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[CL] Capítulo I

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[CL] Capítulo I

Mensagem por Heiwas Sáb maio 09, 2020 8:43 am

Heiwas
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Re: [CL] Capítulo I

Mensagem por Heiwas Ter maio 12, 2020 7:59 pm

Máquina Quebrada



Antes de embarcar na Red Sea ela imaginou que tipo de aventuras, dramas e perigos lhe esperavam nessa nova jornada. Entretanto, em nenhum de seus sonhos mais loucos, ela esperava fazer algo tão pavoroso e horrendo como… nada.


Isso mesmo, nada.


A ficha apenas acabou de cair, a percepção de que uma nave não era uma cidade lhe atingindo bem entre os olhos como um Mach Punch. Não havia ruas bagunçadas e sinuosas para correr, nem treinadores para enfrentar ou os pokémon ladrões característicos de Stalehelm Alfa. Havia só o vazio do lado de fora e a calmaria monótona que permeava o interior da nave que, também, não era tão grande quanto imaginava. Ela sentiu ciúmes de Liar que, muito provavelmente, estaria ocupado vendendo suas tralhas espertamente contrabandeadas e despistando qualquer estrangeiro que perguntasse por ela.


—Sortudo —Heiwas falou para o Swablu que mantia as pálpebras baixas e um ar de “eu sei o que você está pensando e não dou a mínima para sua opinião”. Essa era a expressão que ele usava toda vez que era forçado a interagir com outros humanos (e no momento havia outros quatro ali) —Não finja que não está tão entediado quanto eu —Com um dedo ela cutucou o peito emplumado até que as penas inchassem em aborrecimento e a ave cogitasse abrir um buraco na sua cabeça com seu bico afiado.


—Se está entediada assim então não vai se importar de carregar algumas caixas.


A voz do capitão não a surpreendeu, mesmo que o homem tenha se aproximado sem fazer nenhum barulho. Estranho. O que a atordoou foi o peso repentino em seus braços, um caixote de madeira quase a derrubando quando foi colocado em suas mãos.


Ela recuou alguns passos e abriu as pernas na tentativa de recuperar o equilíbrio, suas duas bolsas não ajudando de tudo.


—Pensei que você não queria carregar “mercadoria quebrada” —A garota faria aspas com os dedos se pudesse. Como estava incapacitada teve que se contentar em apenas usar uma voz sarcástica e franzir a testa por trás da caixa.


—Não seja mole. Trabalhar nunca matou ninguém —O homem ruivo falou com o tom cansado e desinteressado de sempre, agindo, mais uma vez, como se ela que fosse a mercadoria.


Heiwas não teve tempo para refutar o argumento, pois o homem estava partindo com um encolher de ombros e passos arrastados, parecendo tão entediado como antes da conversa. Bem, acho que pode ter te matado.

A garota ficou parada por alguns minutos, os braços tremendo um pouco pelo o súbito esforço. Ela não sabia onde levar isso e não o deixaria aqui na rampa, já que o capitão lhe confiou, então ela só teria que perguntar a alguém…?


Não, seria melhor apenas seguir aquele par de pessoas que estavam empilhando caixotes de todo o tamanho em cima de um carrinho de carga que, no lugar de ter rodas, flutuava. Sim, uma boa ideia. Apenas espere elas atravessarem a porta no final da parede, a esquerda da escada que levava a uma plataforma de metal acima deles, e siga-os até o depósito. Fácil como tirar a pedra de um Hapinny...Ugh, porque alguém faria isso?!


—P-por favor! Não vá por aí! —Uma voz familiar a chamou quando ela já estava com o pé na porta.


Heiwas parou, confusa, e virou-se de lado bem a tempo de ver a ruiva, a mesma que ela ajudou nas plataformas de pouso, correr em sua direção. A criança de antes não estava mais com ela, embora o Espeon permanecesse firme ao seu lado. Belo pokémon.


—E-eu, me desculpe, mas não é pra lá que você deve lev-var o pacote —Disse nervosamente, suas mãos torcendo nervosamente na sua frente ao mesmo tempo em que os olhos vagavam pela rampa da nave —Esse caixote tem produtos perecíveis e deveria ir para o depósito com refrigerador, embora i-isso certamente não seja sua culpa! É-é mu-mu-muito comum o erro, principalmente para alguém que não trabalha conosco! Desculpe-me! V-você nem deveria estar fazendo isso, mas estamos com pouca gente desde o último conflito em Detroya e não ti-tivemos tempo para contratar! Desculpe, acho que estou tomando o seu tempo!


—Oh, não —A de cabeços foi rápida em refutar. Ela não sabia onde esse outro depósito ficava, mas pelo menos se livrou de perder tempo no caminho errado —Eu que agradeço. Foi muita gentileza sua me avisar, agora, o que eu faço com isso?


Swablu alçou voo quando a ruiva se curvou profundamente e depois veio tirar a caixa das mãos da hacker, contudo essa apenas deu alguns passos para trás e para o lado, esquivando-se e contornando a outra adolescente —Deixe-me ajudá-la, por favor!


—Está tudo bem. Acho que seu capitão não ficaria muito contente se você fizesse minha tarefa. Não que eu me importe com o que ele pensa…


A mulher de olhos verdes olhou surpresa para a outra jovem. Ela já tinha testemunhado sua coragem/burrice antes, no entanto era a primeira vez que via alguém tão franco. De repente sentiu a estranha sensação de estar exposta ao sol, a luz ardente enchendo e consumindo seu coração de uma vez só.


—...me levar?


—Huh?


—Eu perguntei se você poderia me levar até lá —Heiwas sorriu, achando engraçado o comportamento da maior.


—A-a-ah claro! Claro! É o mínimo que eu posso fazer depois de tudo, Veritys! —A jovem corou dos pés a cabeça, um vermelho tão gentil que era quase tão bonito quanto seu cabelo.


—Veritys? —A hacker perguntou ao passo que seguia a garota desajeitada. Fazia alguns minutos que elas haviam virado a direita em um corredor estreito e passado por uma série de cabines que a menina ruiva prontamente apontou como os quartos da tripulação. Talvez fosse aí que ela iria dormir também. Isso ou o depósito para o qual estavam indo agora.


—N-não é esse seu nome? Me desculpe! Foi assim que meu senhor se referiu a você quando estava conversando com o Conde —Como a de cabelos pretos teve a impressão que a outra se curvaria novamente (e como seus braços pareciam que podia se partir a qualquer momento. Sedentária) ela passou na frente da menina para entrar em outro corredor, dessa vez com uma longa janela de vidro que o acompanhava de uma ponta a outra —Espere…


—Não se desculpe tanto se não nunca vamos chegar —Heiwas grunhiu de brincadeira, seus olhos deslizando por todas as pedras flutuantes que eram prontamente repelidas pelo escudo da nave. Três dias de viagem até Atomia, talvez dê para ver a Grande Aurora à noite —Além disso, você não me disse a coisa mais importante —A hacker fez bico, de brincadeira, tentando deixar a outra jovem mais a vontade. No entanto, a outra parecia não entender o que ela queria dizer com isso, ecoando em um sussurro suave as últimas palavras de Cliwyn: “a coisa mais importante?” —Ora, o seu nome!


—M-meu nome?! —Exclamou como se não entendesse onde seu nome se encaixava em uma “coisa mais importante”. Foi muito triste de assistir — e também irritante. Heiwas nunca tinha visto alguém com a autoestima tão baixa, quer dizer, se colocar para baixo em Stalehelm ou era uma estratégia para abaixar a guarda dos outros ou era uma declaração de morte. Heiwas não entendia...isso… essa coisa... —Me desculpe, as pessoas daqui me chamam de Blossom, mas para Jason eu sou Akarui.


—Eles te chamam? Oh, apelidos! Isso é fofo, meus amigos nunca me deram apelidos! —Cliwyn sorriu gentilmente, seus pés parando na frente de uma porta de ferro grande —Jason é a criança de antes?


—Uhum, o filho do capitão. Normalmente eu que cuido dele quando todos vão trabalhar.


—Então você é a filha do capitão preguiçoso huhhhhh —Heiwas inclinou a cabeça, os cabelos negros e vermelhos caindo em cascata, olhos curiosos fitando as esmeraldas de Akarui. Swablu pousou em cima do caixote e imitou a garota, a cabeça torcendo para ver seja lá o que ela estava vendo.


Agora que ela tinha parado para olhar com mais cuidado ela conseguia ver as semelhanças. O formato dos olhos, a boca pequena, a pele pálida e o mesmo tom de cabelo, um vermelho forte e suave. Ela vai ser a cópia dele quando crescer…


—Não! E-eu nunca poderia esperar isso, q-quer dizer, eu nunca poderia s-ser. Eu não sou corajosa ou incrível o suficiente. Jason tem nove anos e já consegue lutar e eu só continuo gaguejando por aí! N-não importa, eu n-não fui feita para isso. Não há como eu ser a filha do capitão…


A garota mais baixa franziu a testa e permaneceu quieta, não querendo provocar uma reação pior que aquela e, também, sem entender nada. Você pode escolher ser filho? Não era algo meio que, tipo, biológico? Nada fazia sentido e talvez não fosse para fazer sentido para ela. Não era da sua conta mesmo que ver Akarui assim fizesse o coração dela tremer e doer.


Todo mundo merece ficar bem consigo mesmo
“Hipócrita


—Espeon! —A raposa roxa gritou em meio ao silêncio, assustando ambos as treinadoras que haviam esquecido de sua presença.


—Certo, a porta!


Digitando alguns códigos em um painel, Akarui abriu a porta e deixou que Heiwas entrasse primeiro antes de seguir atrás. A porta se fechou suavemente e a garota finalmente pôde colocar o caixote no chão, perto da parede dos fundos, onde mais sete caixas como aquela repousavam; e relaxar.


Massageando os antebraços ela olhou ao redor com curiosidade, absorvendo as paredes de metal vermelho, as aberturas cujo ar frio entrava, o piso liso e as lâmpadas redondas embutidas no teto. Havia vários tipos de carga, desde enormes caixas de ferro, que fizeram Clinwy pensar como haviam chegado ali, até sacos e sacos de comida. Apesar disso, no final, era só um depósito e a menina se viu perdendo o interesse rapidamente.


—Bluuu swaa! —A ave resmungou ao esvoaçar ao redor da hacker, um saco de papel preso nas garras. Havia seu nome escrito nele e a jovem rapidamente ficou desconfiada, olhando para a ruiva com olhos estreitos como se perguntasse se foi ela que preparou aquilo.


—Parece a letra de Jason. Acho que deve ter deixado aqui como um presente de agradecimento pelo que você fez por nós.


—Você sabe, não foi grande coisa. Você poderia ter feito à mesma coisa —A adolescente falou com firmeza, colocando as mãos na cintura e apertando o pacote com força —Espeon parecia querer lutar.


—L-lutar?! Não, eu nunca poderia…


E, então, tudo ficou escuro.


Não, ela não desmaiou de novo; não era esse tipo de escuridão. Era aquela que persevera quando as luzes se apagam, roubando os feixes de luz e preenchendo a sala com tensão. Aquela que te deixa no limite e que tudo ao seu redor, como a caixa que acabou de colocar no chão, parece se contorcer e se curvar em vultos esguios deformados; dando a impressão de que não deveria estar assim. De que…


—Algo está errado —Heiwas disse nervosamente e, como se fosse para provar seu ponto, a nave toda começou a chacoalhar.


—Acho que fomos atingidos! —Blossom gritou.


—O-o quê?! Por que diabos seríamos atingidos?!


Outro balanço derrubou as adolescentes no chão, os corpos deslizando de um lado para o outro conforme a nave inclinava.


Heiwas tentou permanecer calma e se agarrar a algo, os olhos, que ficavam vermelhos à medida que a tensão e o estresse se instalavam no corpo da menina, começavam a se acostumar lentamente à escuridão.


Entretanto o medo corria solto em sua mente, sua esperança e alegria rapidamente escorregando por entre seus dedos. Ela esperou que tivesse mais algum tempo antes dos agentes de Jhe-Gurin viesse atrás dela. Embora, algo dentro dela, clamava para diferir. Talvez fossem as mesmas pessoas que contrataram o assassino para interceptar os eletrolocks?


Todas as perguntas, ditas em voz alta ou não, ficaram sem respostas quando as luzes se acenderam e ofuscaram seus olhos e uma espécie de robô triangular de tamanho médio com um único olho com scanner em seu centro, pairou sobre elas, emitindo um barulho horrível como de um assobio. Instantaneamente, Espeon endureceu a postura e arreganhou os dentes quando a parte debaixo da máquina se abriu e duas pokébolas escorregaram pela escotilha, abrindo-se assim que atingiram o chão.


—Que merda…


—Murkrow!


—Scyther!


Scyther mal tinha colocado os pés no chão quando caiu sobre as meninas com um grito de guerra e as garras erguidas. Heiwas não teve tempo para puxar a Dexit ou chamar Luckit antes que a navalha do tipo inseto descesse sobre ela, quase partindo seu rosto ao meio com o Slash se ela não tivesse escutado seus instintos e rolado para a esquerda.

Murkrow, enquanto isso, desviou a atenção de Akarui para mergulhar contra a hacker com Peck. Krinvo o encontrou no meio do movimento, as garras grossas a centímetros dos olhos da menina, com Round, o som jogando a ave inimiga fora de equilíbrio.

—Akarui, me Ajude! —Cliwyn chamou por ajuda, ainda caída no piso de metal. Ela olhou para a ruiva depois que não recebeu resposta só para se deparar com a jovem tremendo como uma folha de papel e tão branca quanto. Os orbes verdes estavam arregalados e havia tanto medo neles que era como se tivesse visto um fantasma —Blossom?!

—E-eu não posso! Desculpe-me, eu sinto muito!

Espeon rosnou para a batalha que acontecia, claramente ansiando pelo a adrenalina da luta, mas não querendo deixar seu lugar ao lado da adolescente. Por outro lado, Swablu trava uma batalha acirrada com o Scyther, esquivando-se e atacando com Fury Attack sempre que achava uma brecha na defesa do adversário que teimava em usar as garras para fatiá-lo.

—Swwww!

—Krinvo, mergulhe!

Não foi preciso mais que uma palavra para fazer o tipo voador e normal fechar as asas, o corpo caindo como uma pedra ao mesmo tempo em que um raio roxo e negro (Night Shade) passa por cima de sua cabeça e atingia o Scyther em cheio, fazendo-o tropeçar para trás e gritar de dor —Agarre a chance!

O pássaro abriu as asas a poucos centímetros do solo, garras raspando o piso conforme o corpo ficava envolto de uma luz branca. Em um par de segundos a ave azul superou a distância entre ele e o louva-Deus e o atingiu bem no peito com o Take Down. O inseto tombou para trás com força e Krinvo virou-se para seu salvador, acreditando firmemente que foi Espeon quem tinha interferido, apenas para seus olhos registrarem uma asa cercada por um brilho alvo vindo em sua direção. Como não havia tempo para recuar e as vozes de sua cabeça o mandavam revidar; Take Down acabou cumprimentando o Wing Attack em uma batalha de pura força.


Uma rajada de vento se formou com o contato e foi tão forte que atirou o robô longe. A máquina, porém, parecia mais resistente do que Heiwas esperava e rapidamente voltou ao seu posto, o olho do meio registrando tudo que acontecia em sua câmera embutida.

Krinvo recuou ofegante para o lado de sua treinadora que tinha, finalmente, conseguido ficar de pé. A garota de olhos azuis cinzentos teve meia mente para soltar sua raposa, no entanto descartou a ideia na hora, já que o Nickit não tinha afinidade o suficiente com ela para confiar cem por cento e, em uma batalha contra um treinador com pokémon com garras que poderiam arrancar sua cabeça em um único golpe, isso era algo extremamente necessário.

Espeon, por outro lado, tinha mais do que confiança em Blossom, visto que nem sequer havia se movido sem uma ordem. Por que Akarui não aproveitava isso ou, melhor, não se mexia o suficiente para fazer Heiwas parar de se preocupar com seu bem estar e se concentrar na batalha estava deixando a jovem irritada.


—Akarui! Se não vai lutar então pelo menos se mova! —A hacker sussurrou para a mulher atrás dela ao esquivar para o lado de outro ataque do corvo. Foi por pouco. Mais um pouco e o bico tinha se fechado em sua capa… —Sing, vamos!

Scyther começou a se dividir assim que a jujuba azul estufou o peito para cantar. Swablu, contudo, não deu a mínima para os clones, preferindo segurar o olhar do corvo ao passo que cantava sua linda melodia. Cliwyn aproveitou a deixa para ganhar distância, não tendo interesse nenhum de ficar no radar de Sing, e correr na direção oposta da porta.

—O painel!

—C-certo! —Akarui se mexeu para acessar o painel do lado da porta, tentando abri-la, mesmo que o medo estivesse arraigado em sua alma. Espeon a seguiu com a cabeça baixa, embora não precisasse já que todos a pré-evolução do Scizor estava focado na garota de cabelos pretos e o Murkrow dormia profundamente —Não está prestando! Acho que foi hackeado!

—Droga! Krinvo!

A voz da morena ecoou nos ouvidos do Swablu que girou no ar e disparou uma rajada de som contra o Scyther que subia para acertá-lo. Uma coisa eles tinha que aceitar, o tipo inseto era duro.

Mesmo sobre a tensão do Round, Scyther continuou investindo até que finalmente conseguiu um golpe sobre o pássaro, Wing Attack arrancando suspiros de dor. Krinvo girou no ar com a força do golpe, contudo conseguiu recuperar o equilíbrio rápido o suficiente para contra atacar novamente com outra rodada de Round.

Esse foi o golpe de misericórdia. Scyther foi esmagado no chão pela força do som, os círculos vermelhos atingindo e pressionando o corpo até que o louva-Deus não voltasse a se levantar.


—Swwabluuuu! —Com um aceno de cabeça Heiwas deu as costas para a pequena nuvem, confiando que ele finalizaria a luta com o Murkrow com uma série de Fury Attack.


Ela correu para a porta de ferro sem se incomodar em falar com a ruiva, os dedos trabalhando rapidamente para tirar o Dexit e inserir o USB, anteriormente escondido em um compartimento na sua pulseira, no painel.

—Eu só tenho alguns segundos —Murmurou, fitando os números que subiam pela sua tela. A nave estava dominada, pelo menos essa seção, com um vírus que dava total acesso ao hacker que havia se infiltrado. O ponto fraco? O cara tinha que estar dentro da nave para conseguir sinal o suficiente para isso e a barreira de proteção era fraca, Heiwas poderia quebrar facilmente e rapidamente, contudo era aí que estava o negócio real. Ele vai estar esperando para conseguir o acesso novamente. Deve ser por isso que botou uma barreira tão fraca —Assim que eu entrar vou ficar vulnerável e ele terá acesso aos meus dados. A boa notícia? Terei acesso à nave.

Heiwas deixou de não escutar para falar sozinha, Akurai, trêmula, deixando seu lado para pegar um caixote de madeira. A jovem menor levantou a mão e contou, abaixando os dedos ao passo que a contagem regredia de cinco a zero —Agora!

A porta de ferro se abriu com um estalo e o robô que estava vigiando se desligou, caindo no chão desligado. Tão rápido quanto se abriu a porta voltou a se fechar, só não conseguindo por causa da caixa de madeira que Blossom colocou na entrada.

—Vamos! —Cliwyn tirou o USB e saltou por cima da caixa para sair do quarto, Swablu em seu calcanhar, um brilho de vitória cintilando em seus olhos negros —Ah merda! O desgraçado colocou o vídeo da nossa batalha na internet!

—Uhhh... Eu…

—Não se desculpe, é ele quem vai sentir muito quando o alcançarmos! Ele vai tirar essa merda antes que as outras pessoas vejam —Heiwas rosnou, sabendo que o hacker, seja lá quem for, havia travado de alguma forma o vídeo em seu perfil e agora a batalha que ela acabou de ter estava anexada lá, bem abaixo de seu recorte de jornais, pronto para qualquer pessoa miserável ver —Isso não foi por capricho. É a porra de um desafio! Vamos!

—Espere...?!





Sorteio:

Presente de Jason::

Obs: Eu não sei onde colocar o pacote então improvisei, desculpe o motivo fraco XD
Dexit atualizada com vídeo de batalha.
Heiwas
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Re: [CL] Capítulo I

Mensagem por chansudesu Qua maio 13, 2020 9:49 pm

[CL] Capítulo I 333
  • Krinvo ganhou 60 pontos de Experiência;
  • Saúde: 44%, ferimentos ao longo do corpo, contudo, seu maior inimigo por enquanto é a fadiga.

    A Nave está 100%, tendo seu sistema recuperado a tentativa de invasão com botnet pelas ações de Heiwas.


  • Heiwas ganhou 40 Bitcoins.


Adicionar aos Marcos de Conhecimeto:
  1. Conhecimento avançado em invasão de sistemas que demonstrem vulnerabilidades;
  2. Conhecimento intermediário em prevenir o acontecimento de ciber-ataques em sistemas e botnet num geral.

Serei o seu Tutor daqui em diante. Pode anexar meu tópico em seu sumário e me marcar: Pedidos de Avaliação.

Um post repleto de ação e adrenalina, talvez o que mais tenha sido até então recheado de perigos diretos com um confronto tão acirrado como esse. Percebe-se que Krinvo já está atingindo uma curva bem destacada a respeito do seu desempenho em batalha, o que foi coerente com o fato de ter conseguido enfrentar ambos os oponentes, apesar de ter saído bem cansado e com ferimentos aparentes.

Por enquanto não irei dispor Minor Quests, visto que acho que talvez você queira introduzir mais alguns ou algum post incrementando detalhes sobre a situação atual. Na próxima avaliação vou juntar melhor os pontos e dar algumas opções de tarefas bem importantes quando já estivermos mais introduzidos nesse ambiente novo que, para a própria personagem, também é um habitat desconhecido.

Boa sorte nos seus próximos passos!
chansudesu
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Re: [CL] Capítulo I

Mensagem por Heiwas Dom maio 17, 2020 5:54 pm

Máquina Quebrada {Parte 2}




A nave não tinha se acalmado quando Heiwas irrompeu pelo corredor banhado com luzes vermelhas e, tampouco, seus tripulantes estavam parados. Havia um trânsito maior de pessoas, que corriam de um lado para o outro com caixas e equipamentos. A conversa gritada por cima de suas cabeças eram que estavam sendo atacados e que os escudos logo não aguentariam. Isso, somado a experiência anterior, deixou as garotas no limite.


—Precisamos descobrir onde ele está e o que está tramando —A de cabelos negros disse, desviando da multidão apressada e se enfiando em um dos quartos, os olhos cinzentos brilhando em vermelho na luz fraca que entrava pela porta.


—M-mas, eu não entendo. Se é um desafio p-por que ele não d-disse onde encontrá-lo?


—Hackers são raposas, caçadores oportunistas. Seus pokémon são fracos, Krinvo derrubou dois deles sozinho —A menor sentou no chão com os joelhos dobrados abaixo dela. Em qualquer outra situação ela teria corrido desembestada atrás da merda do cara que tentou matá-las, mas correr por aí com um pokémon ferido e sem sabe onde encontrá-lo pode dar errado antes mesmo de chegar ao hacker —Mas mesmo assim ele me desafiou, então…

—… então?

—Vamos, pensei que fosse esperta! —A garota franziu a testa com um sorriso, como se não percebesse que outro ser humano não podia ler sua mente. Quando Akarui rangeu os dentes em frustração e uma pitada de irritação piscou em seus olhos, o sorriso de Heiwas aumentou —Pense, porque alguém chamaria alguém com pokémon mais forte que os seus para uma luta? Ou é uma armadilha ou ela tem certeza que você não vai chegar lá. O desafio não é um teste de força, mas…

—De sobrevivência! —Blossom completou, a voz quebrando no meio da frase —M-mas o sistema da nave foi recuperado por você e Red Sea é de total confiança. Somos uma família, ninguém da tripulação original levantaria a mão contra alguém que estava sobre a proteção de meu senhor!


—Nem todo mundo, lembra? —Heiwas estalou os dentes e apontou para a adolescente na sua frente, fazendo Swablu, que estava deitado no capuz de sua capa, reclamar —Você mesmo disse que estavam com um pessoal novo por causa do seja lá o que aconteceu em Detroya.


—Você se l-lembra


—Claro, eu sempre me lembro de coisas importantes! —A de olhos azuis disse, estufando o peito em orgulho fingido.


—E-eu, ninguém nunca presta atenção no que digo… —Havia uma expressão estranha no rosto da ruiva, algo que Cliwyn não conseguia desvendar. Ela resolveu arquivar isso na sua mente e se concentrar no que Akarui havia puxado de sua bolsa presa ao quadril —E-eu, talvez não ajude muito, mas…


Ela abriu o caderno de couro e folheou até que a planta de uma nave desenhada a lápis estivesse deitada entre as duas. Cliwyn virou a cabeça e fitou longamente o papel, absorvendo toda a informação espalhada pelo mapa. Se Akarui apertasse os olhos com força ela quase que poderia ver as engrenagens girando em cima da cabeça da hacker.


Caderno:


—Quero que pense com cuidado, Akarui. De todos os tripulantes, quem teria a oportunidade perfeita para colocar alguém de fora aqui dentro em pouco tempo?


—Eu...não… e-eu, acho que o Lew. Ele foi contratado em Detroya, depois que nosso imediato morreu. Ele era velho, não tinha ficha nem um perfil conhecido no Dexit, mas estávamos com pressa e precisávamos de alguém com experiência em número para fazer o controle de carga…


—Onde? —A menina menor empurrou o caderno na direção da outra.


—Acho que no dormitório, aqui, é onde todos os que não podem lutar em uma invasão são forçados a ficar.


Heiwas sorriu, os olhos brilhando na luz artificial, deliciando-se com a informação extra —Então ele não pode lutar, é…?


—Espere! O-o que você vai fazer? Você não pode simplesmente atacar alguém sem prova!


—Você não sabe que esse é o mês do Sandslash? Como diria o horóscopo, é hora de afiar nossas garras!


—Swaa!


—Tenho certeza que eu li algo sobre ponderações! “É tempo de afiar suas garras, manter-se com o pé firme na terra e ponderar sobre seguir a dianteira ou voltar para a quietude do subsolo”, acho que era isso —Mas era tarde demais, pois Heiwas já tinha parado de escutar para correr, sua postura como a de um predador —Não me deixe sozinha! O-oi!





O quarto estava quieto e escuro quando Lew entrou e apertou o interruptor. Uma luz alaranjada banhou o ambiente, jogando e torcendo as sombras e enfatizando ainda mais o tom sombrio do cômodo. Lew, um homem velho e corcunda, cabelos pretos ralos que caiam fracamente dos dois lados da cabeça, unindo-se mais abaixo com uma barba curta e bigode cercado. Ele era uma figura miserável e não se importava com isso, pois enquanto todos corriam desesperados lá fora, tentando impedir que a nave exploda sobre o ataque de outra nave de Beta, ele poderia descansar e aproveitar das regalias de seu trabalho duro.


Foi o que pensou quando manuseou com mãos ávidas o pacote de papel, tirando de dentro um envelope com um bilhete dentro (Liberty Pass), uma Aspear Berry e uma Pokébola. O resto não tinha importância nenhuma, apenas o passe que poderia e iria levá-lo para qualquer lugar que quisesse.


—Otários —Ele sorriu felinamente antes de começar a rir histericamente, a mão esquerda subindo para bagunçar seus cabelos —Os idiota não desconfiaram de nada!


—Eu não diria isso se fosse você —O velho virou-se, assustado —Principalmente não em voz alta.


—O quê?!


De repente ele estava sendo empurrado, a dor queimando em suas costas ao acertar a parede de ferro atrás dele. Um par de mãos agarrou a gola de sua blusa e a puxou, fazendo-o dobrar dolorosamente para frente até que o velho pálido e desgrenha se visse encarando olhos vermelhos cujas pupilas estavam dilatadas em fendas negras e afiadas, como os olhos de um gato. Diabólico. Diziam que os olhos eram as portas das almas, no entanto aquelas esferas pareciam mais portões feitos para conter e não guardar.


—O que no inferno?!


—Onde ele está? —A mulher de cabelos negros rosnou, empurrando as suas costas contra a parede com ferocidade.


—Ele quem?


—Não se faça de idiota. Te pegamos no pulo, velho!


—Me larga —O velho esbravejou e tentou se desvencilhar só para rapidamente ser subjugado pela jovem. Não era que ela tinha muita força; ele é que era muito fraco —Então foi ela, né? Aquela puta! Clone miserável, fica espalhando boatos sobre mim hein?!


Cliwyn não o soltou, entretanto girou o rosto na direção em que o velho olhava, onde Akarui estava meio escondida atrás da porta. Um olhar nervoso estava travado em seu rosto e ela corria os olhos entre o lado de fora e o de dentro, como se pensasse no que deveria fazer. Espeon, mais corajoso, estava sentado na frente da porta, as orelhas coladas na cabeça e um rosnado crescente e profundo dirigido a Lew.


—Seu problema não é com ela! É melhor começar a cantar antes que eu perca a paciência —Atrás dela o Swablu esvoaçou, um olhar cruel em seu rosto.


—Calma, eu não fiz nada. Eu só a deixe entrar e ela me deu isso, e foi só —Ele disse, levantando as mãos e chacoalhando o saco de papel. Heiwas seguiu o movimento antes de bater as costas do homem mais uma vez contra o metal —Ei, não precisava de tudo isso! Eu não sou pessoa ruim!


A adolescente levantou uma sobrancelha para ele e arrancou o pacote com um sorriso feroz. Acontece que os três itens não era a única coisa dentro da bolsa e, com absolutamente nenhuma surpresa, Heiwas se viu em posse de um gravador de voz. Com as mãos suando ela apertou o botão e escutou a mensagem.


“Você possui algo que não é seu, então eu retribuir o favor. Vamos trocar: a bolsa pela criança, sem truques, apenas você e eu. Te espero na rampa”


A voz era feminina e suave, quase um ronronar. Cliwyn não deu muita atenção a isso, pois seu sangue congelou e sua mente já confusa e nublada ficou agora recheada de raiva. Akarui se aproximou com olhos assombrados e tocou em seu braço, despertando-a antes de gaguejar uma pergunta que Heiwas tinha medo de responder.


—Só há uma criança nesse navio.


—Jason. Ela tem Jason.


—Mas quem é ela?


—Vamos ter que descobrir —A hacker embolsou o suborno, satisfazendo com o grito indignado do velho que deixou o lobo entrar no covil. O desejo de justiça estava cantando em suas veias quando ela saiu do quarto para outro corredor.


—Espeon, fique —Akarui apontou para o chão na entrada do dormitório. O pokémon não pareceu muito alegre com a perspectiva de sentar e esperar, mas o fez mesmo assim.


Por pura coincidência, ou não, os tremores ficaram mais forte quando abandonaram o quarto. Akarui, pela primeira vez, não parecia muito preocupada com isso, adaptando-se facilmente as quedas de energias abruptas e as inclinações e rangidos inconstantes da nave. Heiwas a elogiaria se a tensão não tivesse despertado o pior dela tão rápido. A raiva era tanta que a qualquer momento Luxray rasgaria seu caminho para fora, a aprisionando dentro dela mesma. Era o medo desse confronto que fazia seus pés se apressarem pelo labirinto de corredores.


Bam


—Você ouviu isso?


Bam


—Não temos tempo. Jason precisa de nós!


Bam


—Eu acho…


De repente era como se algo tivesse investido com força contra uma porta. Não. Pode riscar o "se". Algo definitivamente se arremessou em uma porta até arrebentá-la e continuou seu caminho em sua direção com tal intensidade que fez o nervosismo da garota subjugar a raiva fervente.


—Akarui, corra! —Ela gritou, parando com os olhos fitos atrás dela. Blossom hesitou um momento e só voltou a correr quando a garota menor gritou novamente, dessa vez sem se preocupar em esconder a ansiedade —Corra! Corra!


Krinvo saiu do capuz e avançou para frente, o peito estufado e o bico aberto. Um segundo depois uma bola de espinhos dourada e marrom atirou-se no final do corredor. Não pagando nenhuma atenção a ave, que estava atacando com Round desde o momento que apareceu, avançou com o Rollout para derrubar a garota.


—Deu merda!


Heiwas correu como se sua vida dependesse disso —o que, na verdade, dependia mesmo. Sandslash seguiu com Rollout, determinado a esmagá-la e perfurá-la com seus espinhos afiados.


—Krinvo! —Sem perder tempo o pokémon voador perseguiu a bola furiosa, usando Round atrás de Round para desacelera-lo e desestabilizá-lo.


Heiwas virou à direita, quase escorregando e batendo na parede. Sandslash não teve a mesma sorte e se esborrachou no metal. Depois disso foi tudo uma questão de se jogar em curvas estreitas e se meter em corredores sinuosos ao passo que tentava fechar todas as portas que conseguia —talvez não parasse o pokémon, mas poderia desgastá-lo, principalmente quando o Swablu estava tão determinado a ter a vitória.


Em determinado ponto a jovem já não tinha mais força para correr. Isso seria ruim se o fôlego do predador também não tivesse acabado.


Ela derrapou até parar e apontou para o Sandslash bem na hora em que se desenrolava, pronto para saltar e dilacerá-la com as garras. Krinvo habilmente deslizou por baixo dele e investiu com Take Down contra a barriga macia, o único lugar não protegido pela carapaça dura e espinhosa.


O efeito foi imediato.


O tipo ground foi atirado para trás, acertando a parede de metal e caindo de bruços no chão, de onde não se levantou mais.


—Esse pode ser seu mês, mas definitivamente não é seu dia —Ofegante, Heiwas saiu para encontrar Akarui, orando para que esse tenha sido o último pokémon a ter que enfrentar.




Não demorou muito para chegar à rampa, visto que já estavam perto do local, mesmo assim, quando chegou lá, o drama todo se desenrolava em um conjunto de expressões sombrias e tensão tão grossa que Heiwas poderia cortar com uma faca. Foi ridículo.


Uma mulher de rosto fino, idade avançada e cabelos loiros mantia uma pistola a laser sob a cabeça ruiva da criança de nove anos. Essa tinha seus olhos estoicos e profundos virados na direção de Akarui que tremia mais que uma folha ao vento, as mãos apertadas em punhos do lado do corpo e os dentes cerrados. Olhando para ela assim fez um arrepio subir pela coluna de Cliwyn, parecia que ela poderia vomitar ou chorar a qualquer momento e a hacker, com certeza, não era o melhor material para consolo.


Também havia uma terceira pessoa no local, fora Heiwas. O capitão da Nave, o pai de Jason e o homem mais feroz que a hacker havia visto em muito tempo. Bem, fora o Conde. Para Heiwas ninguém poderia ser mais cruel que aquele homem.


Todos se moveram de seu lugar quando Cliwyn explodiu pela porta à esquerda da escada. A arma que o capitão segurava permaneceu firmemente apontada para a cabeça do inimigo, contudo sua postura mudou sutilmente quando ele falou sem olhá-la.


—Eu não sei o que você fez, mas aquela nave Beta nos bombardeando lá fora não é a única te caçando.


—Deixe-o em paz! Seu jogo é comigo! —Heiwas rosnou, engolindo a culpa que ameaçava escalar seu peito.


—Eu não me importo com você —A mulher deu um passo para mais longe deles e para mais perto da borda da rampa que estava aberta. De onde a jovem de cabelos negros estava ela podia difundir o céu escuro da noite e o chão cada vez mais próximo. Um tremor forte marcou o espaço entre uma fala e outra —Você vai me entregar à carga e eu não vou, talvez, explodir a cabeça dele.


A declaração foi recebida por um rosnado do capitão e pela palidez acentuada no rosto de Blossom. Heiwas deu um passo à frente, uma das mãos levantadas enquanto a outra apertava a bolsa de couro.


—Eu não confio em você. Como vou saber que não vai matá-lo depois que conseguir o pacote.


—Você não vai saber —Ela sorriu, a arma mudando a mira para a hacker que se aproximava lentamente —Mas que opção você tem?


É verdade, pensou com suor escorrendo seu rosto, mas se eu desistisse agora o que mais eu poderia fazer? Liar disse que um objetivo me tornaria mais forte. Como posso fracassar sem nem ter começado?


Entretanto ela não podia botar a vida das outras pessoas em risco por causa disso, principalmente a de uma criança. Não era seu direito. Não era justo.


Decida, levantou a bolsa para a adversária e…


—Não!


Tudo aconteceu muito rápido. Uma hora a mulher tinha estendido a mão livre para pegar o objeto e no minuto seguinte uma mancha vermelha estava passando por Heiwas e derrubando a hacker do mal. As duas colidiram, a arma voando para fora do aperto da inimiga e o menino correndo para seu pai assim que se viu livre.


Heiwas assistiu em câmera lenta os dois corpos deslizarem pela rampa e despencarem. A hacker primeiro e, então…


—Akarui! —O grito saiu de sua garganta involuntariamente e seus pés voaram para frente. Antes que percebesse a garota tinha agarrado um cabo de energia, provavelmente o que comunicava o sistema da porta ao comando da nave e que a sequestradora deve ter cortado para fazê-la abrir; com uma mão e mergulhado para fora da nave.


Suas mãos se encontraram e todo o corpo de Cliwyn esticou até que ela tivesse a impressão que fosse quebrar ao meio. Com uma mão ela segurava a vida de Akarui e com a outra ela segurava as duas. Não tinha para onde correr. Estava presa.


—Abaixem a nave! Abaixem essa merda agora!


Uma voz gritou acima delas, porém as palavras caíram em ouvidos surdos. O cabo enrolado em seu punho estrangulou seus dedos e o vento estava balançando o corpo da ruiva de um lado para o outro.


—Você não vai a-aguentar! E-e-eu… Precisa me soltar!


—Pode esquecer!


—Ela está certa —Foi o capitão que gritou. Os olhos vermelhos olhando para os dourados da adolescente —O escudo da nave não vai aguentar muito tempo! Precisamos despistar Beta, mas nos veremos em breve.


—O-oquê?! Não! Não corte o fio! Oi!


—Não há tempo, vocês podem atingir uma coluna de pedra nesse ritmo. Vai por mim, vocês sobreviverão à distância até o solo e nos encontraremos novamente em Atomia daqui a cinco dias.


—Mas...mas…


—Veritys, cuide dela por mim…


E então o fio estava sendo cortado, Swablu estava gritando e as duas estavam caindo. Havia o céu noturno, a aurora, a nave se afastando, o vento em seu rosto, os gritos em seus ouvidos, o solo embaixo dela e, então, havia a dor...




Sorteio:

Suborno::


Obs: Então, eu não vou usar o chamado agora ( Só em Atomia para ir para Malgrax XD) e resolvi fazer o caminho até Atomia a pé por causa do dado de selvagem. Também Heiwas e Akarui podem sangrar e rasgar algo, mas como na minha cabeça a nave estava tipo rasando o chão a queda não pode quebrar nada. Por isso a mulher que Akarui investiu também deve estar viva em algum lugar.

Ps: A nave de Beta estava atrá de Red Sea, mas aparentemente não trabalha com a hacker, pois ela disse que só queria a carga. Eu não achei sensato esquecer a bolsa com os eletrolocks por causa desse novo plot, então vou colocar os dois porque não consigo me desfazer de nenhum XD
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Re: [CL] Capítulo I

Mensagem por chansudesu Seg maio 18, 2020 5:16 pm

[CL] Capítulo I Od4PgDn
Confronto Árido: Batalhar contra Sandshrew ou Sandslash de outro treinador (Envolve NPCs). + 30 Bitcoins

[CL] Capítulo I 333
  • Krinvo ganhou 15 pontos de Experiência;
  • Saúde: 32%, está ainda mais exausto, precisa de descanso.

Heiwas
  • Saúde: 72%, algumas partes do corpo foram raladas, coleciona alguns ferimentos em suas articulações, dedos comprometidos.

  • Heiwas ganhou 25 Bitcoins.

Estou cada vez gostando mais da adrenalina que vem servindo na sua campanha, os fatos estão se desenrolando muito bem até aqui. De toda forma, que Heiwas tenha sorte daqui em diante. Aliás, cuidado com a saúde do Krinvo baixa em uma Landmark sem Centro Pokémon por perto.
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Re: [CL] Capítulo I

Mensagem por Heiwas Sex maio 22, 2020 7:07 pm

Máquina Quebrada {Parte 3}



Tudo queima, até seus pulmões estão explodindo com a terrível sensação de estar derretendo. Parece que o ar virou ácido, se apegando a sua pele e enchendo seu peito com nada além de dor e desconforto. Ela quer gritar, no entanto seus ossos estão tremendo e tudo balançando ao seu redor, de modo que ela sabe que se abrisse a boca poderia muito bem vomitar. Ela fica tentada a fazer isso assim mesmo.


—Swwww —O timbre é baixo, preocupado, não muito mais alto que um sussurro sobre as rajadas de vento frio, contudo Heiwas ouve mesmo assim.


Cerrando os dentes para conter a dor que irrompe de seu lado esquerdo (o lado que, muito provavelmente, havia aterrissado), ela senta-se o mais ereto que consegue. O mundo ainda está girando, porém a bile seu estômago se acalmou o suficiente para que ela possa pensar com mais clareza e simplesmente, bem, respirar.


—Você está bem, amado? —Ótimo, ela está usando apelidos agora. Não era um bom sinal.


Swablu parece pensar assim também quando agita suas penas, uma cortina de poeira elevando-se no ar —Swwwa swwww.


Ele chama gentilmente, agarrando a capa vermelha e puxando para cima insistentemente. Talvez não fosse a melhor ideia fazer alguém que acabou de cair de uma nave em movimento se levantar, no entanto Krinvo sabe que permanecer deitado enquanto se está ferido no meio do nada é o caminho mais curto para a morte.


Heiwas atende o chamado, não porque se importa ou tem medo —visto que sua cabeça está muito confusa e lenta para perceber seu entorno —, mas porque ela ama e confia em Krinvo mais do que qualquer outro ser vivo do planeta. Ele sempre sabia o que fazer. Sempre teve um jeito de tornar as coisas melhores. Então ela tropeça em pé, cambaleante, trêmula, suja e absolutamente confiante. Ela não volta ao chão, conseguindo firmeza o suficiente nos pés para se inclinar e arrumar as duas bolsas ainda presas sobre os ombros.


—Você está bem, Algodão? —Pergunta com seu tom de voz habitual, o som alegre apenas parecendo um pouco mais arrastado e gaguejado que o de costume.


O pedaço de nuvem se arrepia e grita indignado.


Ele está tremendo de exaustão. O branco de suas penas desapareceu em favor de um cinza e negro proveniente do solo. Há cortes de todos os tamanhos enfeitando o corpo oval junto a contusões roxas, apesar disso seus olhos brilham como chamas na fraca luz lunar, fazendo transparecer a ferocidade e determinação que ele costuma esconder sobre camadas e camadas de indiferença.


—Me desculpe —A menina sussurra sinceramente e suas mãos tentam se fechar em punhos ao seu lado, contudo o queimor que surge e escala os seus dedos tão repentinamente a faz gritar de surpresa. Ela volta a tremer, olhando assombrada para o par de mãos, temendo descobrir o que há por baixo das nuvens.


—Swablu! —A ave grita junto com ela, tentando distraí-la. As íris azuis piscam em vermelho e seus instintos correm soltos, lhe mandando sair dali. Procurar um lugar seguro, pois suas garras se foram e está vulnerável —Swaaa swaablu! —Chama novamente e, dessa vez, a uma pitada de raiva que faz a jovem acordar.


É um aviso. Esconda-se. Ele vai ficar sem força logo. Ferida, fraca, presa. Então ela junta os punhos e os empurra contra o peito, a capa vermelha caindo pesadamente dos dois lados, abraçando seu corpo machucado como uma mãe faria com seu bebê. Não está tão frio agora, mas os dedos queimam e tremem e sua mente ainda está pesada demais para saber o que fazer. Corra. Respire. Abrigo. Pense. Fuja!.


—Precisamos encontrar Akarui. Veja, tive uma ideia.


Tudo à sua volta está tão escuro que mesmo com a luz da lua a hacker não consegue enxergar direito. Ela quase deseja que aqueles cientistas loucos tivessem lhe dado uma cauda brilhante ou estrelas para os ouvidos. Arrepende-se assim que o pensamento chega; Luxray não era algo que ela deveria ser, que ela queria ser.


Assim a adolescente desfaz o feixe de sua bolsa (com muita dificuldade, já que seus dedos se recusavam a colaborar) e tira o pacote embrulhado da bolsa, mostrando a bolsa de plástico preto para o tipo normal. Ela hesita em pedir que ele pegue: Swablu já teve sofrimento e cansaço o suficiente, não é justo que ela queira que ele continue lutando. Era a responsabilidade de um treinador cuidar de seu pokémon.


Entretanto, como sempre, parece não ser sua escolha a fazer. Krinvo aproxima-se e agarra o pacote com todo despeito que ele ousa reunir, alçando voo antes que Heiwas possa reunir. Era a responsabilidade de um amigo cuidar do outro.


O brilho do Brightpowder é fraco. A luz verde só ilumina um raio de dois a três metros, trazendo a tona as silhuetas difusas das pedras flutuantes e o caminho estreito que é uma mistura de areia batida e grama. É, porém, forte o suficiente para não cair nos enormes buracos deixados pelas pedras ao se desprenderem do chão.


Krinvo segue a direção oposta da nave e encontra Akarui nem cinco minutos depois de caminhada —deveria ser menos, mas naquele ponto Heiwas estava só se arrastando com passos lentos e inconsistentes. Quando a garota para de repente e sorri como se o natal tivesse chegado, uma expressão que o Swablu não entende porque ele odeia essa época do ano, a ave para e esvoaça ao redor do corpo imóvel.


Akarui está sentada com uma de suas mãos na cabeça e a outra apertando seu lado. Quando a luminosidade toca seu rosto, ela vira-se na direção da outra menina, o alívio que cruza seu rosto rapidamente. É esse conflito de sentimentos que a faz se levantar as pressas, a jovem pairando a sua volta como uma mãe galinha pavoneia seus pintinhos. Não era surpreendente que Blossom não estivesse tão ferida como a própria Cliwyn, afinal ela estava mais perto do solo quando caiu e a hacker havia lutado com uma série de pokémon antes de literalmente despencar do céu. Além disso, ela tem certeza que a concussão tem uma mão de culpa em seu cansaço, enxaqueca e vertigem. Se Liar estivesse ali ele com certeza faria aquela clássica piada sobre perguntar se doeu quando caiu do céu ou alguma coisa assim.


—Não chore! —Heiwas admoestou quando viu as grossas lágrimas surgirem no canto dos olhos —Não agora. Não aqui.


As frases são curtas porque ela não tem a mente e nem o humor certo para elaborar algo mais criativo ou preencher o silêncio constrangedor que se estende entre eles. Blossom estende as mãos para tentar pegar o braço direito e passá-lo por cima do ombro a fim de ajudar a adolescente ferida a se sustentar, no entanto a garota de cabelos pretos se afasta com um som que é metade rosnado e metade gemido.


Blossom recua como se acabasse de ter se queimado, as mãos levantadas em sinal de rendição e culpa marcada em suas íris verdes —M-me desculpe, e-eu entendo que você não me queira por perto e…


—Não não não, não é isso —A menina interrompeu com um aceno de cabeça exagerado —É só que as minhas mãos estão realmente fodidas e —Com um suspiro pesado, acrescentou em tom suave: —Não é sua culpa.


Ao ouvir essas palavras Blossom não aguentou e começou a chorar. A hacker grunhiu, constrangida, pois não sabia o que fazer para consolá-la, mas Krinvo não estava nenhum pouco alegre com a perspectiva de continuar para ali apenas esperando que sua treinadora estúpida fizesse algo, então ele tomou a situação nas suas próprias mãos, ou melhor asas, e voou para longe, forçando as duas a acompanhá-lo.


O choro se transformou em um soluço leve quando eles finalmente pararam em uma espécie de abismo? Não, as rochas que os cercavam de todos os lados flutuavam, embora fossem enormes tanto no comprimento quanto na largura, paredões de pedra sólida os protegendo e aprisionando tudo ao mesmo tempo. Uma vegetação rasteira forrava o chão cinzento e, apesar da grama não ser alta, rapidamente se tornou um bom lugar para sentar e organizar os pensamentos —pelo menos foi o que Krinvo pareceu achar ao depositar a fonte de luz no solo e se aconchegar no colo da adolescente de cabelos negros, sempre lançando olhares sinistros em direção a Akarui que permanecia a alguns centímetros de distância deles, olhos inchados olhando de soslaio para ambos.


—Krinvo, preciso que me escute —Disse Heiwas depois de um momento de silêncio. Ela gesticulou para que Akarui se aproximasse e apontou para sua bolsa —Preciso que você aprenda um novo movimento. O que temos agora não será suficiente por muito tempo.


—Swww! —Ele se arrepiou, claramente ofendido, no entanto não se afastou quando Blossom retirou o Potion e aplicou nele.


—Aqui não é como em casa. Cada batalha pode ser a última —E, claro, ele sabia disso. Krinvo havia lutado por suas vidas desde a primeira vez que se conheceram. Mesmo assim não era fácil ouvir que o que você tinha, o que você era, não era o suficiente.


Curado e emburrado, a jujuba se afastou, escolhendo dormir enrolado na capa vermelha. Cliwyn não insistiu mais no assunto depois disso, sabendo que seu parceiro faria a melhor escolha quando a hora chegar. Ao invés de se preocupar com isso ela apenas se se encostou à rocha atrás dela e fechou os olhos, tentando ignorar o sentimento ruim em seu estômago e o ardor em seus dedos.


—Você estava errada. A culpa era minha —Akarui falou, fitando as mãos machucadas da outra mulher. Por um momento a menor pensou em esconder seus membros, envergonhada, contudo cedeu ao pedido silencioso e retirou as luvas com os dentes, engolindo o gemido que forçou sua garganta —Sempre é minha culpa. Tudo que trago é azar desde que me juntei ao meu senhor, mas isso já era esperado, afinal, eu fui criada para destruir mesmo.


Cliwyn olhou confuso para a estranha declaração, não conseguindo absorver muito bem o conceito de alguém ser criado para algo. Quer dizer, são nossas escolhas que nos fazer ser quem somos, não é? Liar escolheu ser um contrabandista, Akarui escolheu não lutar e ela, bem… no final o que a tornou um monstro foi a sua escolha não foi? Esse não era um bom pensamento, mas a distração que ofereceu foi boa o suficiente para ela ignorar as agulhas de dor que veio ao sentir os dedos da outra jovem examinando os cortes e a dureza em seus dedos.


—Aqui —Ela disse, rasgando sua manga branca e enfaixando suas mãos.


—Ei! Você não precisava fazer isso, era uma boa roupa!


—Eu precisava! V-você me ajudou muito, desde que nos conhecemos! Lutou por mim quando tudo que fiz foi atrapalhar! Foi ser fraca!


—Ser fraco é uma escolha —A hacker se inclinou para frente, sorrindo de lado enquanto encarava Akarui com uma saudade nos olhos —Um… amigo me disse que ter um objetivo nos dar coragem para continuar. talvez seja apenas isso que você precise.


A conversa morreu depois disso e as horas se arrastaram rapidamente pela areia cinzenta que os cercavam. A aurora de antes havia desaparecido quando Heiwas acordou e não parecia que ela fosse voltar tão cedo. Tudo bem, pois Heiwas estava muito enjoada para curtir o show mesmo.


A hora já era avançada quando um barulho no horizonte chamou a atenção de Blossom que tinha tomado o posto de vigia, já que não conseguia dormir por causa da nuvem de pensamentos que permeava sua mente. Ela se levanta, mas não se adianta, temendo o que vai encontrar.


Akarui para, indecisa, um olhar cauteloso varrendo o cenário vazio. É nesse momento de hesitação que uma pedra rocha rola até para na sua frente, pés como lascas de rochas se desenrolam e a coisa toda apita e chia para a ruiva que permanece estática na sua frente.


—Hum, Veritys… —Chama com urgência, porém o barulho só agita ainda mais o pokémon chateado.


O pedregulho treme no lugar, uma luz prateada se formando no centro das bordas amarelas. Akarui sabe que ele vai atacar e por isso pisa na frente de Heiwas que ainda está atordoada de sono. A ruiva abre os braços, range os dentes e se prepara para proteger a garota, contudo um grito agudo irrompe dos céus e acerta a rocha viva como círculos vermelhos.


Krinvo gira em seu próprio eixo, chamando a atenção do pokémon e estranho. Há um brilho suave que escala suas penas brancas e desaparecem em seu peito emplumado. Ele para, chacoalhando o resto de cansaço que tinha e estufando o peito para gritar. porém nenhum grito sai de seu bico, apenas faíscas com a mesma tonalidade que Blossom havia visto permear o corpo pequeno.


A pedra roxa zumbe com raiva e finalmente ataca, atingindo o tipo normal com uma rajada de lama que, apesar de não causar muito dano, prejudica um pouco à visão da ave, abaixando sua precisão (Mud-Slap). Blossom não sabe muito bem o que fazer, porém é mostrado com rapidez que ela não precisa fazer nada quando o Swablu mergulha contra o pokémon desconhecido, o vento agitando suas penas com ferocidade enquanto ele fecha a distância e atinge o inimigo com Take Down.


Ele rola pela grama com o impacto antes de se colocar de pé e saltar, abaixando a cabeça baixa e ganhando impulso para cabecear (Headbutt) o estômago do pássaro.


—Pra cima! —A de olhos cinzentos grita, levantando-se desajeitadamente do chão e alcançando o Dexit. Então ela realmente precisa fazer algo?


Dexit:


Krinvo nem pisca ou vira-se para olhar a menina, ele só bate as asas mais forte e sobe, deixando o Roggenrola passar por baixo dele. Eles podem ter a mesma força, entretanto em matéria de técnica Krinvo ganha de longe. Vê-lo lutar é como olhar para um daqueles shows com aquelas naves coloridas e pequenas lá em Detroya, especialistas no ar que fazem parece que a qualquer momento podem se estourar em um edifício ou plataforma só para desviarem no último minuto e ascenderem os céus. Deixa seus olhos arregalados, o coração na boca e as mãos frias. É excitante. Akarui quer gritar, quer se mexer, quer fazer o sangue queimar e girar em suas veias.


Roggenrola se encolhe quando pousa do outro lado, minimizando o impacto. Com um movimento fluido ele se ergue nas pontas dos pés e grita. Imediatamente fragmentos de pedras começam a cercá-lo, cortando um ‘x’ ao seu redor, e, então, é disparado em uma rajada de pedras afiadas.


Enquanto isso o pássaro azul está fazendo aquele estranho movimento de novo. Blossom não sabe o que significa, todavia Heiwas é isso que faz a hacker acordar completamente.


O branco some no peito do passarinho de novo e, dessa vez, ele expira com muito mais força que a última. Swablu não chega a abrir o bico quando o Rock Slide vem em sua direção e o força a recuar, algumas pedras atingindo as pontas de suas asas fofas. Ele torce no ar, manobrando com destreza e rasando sobre o chão para diminuir a precisão do tipo rock —Esqueça isso! Dispare!


Um rugido irrompe de sua garganta e acerta o inimigo, jogando-o longe com Round. Krinvo assobia e grunhe e alça voo novamente, parecendo presunçoso e frustrado com o movimento.


—Não se estresse com isso! —Exortou sua parceira ao agitar os braços que nem uma doida —Isso não é som, é energia, então busque fora!


—Swwaaa!


Com determinação o tipo voador levanta-se no ar, girando em volta de seu próprio eixo com os olhos fechados. Ele está procurando, vasculhando os recantos de seu ser por algo, um poder dormente.


O tipo rock avança sem medo, uma pedra enorme se formando no centro de seu corpo. Ele não emite nenhum som, só atira o Rock Blast na ave que finalmente parou de girar. O branco surge no corpo, corre pelas penas e desaparece em ondas no peito do Swablu e é só aí, e apenas nesse momento, que ele abre os olhos e grita.


A esfera branca no centro e bordas multicoloridas e deformadas que é criada diante do bico se converte em uma rajada de luz em forma de dragão que atinge a rocha e a explode em milhares de pedaços. Como Rock Blast se repete, o Dragon Pulse continua, perseguindo o ataque adversário até atingir o Roggenrola com força, este cai com força no chão, fumaça escapando de sua forma tostada.


Veritys rir alegremente e dar alguns passos para frente para cumprimentar o amigo quando pisa em algo. Ela volta os olhos com as sobrancelhas levantadas para o objeto embaixo do pé.


—Oh…





Item Achado::

Obs: Minhas ideias acabaram, então estou aberta para sugestões e/ou uma minor quest. Ansiosa para ganhar dinheiro, já que não há nenhum pokémon que me interessa aqui XD

- 1 Potion. Fury Attack substituído por Dragon Pulse, debitar 170 bitcoins (85 + 85)
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Re: [CL] Capítulo I

Mensagem por Fisheye Sáb maio 23, 2020 9:26 pm


Olá @Heiwas! Antes de mais nada, gostaria de pontuar umas coisas importantes:

Ocorreram algumas mudanças no corpo administrativo do fórum e consequentemente tivemos que fazer um novo planejamento com relação as tutorias de campanhas. Nesse sentido, a partir de agora eu assumirei o papel de seu novo tutor. Portanto, sempre que concluir um post, pode pedir por avaliação no link: Pedidos de Avaliação - Bear.

Agradeço a compreensão e é claro, continue se divertindo!



[CL] Capítulo I 333
  • Krinvo ganhou 20 pontos de Experiência;
  • Saúde: 28%, extremamente cansado pelos duelos recorrentes. É recomendável o descanso e/ou uso de itens medicinais.
Heiwas
  • Saúde: 78%, começa a retomar o bem-estar, embora dores ainda persistam nos ralões, articulações e dedos.

  • Heiwas ganhou 20 Bitcoins.

Posso dizer que foi um deleite me atualizar da sua CL de forma a estar "apto" a lhe prestar tutoria. Consegue intercalar adrenalina, momentos de introspecção e diversos outros aspectos de uma maneira bastante prazerosa de se ler. Desde já, tem os meus parabéns!

Seguem abaixo duas Minor Quests com uma pegada mais simples, mas que podem ser encaradas como pequenos marcos na passagem de Heiwas pelos Rochedos Boreais:


Quests:

Fisheye
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Re: [CL] Capítulo I

Mensagem por Heiwas Qua maio 27, 2020 8:35 pm

Máquina Quebrada {Parte 4}





—Oh meu Deus!


A garota tinha acabado de apanhar a pokébola do chão quando a exclamação ecoou pela noite, fazendo a menina se arrepiar como um gato assustado e virar na direção do som com olhos arregalados.


Akarui a ladeou quando a mulher que havia gritado se aproximou delas com animação. Sua mão estendeu para frente e permaneceu lá, mesmo que nenhuma das garotas se mexeu para cumprimentá-la.


A mulher parecia que estava entre seus vinte e oito e trinta e cinco anos. Negra, seu cabelo era uma coisa curiosa: um conjunto de tranças grossas amarradas em um coque elegante. Bonito. Os olhos eram duas esferas azuis que brilhavam com excitação, o sorriso contente não parecia esconder nenhuma má intenção.


—U-uhm… Oi, meu nome é Akarui —Blossom adiantou-se e aceitou o aperto de mão depois de um momento em silêncio, balançando o membro estendido com o seu próprio. Era apenas mais um prova de que aquela mulher era uma boa pessoa quando não reclamou ou fez careta de nojo ao sentir o suor das mãos da jovem.


Heiwas não estava convencida. Ela diria que Krinvo também não, contudo duas estranhas era demais para ele aguentar e, por isso, voltou a se enrolar em sua capa vermelha como o eremita que ele é.


—Karmin Cain, é um prazer conhecê-las —Respondeu, empolgada —Eu estava voltando para o meu acampamento quando vi sua batalha. Foi realmente impressionante!


Ela estava olhando para a hacker agora, seriedade competindo com a alegria em suas íris. Veritys tentou espantar o sono e raciocinar, sua boca se mexendo para responder sem, porém, produzir nenhum som. Akarui olhou inquieta entre as duas, não sabendo muito bem como proceder. Qual era a etiqueta? Ela deveria responder por ela? Deveria mudar de assunto? Deveria se despedir e fingir que isso nunca aconteceu?


A ruiva pensou que sua cabeça ia explodir diante da pressão da situação e já ia fazendo uma besteira —ou ação ainda mais constrangedora que o silêncio desconfortável que se infiltrou —quando a hacker finalmente falou.


—Krinvo fez tudo. Ele é realmente muito bom nesse negócio —Disse ao gesticular para o cenário à sua volta —Mas ele realmente não gosta muito, então eu só meio que insisto e vigio suas costas —Terminou com uma careta de confusão, como se não soubesse se essas eram as palavras corretas.


Incomodada, trocou de pé e sorriu o seu melhor sorriso quebrado —Você disse acampamento?


—Sim, eu e meu parceiro montamos um acampamento não muito longe daqui, embora temos andado preocupado, pois apesar de termos pokémon não somos, hum, treinadores muito bons realmente —A adulta parou, esperando uma reação, no entanto entre o mover ansioso da ruiva e o olhar atordoado da morena; não havia nada digno de nota. Então, relutantemente, continuou: —Tive uma ideia, vocês poderiam vir e… Fazer-nos companhia?!

—...


—...


—Nós temos colchonetes —Arriscou, otimista.


—...


—...


—E uma fogueira, e petiscos!


—A-a-ah Veritys… —Akarui levantou uma das mãos para pairar sobre o ombro da menina menor, absolutamente chorando com a perspectiva de ter um canto quente e aconchegante para descansar —...e-eu acho que…


—...


—Ah! Está bem! Pagarei você se nos proteger essa noite!


Foi o suficiente e Heiwas rapidamente se virou para pegar suas coisas. A perspectiva de um novo trabalho fez o ânimo crescer e as paredes de determinação começar a se erguer lentamente, novamente, um tijolo por vez.


A vanguarda encaixou as duas bolsas sobre os ombros e içou o Swablu nos braços, tomando cuidado para não acordá-lo. Ele estava desgastado da série de batalhas e muito em breve Heiwas teria que fazer algo a respeito. Ela se deu um tapa nas costas, feliz por pelo menos Luckit está inteiro.


—Okay, onde fica esse oásis?


Karmin sorriu, satisfeita, e, pela primeira vez em muito tempo desde que caíra, se viu abaixando a guarda. Elas sobreviveriam a essa noite e chegariam a Atomia inteiras. Elas fariam isso. Elas poderiam fazer isso.


Não havia espaço para falhas.




—Sempre há espaço para falhas —A voz disse por trás de Heiwas. Parecia distraído, como se falasse sozinho, então, a garota não se virou para olhar o adulto de trinta anos com seu telescópio —Por isso realizamos muitos testes. Estamos fotografando o céu desde tarde pra entender como funciona esse fenômeno.


—Fenômeno? —Akarui perguntou, estendendo o Super Point para sua companheira de viagem. Ela estava voltada para fogueira, sentada em cima de um saco de dormir com seu caderno de couro sobre o colo. Seus olhos cintilavam, mas se era por causa da luz das chamas ou de sua ânsia por saber mais a hacker não sabia.


—Ele está falando das luzes —Cliwyn respondeu com um sorriso de gratidão —Que explodem nos céus como um arco-íris deitado —Comentou, murmurando, quase como se estivesse cantarolando uma música que acabou de lembrar. As mãos trabalharam diligentemente nas asas sujas da ave, esfregando a poeira longe e pulverizando os cortes abertos com o item de cura. Krinvo permaneceu dormindo, relaxado sob o toque cuidadoso. Ênfase no cuidadoso —Pelo menos foi o que ouvi falar. Há quem acredita que aqui é a morada permanente de Ho-Oh.


—Como você sabe de tudo isso?! E quem é Ho-oh?


—É informação[color] —Deu de ombros e franziu a testa para a ruiva antes de alcançar sua capa e enrolar o Swablu como se fosse um bebê. Quem não conhece Ho-oh?! —Está em todo o lugar.


—Uhh!


—Muitas pessoas podem achar isso —Karmin se intrometeu na conversa ao mesmo tempo em que corria de um lado ao outro do acampamento. Ela carregava objetos estranhos movidos à eletricidade (não pergunte como ela sabe disso, ela apenas sabe, okay?!). A pressa dela e o ar de urgência envolta de suas ações e irritou a garota de cabelos negros que desviou a atenção para o ambiente a sua volta, cerrando os olhos para os paredões de rocha flutuante. Não muito diferente de onde estávamos… —Arco-íris precisam da luz do sol para acontecer, mas a aurora, tecnicamente, não. Elas são resultados da interação de elétrons energizados com moléculas de nitrogênio e oxigênio, afinal.


—Normalmente um vento solar seria o suficiente para causar a Aurora, contudo esse lugar aqui não precisa de algo tão supérfluo como a luz do sol. Na verdade, acho que nenhum de nós precisa —Todo mundo parou para olhar com olhos incrédulos o homem de cabelo preto curto e jaqueta de couro vermelha. Ele continuou a mexer alegremente no telescópio velho, ignorando totalmente o absurdo de suas palavras.


—Não começa, Raymond —Cain falou ao mesmo tempo em que revirava os olhos e colocava uma lente redonda em suas mãos —O que ele quer dizer é que ondas de elétrons emanam desse solo o tempo todo e é por isso que Raymond e eu estamos aqui.


—E-eu não acho que estou acompanhando… —Akarui corou sobre o olhar atento de Cain e abaixou a vista para seu caderno, apertando a caneta com tanta força que Cliwyn preocupou-se se ela iria estourar.


—O solo emite elétrons o tempo todo…


—...por isso as pedras voam…


—...Certo, isso mesmo. Mas nós não temos aurora o tempo todo. Pense um pouco, é preciso de uma explosão solar para colorir o céu, pois precisamos dos íons emitidos pelo sol…


—Mas o chão fornece esses íons o tempo todo —Heiwas interrompeu novamente, rindo interiormente com a careta que Karmin fez —Então, seguindo a lógica, deveria ter aurora o tempo todo.


—Então o motivo de vocês estarem aqui é —Akarui raciocinou lentamente —P-para descobrir porque não tem aurora o t-tempo t-t-todo?


—Não —O único homem do grupo respondeu —Estamos aqui pra saber o que impede uma aurora de acontecer.


Tudo era realmente interessante, no entanto fedia a confusão e de confusão Heiwas já estava cheia. Ela desligou a conversa depois disso, abafando as vozes com a estranha sensação que estava escalando seu corpo como um arrepio. Sua pele coçava, os cabelos de sua nuca ficaram em pé e os instintos gritaram para que ficasse atenta e não relaxasse.


—Qual o problema? —Sussurrou para si mesma.


Conforme a noite avançava, a sensação aumentava. Não importava a quantidade de coisa que a hacker tentasse usar para se distrair. Ela mandou mensagens para Liar, publicou uma das fotos das estrelas em que Karmin havia colocado as mãos —ela jura que foi tirada no Monte Coronet. Heiwas não sabe se é verdade, ela também não se importa. Tudo o que ela quer saber era algo aleatório o suficiente para dar uma pista falsa para quem estiver caçando-a (ou colocá-los no caminho certo, mas é um meio a meio. Vai depender inteiramente da sua sorte...ela está ferrada!) —, cutucou Blossom até que ela largasse o papel e fosse dormir e conversou água com aqueles dois cientistas loucos.


Apesar de tudo isso a vontade de se esconder e se enterrar naquela terra fria, de se enfiar no saco de dormir e fechar o zíper, de desaparecer; persistiu. Ela continuou encarando o horizonte até que os primeiros raios solares banhasse o chão, lavando a terra com vermelho e dourado, projetando a luz até que ela tocasse os rochedos enormes. A grama, salpicada com o beijo do sol, cutucou o céu, colorindo a manhã que sucedeu a noite turbulenta.


—Qual o problema?




Sorteio:

Minor Quest:

Dexit:
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Re: [CL] Capítulo I

Mensagem por Fisheye Sex maio 29, 2020 3:06 am

[CL] Capítulo I 333
  • Saúde: 100%, recuperado após o descanso.

Com o alvorecer, a dupla de cientistas começava a desmontar seu acampamento visando retornarem para Stalehelm Beta, onde estavam hospedados durante o período em que realizariam suas observações. Em meio aos itens que guardavam, decidiram deixar com Heiwas e Akarui os alimentícios que haviam sobrado após a longa madrugada de estudos. Pagando o valor previamente combinado pela companhia da hacker como segurança, partiram com despedidas animadas.

[CL] Capítulo I Heiwas10
  • Heiwas ganhou 3x Lava Cookie;
  • Heiwas ganhou 1x Moomoo Milk;
  • Heiwas ganhou 25 Bitcoins pela conclusão da Minor Quest Vigília.

  • Saúde: 89%, dores nas articulações e dedos quando flexionados com força.

Foi um ótimo post, sabendo usar da Quest para dar uma pausa e recuperar tanto as energias do Krinvo, quanto as de Heiwas. Parabéns pelos itens ganhos e boa sorte nos próximos passos!
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Re: [CL] Capítulo I

Mensagem por Heiwas Qui Jun 04, 2020 4:58 pm

Máquina Quebrada {Parte Final I}


O casal partiu na madrugada com um ar apressado e ocupado. O sol ainda não tinha subido totalmente quando Cain lhe entregou o dinheiro e um saco com o resto do café da manhã, os olhos piscando com alegria antes de ser substituída por um véu escuro. Heiwas percebeu instantaneamente que haviam encontrado algo na sua pesquisa e que isso deve ter os levados a um lugar que nenhum deles esperava. Bem, se isso fez duas pessoas se agitarem, então não seria uma coisa que ela deveria meter o nariz. Com certeza não. Hum hum, never.


—Ainda bem que eles se foram —Disse a menina para a forma deles em retirada —Se não eu os teria seguido.


—Hã?


Cliwyn ignorou o olhar confuso de Akarui e foi se deitar nos sacos de dormir que os pesquisadores graciosamente (lê-se empurraram) os presenteou. Heiwas acha que é porque não queriam gastar muito tempo empacotando tudo; ela que não vai reclamar, entretanto. Na verdade, nem se ela quisesse reclamar ela conseguiria.


—Eu acho que poderia hibernar —Resmungou, a mente turva ignorando a sensação que esteve a corroendo durante a noite toda.


—I-isso é possível?! —Blossom escandalizou se, os olhos arregalados —Espera, precisamos chegar a Atomia em quatro dias!


—Estou brincando, puxa —Grunhiu, aproximando o corpo da sombra que um dos rochedos projetava.


—E-e-eu, sinto muito! Disseram-me que eu era meio ruim em entender… a-a linguagem… —Os cabelos ruivos cobriram sua expressão quando abaixou a cabeça —Deve se porque eu não sou humana…


Felizmente ou infelizmente, Heiwas não ouviu essa última frase, a adolescente tendo caído alegremente em um sono sem sonhos. O mesmo não pode ser dito do passarinho azul que saiu de debaixo da capa vermelha com uma sobrancelha erguida e uma pergunta escrita em seus olhos:


“Mas que porra é essa?!”


Não foi até seis horas depois que Heiwas resolveu se levantar, revelando a Akarui que sim, ela não hibernava, Graças a Arceus!.


Era quase nove horas quando finalmente decidiram se mover. Não havia muito terreno a cobrir, alguns poucos quilômetros de terra batida e rochas voadoras. A relva curta era pouco e o sol estava quente, uma bola de fogo infernal queimando e castigando o solo —esse foi um dos motivos para que Heiwas esteja arrastando Akarui pela mão, a sua capa estendida sobre elas em um guarda sol improvisado. Não era lá uma proteção tão eficiente assim, mas servia para evitar que suas cabeças pegassem fogo e Blossom estaria mais que agradecida se não estivesse tão confusa agora.


Blossom nunca teve oportunidade de parar e sentir, visto que havia tantas coisas para aprender e a preocupação diária de conquistar a confiança de seu senhor; e, talvez, fosse por isso que ela não conhecia tão bem suas próprias emoções. Esse calor que floresciam em seu peito como uma flor que rompe a neve do inverno e abre os braços para a primavera. A sensação do tecido frio enrolado na mão da menor, fruto da atadura que ela fez. Ela, ninguém mais. A segurança que fluía pelas suas veias e relaxava sua mente toda vez que os olhos cinzentos cruzavam com as suas esmeraldas, a luz brincando nas íris claras, tingindo com dourado, afinando as pupilas. Era incrível e Blossom não sabia por quê.


Akarui não se sentira tão segura, tão livre, desde o dia em que deu seu primeiro suspiro. A batalha do Swablu tinha lhe dado euforia, mas isso, essa aproximação e cuidado, tinha lhe mostrado o que realmente era conforto. Ela perguntou-se se parasse de pensar tanto conseguiria sentir isso mais vezes ou se era porque era Veritys.

—Akarui, se prepare —Heiwas a chamou, apertando a mão para chamar sua atenção.


—H-h-hã? O-oquê?


—Estamos sendo seguidos. Desde a noite passada eu não consegui relaxar e agora sei por que —Sussurrou apressadamente —Prepare-se!


Depois de declarar isso voltou os olhos para frente onde um emaranhado de rochedos enormes se aglomerava em uma espécie de labirinto. Eles não estavam muito longe do local e, de acordo com o mapa fornecido pela Dexit, aquele seria o último pedaço de terreno antes da Rodovia de Atomia.


—E-eu não vi ninguém essa manhã —Cochichou de volta, um pouco insegura, embora houvesse firmeza na próxima fala: —Acredite em mim, eu notaria.


—Eu também.


Se o “também” era porque ela notaria ou porque ela não viu ninguém, isso Akarui ia saber, pois nem meio minuto depois estava correndo em direção ao labirinto com Blossom tropeçam em uma fraca tentativa de segui-la e a capa esvoaçando atrás dela.


Então, assim como as suas pernas seguiam com velocidade na direção do labirinto de pedras, os pensamentos da ruiva estavam acelerando para tentar superar a confusão que prontamente engoliu todos aqueles sentimentos bons.


Ela olhou para o céu, como se pudesse encontrar no céu azul e nas nuvens brancas e fofas as respostas para suas perguntas ou a solução de seus problemas.


Eufemismo seria dizer que não havia nuvens a vista.


—Veritys! —O grito saiu desesperado e esganiçado de seus lábios. O corpo reagiu à visão, os pés pisando firme na areia antes de saltar, os braços estendidos na frente do corpo.


Akarui saltou. Os corpos tombaram, ambas as garotas embolando e girando umas sobre as outras. A bola de espinhos caiu, atingindo o solo, onde, poucos segundos antes, estivera as adolescentes.


Seria um banho de sangue, a mente extrovertida de Heiwas forneceu enquanto se levantava às pressas. Os olhos azuis assistiram com cansaço a bola se desenrolar, deixando a mostra uma barriga amarela macia e um focinho fino, garras que se abriam como duas tesouras brilhando no sol. De novo não!


—Aquela infeliz! —Gritou por entre os dentes cerrados —Nos encontrou —Fechou os punhos e endureceu o corpo. Os olhos encontram os do enorme Sandslash e ficaram lá —Por que diabos ela continua mandando essas merdas de ouriços gigantes?!


—SLASH!


—Você t-tinha que abrir a boca?


—Cala a boca e corre!


O dito ouriço gigante voltou a se enrolar, os espinhos ficando em pé, parecendo mais afiado que nunca. Alcançava facilmente a faixa dos dois metros e Cliwyn tinha certeza que seria bem maior que isso se aproximasse mais. Akarui, por outro lado, não estava animada para ficar e ver isso.


Diferente do que Blossom esperava, o Swablu não ficou para trás para atrasar a bola de demolição. Dessa vez ele não se importou com a retaguarda, voando à frente para guiar a dupla por entre as rochas flutuantes e afiadas que se aproximavam dos dois lados, tremendo, quando eram empurradas, e esbarrando umas nas outras, como um conjunto de dominós voadores. Estavam tão próximas que foi preciso do Round do pássaro para forçá-las a abrir caminho para as duas treinadoras que seguiram por entre essas fendas, traçando um caminho imaginário que só o pokémon voador parecia conhecer…


—Ou não… —Heiwas parou e respirou, olhando assustada para o bando de Solrocks que pairavam alegremente sobre a terra, preenchendo quase totalmente o círculo vazio de pedras, como uma clareira no meio de uma floresta rochosa.


—O que vamos fazer?!


Um barulho de pedra contra pedra ecoou atrás dela, revelando exatamente o que elas tinham que fazer. Por mais que Solrocks fossem perigosos por si só, esses pareciam satisfeitos demais apenas flutuando ali sem nenhum cuidado na vida —parte de Heiwas os invejava por isso —, então ficar e esperar o pokémon que queria matá-las era pior do que enfrentar uma horda de desconhecidos que não te davam nem uma segunda olhada —parte de Heiwas se ofendeu com isso. Nenhuma parte dela, porém, ficou parada quando os barulhos aumentaram —Vamos!


Alcançou o pulso da ruiva e puxou, driblando e desviando dos pokémons rochosos. A mão livre parou no ar, tentando não tocar em nada conforme avançavam lentamente pelo mar de corpos celestes. Ela conseguia sentir o calor emanar da superfície laranja, mas não pensou muito nisso enquanto se abaixava sobre outro desses sóis ambulantes.


Elas dançaram como se estivesse pisando em ovos ou, se você tiver muito imaginativo, em bombas relógios prestes a explodir. Bombas...Céus, eles não usam Explosion?!

—Não pense nisso idiota!


—O-oquê? —Akarui perguntou, virando o corpo rapidamente para encarar Cliwyn com olhos arregalados. Pega de surpresa, ela não viu onde o cotovelo estava indo e…


Quando elas perceberam, já era tarde mais.


O cotovelo acertou bem dentro da pupila vermelha, entre as pálpebras caídas e amarelas. A rocha zumbiu assim que o braço fez contato, começando a girar tão rapidamente que tudo que Heiwas conseguia ver era borrões de amarelo e vermelho, contudo até isso foi ofuscado pela luz intensa que emitiu.


O clarão se acalmou, parecendo mais um flash do que um farol como Cliwyn teria impressão que seria, entretanto foi o suficiente para cegá-las momentaneamente. Solrock, então, aproveitou a abertura para atacar Akarui com Confusion, fazendo-a levitar no céu.


Se você perguntasse a Heiwas o que aconteceu depois disso ela diria que não ia saber. Uma hora a visão estava voltando. Embaçada, clara demais, mas de volta. E no minuto seguinte ela estava se lançando nas costas (hum, eles tem costa?) da pedra de sol, atracando-se como um coala bebê se agarra a sua mãe.


A mão direita agarrou o espinho lateral da cabeça, no lado esquerdo, ao mesmo tempo em que a mão esquerda segurava o espaço onde o espinho acima desse começava. Solrock, sentindo a repentina pressão em cima dele, soltou o Confusion e emitiu barulhos estridentes que demonstrava sua fúria pelo ato tão indigno contra sua pessoa.


—Krinvo, Take Down!


Os gritos da treinadora interromperam a luz prateada que estava se formando em seu peito. Dragon Pulse era um ataque recente e ela não estava tão segura quanto à precisão. Não seria uma boa ideia usar isso agora se quisesse sair daquele labirinto vivo… Aparentemente, Krinvo discordava de seus pensamentos, apesar de ter seguido a ordem à contra gosto e atacado o pedaço de pedra com o Take Down, a força cinética do ataque jogando o Solrock para trás.


Solrock recuperou-se e seu primeiro espinho, o do centro de sua cabeça, começou a brilhar em um branco etéreo, filetes de luz ondulando a sua volta.


—Veritys!


Com a paciência desgastada, Krinvo avançou com sua primeira escolha. Primeiro, como sempre, houve a luz prata que se desfiou em várias cores diferentes. O raio disparado moldou-se lentamente em um dragão que dançou ao redor do pokémon inimigo antes de acertar o espinho que coletava luz solar e explodir, interrompendo, assim, o Solar Beam.


Heiwas gritou e xingou quando o pokémon sobre ela tremeu e recuou, as mãos começando a escorregar do aperto. De onde ela estava, pendurada a alguns metros acima do solo, podia ver uma bagunça se formando da abertura que havia feito para entrar na clareira. Sandslash irrompeu em toda sua glória de fúrias e espinhos só para ficar encurralado pela multidão de Solrocks que haviam evitado a batalha como a praga e agora se amotinavam ao redor do porco espinho. A hacker riria se não estivesse tão ocupada tentando não morrer.


—Eu te avisei, idiota! —Rosnou quando soltou uma das mãos, fazendo o corvo curva-se para o lado oposto e escapando de ser explodida em milhões de pedaços por outro Dragon Pulse[/color] mal calculado.


—Swa! —gritou de volta, olhando para ela como se disse “eu acertei um, não foi?”


O desdém ficou só no olhar quando Solrock prendeu o pássaro no ar com outro Confusion. A adolescente de cabelos negros conseguiu enxergar apenas a fina linha azul cercando a silhueta oval. Era o mesmo azul que preenchia as íris do pokémon psíquico, os olhos semicerrados pareciam tremer com o esforço e foi exatamente por esse motivo que Veritys Vanguard percebeu que a força era inferior a de seu parceiro.


No momento em que a esfera vermelha pareceu relaxar e se concentrar em outra coisa foi quando a mulher ordenou ao Swablu que se mexesse.


O pássaro se debateu sobre o aperto do Confusion, gritando e cortando o ar em movimentos duros. Quando lascas de pedras começaram a se formar em volta do Solrock, ele gritou, e o corpo foi rapidamente imerso por uma luz branca que estourou o ataque psíquico e impulsionou o Swablu pra frente. Com a velocidade do Take Down ele conseguiu desviar do Rock Slide e atingir em cheio o tipo rock.


Solrock perdeu altura para alívio da jovem, mas não desistiu. A temperatura começou a aumentar, fogo dentro dele crescendo de tal forma que Heiwas podia começar a sentir as palmas das mãos queimarem. É Flare Blitz. Porra!


—Krinvo, faça alguma coisa! Krinvo!


Gritou desesperada, agitando os pés no ar. O Swablu arregalou os olhos com o pânico e reagiu por puro instinto, dando a volta no ar e lançando um poderoso Dragon Pulse na direção do Solrock.


Flare Blitz nem teve chance de ver a luz do dia quando Solrock foi empurrado para o chão —A garota, vendo que não teria chance e nem espaço de saltar e que, claramente, seria esmaga quando atingissem o solo, alcançou uma pokébola e golpeou a superfície dura e vermelha, fazendo-a se abrir e sugar para dentro o corpo redondo.


Ela caiu no chão duro de costas e Dragon Pulse seguiu seu caminho, queimando um buraco bem acima de sua cabeça.


Heiwas mal teve tempo de se levantar e pegar a esfera vermelha do solo quando tudo à sua volta começou a ir para o inferno e os gritos de alarme de Akarui chegaram a seus ouvidos:


—EXPLOSION!






Obs: Batalha meio simples e clichê, mas o Swablu tem um estrela e meia acima dele, então eu pensei que… estava tudo bem?
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Re: [CL] Capítulo I

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