang em uma das asas dele. Mas não vá quebrar, por favor!!

O nariz do cachorro brilhou um pouco e logo dissipou. Sem perder tempo, avançou em direção à névoa e ali eu só consegui ouvir rosnados e grasnados. De dentro da névoa vem um cachorro voando em direção ao chão.

— Nossa, Aldebaran, se fosse um bandido era melhor eu correr, né? — rosnou pra mim, fez uma cara de demônio pior que o habitual e pulou pra dentro da névoa novamente. — Affz... e nada de Cadys...

Aos poucos a névoa dissipou e consegui visualizar que o murkrow estava dando trabalho. Ele era rápido a ponto de conseguir esquivar de alguns avanços de Aldebaran. Mais uma vez o bico era envolto em um brilho. O houndoom começou a correr em zigzague e, com as presas elétricas, mordeu o corpo da ave e a lançou para fora da plataforma.

— O QUE VOCÊ FEZ? — Aldebaran só virou a cara e sentou. Corri para a borda da plataforma e vi o pássaro em queda livre. Eu não tinha certeza se estava inconsciente. — Cadê, cadê... — Dentro de minha peguei uma das pokébolas e apontei em direção ao murkrow. Um raio de energia azul saiu da esfera, avançou em direção ao murkrow e o envolveu.

Quando o Murkrow estava envolto pela energia da pokéball, a mesma fez um sinal sonoro, interrompeu a energia e travou.

— O quê!? Isso só funciona uma vez? — enquanto isso o murkrow continuava a cair. Peguei outra esfera da bolsa e apontei novamente em direção ao pokémon.

— Boa noite, senhorita Violet. Estou aqui por ordens de Andrew para conduzi-la.

— Agora não, Cadys. E que demora, hein? Estou Quase congelando de frio aqui. — Eu estava com medo da pokéball não ter alcance o suficiente, mas o murkrow já estava sendo envolvido novamente pela energia. A esfera retornou a energia para si e desta vez percebi que o murkrow não estava mais caindo. Após três bipes consecutivos, a esfera sinalizava a captura, do mesmo modo ocorreu na pokédex. — Aaaah consegui!!

— Perdoe-me a demora, senhorita. A rua Stemford está congestionada. De fato, meu banco de dados já previra que a senhorita sofria com o frio visto o vestuário que geralmente utiliza.

Cadys é a IA que serviu aos pais de Andrew e agora estava a serviço dele. Insuportável e nunca perde uma oportunidade para me alfinetar.

— Assertiva como sempre, né, linda? Vamos embora logo...

Cadys consegue transformar um pequeno percurso em uma tortura, mas consegui chegar viva, exceto por Aldebaran que preferiu se refugia na pokéball. Subimos pelo elevador e viramos no corredor que dava para a entrada do apartamento. À porta, estava aquele homem parado. Usava apenas uma calça moletom, deixando exposto aquele peitoral que me atiçava a vontade de causar uns arranhões. Em suas mãos uma frigideira com um macarrão passado em algum molho.

— Servida? — Aquele maldito sorriso conseguia dissipar tantas coisas ruins em mim...

Já havíamos comido o macarrão que ele fez, e que estava muito bom por sinal e ficamos alguns minutos conversando sobre como fora o nosso dia. Aldebaran estava deitado próximo à Khala, a luxio de Andrew. Não que eles fossem amigos, mas meio que gostavam de ficar próximos para talvez falar mal de nós. Khala é da mesma laia que Aldebaran. Enfim, reclamei de minhas bobagens como sempre, mas Andrew sempre era um bom ouvinte. Apesar que também sabia puxar minha orelha. Sobre o comercial de hoje mais cedo onde atrasei a gravação, ele não sabia o que poderia ter causado algum mal estar em mim... então para ele foi só "piti" mesmo. Andrew não sabia sobre o meu passado conturbado. Eu tinha noção que eu era só um rostinho bonito, se eu começar a complicar as coisas, talvez ele se afastasse.

— Venha... — ele tomou minha mão e me puxou para o quarto. — Senta aí. — fez um sinal com a cabeça em direção à cama. — Te prometi uma massagem, não foi?

— Já está tarde, Andrew... — Ele abriu um sorriso enquanto ligava o aparelho de som. A música embalou o quarto e o homem me puxou para perto de si. — Mas o que você tá fazen...

— Sshh... sinta a música um pouco...

Andrew me conduzia numa balada ao ritmo da música. Nossos corpos em sincronia. Sua respiração em meu pescoço. Eu poderia permanecer eternamente nesses segundos. Ele me fazia eu me sentir segura. Era como se suas mãos envolvessem e aquecessem meu coração.

Acabamos caindo na cama. Ele sobre mim, esboçava aquele sorriso enquanto seu olhar parecia analisar cada milímetro do meu rosto. Tentei desviar o rosto, talvez por um reflexo de vergonha, mas ele o virou de volta para si. Seus lábios tocaram os meus e seguiu até o meu pescoço através de pequeno beijos. Meu corpo já exibia que estava entregue através dos arrepios.

Aos poucos ele me despia acompanhado de seus beijos. Virei de bruços e logo senti ele jogando óleo em meu corpo. O toque suave revezava com uma pegada mais forte. Andrew sabia utilizar muito bem as mãos, e ele já conhecia o meu corpo. Suas mãos deslizavam por cada curva. O que eu posso dizer da sensação... era como se tudo sumisse da cabeça e eu estava ali... só ali... não havia um passado merda pra me assombrar, nem um futuro destinado a obediências sem escolhas. Confesso que algumas lágrimas escaparam (?).

— Está tudo bem?

— Só estou... feliz. — esbocei um sorriso pra ele. — tira essa calça logo...